ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
NO ALOJAMENTO CONJUNTO
Profª Mônica I. Wingert
Turma 201
Puerpério
O período pós-parto
ou puerpério ( do latim , puer=
criança, parere= parir) é o intervalo entre o parto e a
volta do corpo da mulher ao estado anterior à gestação.
Ajustes fisiológicos e psicológicos começam logo após o
parto, e permanecem aproximadamente até a sexta
semana. Popularmente o puerpério é Também chamado
de quarentena ou resgardo.
Maternidade
• Conjunto
de
processos
psico-afetivos
que
se
desenvolvem e se integram na mulher por ocasião da
maternidade.
• As mães saudáveis apresentam um estado psiquiátrico
especial, chamado “pré-ocupação materna primária”.
Essa condição desenvolve-se gradualmente durante a
gravidez e torna-se um estado de sensibilidade
aumentada, especialmente no final , persistindo por
várias semanas após o nascimento da criança.
No alojamento conjunto
• Conceito: é um sistema
hospitalar em que o recém-
nascido sadio, logo após o nascimento, permanece ao
lado da mãe, 24 horas por dia, num mesmo ambiente
até a alta hospitalar. (MS, 1993)
• A grande maioria da maternidades no Brasil possuem o
sistema de alojamento conjunto conforme portaria nº
1016/93 do MS, que determina que os bebês saudáveis
fiquem com sua mães logo após o nascimento.
• A população do alojamento conjunto é composta pela mãe
e pelo filho. Este deve ter boa vitalidade, peso acima de
2Kg, capacidade de sucção e controle térmico, índice de
Apgar maior que 7 no 5º minuto e mais de 35 semanas de
idade gestacional. A mãe não pode apresentar patologia
que impossibilite ou
recém-nascido.
contra-indique o contato com o
Vantagens do AC
Favorece o aleitamento materno e sua manutenção por
tempo prolongado;
Observação constante da RN pela mãe;
Fortalece
laços afetivos devido o relacionamento
precoce;
Oferece condições da enfermagem de promover o
treinamento materno por meio de demonstrações
práticas dos cuidados indispensáveis ao RN e À
puérpera;
Mantem o intercâmbio biopsicossocial entre a mãe, a
criança e os demais membros da família;
Diminui o risco de infecção hospitalar;
Facilitar o encontro da mãe com o neonatologista, por
ocasião das visitas médicas, para o exame do RN,
possibilitando a troca de in formações.
Implantação do AC
• A ambientação do AC requer
recursos materiais e recursos
humanos, vejamos:
Quartos e enfermarias devem obedecer a um padrão mínimo de 5
m² para cada mãe;
Área destinada a mãe e filho, deve haver cama, mesinha, berço,
cadeira e material de higiene;
Lavatório e hamper;
O berço deverá ficar com separação mínima de 2 m do outro berço;
Um posto de enfermagem centralizado;
Enfermarias com o máximo 6 binômios;
Recursos humanos básicos:
Um enfermeiro para cada trinta binômios;
Um técnico de enfermagem para cada oito binômios;
Um obstétra para cada vinte puérperas;
Um neonatologista para cada vinte RN;
Assistente social;
Psicólogo;
Nutricionista.
Considerações biológicas no
puerpério
A assistência de enfermagem
puerpério tem por objetivo
à mulher
que se encontra no
auxiliar no pós-parto, avaliando e
identificando possíveis anormalidades. As adaptações fisiológicas e
comportamentais que ocorrem nas mulheres no puerpério se
caracterizam por:
 Modificações fisiológicas produzidas pela gestação e parto;
 Processo de lactação;
 Adaptação psicológica da mulher-mãe ao filho e à nova situação
familiar.
 As orientações devem ser realizadas centradas na prática, tanto
para o seu autocuidado como para o cuidado do RN.
Classificação do puerpério
Classificação
 Puerpério imediato
Tempo
• Após expulsão da
placenta até o 10º dia
 Puerpério tardio
• 11º dia ao 45º dia
• 46º dia até a completa
 Puerpério remoto
recuperação das
alterações determinadas
pela gestação
A avaliação e a intervenção da enfermagem durante essa
etapa são direcionadas para a prevenção ou a redução da
hemorragia uterina e da infecção puerperal. Além disso,
o atendimento visa à promoção e a recuperação
fisiológica natural da mulher.
Involução do útero
• O útero sofre uma rápida redução de tamanho e peso
após o desenvolvimento, tornando-se endurecido e
globoso. Ele pesa aproximadamente 1.000g logo após o
parto, diminui para 500g durante a primeira semana
e para 320g duas semanas após o nascimento.
• A causa principal da involução é a repentina queda de
estrogênio e progesterona, que desencadeia a liberação
de enzimas proteolíticas no endométrio.
• A localização, o tamanho e a consistência do útero são
importantes na avaliação de enfermagem.
• Antes de o útero ser avaliado, a puérpera deve urinar
para que não haja elevação do fundo uterino com a
cicatriz umbilical: uma mão é colocada suavemente no
segmento inferior do útero para dar apoio, e os dedos da
outra mão são colocados na parte superior (fundo) do
útero.
Altura do fundo uterino
Tempo/dias
• 1-2 horas
• 12 horas
• 3 dias
Altura do fundo uterino
• Na linha média entre a cicatriz
umbilical e a sínfise púbica
• Na altura da cicatriz umbilical ou 1
cm acima
• Aproximadamente 3cm abaixo da
cicatriz umbilical
• Fundo de útero não palpável (sob a
• 10 dias
sínfise púbica)
• A altura é determinada por meio dos dedos ou fita métrica (cm),
por exemplo, pode-se registrar se está acima ou abaixo da cicatriz
umbilical, dois dedos ou dois centímetros.
• O registro deve ser objetivo na evolução de enfermagem, por
exemplo, útero tônico, involuindo a 4cm (ou 4 dedos) abaixo da
cicatriz umbilical.
• A altura uterina deve ser avaliada pelo menos duas vezes ao dia
ou mais se houver história de hemorragia, mudança de posição do
útero, fluxo intenso de lóquios ou presença de coágulos.
• A altura uterina diminui 1cm por dia no parto normal e 0,5cm na
cesariana, depois de dez dias o útero fica sob a sínfise púbica, não
sendo mais palpável. As mulheres que amamentam no seio
materno apresentam uma involução uterina mais rápida devido a
liberação de ocotocina.
Atenção: Atonia uterina!!
• Ao avaliar o fundo do útero e perceber que este não está
contraído
e
a
puérpera
apresentar
sangramento
intenso, deve-se realizar uma massagem vigorosa (como
se estivesse amassando pão), estimulando o útero a se
contrair. Pode-se colocar um peso e solicitar avaliação
médica imediata.
Contrações uterinas
• Durante os primeiros dias de puerpério, a mulher sente cólicas.
Nas primíperas, o útero geralmente fica contraído, a não ser que
restos de placenta tenham permanecido no interior do útero.
• Nas
multíparas, o útero geralmente relaxa e contrai, não
mantendo uma contração constante.
• A liberação de ocitocina durante a amamentação estimula o útero
a contrair-se; assim, muitas vezes a mãe sente cólicas ao
amamentar seu filho. A enfermagem deverá avaliar a necessidade
de analgésico e conversar com a puérpera informando que essa
cólica é fisiológica e normal.
Lóquios: a eliminação vaginal
• A perda vaginal após o parto é chamada de lóquios. É
constituído
exsudatos
de
e
secreções
transudatos,
resultantes
misturados
da
produção
com
de
elementos
celulares escamados e sangue, que procedem da ferida
placentária do colo uterino e da vagina.
• A quantidade de lóquios começa moderada e posteriormente
se torna escassa. As modificações que ocorrem na cor e na
quantidade de lóquios devem-se à cicatrização do local onde
a placenta estava implantada. Deve-se avaliar pelo menos
duas vezes ao dia para detectar perdas sanguíneas extensas.
Para realizar a avaliação, deve-se solicitar a mulher que deite
em decúbito dorsal e abaixe a calcinha para ver as
características dos lóquios. Em alguns momentos a puérpera
pode se sentir constrangida , mas é necessário para podemos
avaliar a cor, quantidade, consistência e odor das eliminações
vaginais, de preferência antes da higiene perineal.
Orientar a paciente que a cada ida ao banheiro realizar a
higiene perineal com água e sabão , enxugando a genital e
trocando o absorvente. Se a paciente informar mais de oito
troca de absorvente em 24 horas , todos encharcados de
secreção sanguinolenta, deverá ser solicitado a troca de um
absorvente
eliminação.
limpo
por
20
minutos
para
avaliação
da
Características dos lóquios
Tipo
Lóquios normais
• 1-3 dias sanguinolentos ou
• Vermelhos-vivo,
sanguinolenta,
rubros.
consistência
odor
menstruação;
de
aumento
temporário ao amamentar após
um período deitada.
• 4-9
dias
sero-
sanguinolento.
• Roséo e/ou amarronzado.
• Esbranquiçado ou creme, odor
• 10 dias a 3 semanas seroso
de menstruação.
Atenção!!
• O odor característico dos lóquios é semelhante ao da
menstruação, o mau odor é sugestivo de infecção. Os
lóquios
sanguinolentos
por
muitos
tempo
ou
a
recorrência de um fluxo vaginal vermelho vivo, às vezes
com presença de coágulos, possivelmente indicam a
existência de restos placentários retidos.
Vagina e períneo
• Após o parto, a vagina geralmente encontra-se edemaciada
e o orifício vaginal muitas vezes dilata-se quando a pressão
intra-abdominal fica aumentada (por exemplo, tossir).
Por volta da terceira semana após o parto, a vagina reassume
sua
aparência
anterior
à
gestação,
embora
apresente
algumas vezes relaxamento do tecido, ficando a musculatura
do assoalho pélvico distendida e fraca. A aparência do períneo
depende da condução e proteção do períneo e de ocorrência de
episiotomia ou laceração. Geralmente os tecidos moles do
períneo ficam edemaciados e cianosados após o parto.
Cuidando do períneo
O períneo deve ser inspecionado diariamente como parte dos
cuidados de enfermagem. A mulher pode adotar duas posições,
deitada de lado, flexionado a perna de cima (nesta posição avalia-se
também a presença de hemorróidas) ou deitada em decúbito dorsal
com as pernas aberta e flexionadas, deve ser avaliado:
-cicatrização da episiotomia;
-presença de hemorróidas (banho de assento, calor ou anestésicos
tópicos);
-edema (aplicar frio local, conduta por 24 horas no máximo 4 vezes
ao dia, por 20 minutos);
-pontos da episiotomia (secos e íntegros, se houver sinais de infecção
realizar higiene rigorosa com antisséptico.
Atenção!!
• Os pontos da episiotomia caem sozinhos devido ao fio
catgut (absorvível). Em caso de cesariana os pontos
devem ser retirados após o décimo dia de cirurgia, a
cicatriz cirúrgica deverá ser lavada com água e sabão.
Autocuidado
• Lavar as mãos antes de realizar a limpeza perineal com água e
sabão;
• Lavar o períneo da sínfise púbica em direção ao ânus (sentido
ânteró-posterior);
• Fazer a secagem com a própria toalha (NÃO UTILIZAR PAPEL
HIGIÊNICO);
• Colocar o absorvente de frente para trás, tocando apenas na
margem e não no centro;
• Repetir a higiene do períneo após cada micção ou evacuação (as
fezes abrigam vários tipos de bactérias, inofensivas no intestino,
mas se migram para a vagina, uretra e episiotomia, podem
originar uma grande infecção perineal).
Sinais vitais
• Temperatura: durante as primeiras 24 horas após o parto pode elevar-se
até 38ºC em consequência do esforço e das perdas líquidas no parto. Após
as 24 horas, deverá estar normotérmica, sendo que qualquer aumento da
temperatura acima de 38ºC é sugestivo a infecção.
• Pulso: a frequência cardíaca cai muitas vezes para 50-70 bpm no
primeiros 6-8 dias pós-parto. A queda da frequência é atribuída à redução
do volume sanguíneo. Uma frequência elevada podem indicar perda
exagerada, infecção, dor, ansiedade ou problemas cardíacos.
• Pressão arterial: deve permanecer estável após o parto. Hipotensão
pode estar relacionada com a perda excessiva de sangue, o aumento
repentino é sugestivo de hipertensão gravídica.
• Saturação sanguínea: acima de 95% de oxigênio em ar ambiente.
• Frequência respiratória: entre 18 a 20 mrpm.
Eliminações vesico-intestinais
• Deve-se avaliar as condições da bexiga, o útero deslocado ou
a bexiga palpável são sinais de bexigona, que requer
intervenção de enfermagem
imediata (SVD). Avaliar a
frequência, o volume e a dificuldade na micção. Orientar o
esvaziamento completo da bexiga para evitar estase
e
infecção.
• Deve-se incentivar a ingesta hídrica e de fibras, estimular a
deambulação precoce para ativar o peristaltismo intestinal.
A utilização do vaso sanitário ao invés da comadre também é
recomendável, por ser mais natural e confortável.
Musculatura abdominal
• A musculatura fica bastante distendida
durante a
gestação, perdendo muito da sua tonicidade. Exercícios
realizados gradual e persistentemente auxiliam a
recuperação da força e do tônus muscular. As estrias da
pele tendem a se tornar mais claras e diminuir, mas
não desaparecem completamente.
Vantagens dos exercícios
• Tonificar e fortalecer os músculos
do assoalho pélvico,
ajudando o útero a retornar ao seu estado pré-gravídico;
• Fortalecer a região lombar, que suportou um peso adicional
durante a gravidez;
• Aliviar a região pélvica, ajudando o retorno da curvatura
normal da coluna.
No puerpério os exercícios podem ser indicados já no segundo
dia pós-parto, dependendo da avaliação do estado geral da
mulher (incluindo lóquios, fadiga e desconforto).
• Respiração abdominal: sentada ou deitada com um travesseiro
sob a cabeça, com os braços juto ao corpo ou bem afastados, a
mulher
inspira
profundamente
utilizando
a
musculatura
abdominal, depois expira lentamente pela boca com os lábios
semifechados, enrijecendo os músculos abdominais.
• Balanceio pélvico: útil para corrigir a postura e para aliviar a
tensão da parte inferior da coluna. Pode ser realizada na posição
sentada ou em pé. Com os braços estendidos, a mulher contrai a
musculatura abdominal e a região glútea, elevando as costas;
depois pressiona-se contra a parede (se estiver em pé) ou contra a
cadeira (se estiver sentada). Esse exercícios fortalece as costas e
diminui o desconforto lombar causado pelo aleitamento materno.
• Exercícios de Kegel: melhoras
as condições dos
tecidos do períneo, fortalecendo a musculatura e
aumentando o controle urinário. A mulher deve
contrair o assoalho pélvico como se fosse aspirar água
pela vagina, sentindo um aperto da musculatura em
torno do ânus, vagina e uretra. Devem ser realizados no
mínimo três vezes ao dia, com trinta contrações em
cada uma.
• Esse exercício aumenta a satisfação sexual e reduz o
risco de incontinência urinária.
• Membros inferiores: deve-se investigar diariamente os
membros inferiores atentando para calor, edema e aumento
da sensibilidade.
• O teste de Homan consiste na flexão do pé para cima: se a
mulher sentir dor na panturrilha, é um sinal positivo de
Homan, devendo ser investigada tromboflebite. Oriente a
mulher a caminhar frequentemente para melhorar
a
circulação e reduzir o risco de trombose e de tromboflebite;
ela também pode elevar os membros inferiores quando for
amamentar seu filho.
Amamentação
• Na primeira mamada, a mãe deve dar em primeiro
lugar o peito esquerdo para que a criança tenha a
primeira refeição da vida de um lugar bem perto do
coração.
(tradição judaica).
• O profissional de enfermagem devem fazer todos os esforços
para proteger e apoiar o aleitamento materno, fornecendo
para as gestantes e puérperas ajuda clara, objetiva e
coerente sobre a prática da amamentação.
• Trabalhar
com AM requer muita paciência, pois as
informações não podem ser confusas. O profissional deve
demonstrar segurança e confiança no primeiro encontro e
afirmar na orientação que toda mulher é capaz de produzir o
alimento para seu filho, certamente transmitirá segurança à
nutriz, ao bebê e, consequentemente, ao companheiro e a
seus familiares.
Princípios básicos de aconselhamento
Escutar ativamente: observar o que a nutriz sabe;
Linguagem corporal: fazer a mãe sentir-se confortável,
aconselhar ambiente privado;
Atenção e empatia: responder as perguntas sem julgar;
Tomada de decisão: identificar a fonte de má
informação, oferecer informação básica e oportuna para
aquela situação.
Atribuições da equipe de enfermagem
• Ressaltar a importância do AM exclusivo até o sexto mês de vida e
seu prolongamento até os dois anos de idade com a introdução de
outros alimentos;
• Enfatizar que o aleitamento materno protege o bebê de infecções e
alergias;
• Orientar sobre o grupo de apoio ao aleitamento materno no local
mais próximo da comunidade;
• Examinar as mamas, verificando o tipo de mamilo, e demonstrar a
pega correta, ensinando todo o manejo da amamentação;
• Estimular a ordenha manual quando ela precisa retornar ao
trabalho e seu direito de ficar junto do filho para amamentá-lo.
Benefícios do leite materno
• Fornece de modo insubstituível o alimento ideal e perfeito para o
crescimento e desenvolvimento do lactente;
• Tem influência biológica e emocional tanto sobre a saúde da
mulher quanto da criança, estabelecendo relação afetiva;
• Protege contra diarreia e desidratação por ter propriedades anti-
infecciosas;
• Favorece o desenvolvimento da estrutura facial e de suas funções
(mastigação, fala, alinhamento dos dentes e respiração);
• Auxilia no espaçamento dos partos;
• Ajuda a diminuir as despesas da casa (é grátis).
Hormônios responsáveis pela lactação
Prolactina
• Produzida
na
Ocitocina
adeno-hipófise,
liberada em maior quantidade à
noite, atua nos alvéolos para a
produção de leite. Sua ação se dá
depois
que
a
criança
mama,
produzindo leite para a próxima
mamada, quanto mais a criança
mamar maior é a liberação da
prolactina, e mais leite é produzido.
Inibe a ovulação, retardando o
retorno
da
menstruação.
fertilidade
e
• Produzida na neuro-hipófise, atua
nas células mioepiteliais fazendo
contração
dos
alvéolos
e
promovendo a ejeção do leite. A
mulher refere sentir as contrações
da descida do leite. A liberação de
ocitocina
está
associada
à
tranquilidade, à visualização do
bebê, ao pensar no filho com
carinho.
Atua
também
na
contração uterina, diminuindo a
perda sanguínea e ajudando na
involução do útero.
Tipos de leite materno
Colostro: produzido após o parto, tem cor amarelo-gema, aumenta
um pouco no segundo ou terceiro dia (apojadura);
Leite de transição: misture-se ao colostro, e tem cor amarelo-clara,
pode durar até uma semana, num processo de clareamento;
Leite branco: produzido no alvéolos entre as mamadas, sob a ação
constante da prolactina, células secretoras dos alvéolos retiram do
sangue materno água, proteínas, gordura, lactose, sais minerais,
vitaminas e anticorpos;
Leite de aspecto claro: formando nos intervalos da a[mamadas, é
rico em vitaminas e sais minerais e fatores de proteção, mas pobre
em gordura e proteína.
Tipos de mamilos
Mamilo normal ou protuso: com o bico saliente;
Mamilo plano: com o bico achatado;
Mamilo invertido ou umbicado: com o bico virado para
dentro.
Orientação para mamilo invertido ou plano
• Pressionar com o dedo polegar e o indicador a porção da
aréola próxima ao mamilo: se for plano ele ficará saliente; se
for invertido, ele vai retrir para dentro do tecido mamário.
• Usar sutiã com orifício central, para que o mamilo fique
atritando com a blusa, ou utilizar um dedal de plástico,
colocando dentro dele a maior parte do mamilo e pressionado
com o sutiã apertado;
• Após o banho, passar a toalha seca no mamilo para que seu
tecido vá se fortificando.
Fortificar o tecido mamário
Tomar banho de sol nos mamilos por 15 minutos por
dia, ou banho de luz utilizando uma lâmpada de 40
watts a um palmo de distância;
Não usar cremes, pomadas ou sabonete no mamilo, o
objetivo é fortificar o tecido, e não afiná-lo;
Evitar expressão do mamilo durante a gestação para
retirada do colostro, pois poderá escarificar o mamilo,
além de ser uma porta de entrada para micro-
organismos, principalmente quando não ocorre a
lavagem das mãos.
Ajudando a mãe a amamentar
• Em primeiro lugar observar a mamada para reconhecer
se a criança está sugando em boa ou má posição.
• Uma boa posição caracteriza-se quando:
-o corpo da criança encostado ao da mãe, e de frente para
ela (barriga com barriga);
-o rosto está perto da mama e o queixo está encostado;
-a boca está aberta, pegando a maior parte da aréola;
-o lábio superior e inferior estão voltados para fora,
agindo como uma ventosa. (boquinha de peixe).
• Quanto ao posicionamento da mãe, ela deverá:
-estar confortável (seja sentada ou na cama);
-olhar para o bebê e perceber tranquilidade;
-ouvir a criança engolindo lenta e profundamente;
-observar que a criança deglute e respira, fazendo a
pausa;
-sentir que a criança ficou feliz e satisfeita depois da
mamada.
Rachaduras e fissuras
• Medidas preventivas contra rachaduras e fissuras:
-assegurar uma boa pega, evitando que o bebê faça do bico uma
chupeta;
-expor as mamas ao sol por cerca de 15 minutos, respeitando o
horário de sol fraco (antes das 9hs e depois das 16hs);
-passar o próprio leite sobre o mamilo após cada mamada, além de
cicatrizante, o leite materno age como bactericida;
-manter as mamas arejadas.
• Medidas proibitivas:
-usar óleos, pomadas ou cremes;
-não esfregar os mamilos com toalhas, buchas e esponjas tentando
retirar o tecido de cicatrização (casquinhas e crostas).
Cuidados com as rachaduras e fissuras
• Informar a necessidade de examinar as mamas para verificar o
tipo de rachadura;
• Falar da importância da lavagem das mãos sempre que for tocar
na mama, pois a fissura é um porta aberta para micro-organismos
que podem causar mastite;
• Realizar a flexibilidade areolar:
-apoiar a mama com a mão esquerda;
-utilizar os dedos da mão direita segurando a região areolar nas
bordas;
-movimentar delicadamente a aréola para os lados, para cima e para
baixo, testando a maleabilidade.
• Corrigir a posição da criança;
• Identificar uma fissura pequena, recomendar à mãe que:
-garanta que seu bebê esteja realizando a pega;
-amamente normalmente e nos horários habituais;
-mantenha a aréola flexível.
-oferecer o mamilo menos rachado;
-não permitir que a criança sugue por muito tempo;
-caso a mama fique cheia ou apresente muita dor, faça a ordenha e
ofereça o leite no copinho;
-se a rachadura for muito grande suspenda temporariamente o
oferecimento da mama rachada;
-ordenhe a mama nos horários correspondentes;
-ofereça leite no copinho e, se sobrar, guardar o leite cru para uma
emergência na geladeira por no máximo duas horas.
Ingurgitamento mamário
O ingurgitamento mamário é causado basicamente pelo acúmulo de
leite nas mamas, fazendo com que a oferta seja maior que a procura.
Avaliação da mama:
-lavar as mãos e calçar as luvas de procedimento, ressaltando que
mulheres soropositivas não podem realizar a amamentação;
-palpar toda a mama, no sentido da aréola para a base;
-se a mulher não sentir dor à palpação, não aparecerem nódulos ao
pressionar as mamas, o leite ejetar sem necessidade de massagem e
houver um equilíbrio entre a oferta e a procura, não é necessário
nenhum cuidado;
-se houver queixa de dor ao palpar a mama, significa que a oferta está
sendo maior que a procura, e o acúmulo de leite nos alvéolos e nos
canais impede que o leite seja secretado, nessa situação deve-se ser
realizado a ordenha.
Mastite
• Mastite consiste em uma infecção aguda da mama lactante
causada por micro-organismos mamários. A má sucção do
bebê pode causar a obstrução dos canais da mama,
impedindo a drenagem do leite. Outro fator de mastite é o
mamilo apresentar um porta de entrada para MO (como as
fissuras e rachaduras). Os sinais clássicos são:
-presença de edema;
-calor;
-rubor e tumoração.
Orientações
• Higiene das mãos antes das mamadas;
• Ensinar a técnica correta do abocanhamento e posicionamento do
bebê;
• Oferecer somente o seio materno;
• Manter equilíbrio entre oferta e procura;
• Proibir a utilização de compressas quentes para a drenagem do
leite;
• Recomendar o repouso da mulher;
• Oferecer a mama afetada por pelo menos 15 minutos;
• Ordenhar a mama após a sucção do bebê;
• Impedir que o leite seque devido à mastite.
Aleitamento cruzado
• O aleitamento cruzado é proibido para mulheres HIV
positivas, essa informação deve ser sempre reforçada às
mulheres que se encontram no puerpério.
Inibição láctea
• Para realizar a inibição láctea, primeiramente devemos avaliar a
condição
das
mamas,
verificando
se
elas
estão
endurecidas,
ingurgitadas ou doloridas. Se estiverem ingurgitadas, devemos
ensinar a técnica da ordenha manual. Após o completo esvaziamento
das mamas, podemos usar uma bolsa de gelo em toda a mama, não
deixando que o gelo permaneça em um único ponto, o ideal é rodar
por toda a mama para que faça constrição. Aplicar no máximo por
vinte minutos e seis vezes ao dia.
• Pode ser utilizado também compressas de água fria, alternando os
locais da mama, evitar a manipulação , pois o atrito da mão provoca
vasodilatação e estimula a secreção láctea. Após enfaixar as mamas
ou utilizar um sutiã apertado, se continuar produzindo leite
comunicar o obstetra.
Ordenha manual
• O princípio da ordenha manual baseia-se na dinâmica da sucção do bebê.
Etapas:
-lavar as mãos e calçar as luvas;
-limpar a aréola com água limpa;
-posicionar o vasilhame de vidro abaixo da aréola;
-colocar o polegar na aréola acima do mamilo e o indicador por baixo;
-pressionar o polegar e o indicador um pouco para dentro, contra a parede do
tórax;
-pressionar a aréola atrás do mamilo entre o polegar e os seios lactíferos, abaixo
da aréola, e soltar em seguida, em movimentos alternados;
-repita a etapa também nas laterais para que o leite seja retirado de todos os
segmentos da mama;
-repita a técnica da ordenha quantas vezes forem necessárias.
• FIM!!
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Aula 13 – Assistência de enf no alojamento conjunto