Autora: Enf. Esp. Luciene Lourenço Mota
Co-autora: Drª. Erenice Natália S. Carvalho
Unaí/MG
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Ausência de legislação que sistematize condutas
orientadas para a avaliação da deficiência;
Realidade: Diferenças quanto aos procedimentos e
instrumentos utilizados, precariedade no processo de
avaliação e formação inapropriada dos agentes
envolvidos;
Espera-se que instituições que queiram oferecer
atendimento especializado à pessoa com deficiência
intelectual tenham pelo menos uma equipe
multiprofissional treinada na investigação diagnóstica
da deficiência.
Considerando as diferenças no processo diagnóstico
da deficiência intelectual é que se propõe este
estudo.
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Temática: Condução do processo de avaliação
diagnóstica da pessoa com deficiência intelectual
em duas Associações de Pais e Amigos dos
Excepcionais – APAEs, a partir da atuação de
equipes multidisciplinares.
Perspectiva
Teórica:
Modelo
funcional
e
multidimensional proposto no Sistema 2010 da
AADID.
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Questionamentos: formação da equipe, a relação
multidisciplinar, a experiência e preparo dos
profissionais, o fluxo de atendimento, instrumentos
utilizados, a visão dos profissionais sobre a atuação
da equipe, entre outros, surgem a partir da falta de
sistematização no processo de investigação da
deficiência intelectual.
Como é conduzido o processo de avaliação
diagnóstica da pessoa com deficiência intelectual a
partir de equipes multidisciplinares institucionais?
A atuação dessas equipes propicia eficiência no
processo?
Geral:
 Investigar
a eficiência da atuação de equipes
multidisciplinares institucionais no processo de
avaliação diagnóstica da pessoa com deficiência
intelectual.
 Específicos:
 Analisar o fluxo dos procedimentos no processo
diagnóstico da deficiência intelectual;
 Desvelar o nível de articulação entre as diferentes
áreas que integram as equipes na perspectiva da
interdisciplinaridade;
 Descrever o perfil profissional dos atores envolvidos
nas equipes de avaliação diagnóstica;
 Conhecer as concepções de deficiência intelectual na
ótica dos profissionais que constituem as equipes de
avaliação da pessoa com deficiência intelectual.
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Experiência pessoal.
Conflitos vivenciados; falta de coesão nas
ideias profissionais; despreparo profissional
ao ingressar na equipe.
Dificuldades enfrentadas por instituições
quanto à constituição de uma equipe capaz
de realizar a investigação diagnóstica.
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Contextualização da deficiência intelectual;
Importância
da
multidisciplinaridade
e
aplicação do Modelo proposto pelo Sistema
2010 no diagnóstico da pessoa com
deficiência intelectual.
Aranha (2001); Almeida (2004);
(2010); Carvalho (2010); Carvalho,
(2003); Carula et al (2011); FEAPAES
OMS (2011); Pilla e Lacerda Junior
Sanches-Ferreira, Santos, Santos
dentre outros.
AADID
Maciel
(2011);
(2010);
(2012),
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A deficiência intelectual na História
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Nomenclatura/conceitos da deficiência
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Vertentes que explicam a deficiência
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Etiologia da deficiência intelectual (DI)
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Inter e multidisciplinaridade
do diagnóstico da DI
na construção
O diagnóstico da DI segundo o Sistema 2010
(dimensões e apoios)
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A deficiência intelectual é caracterizada pelas
limitações significativas, tanto no funcionamento
intelectual como no comportamento adaptativo
expresso nas habilidades conceituais, sociais e
práticas. Essa deficiência origina-se antes dos
dezoito anos de idade (AADID, 2010, p. 5).
Tal conceito surge com a implantação do Sistema
2002 nos E.U.A. Houve mudança do foco na
deficiência para a necessidade de apoio,
eliminando a classificação dos níveis de deficiência
intelectual – leve, moderado, severo e profundo.
(FEAPAES, 2011).
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A proposta de investigação da DI a partir do Sistema
2010 é orientada pela Associação Americana de
Deficiências Intelectual e do Desenvolvimento –
AADID, referência no assunto.
A avaliação proposta é funcionalista, sistêmica e
bioecológica, devendo incluir a identificação no
investigado quanto aos pontos fortes e limitações
apresentadas nas dimensões intelectual, relacional,
adaptativa, organicista e contextual em que a pessoa
está inserida, bem como os apoios a serem ofertados
nas áreas do desenvolvimento humano, da educação
e aprendizagem, da vida no local e na comunidade,
do trabalho, da saúde e segurança, da conduta e
socialização, além da proteção e defesa. Isto de
forma individualizada e conforme a funcionalidade do
indivíduo(AADID, 2010; CARVALHO, 2010).
DIMENSÕES DE
APOIO
Habilidades
Intelectuais
Comportamento
Adaptativo:
•Habilidades
Conceituais
•Habilidades Sociais
•Habilidades
Práticas
Saúde
Participação
Contexto
INTENSIDADE
DE APOIO
Intermitente
Limitado
Continuo
Pervasivo
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Apoio intermitente (ocasional e periódico):
passagem de fases do desenvolvimento,
aquisição e troca de emprego.
Apoio limitado: treinamento para exercer uma
determinada função no emprego, orientação para
aprender a reconhecer dinheiro.
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Apoio contínuo (extensivo): acompanhamento
terapêutico, itinerante.
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Apoio pervasivo (constante): apoio de cuidadores
nas AVDs.
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O funcionamento evidencia as capacidades da pessoa
e sua relação com os contextos nos quais opera.
Assim, a deficiência intelectual, deixa de ser vista
como uma condição da pessoa para ser concebida
como um estado de funcionamento (OMS, 2011).
Conforme a Classificação de Funcionalidade,
Incapacidade e Saúde - CIF (OMS, 2003), a
funcionalidade humana abrange um conjunto de
atividades da vida diária, englobando as funções e
estruturas do corpo, bem como as atividades da
pessoa e sua participação social.
A pessoa com deficiência intelectual experimenta um
descompasso entre suas competências pessoais e as
demandas ambientais, gerando a necessidade de
apoios.
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Apoios são recursos e/ou estratégias que estimulam
o desenvolvimento, a educação e o bem-estar da
pessoa, melhorando de modo geral o funcionamento
individual.
O acesso aos apoios individualizados proporciona a
pessoa com deficiência intelectual uma série de
benefícios como:
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maior independência;
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melhores relacionamentos interpessoais;
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oportunidades em contribuir para a sociedade;
aumento na participação escolar e na comunidade;

sentimento de bem-estar pessoal e satisfação na
vida.
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As limitações do indivíduo direcionam o apoio a ser
recebido. Quanto maior a limitação funcional, maior
deverá ser o suporte a fim de que a funcionalidade se
mantenha a um determinado nível.
As limitações devem ser consideradas tendo como
referência
o
funcionamento
humano
padrão
estabelecido na faixa etária e na cultura típica do
grupo de referência. Para isso poderão ser utilizados
instrumentos diversos que tentem quantificar e
qualificar esse funcionamento humano.
A
avaliação
centrada
apenas
na
pessoa,
desconsiderando sua interação com o meio, não
permitiria a proposta de funcionalidade/incapacidade
(SANCHES-FERREIRA; SANTOS; SANTOS, 2012).
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O dinamismo e as diversas etapas do diagnóstico
exigem conhecimento em diversas áreas.
Proposta do Sistema 2010: construção do
diagnóstico da pessoa com deficiência intelectual
por uma equipe multidisciplinar.
Os profissionais das áreas de saúde, educação e
serviço social, que irão oferecer os apoios
necessários à pessoa com deficiência intelectual,
deverão realizar tais apoios a partir da condição
de interdependência necessária entre os seres
humanos (ALMEIDA, 2004).
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Tipo de Estudo: descritivo-interpretativo, qualitativo, com
pesquisa de campo (estudo de casos), baseado na
Perspectiva do Modelo proposto pelo Sistema 2010.
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Local das etapas: duas APAEs do Noroeste Mineiro.
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Participantes/sujeitos da pesquisa: profissionais
compõem as equipes multidisciplinares de avaliação.
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que
Instrumentos: (questionário c/ informações profissionais;
entrevista semi-estruturada baseada nos objetivos; análise
documental de prontuários, instrumentos e registros; e
observação não-participante durante avaliações).
TCLE (autorização das instituições e dos participantes,
conforme Resolução 196/96 do CNS).
Análise dos dados: (Análise de conteúdo e categorização).
Comitê de Ética da UCB.
Coleta de dados no 2º semestre/2013.
Apresentação dos resultados no 1º semestre/2014.
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Pesquisa em andamento, faz parte do projeto de
dissertação do Mestrado em Psicologia.
Na proposta multidisciplinar de investigação buscamse condições para avaliar o indivíduo em sua
totalidade, de forma que o resultado seja o mais
exato possível. A partir disso podem-se propor
apoios com diferentes graus de intensidade.
Pretende-se com este estudo contribuir com uma
reflexão
aprofundada
sobre
a
atuação
multidisciplinar em equipes de avaliação e a
divulgação da proposta teórica do Sistema 2010 no
construto do diagnóstico de deficiência intelectual,
facilitando assim o desenvolvimento de um cuidado
mais direcionado e resolutivo a este público.
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ALMEIDA, M. A. Apresentação e análise das definições de deficiência
mental propostas pela AAMR – Associação Americana de Retardo
Mental de 1908 a 2002. Revista de Educação PUC – Campinas,
Campinas, n. 16, p. 33-48, jun. 2004.
AMERICAN ASSOCIATION ON INTELLECTUAL AND DEVELOPMENTAL
DISABILITIES - AADID. Intellectual disability: definition, classification,
and systems of supports. Washington, DC: AAIDD, 2010.
CARVALHO, E. N. S. Deficiência Intelectual: considerações sobre um
construto polissêmico. Brasília. jul./ago. 2010.
FEDERAÇÃO DAS APAES DO ESTADO DE MINAS GERAIS - FEAPAES.
Inclusão social da pessoa com deficiência intelectual e múltipla:
educação especial no espaço da escola especial - novo projeto águia.
Belo Horizonte. 2011. p. 10.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. World Report on Disability.
2011.
SANCHES-FERREIRA, M; SANTOS, P. L.; SANTOS, M. A. A
desconstrução do conceito de deficiência mental e a construção do
conceito de incapacidade intelectual: de uma perspectiva estática a
uma perspectiva dinâmica da funcionalidade. Revista Brasileira de
Educação Especial, Marília, v. 18, n. 4, p.553-568, out/dez. 2012.
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