DISCERNIR OS TEMPOS
Além deste, podemos citar vários outros motivos porque devemos
estudar profecias:
1) Sua importância nas Escrituras é estabelecida pelo fato de que
25% da Bíblia é composta de profecias. Convém mencionar
que todas elas, com uma única excessão, são literais.
2) Há a promessa da iluminação do Espírito Santo no estudo das
profecias (Jo.16:13).
3) A profecia serve de consolo para os crentes (IITs.1:4-10;
Hb.10:32-39).
4) As profecias causam influência nos descrentes (Is.44:28;
IICr.36:22,23; Ed.1:1,2).
5) Devemos estudar as profecias para combater as falsas
interpretações dada pelas seitas.
6) As profecias nos dão claras orientações para os últimos dias.
7) As profecias nos incitam à uma vida de pureza (I Jo.3:1-3).
8) Oferece equilíbrio doutrinário na vida do estudante de
profecias.
Deus nos dará compreensão apenas às coisas que nos foram
reveladas (Dt.29:29), mas as coisas encobertas pertencem ao
Senhor nosso Deus, e não nos "compete conhecer tempos ou
épocas que o Pai reservou para sua exclusiva autoridade“
(At.1:7).
COMPREENDENDO ALGUMAS
INTERPRETAÇÕES ESCATOLÓGICAS
ESCATOLOGIA CONSISTENTE
ESCATOLOGIA REALIZADA
ESCATOLOGIA INAUGURADA
ESCATOLOGIA CONSISTENTE
Alguns defendiam que a
essência do cristianismo era de
caráter ético. O estabelecimento do
reino de Deus não se daria de
forma cataclística (como a 2ª vinda
de Cristo), mas seria introduzido
progressivamente através dos
esforços dos cristãos.
Um dos grandes defensores desta idéia
escatológica foi Albert Schweitzer (1875-1965)
"Segundo a Escatologia Consistente de Scheweitzer, Jesus, crendo ser o Messias
de Israel, descobriu que a consumação não chegou quando Ele a esperava (cf.
Mt.10:23) e aceitou de bom grado a morte, a fim de que a sua parousia com o
Filho do Homem pudesse ser forçosamente realizada. Visto que a roda da
história não atenderia ao toque de sua mão, girando para completar sua última
volta, Ele se lançou sobre ela e foi quebrado por ela, apenas para dominar a
história decisivamente por meio do seu fracasso, mais do que poderia ter feito
se tivesse realizado sua ambição mal interpretada. A mensagem dele, conforme
sustentava Schweitzer, era totalmente escatológica no sentido exemplificado
pelo apocalipcismo contemporâneo mais grosseiro. Seus ensinos éticos eram
planejados para o período entre o início do seu ministério e a sua manifestação
em glória. Mais tarde, quando se percebeu que a morte dele destruíra as
condições escatológicas, ao invés de introduzí-las, a proclamação do reino foi
substituída pelo ensino da igreja".
Parousia: Palavra grega usada no N.T. que significa vinda (Mt.24:3,27,37,39;
ITs.2:19;3:13;4:15;5:23;
IITs.2:1,8;
Tg.5:7;
IIPe.1:16;3:4,12;
IJo.2:28),
aparecimento (IITs.2:9).
ESCATOLOGIA CONSISTENTE
A Escatologia Consistente defende a
idéia de que Jesus não consumou suas
predições escatológicas.
Nenhum dos fatos "previstos" por Jesus
se cumpriram, mas os fatos foram
forjados e adaptados às circunstâncias
históricas. Jesus previa o óbvio,
planejando sistematicamente suas ações,
mas nem sempre o óbvio acontecia,
portanto Jesus teve que adaptar suas
previsões escatológicas.
Por isso essa escatologia recebeu o
nome de consistente, porque devia ser
consistente (de acordo) com os fatos.
ESCATOLOGIA REALIZADA
Enquanto
a
Escatologia
Consistente
considerava que os eventos antecipados por Jesus
nunca ocorreram, a Escatologia Realizada, ao
contrário, afirmava que os eventos já haviam
ocorrido, já tinham sido realizados.
Um dos grandes defensores desta idéia
escatológica foi Charles H. Dodd (1884-1973).
Para Dodd "a nova era já está aqui; Deus
estabeleceu o reino. O conceito
mitológico do dia do Senhor foi
transferido a um evento histórico
específico que já ocorreu, ou, na
realidade, a uma série de tais eventos - o
ministério, a morte e a ressurreição de
Jesus Cristo. A escatologia foi cumprida
ou 'realizada'. Aquilo que era futuro nos
tempos das profecias do Antigo
Testamento tornou-se presente. Ao invés
de procurar duas vindas de Cristo,
devemos entender que há apenas uma;
devemos interpretar estas 'predições' à
luz das suas declarações de que o Reino
de Deus está aqui - está próximo. Jesus
não estava falando de como seria, mas
de como era".
ESCATOLOGIA INAUGURADA
George E. Ladd chama a percepção distinta de textos,
como os acima, de Escatologia Inaugurada, que guardam coerência
com as palavras e ensinos de Jesus e com todo o Novo Testamento.
O período da encarnação de Cristo, sua vida, paixão, exaltação, o
derramamento do Espírito Santo e o chamado dos gentios para se
integrarem ao Novo Israel (o povo de Deus) e o cumprimento das
predições proféticas a respeito do fim é, de fato, a Escatologia
Bíblica.
Um dos grandes defensores desta idéia
escatológica foi George Eldon Ladd (1884-1973).
O resumo de tudo é que, o "tempo do fim", ou
últimos dias, começou com a encarnação de
Jesus e vai até o início do estado eterno futuro, e
disso falaram todos os profetas. De acordo com
Russell Shedd, o Reino de Deus veio na pessoa
de Jesus Cristo e seu ministério, de forma
legítima, mas não na sua totalidade.
Concluímos finalmente que a questão do
estabelecimento do Reino de Deus na terra, no
qual existe uma tensão até que tudo se cumpra,
é o que chamamos de "já", mas "ainda não" da
esperança cristã, isto é, já iniciou-se a sua
implantação mas ainda não de forma completa.
LINHAS DE RACIOCÍNIO ESCATOLÓGICO
LINHA IDEALISTA
A linha idealista (ou simbólica) tira o
elemento temporal da apocalíptica. Os
símbolos ou eventos que descreve não
ocorrerão em qualquer ponto específico
na história, mas, sim, representam e
apresentam verdades eternas, verdades
acerca da natureza da realidade ou da
existência humana que ou estão
continuamente presentes ou recorrem
continuamente. Não perguntamos delas:
'Quando?' mas, sim, 'O quê?'
LINHA FUTURISTA
A linha futurista faz os elementos
proféticos e apocalípticos nas
Escrituras
referirem-se
primeiramente a um 'tempo do
fim' quando todos os eventos
virão a acontecer. A maior parte
dele ainda é futuro para nós,
como era para aqueles que viviam
nos tempos bíblicos.
LINHA HISTORICISTA
A linha historicista considera que
a apocalipse pertencia aos
eventos que ainda eram futuros
na ocasião em que foram
descritos (o período bíblico), mas
que já ocorreram e continuam a
ocorrer dentro da vida histórica
da igreja.
LINHA PRETERISTA
A abordagem preterista considera
que o cumprimento da apocalíptica
ocorreu
mais
ou
menos
contemporaneamente
com
o
registro bíblico dela. Destarte, os
'últimos tempos' já teriam
acontecido quando o escritor
bíblico os descreveu".
A CHEGADA DO REINO DE DEUS
O Reino de Deus é o tema central da
pregação de Jesus e, por extensão,
da pregação e ensino dos apóstolos.
A chegada do Reino de Deus, portanto, bem como
sua permanência e consumação final, deve ser
vista como um aspecto essencial da escatologia
bíblica. Georg Ladd faz o seguinte comentário:
“Uma vez que a missão histórica de Jesus é vista
pelo Novo Testamento como um cumprimento da
promessa
vétero-testamentária,
toda
a
mensagem do Reino de Deus incorporada nos
atos e palavras de Jesus pode ser incluída na
categoria da escatologia”
JOÃO BATISTA E
“AQUELE QUE
HAVERIA DE VIR”
João Batista veio pregando no deserto da Judéia,
dizendo: “Arrependei-vos, porque está próximo o reino
dos céus” (Mt 3.2)
João exortava seus ouvintes,
preparando para a vinda deste
Reino, que seria inaugurado pelo
Messias, designado apenas como
“O que Haveria de Vir”
João viu a missão d Aquele que
Haveria de Vir como sendo
primeiramente de separação:
aqueles que se arrependessem
ele salvaria, e julgaria os que não
se arrependessem.
Ele tinha pregado que o Messias vindouro iria tanto
“recolher o seu trigo no celeiro” como queimar a palha
em fogo inextinguível (Mt 3.12).
Quando João estava na prisão,
começou a refletir sobre o fato de
que, embora tivesse visto Jesus
realmente recolhendo trigo, não
o vira queimando palha. Isso
levou João a enviar seus
discípulos a Jesus, e a perguntar:
“És tu aquele que estava para vir,
ou havemos de esperar outro?”
(Mt 11.3).
Na resposta, Jesus citou profecias do Antigo Testamento
que estavam sendo cumpridas em seu ministério;
profecias acerca dos cegos recebendo sua visão e dos
coxos sendo reabilitados (Mt 11:4-5).
Jesus também anunciou a vinda
do Reino, em palavras que
soavam
semelhantemente
àquelas de João Batista: “O tempo
está cumprido e o Reino de Deus
está próximo 5; arrependei-vos e
credes no evangelho” (Mc 1.15).
A chave para a diferença é encontrada
nas palavras de Jesus: “O tempo está
cumprido”.
Jesus disse que o tempo predito
pelos profetas agora estava
cumprido (Lc 4.21), e que o Reino
agora estava presente na sua
própria pessoa. Dessa forma, por
exemplo, Jesus podia dizer o que
João Batista nunca falou: “O Reino
de Deus é chegado sobre vós” (Mt
12.28; Lc 11.20)
João foi o precursor do Reino, mas
ele próprio ficou do lado de fora
dele; ele anunciou a nova ordem
de coisas, mas não era ele próprio
parte dela.
A promessa foi cumprida na ação de Jesus: em sua
proclamação das boas novas para os pobres, liberdade
para os cativos, visão restaurada para o cego, libertando
aqueles que eram oprimidos. Isso não era uma teologia
nova ou nova idéia ou nova promessa; era um novo
evento na história”
Podemos dizer, portanto, que Jesus mesmo inaugurou o
Reino de Deus cuja vinda tinha sido predita pelos profetas
do Antigo Testamento. Por causa disso, nós devemos ver o
Reino de Deus sempre como indissoluvelmente ligado à
pessoa de Jesus Cristo. Nas palavras e feitos de Jesus,
milagres e parábolas, ensino e pregação, o Reino de Deus
estava dinamicamente ativo e presente entre os homens.
O QUÊ SIGNIFICA: basileia tou theou
Um lugar geográfico?
Um estado de espírito?
Um espaço onde Jesus governa?
1º SIGNIFICADO
Não há dúvida de que o primeiro
significado, é especialmente o de domínio
como exercício da dignidade real, é
pronunciamentos centrais acerca do “Reino
dos Céus” nos Evangelhos. Então, o
significado espacial do Reino é secundário.
Quando o texto diz que o basileia tou theou
“está próximo”... não deveríamos pensar
primeiramente em uma entidade espacial ou
estática que esteja descendo dos céus, mas antes
em um governo real divino que de fato e
efetivamente começa sua operação; por causa
disso, devemos pensar na ação divina do rei.
2º SIGNIFICADO
Fica evidente, portanto, que o Reino de Deus,
como descrito no Novo Testamento, não é um
estado de atividade realizada através de
conquistas humanas, nem a culminação de
esforços humanos extenuantes. O Reino é
estabelecido pela graça soberana de Deus e suas
bênçãos devem ser recebidas como dons dessa
graça.
A tarefa do homem não é trazer o Reino para a
existência, mas nele ingressar pela fé, e orar para que ele
seja mais e mais capacitado a submeter-se ao governo
beneficente de Deus, em todas as áreas de sua vida. O
Reino não é a escalada ascendente do homem para a
perfeição mas a irrupção de Deus na história humana.
3º SIGNIFICADO
Dever-se-á acrescentar que o Reino de
Deus inclui tanto um aspecto positivo como um
negativo. Ele significa redenção para aqueles
que o aceitam e nele ingressam pela fé, e juízo
para aqueles que o rejeitam. Jesus deixa isto
muito claro em seus ensinos, especialmente em
suas parábolas.
Aquele que ouve as palavras de Jesus, e as
pratica, é como um homem que constrói sua casa
sobre a rocha, enquanto aquele que ouve as
palavras de Jesus, mas não as pratica, é
semelhante ao homem que constrói sua casa sobre
a areia - e grande foi a sua queda (Mt 7.24-27).
SINAIS DO REINO DE DEUS
•Expulsão de demônios: Mt 12:28
•Queda de Satanás: Lc 10:18
Resta dizer que esta vitória sobre Satanás, embora decisiva, ainda
não é final, uma vez que Satanás continua ativo durante o ministério
subseqüente de Jesus (Mc 8.33; Lc 22.3 e 31).
•Realização de Milagres: Mt 11:4-5
•Pregação do Evangelho: Mt 11:5
•Perdão do Pecados: Mc 2:10
O ESTADO INTERMEDIÁRIO
A ESCATOLOGIA INDIVIDUAL E A
ESCATOLOGIA CÓSMICA
A ESCATOLOGIA INDIVIDUAL
O FUTURO DO INDIVÍDUO: O que acontece depois que
um indivíduo morre?
A ESCATOLOGIA CÓSMICA
O FUTURO DO RAÇA HUMANA: O que acontecerá
com todas as pessoas simultaneamente.
A REALIDADE DA MORTE
Hb 9:27
A NATUREZA DA MORTE
A morte física – O cessar da vida em
estado corpóreo: Mt 10:28
A morte espiritual – A separação entre
a pessoa e Deus: Ef 2:1-2
A morte eterna – A separação completa
e eterna (total) de Deus: Ap 20:6
OS EFEITOS DA MORTE
A morte é uma maldição para o descrente – Todo descrente está
afastado de Deus e da oportunidade de obter vida eterna.
A morte se torna uma ameaça: Rm 5:14
O crente passa pela morte física, mas sua maldição (juízo)
desaparece. Embora experimentemos a morte física, não
provamos seu pavor e poder amedrontador. (1Co 15:54-57)
A morte se torna desejável: Fp 1:20-23
CONCEPÇÕES CORRENTES DO
ESTADO INTERMEDIÁRIO
O SONO DA ALMA
Uma das concepções mais populares é o
chamado Sono da Alma. Essa é a idéia de que a
alma descansa em um estado de inconsciência
entre a morte física e a ressurreição.
Conceito padrão nos estudos adventistas.
Temos textos abundantes para este conceito:
1- At 7:60
2- At 13:36
3- 1Co 15:6,18,20,51
4- 1Ts 4:13-15
5- Jo 1:11-14
Segundo este conceito, nada do indivíduo
sobrevive a morte física.
O PROBLEMA DESTA CONCEPÇÃO
Referências bíblicas de existência consciente:
•Lc 16:19-31
•Lc 23:43
•Lc 23:46
Seriam todas as referências concernentes ao
Sono da alma (adormecer) uma figura de linguagem?
Se nada da pessoa sobrevive a morte
física, qual será a base para a identidade
da pessoa que ressuscitar?
O PURGATÓRIO
Uma das concepções criadas pela igreja católica
apostólica romana. O purgatório é um lugar
reservado para as pessoas que apesar de estarem
debaixo da Graça, ainda não foram totalmente
aperfeiçoadas. Um lugar temporário de
sofrimento para aqueles que ainda não estão
livres de certos pecados veniais.
A base bíblica para a doutrina é Mt 12:32.
Estudiosos católicos afirmam que certos pecados
Só poderão ser perdoados no mundo por vir.
A base católica está em 2Macabeus 12:43-45
O PROBLEMA DESTA CONCEPÇÃO
O texto de Mt 12:32 interpretado pela tradição católica é
um tanto forçado, pois o textos não sugere que pecados
Serão perdoados no mundo vindouro.
O conceito do Purgatório também sugere
a salvação pelas obras, com isso, a
expiação de Cristo seria parcial e não
total.
Ensino contrário a:
•Gl 3:1-14
•Ef 2:8-9
O texto de 2Macabeus 12 é um texto apócrifo não
autorizado pela tradição. Portanto seu uso como base
de uma doutrina importante como essa é indevido.
A RESSURREIÇÃO INSTANTÂNEA
Uma das concepções recentes que tem
avançado neste dias é o da Ressurreição
Instantânea. Isto é, logo após a morte o
crente recebe o corpo ressurreto
prometido.
O texto usado pelo teólogo W. D. Davies
(autor desta idéia) é 2Co 5: 1- 3. Segundo
Davies, Paulo não acreditava em um
“estado” intermediário.
O PROBLEMA DESTA CONCEPÇÃO
Existem abundantes textos em que Paulo fala de um
corpo glorificado “futuro”:
•Fp 3:20-21
•1Ts 4:16-17
•Rm 2:3-16
•1Co 4:5
•2Tm 2:4-8
UMA SOLUÇÃO PARA O
ESTADO INTERMEDIÁRIO
HARMONIZANDO A BÍBLIA E A RESSURREIÇÃO
Precisamos compreender a distinção
entre: Geena e Hades.
Geena: Lugar de punição e tormento
permanentes, designado para o juízo
final. Mc 9:43-48.
Hades: Estado que permanecerão os
ímpios entre a morte física e a
ressurreição. Mt 10:28
As duas palavras são
traduzidas no NT como
“INFERNO”, porém suas
conotações são diferentes.
HARMONIZANDO A BÍBLIA E A RESSURREIÇÃO
Existem indicações claras que os crentes
que morrem no Senhor serão levados
imediatamente à um estado de benção e
bem aventurança:
•Mt 16:18-19
•Lc 23:43
•Fp 1:19-26
UMA SOLUÇÃO PARA O
ESTADO INTERMEDIÁRIO
Não tenham medo dos que matam o corpo, mas não podem
matar a alma. Antes, tenham medo daquele que pode destruir
tanto a alma como o corpo no inferno. Mt 10:28
Download

05 – as profecias - Pr. Wilian Gomes