PACTO NACIONAL PELA ALFABETIZAÇÃO NA IDADE CERTA I ENCONTRO - FORMAÇÃO DE ORIENTADORES DE ESTUDO 18 A 22 DE FEVEREIRO – UNIMONTES Direitos de aprendizagem no ciclo de alfabetização – Língua Portuguesa Produção de textos escritos 1- Planejar a escrita de textos considerando o contexto de produção: organizar roteiros, planos gerais para atender a diferentes finalidades, com ajuda de escriba. • É possível começar a aprender a planejar o texto que se vai escrever, cuidando deliberadamente da escolha do tema e da seleção e encadeamento das idéias em que ele vai se desdobrar, antes mesmo de ter domínio da ortografia, antes mesmo de “saber escrever”. • Essa capacidade pode ser desenvolvida na produção coletiva de diversos gêneros, em textos mais longos ou mais curtos, que o professor ou a professora escreve no quadro de giz ou na lousa a partir das sugestões dos alunos • Exemplo, um convite para uma festa junina, uma convocação aos pais para uma reunião na escola, etc. • No processo de produção coletiva, são necessárias algumas questões : O que é que a gente vai dizer? Por onde a gente começa? Depois que a gente tiver dito isso, como é que a gente vai continuar? Como é que vai terminar o texto? Será que não está faltando nada? Será que o leitor vai entender do jeito que a gente quer que ele entenda? 2-Planejar a escrita de textos considerando o contexto de produção: organizar roteiros, planos gerais para atender a diferentes finalidades, com autonomia. • • Ao planejarmos a escrita de um texto devemos considerar a chamada “coerência textual” que diz respeito à organização dos conteúdos do texto de modo que ele pareça, para seus leitores, “lógico”, bem encadeado e sem contradições. • Essa é uma capacidade importante a ser desenvolvida na escola, desde os anos iniciais da alfabetização. Por isso, é necessário trabalhar explícita e sistematicamente essa questão em sala de aula. Exemplo: organização do roteiro de um piquenique. Se o dia está lindo e você quer se divertir, experimente chamar a turma para um piquenique. Vocês podem se reunir em um parque ou até mesmo no quintal de casa, com autorização dos pais. Cada um pode levar uma comida ou bebida. Coisas que não podem faltar: • toalha de mesa grande; • copos, guardanapos, pratos e talheres; • frutas bem lavadas; • saco para recolher o lixo. E muita brincadeira! 3-Produzir textos de diferentes gêneros, atendendo a diferentes finalidades, por meio da atividade de um escriba • • As crianças precisam aprender que, na produção do texto escrito, é sempre necessário levar em conta para que e para quem se está escrevendo e em que situação o texto será lido. • Normalmente, esses elementos é que orientam o processo de escrita, e é bom que os alunos aprendam a lidar com eles desde cedo • . Exemplo: copiar o próprio nome ganha razão de ser quando se conjuga à confecção de um crachá que será efetivamente usado e permitirá aos colegas memorizarem a escrita dos nomes uns dos outros. Leia o aviso que estava afixado em uma sala de aula. Agora escreva um aviso, dizendo aos colegas e professores para não se esquecerem de que no dia seguinte a turma fará uma excursão à prefeitura da cidade. 4-Produzir textos de diferentes gêneros com autonomia, atendendo a diferentes finalidades. • Uma palavra qualquer, um nome próprio podem ser um texto, se forem usados numa determinada situação para produzir um sentido. Assim, as crianças que iniciam sua escolarização podem produzir textos escritos desde os primeiros dias de aula. Tudo depende de os exercícios de escrita estarem vinculados a situações de uso em que eles façam sentido, tenham razão de ser e obedeçam a determinadas convenções ou regras para cumprirem com adequação seus objetivos (convenções gráficas, regras ortográficas, por exemplo). • Exemplo: Observe os cães que aparecem nas fotos. • Escolha um cachorro e escreva uma carta. A carta deve ser escrita para algum amigo ou parente que está ausente. Conte que você ganhou um cachorro e diga: Como ele é; O que sabe ou não sabe fazer... 5- Gerar e organizar o conteúdo textual, estruturando os períodos e utilizando recursos coesivos para articular ideias e fatos. • Uma das primeiras formas de aprendizagem de organização contextual é a ordem alfabética. Ela é um aprendizado cuja utilidade se manifesta, por exemplo, na organização de agenda de telefones dos alunos da turma. • Atividades como essa envolve, simultaneamente, aprendizagens na direção da alfabetização e do letramento, porque convidam à reflexão sobre o sistema de escrita e suscitam questões sobre a grafia das palavras, ao mesmo tempo em que dão oportunidade às crianças de vivenciarem importantes funções da escrita. • Exemplo: Organização de um caderno de controle de empréstimo e devolução dos livros do cantinho de leitura, ou de listas de alunos escalados para realizar determinadas tarefas. 6- Organizar o texto, dividindo-o em tópicos e parágrafos. • Esta capacidade diz respeito ao modo de organização do texto em partes. Os diferentes gêneros textuais costumam se compor de acordo com um padrão estabelecido nas práticas sociais e que tem certa estabilidade. • Uma das grandes dificuldades dos alunos é a segmentação do texto em parágrafos. É possível considerá-lo como agrupamento de idéias afins, que se articula com outros parágrafos (ou agrupamentos) para formar um todo coeso. Por isso, o professor pode propor aos alunos uma leitura atenta do texto selecionado e, depois, em uma atividade reflexiva conjunta, professor e alunos farão a identificação dos blocos de idéias afins e a decorrente segmentação do texto, observando como as ligações entre os parágrafos foram estabelecidas. • • Exemplo: uma carta comercial geralmente se compõe de data, endereçamento, vocativo, abertura, corpo, fechamento e assinatura. Esses componentes se dispõem nessa ordem e cada um deles tem uma função, um formato e um tamanho típicos. Esses padrões são pontos de referência flexíveis e não regras fixas, e obrigatórias. Esse trabalho pode ser feito nas produções coletivas, em que os alunos ditam e o professor funciona como escriba, registrando o texto no quadro de giz, mas também nas produções em grupo ou individuais. 7-Pontuar os textos, favorecendo a compreensão do leitor. • O uso da pontuação, que contribui para as ligações textuais e, consequentemente, para o sentido do texto precisam ser refletidas nos textos produzidos pelos alunos. No texto dos balões, aparecem sinais que não são letras. Circule de azul esses sinais. Porque esses sinais foram usados na fala das personagens? Ajude os alunos a perceber que os sinais utilizados facilitam a compreensão do sentido de cada frase. 8-Utilizar vocabulário diversificado e adequado ao gênero e às finalidades propostas. • Nossos alunos, leitores em formação, podem aproveitar a leitura para aperfeiçoar sua escrita. • A necessária capacidade de dominar um vocabulário diversificado pode ser associada à produção de textos escritos com função social bem definida. Por exemplo, cartazes, avisos, murais são gêneros textuais que, em razão de seus objetivos e de sua circulação pública, devem apresentar uma linguagem padrão. 9-Revisar coletivamente os textos durante o processo de escrita em que o professor é escriba, retomando as partes já escritas e planejando os trechos seguintes. • Tornar-se um usuário da escrita eficiente e independente implica saber planejar, escrever, revisar (reler cuidadosamente), avaliar (julgar se está bom ou não) e reelaborar (alterar, reescrever) os próprios textos. • • Por sua importância e necessidade, essa capacidade pode começar a ser desenvolvida na escola desde os primeiros e mais simples textos que as crianças produzem. • Exemplo: A escrita do nome próprio num crachá, por exemplo, vai requerer critérios específicos de revisão e reelaboração: - O nome está grafado corretamente? - Com letra legível, de tamanho e cor que facilitam a visualização? -Está disposto adequadamente no papel? No momento dedicado ao aperfeiçoamento do texto, podemos dividir a turma em grupos e distribuir uma produção diferente para cada um. Um código acertado com a turma — um círculo, por exemplo — indicaria incorreção ortográfica nos textos analisados previamente pelo(a) professor(a). Os grupos teriam um tempo estipulado para conferir a ortografia das palavras circuladas no dicionário e reescrever os textos, focalizando o seu aprimoramento. 10-Revisar autonomamente os textos durante o processo de escrita,retomando as partes já escritas e planejando os trechos seguintes. • • O domínio das operações de revisão, auto-avaliação e reelaboração dos textos escritos começa com a orientação dada pelo professor ou pela professora e depois vai, gradativamente, se interiorizando e se tornando uma capacidade autônoma. Isso envolve bem mais que conhecimentos e procedimentos, mais do que saber fazer, porque requer a atitude reflexiva de voltar-se para os próprios conhecimentos e habilidades para avaliá-los e reformulá-los. • Exemplo: É muito comum lermos nas páginas de jornais e revistas resenhas de livros, e em função destas resenhas decidimos ler ou não um livro. Este tipo de troca de idéias e informações entre leitores pode ser feito dentro da própria escola, formando uma rede de leitura: leitores escrevem recomendações de leitura e assim entram em contato com outros leitores. • Um jornalzinho escolar, por exemplo, pode ter seções a respeito das leituras dos alunos. Depois de lidos os livros, eles escreveriam recomendações de leitura, espécies de resenhas a novos leitores. Esta seria uma maneira de articular leitura e escrita, fazendo com que a atividade da escrita tenha em vista outros destinatários além do(a) professor(a). Desta forma, o aluno registra os livros que leu, de que gostou (ou não gostou) e explica por quê. 11-Revisar os textos após diferentes versões, reescrevendo-os de modo a aperfeiçoar as estratégias discursivas. • • Os alunos devem aprender a considerar diferentes dimensões de seus textos, levando em conta a adequação aos objetivos, ao destinatário, ao modo e ao contexto de circulação. Reflexão sobre os textos produzidos, levando-se em conta a adequação vocabular e a necessidade de evitarmos palavras iguais repetidas em um mesmo parágrafo. Observe o texto a seguir e o seu possível aperfeiçoamento, com base na utilização do dicionário: Texto 1: Texto coletivo produzido por alunos da 3º ano do Ensino Fundamental Texto 2: Possibilidades de seu aperfeiçoamento, por meio da consulta ao dicionário: 1ª Produção: Receita 2ª Produção: Organização de texto em sequência 3ª Produção: Texto expositivo (Cartaz / Mural) 4ª Produção: Texto descritivo