"Posso fazer dez poemas por dia, porque
eu sei fazer. Mas nunca farei isso. Eu
sempre fui assim, sempre escrevi o
poema necessário."
"Quando o poema chega, é
um acontecimento inusitado, uma
erupção, como um vulcão. Está tudo
bem e de repente ele começa a colocar
fogo pela boca."
Daniele Neves
Fernando Wolter
Morgana Marangone
Guilherme Siqueira
MUNDIAL
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Fim da 2° G. M
Início da ONU
Início da Guerra Fria
BRASIL
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Fim da ditadura de
Getúlio Vargas
Início do processo de
redemocratização no
país
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José Ribamar Ferreira nasceu em São Luiz
do Maranhão em 1930
Aos 21 anos mudou para o RJ – amizade com
pessoas da Vanguarda
Escrevia teatros
Neoconcretista – M. de cultura popular
Auto – Exílio na Argentina e França com
volta em 1977

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1990
Abstinência de 12 anos
54 poemas
4 partes




Muitas Vozes
Aos Rés da Fala
Poemas Recentes
Poemas Resgatados
Meu poema
se dizes pêra,
é um tumulto
a fala
que nele fala
outras vozes
arrasta em alarido.
acende-se um clarão
um rastilho
de tardes e açucares
ou
se azul dizeres,
pode ser que se agite
o Egeu
em tuas glândulas)
(estamos todos nós
cheios de vozes
que o mais das vezes
mal cabem em nossa voz:
A água que ouviste
num soneto de Rilke
os ínfimos
rumores no capim
o sabor
do hortelã
(essa alegria)
a boca fria
da moça
o maruim
na poça
a hemorragia
da manhã
tudo isso em ti
se deposita
e cala
Até que de repente
um susto
ou uma ventania
(que o poema dispara)
chama
esses fósseis à fala.
Meu poema
É um túmulo, um alarido:
Basta apurar o ouvido.





Referências autobiográficas – terra natal ,
familiares , experiências pessois
Questionamento existencial
Imagens do cotidiano
A morte – vida
Referência a lugares
“De soar nas palmeiras
e mangueiras
e de solitárias águas
brasileiras
(que eram
brasileiras aquelas águas)
ali parecidas
vindas
do corpo do planeta
no Maranhão na ilha
de São Luíz
atravessada de ventos
que nos enredavam
os cabelos”
“fogem
Os séculos
no capim(entre
os talos)
próximo à estação
Da Estrada de Ferro São
Luíz- Teresina
REDUNDÂNCIAS
“Ter medo da morte
é coisa dos vivos
o morto está livre
de tudo o que é vida
Ter apego ao mundo
É coisa dos vivos
Para o morto não há
(não houve)
Raios rios risos
E ninguém vive a morte
Quer morto quer vivo
Mera noção que existe
Só enquanto existo”
Filhos
A meu filho Marcos
Daqui escutei
quando eles chegaram rindo
e correndo
entraram
na sala
e logo
invadiram também
o escritório
(onde eu trabalhava)
num alvoroço
e rindo e correndo
se foram
com sua alegria
Se foram
Só então
Me perguntei
Por que
Não lhes dera
Maior
Atenção
se há tantos
e tantos
anos
não os via
crianças
já que
agora
estão os três
com mais
de trinta anos”
“Para além da porta
na sala nos quartos
o silêncio cheirava
àquela família”
“Mas era macio
nas folhas caladas
do quintal
vazio”
“Que rumor era
esse? barulho
que de tão oculto
só o olfato
o escutava?”
“ A luz da manhã era
leitosa e não se via o
leiteiro na esquina
da Carlos Sampaio”
PELE SOBRE PELE
Agitado no ar
o lençol
me sobrevoa
ondula
E lentamente pousa
em meu corpo
(ao longo dele)
Quase tão leve
quanto minha pele
(ou o sono)
cujo peso não sinto
“e por baixo
com seu esporão
te fende te fode
e se fundem
no gozo”
“ Como possuí-la
quando está desnuda
se ela toda é chuva
se ela toda é vulva”
“ emergias da treva
as coxas o ventre
os seios
eram luas encantadas
e do centro
do teu corpo
a macia estrela negra
me chamava
para dentro de si”
INVENTÁRIO
“Vivo a pré-história de mim
Por pouco pouco
eu era eu
José de Ribamar Ferreira Gullar
Não deu
O Gullar que bastasse
não nasceu”

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Pitada de Concretismo
Versos livres
Pontuação livre
Versos brancos
Linguagem fácil e cru
Expressa sentimentos
Sinestesia
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
Ferreira Gullar no ano de 1999.
Ouvindo apenas
e gato e passarinho
e gato
e passarinho (na manhã
veloz
e azul
de ventania e ar
vores
voando)
e cão
latindo e gato e passarinho (só
rumores
de cão
e gato
e passarinho
ouço
deitado
no quarto
às dez da manhã
de um novembro
no Brasil)
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
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


Acerca do poema acima reproduzido, considere as seguintes
afirmativas:
I. No plano da linguagem poética, pelo menos um dos procedimentos
empregados pelo autor em Muitas vozes encontra-se exemplificado
em Ouvindo apenas: o texto espacializado (a linguagem de base
visual).
II. O sujeito lírico de Ouvindo apenas mantém-se desligado do
mundo objetivo, mostrando-se insensível a estímulos físicos.
III. O emprego de quadras e tercetos isométricos associa Ouvindo
apenas ao modelo estrutural do soneto.
IV. O poema justapõe dois registros da realidade: fora dos
parênteses, os elementos da realidade são relacionados de forma
objetiva; dentro dos parênteses, fica evidenciada a atuação do
componente subjetivo.
V. Embora use recursos do
fazer poético concretista,
Ferreira Gullar harmoniza a
ousadia formal com a representação da emoção.
Assinale a alternativa correta:
a) Somente as afirmativas I, IV e V são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas II, III e IV são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas II, III e V são verdadeiras.
e) Somente as afirmativas II, IV e V são verdadeiras

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Acerca do poema acima reproduzido, considere as seguintes
afirmativas:
I. No plano da linguagem poética, pelo menos um dos procedimentos
empregados pelo autor em Muitas vozes encontra-se exemplificado
em Ouvindo apenas: o texto espacializado (a linguagem de base
visual).
II. O sujeito lírico de Ouvindo apenas mantém-se desligado do
mundo objetivo, mostrando-se insensível a estímulos físicos.
III. O emprego de quadras e tercetos isométricos associa Ouvindo
apenas ao modelo estrutural do soneto.
IV. O poema justapõe dois registros da realidade: fora dos
parênteses, os elementos da realidade são relacionados de forma
objetiva; dentro dos parênteses, fica evidenciada a atuação do
componente subjetivo.
V. Embora use recursos do
fazer poético concretista,
Ferreira Gullar harmoniza a
ousadia formal com a representação da emoção.
Assinale a alternativa correta:
a) Somente as afirmativas I, IV e V são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas II, III e IV são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas II, III e V são verdadeiras.
e) Somente as afirmativas II, IV e V são verdadeiras

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Acerca do poema acima reproduzido, considere as seguintes
afirmativas:
I. No plano da linguagem poética, pelo menos um dos procedimentos
empregados pelo autor em Muitas vozes encontra-se exemplificado
em Ouvindo apenas: o texto espacializado (a linguagem de base
visual).
II. O sujeito lírico de Ouvindo apenas mantém-se desligado do
mundo objetivo, mostrando-se insensível a estímulos físicos.
III. O emprego de quadras e tercetos isométricos associa Ouvindo
apenas ao modelo estrutural do soneto.
IV. O poema justapõe dois registros da realidade: fora dos
parênteses, os elementos da realidade são relacionados de forma
objetiva; dentro dos parênteses, fica evidenciada a atuação do
componente subjetivo.
V. Embora use recursos do
fazer poético concretista,
Ferreira Gullar harmoniza a
ousadia formal com a representação da emoção.
Assinale a alternativa correta:
a) Somente as afirmativas I, IV e V são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas II, III e IV são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas II, III e V são verdadeiras.
e) Somente as afirmativas II, IV e V são verdadeiras

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Acerca do poema acima reproduzido, considere as seguintes
afirmativas:
I. No plano da linguagem poética, pelo menos um dos procedimentos
empregados pelo autor em Muitas vozes encontra-se exemplificado
em Ouvindo apenas: o texto espacializado (a linguagem de base
visual).
II. O sujeito lírico de Ouvindo apenas mantém-se desligado do
mundo objetivo, mostrando-se insensível a estímulos físicos.
III. O emprego de quadras e tercetos isométricos associa Ouvindo
apenas ao modelo estrutural do soneto.
IV. O poema justapõe dois registros da realidade: fora dos
parênteses, os elementos da realidade são relacionados de forma
objetiva; dentro dos parênteses, fica evidenciada a atuação do
componente subjetivo.
V. Embora use recursos do
fazer poético concretista,
Ferreira Gullar harmoniza a
ousadia formal com a representação da emoção.
Assinale a alternativa correta:
a) Somente as afirmativas I, IV e V são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas II, III e IV são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas II, III e V são verdadeiras.
e) Somente as afirmativas II, IV e V são verdadeiras
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Acerca do poema acima reproduzido, considere as seguintes
afirmativas:
I. No plano da linguagem poética, pelo menos um dos procedimentos
empregados pelo autor em Muitas vozes encontra-se exemplificado
em Ouvindo apenas: o texto espacializado (a linguagem de base
visual).
II. O sujeito lírico de Ouvindo apenas mantém-se desligado do
mundo objetivo, mostrando-se insensível a estímulos físicos.
III. O emprego de quadras e tercetos isométricos associa Ouvindo
apenas ao modelo estrutural do soneto.
IV. O poema justapõe dois registros da realidade: fora dos
parênteses, os elementos da realidade são relacionados de forma
objetiva; dentro dos parênteses, fica evidenciada a atuação do
componente subjetivo.
V. Embora use recursos do
fazer poético concretista,
Ferreira Gullar harmoniza a
ousadia formal com a representação da emoção.
Assinale a alternativa correta:
a) Somente as afirmativas I, IV e V são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas II, III e IV são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas II, III e V são verdadeiras.
e) Somente as afirmativas II, IV e V são verdadeiras
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Acerca do poema acima reproduzido, considere as seguintes
afirmativas:
I. No plano da linguagem poética, pelo menos um dos procedimentos
empregados pelo autor em Muitas vozes encontra-se exemplificado
em Ouvindo apenas: o texto espacializado (a linguagem de base
visual).
II. O sujeito lírico de Ouvindo apenas mantém-se desligado do
mundo objetivo, mostrando-se insensível a estímulos físicos.
III. O emprego de quadras e tercetos isométricos associa Ouvindo
apenas ao modelo estrutural do soneto.
IV. O poema justapõe dois registros da realidade: fora dos
parênteses, os elementos da realidade são relacionados de forma
objetiva; dentro dos parênteses, fica evidenciada a atuação do
componente subjetivo.
V. Embora use recursos do
fazer poético concretista,
Ferreira Gullar harmoniza a
ousadia formal com a representação da emoção.
Assinale a alternativa correta:
a) Somente as afirmativas I, IV e V são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas II, III e IV são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas II, III e V são verdadeiras.
e) Somente as afirmativas II, IV e V são verdadeiras
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Acerca do poema acima reproduzido, considere as seguintes
afirmativas:
I. No plano da linguagem poética, pelo menos um dos procedimentos
empregados pelo autor em Muitas vozes encontra-se exemplificado
em Ouvindo apenas: o texto espacializado (a linguagem de base
visual).
II. O sujeito lírico de Ouvindo apenas mantém-se desligado do
mundo objetivo, mostrando-se insensível a estímulos físicos.
III. O emprego de quadras e tercetos isométricos associa Ouvindo
apenas ao modelo estrutural do soneto.
IV. O poema justapõe dois registros da realidade: fora dos
parênteses, os elementos da realidade são relacionados de forma
objetiva; dentro dos parênteses, fica evidenciada a atuação do
componente subjetivo.
V. Embora use recursos do
fazer poético concretista,
Ferreira Gullar harmoniza a
ousadia formal com a representação da emoção.
Assinale a alternativa correta:
a) Somente as afirmativas I, IV e V são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas II, III e IV são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas II, III e V são verdadeiras.
e) Somente as afirmativas II, IV e V são verdadeiras
(Questão 13 PUC-PR 24/10/2010)
Observe o poema abaixo, retirado de Muitas
Vozes
(1999), de Ferreira Gullar:
Volta a São Luís
Mal cheguei e já te ouvi
gritar pra mim: bem te vi
E a brisa é festa nas folhas
ah, que saudade de mim!
O tempo eterno é presente
no teu canto , bem te vi
(vindo do fundo da vida
como no passado ouvi)
E logo os outros repetem:
bem te vi, te vi, te vi
Como outrora, como agora
como no passado ouvi
(vindo do fundo da vida)
Meu coração diz pra si:
as aves que lá gorjeiam
não gorjeiam como aqui.
A respeito do texto, marque a alternativa
INCORRETA:
A) Imbuído de um espírito criativo de
experimentação formal, Ferreira Gullar
demonstra no poema a sua sempre manifesta
inclinação ao concretismo, tendência a que adere
nos anos 1950 e da qual nunca se afastaria. O
poema citado é marcado pelo uso de verso livre,
com a exploração da imagem sendo uma de suas
inovações. É um poema que explora o conhecido
“cerebralismo” gullariano e sua recusa aos temas
sentimentais.
B) Trata-se de um poema em que se destaca a
tematização da memória, com o retorno do eu
lírico à cidade natal e às emoções a que ela se
liga, com a revivência, pela percepção do som
dos pássaros, de um tempo bom, como se indica
nos versos “(vindo do fundo da vida/como no
passado ouvi)”.
C) O texto explora fonicamente a onopatopeia do pio
do pássaro (“bem te vi, te vi, te vi”) para realçar a
graciosidade da sensação auditiva a que a
cidade se relaciona. Nota-se também a
regularidade sonora na repetição, ao final de
cada estrofe, de sons com final em “i” ou “im”. O
uso das rimas sugere a sonoridade repetida dos
pios ouvidos pelo eu lírico, que, assim, são
informados não só pelo conteúdo mas também
pela forma do texto.
D) Há uma regularidade métrica no poema de
Gullar. Usam-se redondilhas maiores (versos
com sete sílabas métricas), recurso que dá ritmo
ágil e, de certo modo, musical à declamação.
Esses efeitos sonoros se ligam à intenção de
retratar a musicalidade dos sons mencionados no
texto, fator de exaltação do lugar descrito e
motivo dos afetos sentidos pelo eu lírico em
relação a ele.
E) O texto explora a intertextualidade com um
clássico do Romantismo brasileiro, a Canção do
Exílio, de Gonçalves Dias. Os dois textos,
escritos em contextos culturais diferentes, narram
a experiência de afastamento dos poetas de sua
terra (não por acaso, Dias e Gullar são
maranhenses). Porém, enquanto o eu lírico do
texto de Dias aspira ao retorno, o de Gullar já o
vivencia (“Mal cheguei e já te ouvi”). Além disso,
nos dois casos, a beleza do lugar é associada ao
som dos pássaros, o sabiá em Dias, o bem-te-vi
em Gullar.
A) Imbuído de um espírito criativo de
experimentação formal, Ferreira Gullar
demonstra no poema a sua sempre manifesta
inclinação ao concretismo, tendência a que adere
nos anos 1950 e da qual nunca se afastaria. O
poema citado é marcado pelo uso de verso livre,
com a exploração da imagem sendo uma de suas
inovações. É um poema que explora o conhecido
“cerebralismo” gullariano e sua recusa aos temas
sentimentais.
B) Trata-se de um poema em que se destaca a
tematização da memória, com o retorno do eu
lírico à cidade natal e às emoções a que ela se
liga, com a revivência, pela percepção do som
dos pássaros, de um tempo bom, como se indica
nos versos “(vindo do fundo da vida/como no
passado ouvi)”.
C) O texto explora fonicamente a onopatopeia do pio
do pássaro (“bem te vi, te vi, te vi”) para realçar a
graciosidade da sensação auditiva a que a
cidade se relaciona. Nota-se também a
regularidade sonora na repetição, ao final de
cada estrofe, de sons com final em “i” ou “im”. O
uso das rimas sugere a sonoridade repetida dos
pios ouvidos pelo eu lírico, que, assim, são
informados não só pelo conteúdo mas também
pela forma do texto.
D) Há uma regularidade métrica no poema de
Gullar. Usam-se redondilhas maiores (versos
com sete sílabas métricas), recurso que dá ritmo
ágil e, de certo modo, musical à declamação.
Esses efeitos sonoros se ligam à intenção de
retratar a musicalidade dos sons mencionados no
texto, fator de exaltação do lugar descrito e
motivo dos afetos sentidos pelo eu lírico em
relação a ele.
E) O texto explora a intertextualidade com um
clássico do Romantismo brasileiro, a Canção do
Exílio, de Gonçalves Dias. Os dois textos,
escritos em contextos culturais diferentes, narram
a experiência de afastamento dos poetas de sua
terra (não por acaso, Dias e Gullar são
maranhenses). Porém, enquanto o eu lírico do
texto de Dias aspira ao retorno, o de Gullar já o
vivencia (“Mal cheguei e já te ouvi”). Além disso,
nos dois casos, a beleza do lugar é associada ao
som dos pássaros, o sabiá em Dias, o bem-te-vi
em Gullar.
A) Imbuído de um espírito criativo de
experimentação formal, Ferreira Gullar
demonstra no poema a sua sempre manifesta
inclinação ao concretismo, tendência a que adere
nos anos 1950 e da qual nunca se afastaria. O
poema citado é marcado pelo uso de verso livre,
com a exploração da imagem sendo uma de suas
inovações. É um poema que explora o conhecido
“cerebralismo” gullariano e sua recusa aos temas
sentimentais.
B) Trata-se de um poema em que se destaca a
tematização da memória, com o retorno do eu
lírico à cidade natal e às emoções a que ela se
liga, com a revivência, pela percepção do som
dos pássaros, de um tempo bom, como se indica
nos versos “(vindo do fundo da vida/como no
passado ouvi)”.
C) O texto explora fonicamente a onopatopeia do pio
do pássaro (“bem te vi, te vi, te vi”) para realçar a
graciosidade da sensação auditiva a que a
cidade se relaciona. Nota-se também a
regularidade sonora na repetição, ao final de
cada estrofe, de sons com final em “i” ou “im”. O
uso das rimas sugere a sonoridade repetida dos
pios ouvidos pelo eu lírico, que, assim, são
informados não só pelo conteúdo mas também
pela forma do texto.
D) Há uma regularidade métrica no poema de
Gullar. Usam-se redondilhas maiores (versos
com sete sílabas métricas), recurso que dá ritmo
ágil e, de certo modo, musical à declamação.
Esses efeitos sonoros se ligam à intenção de
retratar a musicalidade dos sons mencionados no
texto, fator de exaltação do lugar descrito e
motivo dos afetos sentidos pelo eu lírico em
relação a ele.
E) O texto explora a intertextualidade com um
clássico do Romantismo brasileiro, a Canção do
Exílio, de Gonçalves Dias. Os dois textos,
escritos em contextos culturais diferentes, narram
a experiência de afastamento dos poetas de sua
terra (não por acaso, Dias e Gullar são
maranhenses). Porém, enquanto o eu lírico do
texto de Dias aspira ao retorno, o de Gullar já o
vivencia (“Mal cheguei e já te ouvi”). Além disso,
nos dois casos, a beleza do lugar é associada ao
som dos pássaros, o sabiá em Dias, o bem-te-vi
em Gullar.
A) Imbuído de um espírito criativo de
experimentação formal, Ferreira Gullar
demonstra no poema a sua sempre manifesta
inclinação ao concretismo, tendência a que adere
nos anos 1950 e da qual nunca se afastaria. O
poema citado é marcado pelo uso de verso livre,
com a exploração da imagem sendo uma de suas
inovações. É um poema que explora o conhecido
“cerebralismo” gullariano e sua recusa aos temas
sentimentais.
B) Trata-se de um poema em que se destaca a
tematização da memória, com o retorno do eu
lírico à cidade natal e às emoções a que ela se
liga, com a revivência, pela percepção do som
dos pássaros, de um tempo bom, como se indica
nos versos “(vindo do fundo da vida/como no
passado ouvi)”.
C) O texto explora fonicamente a onopatopeia do pio
do pássaro (“bem te vi, te vi, te vi”) para realçar a
graciosidade da sensação auditiva a que a
cidade se relaciona. Nota-se também a
regularidade sonora na repetição, ao final de
cada estrofe, de sons com final em “i” ou “im”. O
uso das rimas sugere a sonoridade repetida dos
pios ouvidos pelo eu lírico, que, assim, são
informados não só pelo conteúdo mas também
pela forma do texto.
D) Há uma regularidade métrica no poema de
Gullar. Usam-se redondilhas maiores (versos
com sete sílabas métricas), recurso que dá ritmo
ágil e, de certo modo, musical à declamação.
Esses efeitos sonoros se ligam à intenção de
retratar a musicalidade dos sons mencionados no
texto, fator de exaltação do lugar descrito e
motivo dos afetos sentidos pelo eu lírico em
relação a ele.
E) O texto explora a intertextualidade com um
clássico do Romantismo brasileiro, a Canção do
Exílio, de Gonçalves Dias. Os dois textos,
escritos em contextos culturais diferentes, narram
a experiência de afastamento dos poetas de sua
terra (não por acaso, Dias e Gullar são
maranhenses). Porém, enquanto o eu lírico do
texto de Dias aspira ao retorno, o de Gullar já o
vivencia (“Mal cheguei e já te ouvi”). Além disso,
nos dois casos, a beleza do lugar é associada ao
som dos pássaros, o sabiá em Dias, o bem-te-vi
em Gullar.
A) Imbuído de um espírito criativo de
experimentação formal, Ferreira Gullar
demonstra no poema a sua sempre manifesta
inclinação ao concretismo, tendência a que adere
nos anos 1950 e da qual nunca se afastaria. O
poema citado é marcado pelo uso de verso livre,
com a exploração da imagem sendo uma de suas
inovações. É um poema que explora o conhecido
“cerebralismo” gullariano e sua recusa aos temas
sentimentais.
B) Trata-se de um poema em que se destaca a
tematização da memória, com o retorno do eu
lírico à cidade natal e às emoções a que ela se
liga, com a revivência, pela percepção do som
dos pássaros, de um tempo bom, como se indica
nos versos “(vindo do fundo da vida/como no
passado ouvi)”.
C) O texto explora fonicamente a onopatopeia do pio
do pássaro (“bem te vi, te vi, te vi”) para realçar a
graciosidade da sensação auditiva a que a
cidade se relaciona. Nota-se também a
regularidade sonora na repetição, ao final de
cada estrofe, de sons com final em “i” ou “im”. O
uso das rimas sugere a sonoridade repetida dos
pios ouvidos pelo eu lírico, que, assim, são
informados não só pelo conteúdo mas também
pela forma do texto.
D) Há uma regularidade métrica no poema de
Gullar. Usam-se redondilhas maiores (versos
com sete sílabas métricas), recurso que dá ritmo
ágil e, de certo modo, musical à declamação.
Esses efeitos sonoros se ligam à intenção de
retratar a musicalidade dos sons mencionados no
texto, fator de exaltação do lugar descrito e
motivo dos afetos sentidos pelo eu lírico em
relação a ele.
E) O texto explora a intertextualidade com um
clássico do Romantismo brasileiro, a Canção do
Exílio, de Gonçalves Dias. Os dois textos,
escritos em contextos culturais diferentes, narram
a experiência de afastamento dos poetas de sua
terra (não por acaso, Dias e Gullar são
maranhenses). Porém, enquanto o eu lírico do
texto de Dias aspira ao retorno, o de Gullar já o
vivencia (“Mal cheguei e já te ouvi”). Além disso,
nos dois casos, a beleza do lugar é associada ao
som dos pássaros, o sabiá em Dias, o bem-te-vi
em Gullar.
A) Imbuído de um espírito criativo de
experimentação formal, Ferreira Gullar
demonstra no poema a sua sempre manifesta
inclinação ao concretismo, tendência a que adere
nos anos 1950 e da qual nunca se afastaria. O
poema citado é marcado pelo uso de verso livre,
com a exploração da imagem sendo uma de suas
inovações. É um poema que explora o conhecido
“cerebralismo” gullariano e sua recusa aos temas
sentimentais.
B) Trata-se de um poema em que se destaca a
tematização da memória, com o retorno do eu
lírico à cidade natal e às emoções a que ela se
liga, com a revivência, pela percepção do som
dos pássaros, de um tempo bom, como se indica
nos versos “(vindo do fundo da vida/como no
passado ouvi)”.
C) O texto explora fonicamente a onopatopeia do pio
do pássaro (“bem te vi, te vi, te vi”) para realçar a
graciosidade da sensação auditiva a que a
cidade se relaciona. Nota-se também a
regularidade sonora na repetição, ao final de
cada estrofe, de sons com final em “i” ou “im”. O
uso das rimas sugere a sonoridade repetida dos
pios ouvidos pelo eu lírico, que, assim, são
informados não só pelo conteúdo mas também
pela forma do texto.
D) Há uma regularidade métrica no poema de
Gullar. Usam-se redondilhas maiores (versos
com sete sílabas métricas), recurso que dá ritmo
ágil e, de certo modo, musical à declamação.
Esses efeitos sonoros se ligam à intenção de
retratar a musicalidade dos sons mencionados no
texto, fator de exaltação do lugar descrito e
motivo dos afetos sentidos pelo eu lírico em
relação a ele.
E) O texto explora a intertextualidade com um
clássico do Romantismo brasileiro, a Canção do
Exílio, de Gonçalves Dias. Os dois textos,
escritos em contextos culturais diferentes, narram
a experiência de afastamento dos poetas de sua
terra (não por acaso, Dias e Gullar são
maranhenses). Porém, enquanto o eu lírico do
texto de Dias aspira ao retorno, o de Gullar já o
vivencia (“Mal cheguei e já te ouvi”). Além disso,
nos dois casos, a beleza do lugar é associada ao
som dos pássaros, o sabiá em Dias, o bem-te-vi
em Gullar.
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