A Coluna
Tradicionalmente, a coluna jornalística sempre esteve
ligada à ideia de uma seção fixa, geralmente disposta
na vertical (daí, a imagem de coluna) escrita por um
mesmo jornalista sobre algum tema da atualidade.
No entanto, esta concepção de coluna foi
didaticamente definida como sendo o comentário,
segundo classificação feita por Marques de Melo.
Ainda segundo Marques de Melo, conceitualmente a
coluna é definida como a composição de pequenas
notas jornalísticas, combinadas ou não com fotos e
imagens, formando um mosaico de informações.
A Coluna
Portanto, não está errado se referir à “coluna” do Juca
Kfouri, ou da Mírian Leitão, ou ainda do Clóvis Rossi
(dentre outros). Porém, didaticamente – como já foi
visto em sala – tais jornalistas se encontram na
categoria de comentaristas e não colunistas, na
abordagem feita por Marques de Melo.
Para nossa abordagem no Jornalismo Opinativo, serão
considerados colunistas aqueles jornalistas que se
enquadrem no conceito trazido por Marques de Melo.
Ex: Monica Bergamo, Elio Gaspari, Jarbas Rodrigues,
Arthur Rezende etc.
Quem escreve a coluna?
Jornalistas com grande trânsito no meio em
que a coluna é especializada.
Por exemplo, para colunistas de política, é
fundamental que o jornalista tenha muito
conhecimento sobre os bastidores da política
representativa.
Características da coluna
1 – Diagramação e formatação fixas
A coluna tem título e cabeçalho constantes.
A disposição do texto (das notas e imagens)
mantém a mesma diagramação, com raras e
pequenas mudanças de uma edição para outra.
Características da coluna
2 – Sensação do leitor em fazer parte da “sociedade”
A coluna propicia nos leitores a sensação de estar
participando da chamada “sociedade”.
Ao falar das particularidades daquele meio –
político, econômico, esportivo, do entretenimento
etc – o colunista compartilha com seus leitores a
sensação de proximidade a essas personalidades.
Não raro, o texto do colunista dá uma ideia de
confidência sobre um fato ao seu público leitor.
Características da coluna
3 – Jornalismo pessoal
O texto e a abordagem sobre o que é noticiado têm a marca do
colunista. Ao ler à coluna, não se tem dúvidas da autoria do
texto.
Não raro, o jornalista cria expressões que o identificam no
texto.
Ex.: Elio Gaspari sempre se refere ao Lula como “Nosso Guia”,
dado o perfil messiânico do presidente do Brasil.
Já Marcos Cipriano costuma usar a metáfora “fulano andou
comendo a ambrosia do Palácio das Esmeraldas” para dizer que
uma personalidade política se encontrou com o Governador
para articular coligações, projetos e/ou conchavos.
ATENÇÃO!
Apesar de todo o tom pessoal, o colunista costuma trabalhar
com uma equipe de informantes, ou mesmo de redatores. Em
alguns casos, eles são citados pelo colunista (“com a
colaboração de Fulano, Sicrano e Beltrano”).
Características da coluna
4 – Plantação de notícias
A coluna é o espaço por excelência para a prática da
chamada “plantação” de notícias. Geralmente, alguém
interessado em provocar um determinado efeito no meio
em que vive tenta inserir uma informação em uma coluna
sobre este meio.
Ex.: um lobista interessado em fazer aumentar o valor das
ações de uma empresa pode tentar convencer o colunista
de que esta empresa está prestes a receber novos
investimentos. A publicação desta informação de
bastidores pode provocar a valorização desejada.
Outro exemplo: o agente de um jogador de futebol pode
tentar convencer o colunista de que este jogador está
sendo sondado por um time europeu. Se divulgada, esta
informação pode fazer com que o “passe” do jogador seja
valorizado.
Características da coluna
5 – Alimenta vaidades
Segundo Edgar Morin, vivemos na modernidade o que
ele denomina de olimpismo moderno. Trata-se de uma
referência aos deuses do Olimpo, na Grécia Antiga.
No entanto, na modernidade, os chamados “novos
deuses” são personalidades do mundo da mídia.
Há um processo de fetichização dessas pessoas que,
“endeusadas” pelo mundo midiático, transformam-se
em intocáveis, em modelos de beleza, sucesso
financeiro ou de comportamento.
Neste sentido, a coluna é repleta de futilidades e
frivolidades.
Alguns exemplos de coluna
Jornal O Popular
Giro – Jarbas Rodrigues (Política)
Spot – Ciça Carvello/Renata Santos
(Coluna social)
Arthur Rezende (Coluna social)
Jornal Folha de São Paulo
Mônica Bergamo
(Coluna social, política e cultural)
Elio Gaspari (Política)
– também publicada em O Popular
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