II Unidade
Semiótica (Análise)
SEMIÓTICA (ANÁLISE)
Introdução
A semiótica provém do grego “semeion”, que denota signo.
É a ciência que estuda os fenômenos da significação e da
representação. É a base para o entendimento dos
fenômenos da cognição e comunicação.
SEMIÓTICA (ANÁLISE)
Introdução (Lúcia Santaella)
É a ciência dos signos ou a ciência geral de todas as
linguagens*. Portanto é a ciência que estuda todos os meios
pelos quais o homem se comunica (meios verbais ou nãoverbais).
* Linguagem é a capacidade de nos comunicarmos, seja pela fala:
através de imagens, gestos, sons, cheiro, etc.
SEMIÓTICA (ANÁLISE)
Introdução
Ela nos permite compreender, reconhecer, comunicar com
tudo em nossa volta, independente do meio utilizado.
SEMIÓTICA (ANÁLISE)
Signo
Nada mais é a essência da linguagem. É aquilo que nos faz
lembrar de algo e que é perceptível por nossos sentidos.
SEMIÓTICA (ANÁLISE)
Signo (Lúcia Santaella)
Signo “é uma coisa que representa outra coisa”. Ele tem
como função representar ou substituir algo.
Exemplo: uma foto.
SEMIÓTICA (ANÁLISE)
Signo
Charles Sanders Peirce (1839-1914), cientista, matemático,
historiador, filósofo e lógico norte-americano, é considerado
o fundador da moderna Semiótica. Graduou-se com louvor
pela Universidade de Harvard em química, fez contribuições
importantes no campo da Geodésia, Biologia, Psicologia,
Matemática, Filosofia.
SEMIÓTICA (ANÁLISE)
Signo
Peirce determinou o signo, como triádico, isto é, constituido
por 3 partes:
• Representamen;
• Objeto;
• Interpretante.
SEMIÓTICA (ANÁLISE)
Signo
SEMIÓTICA (ANÁLISE)
Signo
• Representamen: parte perceptível. É o que representa, é a
maneira que este “algo” está representado.
SEMIÓTICA (ANÁLISE)
Signo
• Objeto: é esta coisa que é representada. É o “algo” que
iremos analisar. É o que vai ser substituído.
SEMIÓTICA (ANÁLISE)
Signo
• Interpretante: é como este “algo” será interpretado;
surgindo na mente do intérprete no momento em que ele
percebe aquela primeira coisa (representamen), faz com que
ele a interprete de uma determinada maneira.
SEMIÓTICA (ANÁLISE)
Signo
SEMIÓTICA (ANÁLISE)
Signo
SEMIÓTICA (ANÁLISE)
Signo
SEMIÓTICA (ANÁLISE)
Tricotomia
Peirce também estudou as relações que o signo possuía
consigo mesmo, com o objeto e com o interpretante, e
chamou essa relação de Tricotomia. Peirce relaciona três
tricotomias referentes a relação triádica.
SEMIÓTICA (ANÁLISE)
Tricotomia
1° Tricotomia
Diz respeito ao signo em
relação a ele próprio.
Diz respeito ao signo em
2° Tricotomia relação ao seu objeto.
3° Tricotomia
Diz respeito ao signo em
relação ao seu interpretante.
SEMIÓTICA (ANÁLISE)
Tricotomia
Para cada tricotomia, Peirce descreve três signos:
• Primeiridade: é tudo que está na mente de alguém no
instante presente e imediato, é a primeira sensação vista;
SEMIÓTICA (ANÁLISE)
Tricotomia
Para cada tricotomia, Peirce descreve três signos:
• Secundidade: é o factual, é a reação aos fatos paralelos, é
o representar de si mesmo, é a ação do sentimento sobre
nós.
SEMIÓTICA (ANÁLISE)
Tricotomia
Para cada tricotomia, Peirce descreve três signos:
• Terceiridade: é a interpretação do fenômeno, é o terceiro
dos 3 elementos que constituem as categorias universais do
pensamento e da natureza. É quando um objeto passa a
representar alguma coisa (signo).
SEMIÓTICA (ANÁLISE)
Tricotomia
1° Tricotomia
Diz respeito ao signo em
relação a ele próprio.
Indica que, com respeito a sua própria constituição,
caráter de apresentação. Um signo pode ser uma
qualidade (quali-signo), um existente (sin-signo), ou
uma lei (legi-signo).
SEMIÓTICA (ANÁLISE)
Tricotomia
1° Tricotomia
Diz respeito ao signo em
relação a ele próprio.
Em si mesmo o signo é da classe da natureza das
aparências. Quali-signo é uma qualidade de um
signo, que funciona como um signo sem qualquer
referência a qualquer outra coisa.
SEMIÓTICA (ANÁLISE)
Tricotomia
1° Tricotomia
Diz respeito ao signo em
relação a ele próprio.
O quali-signo é uma qualidade sígnica imediata, tal
como a impressão causada por uma cor.
Ex.: as impressões que as cores azul e rosa podem causar em
um indivíduo, antes de singularizadas, são quali-signos,
meras sensações ou qualidades.
SEMIÓTICA (ANÁLISE)
Tricotomia
1° Tricotomia
Diz respeito ao signo em
relação a ele próprio.
Em si mesmo o signo é da natureza de um objeto ou
fato individual. Sin-signo é uma ocorrência, um fato,
um “evento” particular.
.
SEMIÓTICA (ANÁLISE)
Tricotomia
1° Tricotomia
Diz respeito ao signo em
relação a ele próprio.
O sin-signo é o resultado da singularização do qualisigno. A partir de um sin-signo pode-se gerar uma
ideia universalizada (uma convenção, uma lei que
substitui o conjunto que a singularidade representa),
tornando-se assim um legi-signo.
.
SEMIÓTICA (ANÁLISE)
Tricotomia
1° Tricotomia
Diz respeito ao signo em
relação a ele próprio.
Ex.: se o indivíduo acha que as sensações são de seriedade,
para o azul, e de delicadeza, para o rosa, é porque ele
percebe essas cores dessa forma singular.
.
SEMIÓTICA (ANÁLISE)
Tricotomia
1° Tricotomia
Diz respeito ao signo em
relação a ele próprio.
O legi-signo é o resultado de uma impressão
mediada por convenções, por “leis” gerais
estabelecidas socialmente.
SEMIÓTICA (ANÁLISE)
Tricotomia
1° Tricotomia
Diz respeito ao signo em
relação a ele próprio.
Ex.: a ideia geral de que “azul transmite seriedade e deve ser
associada ao sexo masculino” e “rosa transmite delicadeza e
deve ser associada ao sexo feminino” é uma convenção. Essa
ideia se tornou uma lei geral, culturalmente convencionada
em nossa sociedade. Trata-se agora de um legi-signo.
SEMIÓTICA (ANÁLISE)
Tricotomia
2° Tricotomia
Diz respeito ao signo em
relação ao seu objeto.
Organiza os signos conforme a relação entre ele e o
objeto que ele substitui. Indica o “caráter
interpretativo” do signo, um signo pode ser um
ícone, um índice ou um símbolo.
SEMIÓTICA (ANÁLISE)
Tricotomia
2° Tricotomia
Diz respeito ao signo em
relação ao seu objeto.
O ícone é um signo que tem semelhança com o
objeto representado, é o resultado da relação de
semelhança ou analogia entre o signo e o objeto que
ele substitui. Peirce diz ainda que ícone é “aquele
signo que é determinado por seu objeto, por
compartilhar das características dele.”
SEMIÓTICA (ANÁLISE)
Tricotomia
2° Tricotomia
Diz respeito ao signo em
relação ao seu objeto.
De forma semelhante ao quali-signo, destacam
alguns aspectos qualitativos do objeto.
Ex.: um retrato ou uma caricatura são semelhantes aos
objetos que eles substituem; eles são signos icônicos.
SEMIÓTICA (ANÁLISE)
Tricotomia
2° Tricotomia
Diz respeito ao signo em
relação ao seu objeto.
SEMIÓTICA (ANÁLISE)
Tricotomia
2° Tricotomia
Diz respeito ao signo em
relação ao seu objeto.
O índice é um signo que se refere ao objeto
denotado de virtude de ser diretamente afetado por
esse objeto. Ele se define, em contra posição ao
ícone, como aquela função sígnica que em vez de
exibir em si traços do objeto, aponta para fora de si
na direção do objeto.
SEMIÓTICA (ANÁLISE)
Tricotomia
2° Tricotomia
Diz respeito ao signo em
relação ao seu objeto.
O índice, assim como o sin-signo, resulta de uma
singularização. Um signo indicial é o resultado de
uma a relação por associação ou referência. A
categoria indicia, se evidencia pelo vestígio, pelos
indícios.
SEMIÓTICA (ANÁLISE)
Tricotomia
2° Tricotomia
Diz respeito ao signo em
relação ao seu objeto.
Ex.: rastros de pneus, pegadas ou cheiro de fumaça não se
parecem com os objetos que eles substituem (pneus, animais
ou a fumaça), mas nós associamos uns aos outros,
respectivamente; são exemplos de signos indiciais.
SEMIÓTICA (ANÁLISE)
Tricotomia
2° Tricotomia
Diz respeito ao signo em
relação ao seu objeto.
SEMIÓTICA (ANÁLISE)
Tricotomia
2° Tricotomia
Diz respeito ao signo em
relação ao seu objeto.
O símbolo é um signo que se refere ao objeto
denotado de virtude de uma associação de idéias
produzidas por uma convenção.
SEMIÓTICA (ANÁLISE)
Tricotomia
2° Tricotomia
Diz respeito ao signo em
relação ao seu objeto.
O símbolo resulta, tal como o legi-signo, da
convenção. A relação entre o signo e o objeto que
ele representa é arbitrária, legitimada por regras.
SEMIÓTICA (ANÁLISE)
Tricotomia
2° Tricotomia
Diz respeito ao signo em
relação ao seu objeto.
Ex.: a pomba branca é símbolo de paz, um retângulo verde
com um losango amarelo, círculo azul e estrelas é um dos
símbolos do Brasil, mas em nenhum desses casos há relação
de semelhança ou de associação singular; trata-se de regras,
leis convenções.
SEMIÓTICA (ANÁLISE)
Tricotomia
2° Tricotomia
Diz respeito ao signo em
relação ao seu objeto.
SEMIÓTICA (ANÁLISE)
Tricotomia
3° Tricotomia
Diz respeito ao signo em
relação ao seu interpretante.
Indica como o signo se apresenta para seu
interpretante. Indica o “poder interpretativo do
signo”, descreve o poder do signo para produzir
interpretantes. Organiza os signos a partir da sua
relação com as significações desse signo.
SEMIÓTICA (ANÁLISE)
Tricotomia
3° Tricotomia
Diz respeito ao signo em
relação ao seu interpretante.
Para seu interpretante é um signo de possibilidades.
O rema é um signo que, para seu interpretante, é um
signo de Primeiridade. Ele é interpretado como um
signo de “possibilidade”, uma mera hipótese.
SEMIÓTICA (ANÁLISE)
Tricotomia
3° Tricotomia
Diz respeito ao signo em
relação ao seu interpretante.
Em lógica formal, o rema corresponde ao que se
chama de termo, isto é, um enunciado impassível de
averiguação de verdade. Uma palavra qualquer
(“menino”, por exemplo) fora de um contexto
sintático é um rema.
SEMIÓTICA (ANÁLISE)
Tricotomia
3° Tricotomia
Diz respeito ao signo em
relação ao seu interpretante.
O dicente para seu interpretante é um signo de
existência atualizada. O dicente é um signo que,
para seu interpretante, é um signo de existência real,
um evento ou uma ocorrência, um fato.
SEMIÓTICA (ANÁLISE)
Tricotomia
3° Tricotomia
Diz respeito ao signo em
relação ao seu interpretante.
Se a palavra “menino” se insere em uma sentença,
como em “o menino está doente”, podemos verificar
seu grau de veracidade. Em lugar de um termo,
temos uma sentença; em Semiótica, essa sentença
chama-se dicente (dici-signo ou dissisigno).
SEMIÓTICA (ANÁLISE)
Tricotomia
3° Tricotomia
Diz respeito ao signo em
relação ao seu interpretante.
Investigamos se o menino está verdadeiramente
doente porque a sentença não nos forneceu os
motivos pelos quais se afirmou isso, mas temos
elementos para tal averiguação.
SEMIÓTICA (ANÁLISE)
Tricotomia
3° Tricotomia
Diz respeito ao signo em
relação ao seu interpretante.
Para seu interpretante é um signo de lei. Se houvesse
informações comprobatórias, não se trataria mais de
um dicente, mas de um argumento.
SEMIÓTICA (ANÁLISE)
Tricotomia
3° Tricotomia
Diz respeito ao signo em
relação ao seu interpretante.
A sentença “O menino está doente porque apresenta
manchas vermelhas e temperatura alta” traz um
raciocínio completo, justificado, com caráter
conclusivo. Nesse caso, temos então um argumento.
SEMIÓTICA (ANÁLISE)
Tricotomia
3° Tricotomia
por tanto
Diz respeito ao signo em
relação ao seu interpretante.
• rema: vestido;
• dicente: vestido de grife;
• argumento: Vestido de grife cara,
para festa especial.
SEMIÓTICA (ANÁLISE)
Tricotomia
3° Tricotomia
Diz respeito ao signo em
relação ao seu interpretante.
• rema: vale, montanhas
• dicente: descrição da imagem
• argumento: o conhecimento do
local, o Morro do Camelo, na
Chapada Diamantina.
SEMIÓTICA (ANÁLISE)
Tricotomia
1° Tricotomia
2° Tricotomia
3° Tricotomia
O que é o signo em si mesmo?
Como ele se relaciona
com seu objeto?
Como ele se relaciona
com seu interpretante?
Primeiridade
Quali-signo
Ícone
Rema
Secundidade
Sin-signo
Índice
Dicente
Terceiridade
Legi-signo
Símbolo
Argumento
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