CUSTO DE CAPITAL E
DECISÕES DE
INVESTIMENTO DE
LONGO PRAZO
O Financiamento de projectos de investimento trata
das operações financeiras necessárias para assegurar os
recursos inerentes ao projeto. O financiamento do projeto
pode ser de curto prazo ou médio e longo prazo,
consoante a exigibilidade dos pagamentos e a outros
diversos fatores.
Existe uma interdependência entre as decisões de
investimento e as decisões de financiamento. A forma de
financiamento do projecto influência a sua rentabilidade,
potencia as decisões de investimento. O Financiamento
pode determinar a viabilidade do projeto.
A empresa pode financiar o seu investimento com capitais
próprios quando este pertence à entidade investidora ou
capitais alheios quando este se financia junto de
terceiros, levando a que haja quase sempre um custo
implícito. A taxa de rentabilidade do capital próprio e a
taxa de rentabilidade do capital alheio evoluem com o
aumento do endividamento.
Quer os capitais próprios quer os capitais alheios têm
custos, o custo dos capitais próprios é a taxa de retorno
esperada do investimento, pelos accionistas/sócios, o
custo dos capitais alheios dividem-se em custos directos:
taxa de juro, spreads e outras despesas e em custos
indiretos derivados à elevação do risco financeiro da
empresa, que no futuro terá custos mais elevados em
financiamentos.
Os custos financeiros dos capitais alheios são
considerados custos para efeitos fiscais, existe uma
poupança fiscal associada ao endividamento. Assim tanto
maior o nível de endividamento do projeto tanto maior a
sua rentabilidade. A influência do benefício fiscal
associado ao financiamento por capitais alheios, na
rentabilidade do projeto é designada por efeito alavanca
financeira.
Quanto maior o endividamento maior a rentabilidade do
investimento, mas outros fatores são igualmente
importantes e determinantes na decisão de financiamento,
como por exemplo: atitude face dos investidores face ao
risco maior rentabilidade maior risco aos acionistas,
atitude face à propriedade da empresa perda de influência
e de parte da propriedade da empresa.
Risco do negócio as empresa utilizam uma menor parte
dos capitais alheios para evitar o aumento do custo do
capital, rentabilidade dos investimentos autofinanciamento
capacidade de gerar fundos internamente, relacionamento
com a banca sendo empresas pequenas e sem históricos
ou gestores sem credibilidade junto a banca.
Condições de acesso ao financiamento bancário tem em
conta a relação entre capitais próprios e alheios, estrutura
de custos da empresa ou seja empresas com expressivo
custos fixos tendem ter maior taxa de juros que outras
com predominantes custos variáveis. Segundo as teorias
de análise das decisões de financiamento de Myers
designadas por trade-off theory.
A decisão é tomada em função dos custos benefícios da
opção endividamento versus capitais próprios e Pecking
order theory, as decisões de endividamento versus
capitais próprios baseiam-se numa hierarquica óptima
associada à assimetria de informação e custos de agência
entre gestores e investidores. O endividamento das
empresas reflecte normalmente o previsto pelas teorias
Trade-off e Pecking Order.
O financiamento a MLP prazo pode ser realizado de duas
formas, através dos Capitais Próprios e através dos
Capitais Alheios. O financiamento através dos capitais
próprios pode ser feito de 5 maneiras:
1.
Capital Social – Aumento do Capital subscrito pelos
sócios ou accionistas da sociedade no desempenho da
sua atividade;
2.
Auto-financiamento - obtido através dos recursos
financeiros libertos pelo próprio funcionamento da
empresa que confere mais autonomia e flexibilidade na
tomada de decisões de investimentos, contribuindo
para a redução do Custo do Capital. Tendo algumas
desvantagens que são:
Pode induzir uma redução da rentabilidade da
empresa e a perda de boas oportunidades de
investimento, induzir à perda de disciplina/rigor na
gestão dos CP, pode, também, induzir ao aumento dos
custos implícitos dos CP;
3. Cessão de Ativos/desinvestimento – a empresa
procede à alienação de ativos considerados não
indispensáveis ao desenvolvimento regular da sua
atividade.
4. Reforço da CP – Solicitação
adicionais de capital aos sócios;
de
contribuições
5. Capital de Risco – assumido por empresas
especializadas em que consiste na participação,
normalmente, minoritária e temporária, no capital e
gestão de empresas.
Através do financiamento dos Capitais Alheios existem
diversas oportunidades:
 empréstimo bancário a médio/longo prazo – linha de
crédito destinada ao investimento em capital fixo, por
prazo e plano de reembolso;
• empréstimo obrigacionista – forma de financiamento
sustentada na emissão de obrigações em troca de um
determinado rendimento, designado por juro, normalmente
semestralmente;
• leasing Mobiliário – operação de financiamento através
da qual uma das partes cede a outra o direito de utilização
de um determinado bem móvel durante um período de
tempo;
• leasing Imobiliário – semelhante ao anterior mas
incidindo sobre bens imóveis;
• renting – Consiste no aluguel de viaturas através do qual
o cliente por um determinado período de tempo suporta
apenas o valor da utilização da viatura;
• empréstimos de sócios;
• fornecedores C/C;
• fornecedores de Imobilizado;
• estado;
• outros Credores.
Distribuição de Resultados
Uma outra aplicação que pode ser feita, é a distribuição de
fundos pelos accionistas, de maneira a remunerá-los pelo
investimento feito na empresa. Sempre que uma empresa
atinja o nível desejado de investimento e tenha ainda
capitais por utilizar, pode aplicar esses fundos na
remuneração de capitais nela investidos pelos seus
accionistas.
É necessário comparar o valor do Fundo Gerado de
Tesouraria com a Distribuição de Resultados. É
desaconselhável uma situação em que o Fundo Gerado
de Tesouraria seja insuficiente para se distribuírem lucros
aos sócios e mesmo assim se insista em fazer essa
distribuição. Significaria que a empresa se estaria a
endividar, através do Financiamento Externo, apenas com
o objectivo de entregar esses valores aos seus
accionistas.
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