Telencéfalo, Sistema Límbico e Vascularização do SNC Prof. Dr. André Gustavo Fernandes de Oliveira Doutor em Neurociências e Comportamento – USP Professor Adjunto do Dep. de Anatomia – UFJF 1 Hemisférios e Lobos 2 hemisférios: incompletamente separados 3 pólos: frontal, occipital e temporal 3 faces: súpero-lateral, medial e inferior (base) Giros delimitados por sulcos variáveis que ocultam 2/3 do córtex Sulco central e giros pré e pós-central Universidade Federal de Juiz de Fora Universidade Federal de Juiz de Fora centro cortical da audição Universidade Federal de Juiz de Fora Universidade Federal de Juiz de Fora Universidade Federal de Juiz de Fora LOBO LÍMBICO um centro cortical do prazer ou fusiforme Universidade Federal de Juiz de Fora Ventrículos laterais: * Imagem após remoção do corpo caloso à “D”, teto dos cornos anterior e posterior. N ú c l e o s d a 14 b a s e Núcleos da base corpo amigdalóide 15 Córtex cerebral - classificação em áreas Anatômica – divisão em sulcos, giros e lobos c/ pouca correlação funcional. Boa p/ localizar lesões. Filogenética – arquicórtex (hipocampo), paleocórtex (úncus e giro para-hipocampal) e neocórtex (o restante), sendo as 2 primeiras associadas a olfação e comport. emocional. Estrutural – histológica, c/ distribuição heterogênea em áreas citoarquiteturais, como as 52 de Brodmann (utilizadas em clínica e pesquisa). Funcional – áreas heterogêneas especializadas (a seguir) 16 52 áreas de Brodmann 17 52 áreas de Brodmann 18 Classificação das áreas corticais Funcional – divisão em áreas heterogêneas, com especializações funcionais, não compartimentos isolados e estanques (considerar plasticidade). Agrupadas em áreas: primárias, ligadas diretamente) de associação secundárias (unimodais, geralmente c/ a área primária desta função) sensitiva motora de projeção terciárias sensitivas motoras (supramodais) céls. atividades granulares psíquicas superiores céls. piramidais 19 Áreas de projeção (primárias) - sensitivas Somestésica – giro pós-central (1, 2 e 3 de Brodmann). Somatotópica e desproporcional ao tamanho 20 Áreas de projeção (primárias) - sensitivas Visual – nos lábios do sulco calcarino (17 de Brodmann) Auditiva – giro temporal transverso anterior (de Heschl) (41 e 42 de Brodmann) 21 Áreas de projeção (primárias) - sensitivas Vestibular – lobo parietal próximo a área somestésica, mais associada a propriocepção, p/ consciência de orientação espacial. Olfatória – pequena no homem (≠ outros mamíferos), na parte anterior do úncus e giro para-hipocampal Gustativa – porção inferior do giro pós-central, próximo à ínsula, adjascente à somestesia da língua (43 de Brodmann). 22 Áreas de projeção (primárias) - motoras Ocupa o giro pré-central (4 de Brodmann), c/ somatotopia semelhante à somestésica. 23 Áreas de associação S/ relação direta c/ motricidade ou sensibilidade. diagnóstico + difícil em lesões Na filogênese, tornou-se maior que a de projeção no homem, relacionada c/ funções psíquicas. sensitiva secundária (II) motora Agrupadas em áreas terciária (III) 24 Áreas de associação secundárias- sensitivas Somestésica II – no lóbulo parietal superior, atrás da somestésica primária (5 e 7 de Brodmann). 3 Visual II – lobo occipital, adiante da visual primária, e lobo temporal (18, 19, 20, 21 e 37 de Brodmann). Auditiva II – lobo temporal, circundando a auditiva primária (22 de Brodmann). 25 Áreas de associação secundárias (a. somestésica) (a. visual) (a. auditiva) 26 Considerações sobre as áreas de associação secundárias sensitivas Estas têm af. das áreas primárias (que detectam sensação: características do objeto), fazem a interpretação (gnosis: comparação c/ aspectos de sua existência) e repassam estas informações p/ áreas supramodais. lesões = agnosias específicas (os pacientes não reconhecem o estímulo somente com esta aferência) Não são simétricas (≠ das primárias). Ex.: lesão na área auditiva secundária E = afasia, D = amusia. 27 Áreas de associação secundárias - motoras Adjascentes e relacionadas à área motora primária. lesões = apraxias (análogas às agnosias sensoriais; o paciente é incapaz de executar determinados atos voluntários como uma sequência de movimentos, s/ déficit motor, por falha no “planejamento”) São consideradas 3 áreas: + motora suplementar – movs. aprendidos + pré-motora – movs. novos + de Broca – fala 28 Áreas de associação secundárias: motoras 29 Áreas de associação secundárias: motoras 30 Áreas de associação terciárias Supramodais (s/ relação específica c/ as modalidades), recebem e integram todas as sensibilidades já elaboradas pelas outras áreas e elaboram estratégias comportamentais. São descritas as áreas: + pré-frontal + temporoparietal + límbicas 31 Áreas de associação terciárias: área pré-frontal Porção anterior não motora do lobo frontal, desenvolvida nos humanos (1/4 do córtex), c/ conexões complexas. Funções: controle do comportamento emocional junto ao hipotálamo e s. límbico. manutenção da atenção junto à FR (lesão dificulta concentração e a fixação voluntária da atenção). escolha de opções e estratégias + adequadas às situações físicas e sociais do indivíduo e a capacidade de alterá-las se necessário. 32 Áreas de associação terciárias: área temporoparietal Compreende o lóbulo parietal inferior, c/ os giros angular e supra-marginal (39 e 40 de Brodmann). Entre as áreas secundárias auditiva, visual e somestésica integra estas funções proporcionando percepção espacial e imagem corporal lesões = desorientação espacial e síndrome da negligência (lesões hemisf. D - em relação ao seu corpo ou ao espaço exterior) 33 Áreas de associação terciárias: áreas límbicas Compreendem o giro do cíngulo, o giro para-hipocampal e o hipocampo (além das áreas pré-frontal e septal, e áreas subcorticais como o corpo amigdalóide, corpos mamilares, tálamo, hipotálamo e nervos cranianos, que exercem a expressam a emoção). Relacionadas principalmente c/ memória, comportamento emocional, processos motivacionais e regulação endócrina via SNA. 34 Áreas de associação terciárias: áreas límbicas 35 Áreas límbicas 36 Assimetria das funções corticais “Nous parlons avec l’hemisphère gauche!” Broca (1864). Os hemisférios são dominantes p/ cada função nas áreas de associação (≠ áreas de projeção), evidenciando a importância do corpo caloso. 96% dos destros têm a linguagem no hemisf. “E” (70% dos canhotos têm à “D”), correlação importante p/ neurocirurgiões evitarem afasias, detectando o lado da fala, ou pelo procedimento de Wada (barbitúrico c/ efeito anestésico repentino e duração de 10min) 37 Vascularização do SNC Suprimento permanente e abundante de glicose e O2 Falta ≥ 7s = inconsciência; ≥ 5min. = lesão irreversível Não há circulação linfática, mas há a liquórica, sem correspondência funcional ou anatômica. Fluxo maior na subst. cinzenta (+ sinapses, + atividade metabólica). 38 Vascularização do SNC 2 sistemas exclusivos p/ o encéfalo (s/ ramos importantes no pescoço). Anastomose em polígono Paredes finas, propensas a hemorragias (túnica média c/ poucas fibras musculares). 39 Vascularização do SNC 40 Vascularização do SNC 41 Drenagem do SNC Não acompanha a arterial (é maior e mais calibrosa). Drenam p/ os seios da dura-máter (bem como as extracranianas por meios das v. emissárias) de onde o sangue converge p/ as v. jugulares internas. Paredes finas (s/ musculatura). Sem válvulas (à favor da gravidade). 2 sistemas (superficial e profundo) unidos por muitas anastomoses. 42 Obrigado! [email protected] Universidade Federal de Juiz de Fora