Fosforilação Oxidativa Bioquímica para Enfermagem Prof. Dr. Didier Salmon MSc. Daniel Lima Respiração Celular • Fase aeróbia do catabolismo energético ATP ADP 1glicose HQ 2 piruvato Matriz Mitocondrial Citosol Oxidação da Glicose • Menor parte do ATP produzido na glicólise • Maior parte na fosforilação oxidativa, energia proveniente de NADHs e FADH2s Um pouco de história... • Há muito tempo era conhecido um pigmento que também estava associado ao consumo de O2 – MacMunn (Ingaterra, final do século XIX) – Pigmentos Respiratórios Miohematina Histohematina – Hop Seiler, 1889 – Pigmentos descritos por MacMunn seriam contaminantes derivados da hemoglobina – David Keilin, 1920 - Presença ampla dos pigmentos de MacMunn na natureza • Insetos (músculos torácicos de mosca (Gasterophilus)), vermes, plantas, leveduras, tecidos humanos, etc… • Citocromos: Proteínas que tem o heme como grupo prostético Microespectrofotômetro de Keilin 750 650 600 550 500 a bc d Linhas de absorção específica 450 400 Pigmentos Respiratórios Dando continuidade a seu trabalho, Keilin colava insetos, Galleria mellonella (uma mariposa), numa placa que colocava sob a luz forte de um microscópio, de maneira que o tórax do inseto ficasse voltado para cima. Sendo o tórax amarelo, as bandas pretas eram facilmente visualizadas. Os citocromos apresentam-se como fortes bandas escuras no estado reduzido, enquanto que no estado oxidado apresentam-se como bandas claras tornando-se praticamente invisíveis. Você pode prever se as bandas eram visualizadas, quando: a) o inseto permanecia em repouso. b) o inseto começava a vibrar as asas tentando voar. c) o inseto cessava de se mover e voltava ao repouso. d) o inseto em repouso era submetido a vapores de KCN. Transportadores de Elétrons • Funcionam em complexos ordenados em série – Podem ser determinados pelas cinéticas de suas oxidações % citocromo reduzido O2 Aceptor e- b c1 c N2 + succinato Doador eTempo (s) – Acréscimo de O2 após determinado tempo – Redução dos transportadores a +d • O transportador mais próximo do O2 solta seu elétron primeiro (D) • O mais distante é oxidado por último (B) Succinato + N2 A B C D + B C A D • Determinação da sequência dos transportadores de elétrons O2 Transportadores de Elétrons • Sequência pode ser determinada através da utilização de inibidores O2 cianeto ou CO b % citocromo reduzido % citocromo reduzido Antimicina c1 c N2 + succinato a +d a+d, c, c1, b N2 + succinato Tempo (s) Tempo (s) Succinato + N2 D O2 Succinato + N2 A C B D Antimicina A + O2 A C B KCN + O2 Transportadores de Elétrons • Sequência pode ser determinada através da utilização de inibidores NADH e O2 • A oxidação de NADH está associada ao consumo de O2 (Lehninger) DPN = NAD+ DPNH2 = NADH + H+ Oxidação do NADH • A oxidação do NADH só acontecia numa determinada fração celular... Evidências... • Havia uma determinada fração celular que era capaz de “consumir” (oxidar) o NADH. • Nesta mesma fração celular existiam uns pigmentos (citocromos) que eram descritos como respiratórios. Tinham um comportamento diferente na presença de O2, onde eram oxidados e na presença de succinato se reduziam. • Havia uma organela na celula que era capaz de oxidar os NADHs e FADH2s do ciclo de Krebs e que isso rendia ainda mais ATP que na via glicolítica A Mitocôndria Membrana interna Impermeável a maioria das pequenas moléculas e íons, incluindo H+. Componentes: Cadeia respiratória ADP-ATP trocador ATP sintase Outros transportadores Membrana externa Complexo piruvato desidrogenase Enzimas do ciclo de krebs Oxidação de ácidos graxos e aminoacidos ATP, ADP, Mg++, Ca++, K+ Permeável a íons e pequenas moléculas (10- 15000 daltons) A Mitocôndria Mitocôndria de Músculo de Vôo de Inseto Mitocôndria de Fígado de Mamíferos Essência da Fosforilação Oxidativa Complexo I Complexo II Complexo III Complexo IV Os Complexos da Cadeia Respiratória Potencial de Redução • Ajuda a prever o movimento dos elétrons E°’= + O,770 V • E°’= + O,159 V Quando as substâncias estão conectadas por um fio de metal em um circuito elétrico os elétrons fluem da substância com o potencial de redução mais baixo para o com o potencial de redução mais alto. TABELA DE E°’ (Volts) Variação no pot. de redução e variação de energia livre 50 NADH 12,4 kcal/mol -0.2 Eo´ (volts) FMN 0.0 CoQ b 30 9,2 kcal/mol +0.2 c1 c a3 20 +0.4 +0.6 +0.8 • 40 24,8 kcal/mol 10 O2 0 Go´ (kcal/mol relative to O2) -0.4 Os diferentes coenzimas da cadeia respirátoria têm um E° que vai crescendo durante o processo de transferência de elétrons, sendo o O2 o aceptor final de elétrons Integrando Inibidores e Potenciais de Redução Padrão Proteínas Importantes para a Transferência de Elétrons • Citocromos Heme como Grupo Prostético • O ferro funciona como transportador de elétrons, variando seu estado de oxidação entre +2 e +3. Proteínas Importantes para a Transferência de Elétrons • Aglomerados Fe-S Fe-S Um único íon Ferro coordenado em tetraedro com 4 sulfidrilas de 4 cisteinas da proteína Os aglomerados Fe-S sofrem reação de óxido redução sem liberar ou captar prótons 2Fe-2S Contém 2 atómos de Ferro e 2 sulfetos inorgânicos. Tais aglomerados são, geralmente, coordenados com 4 cisteínas 4Fe-4S 4 atómos de Ferro, 4 sulfetos inorgânicos e 4 cisteínas Proteínas Importantes para a Transferência de Elétrons • Aglomerados Fe-S Fe-S 2Fe-2S Complexo III: centro de Rieske – 2 histidinas em vez das cisteínas 4Fe-4S Complexo I e II Complexo II: 3Fe-4S