Compreensão e Expressão oral
A Importância do Oral
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

Todos
os
povos
transmitem
oralmente
todo o tipo de mensagens, seja para exprimir emoções e
sentimentos, seja como expressão de conhecimento.
É a primeira forma de comunicação que o ser humano aprende e
é a última que esquece. Até os mais analfabetos
sabem falar e entender o que ouvem
Numa sociedade democrática, o uso da palavra, em contextos
formais e públicos, constitui um direito e um dever dos cidadãos.
Além disso, em todas as línguas se transmitem conhecimentos
oralmente: a explicação oral – não a mera repetição de memória
ou a leitura em voz alta dos enunciados –distingue-se como uma
das habilidades linguísticas de nível mais elevado, pois, em qualquer
campo do saber, um dos indicadores do domínio dos
conhecimentos é, precisamente, a capacidade de o orador os
explicar a outros .
Compreensão oral
Compreensão oral = capacidade para
atribuir significado a enunciados orais
( em diferentes variedades do português).
A recepção e a descodificação ocorrem
por acesso a conhecimento organizado na
memória ; a compreensão oral implica o
reconhecimento da situação, a captação do
sentido (intenção) e da função/valor dos
indícios visuais e prosódicos (entoação,
silêncios, pausas, variações de ritmo...)
Expressão oral
Expressão oral = capacidade para produzir
sequências fónicas dotadas de sentido e
conformes à gramática da língua.
É uma competência que implica e pressupõe:
 mobilização de saberes linguísticos (fonológicos,
morfossintácticos, semânticos);

mobilização de saberes sociais

atitude
cooperativa
na
interacção
comunicativa e conhecimento dos papéis
desempenhados pelo falante em cada
situação.
(regras discursivas,
culturais que regem o uso da palavra em função dos contextos);
Orientações de Gestão do PPEB
(Compreensão oral -1ºciclo)

No domínio da compreensão do oral as crianças deverão
desenvolver habilidades de escuta para serem capazes de
extrair informação dos textos ouvidos.
É fundamental a realização de actividades que, partindo
de discursos com diferentes
graus de formalidade e
complexidade, ensinem os alunos a :
Escutar

Registar
Reter
informação
pertinente
A aprendizagem sistemática de vocabulário é indispensável
para compreender os discursos ouvidos. É preciso promover o
alargamento do vocabulário da criança.
Orientações de Gestão do PPEB
(Expressão oral , 1º ciclo)
Deve haver uma evolução de situações
informais de comunicação para situações
progressivamente mais formais; a criança
deve ir aprendendo a preparar o seu discurso, a
apresentá-lo e a agir em função das reacções do
público.
 O
trabalho
a
desenvolver
deverá
proporcionar aos alunos situações explícitas
de aprendizagem de técnicas de expressão
oral e de mobilização de novos vocábulos
ou estruturas que ouviu ou leu e que deverá
integrar nos seus discursos.

Orientações de Gestão do PPEB
(2ºciclo)
“ No 2.º ciclo, a comunicação oral adquire uma
função relevante na organização do trabalho na
sala de aula, na execução das tarefas, na
divulgação e partilha dos resultados. Também
neste domínio os alunos[…]terão de se
confrontar com a necessidade de
observar e elaborar critérios de
desempenho; são estes que garantem eficácia
e produtividade às actividades de escuta, de
interacção verbal e de exposição oral, bem
como a consolidação de modalidades formais
das mesmas.”
(PPEB, pág.74)
Orientações de gestão
3º ciclo
No 3º ciclo, a compreensão e expressão oral surgem juntas e devem
ser proporcionadas aos alunos oportunidades de utilização da linguagem oral
em projectos cada vez mais alargados e exigentes. Pretende-se que os alunos
alarguem o seu reportório linguístico e reforcem a compreensão dos
mecanismos e estratégias de produção oral.
 Ao longo do 3º ciclo, sempre em função de contextos significativos e
de
objectivos
definidos,
o
aluno
deverá
testemunhar e realizar exposições
orais.
 No campo
da comunicação oral , o trabalho a desenvolver deve
proporcionar o contacto com usos da linguagem mais formais e
convencionais, que exijam um controlo consciente e voluntário da
enunciação.
 Nos 8ºe 9º anos, o trabalho sobre o texto argumentativo ( compreensão e
produção) visa também a análise da estrutura argumentativa, o tipo e
valor (objectivo / subjectivo) da fundamentação apresentada;
importa também atender à interpretação e à utilização pelos alunos
(na oralidade e na escrita) dos processos de persuasão ( justificação,
explicação, demonstração, refutação).

Compreensão oral - progressão
Expressão oral - progressão
Processos de Compreensão Oral
Contexto
Intenção
Tema
TEXTO
Reconhecer
Antecipar
Seleccionar
Inferir
Interpretar
Situação
Comunicativa
Reter
Memória a curto
prazo
Memória a longo prazo :
conhecimento linguístico; conhecimento do mundo
Processos de Compreensão
Reconhecer
Seleccionar
Interpretar
• sons
• palavras
• sons e palavras
• expressões
• frases relevantes
• compreender o
discurso
(intenção comunicativa;
significado global ;
discriminar ideias
principais e ideias
irrelevantes; captar o tom
do discurso: ironia,
humor, agressividade …)
• compreender a
forma
(estrutura ou
organização;
Identificação de palavras
que marcam a estrutura:
abertura , encerramento,
mudança de tema)
Processos de Compreensão
Antecipar
Inferir
Reter
• Saber activar
toda a
informação
de que
dispomos
sobre uma
pessoa ou um
tema para
preparar a
compreensão
do discurso;
• Saber prever
o tema, a
linguagem e
o estilo do
discurso.
• Saber
antecipar o
discurso do
falante.
• ideias implícitas;
• significados
através de
elementos
paralínguísticos
(códigos não
verbais);
• conclusões.
• Recordar palavras,
frases e ideias
relevantes para,
posteriormente, as
poder interpretar;
• Reter na memória a
longo prazo
informações
relevantes; tema e
dados essenciais;
situação e intenção
comunicativa ;
estrutura do
discurso…
• Utilizar os
diferentes tipos de
memória (visual,
auditiva, etc.) para
reter informação.
Etapas da Compreensão Oral
Etapas da compreensão oral:
1- Pré – escuta
2. Escuta
3- Pós-escuta
Processo de Expressão
oral
1.
I.Planificar
analisar a situação para preparar a intervenção; preparar o tema; usar suportes escritos (guiões,
notas); antecipar e preparar a interacção; identificar conceitos/ palavras chave.
2. Conduzir o discurso
2.1.Conduzir o tema (iniciar, propor ou desenvolver um tema; pôr fim a uma conversação);
2.2. Conduzir a interacção (manifestar desejo de intervenção; escolher o momento oportuno
para intervir e para ceder a palavra);
2.3.Negociar o significado (saber avaliar a compreensão do interlocutor)
3. Produzir o texto
Simplificar a estrutura frásica; eliminar palavras irrelevantes; autocorrigir-se; precisar o significado do
que se quer dizer; repetir e resumir ideias importantes; articular de forma clara.
4. Aspectos não verbais
Controlar a voz; usar códigos não verbais adequados; dirigir o olhar para os interlocutores.
Como podemos ensinar os nossos
alunos?
Para que os alunos atinjam os desempenhos descritos para esta competência, é necessário criar oportunidades/
experiências de aprendizagem variadas. É preciso:

Construção de um contexto de aprendizagem cooperativo que ajude o aluno a tornar-se confiante e
competente no uso da linguagem falada;

Escuta guiada de documentos orais de diferentes tipos, representativos de situações de interlocução
autênticas e apresentando usos diversificados da língua, quer em português padrão quer noutras variedades;

Exercícios de comparação entre diferentes formas de utilizar a língua oral em contexto, confrontando os
recursos verbais e não verbais utilizados e os efeitos produzidos;

Envolvimento em actividades diversificadas de comunicação oral, que permitam ao aluno desempenhar
vários papéis, quer em termos do treino da escuta, quer no campo da expressão oral;

Participação em actividades orientadas para o aprofundamento da confiança e da fluência na expressão oral
formal: debate, relato, síntese, exposição oral, dramatização, etc;

Avaliação dos graus de correcção e de adequação nos seus desempenhos e nos dos colegas.

Indicar expressões de que vão necessitar para poderem controlar a sua própria compreensão ( por ex., ensinar
ao aluno como pedir ao falante que reformule aquilo que disse);

Fazer reflectir sobre estratégias que deve activar em determinadas situações ( ex.: memorizar uma palavra;
inferir sentidos através do contexto);

Fazer reflectir sobre a necessidade de activar conhecimentos prévios (históricos, sociais, culturais…);

Fazer reflectir sobre o propósito que preside à actividade ( o que é se pretende que faça ou que
saiba/aplique?...);

Diversificação das situações, momentos e tipos de texto (apresentar situações modelares).
Orientações metodológicas
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
Fazer o diagnóstico e depois trabalhar por módulos, sendo que,
em cada módulo, o aluno desenvolve uma competência e é
avaliado sobre essa competência.
Estruturar a expressão oral a partir de determinados
conhecimentos e estratégias; definir tema, situação,
intervenientes.
Planificar sequências didácticas do oral como se planificam as
sequências da leitura ou da escrita.
Centrar a avaliação da expressão oral em 3 ou 4 alunos por
semana.
É necessário muita prática (exercícios frequentes, mas rápidos ) e
o recurso a documentos autênticos e variados.
Orientações metodológicas
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
Preparar a escuta :

apresentar de forma concreta e clara a tarefa que o aluno deve
executar durante ou após a escuta; os alunos devem ter uma
razão ou finalidade da escuta;

actividades orais em torno do tema ou de aspectos culturais
abordados, actividades lúdicas centradas no vocabulário, etc.).
Dar a possibilidade de os alunos ouvirem o texto mais do que
uma vez;
Diversificar o tipo de textos e trabalhar preferencialmente com
textos completos, contextualizados, reais ou verosímeis;
Diversificar os procedimentos de exploração pedagógica;
Permitir o trabalho em pequeno grupo ou em pares ( por
exemplo, após a 1ª audição e para comparar as respostas, etc.).
Expressão oral : actividades a desenvolver na sala
de aula para iniciar os alunos no uso da palavra
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Narrar eventos , levantar dúvidas, pedir esclarecimentos, etc.
Contar histórias (de ficção).
Criar histórias orais colectivas.
Transformar histórias: alterar início, o desenlace, introduzir personagens, etc.
Descrever paisagens, pessoas, objectos, etc.
Explicar como funciona um aparelho , um jogo, etc.
Participar em debates, reuniões.
Dar instruções para fazer algo.
Contar histórias a partir de vinhetas ou imagens.
Expor os processos seguidos para realizar uma tarefa ou projecto.
Responder a perguntas sobre temas ou opiniões expressas.
Planificar oralmente um trabalho, uma saída ou actividade da turma.
Opinar sobre factos ou temas específicos.
Dramatizar situações para criar rotinas de práticas comunicativas e de normas de
cortesia.
Participar em jogos que incluem a expressão oral.
Participar em discussões com vários interlocutores.
Compreensão oral : actividades para desenvolver a
escuta activa e interpretativa

Discriminar sons (para os mais pequenos).

Compreender narrativas e descrições orais.

Adivinhar, a partir de pistas e perguntas, objectos, personagens, lugares, etc.

Seguir instruções orais progressivamente mais complexas para fazer um desenho,
localizar algo, elaborar uma receita de cozinha ,etc.

Detectar erros nos textos (descobrir mentiras, descrições incorrectas…)

Resolver quebra-cabeças e enigmas ouvidos.

Transferir informação (preenchimento ou elaboração de esquemas, vinhetas…).

Descobrir informações específicas ou ideias principais e secundárias (questionário
prévio).

Memorizar , a partir de repetições, poemas, lengalengas, jogos,etc.

Ordenar vinhetas que ilustram uma história ouvida.

Intervir activamente em conversas para defender a sua posição.
Actividades que ajudam a desenvolver a dimensão
cognitiva da linguagem

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
Expor informações apoiando-se em esquemas e gráficos.
Comparar diferentes versões de um mesmo evento, ou
opiniões diferentes sobre um mesmo assunto.
Sintetizar, perguntar, responder, planificar, etc.
Resolver enigmas segundo processos dedutivos.
Formular hipóteses e averiguá-las.
Definir termos específicos de diferentes áreas.
Categorizar e classificar informações.
Autocorrigir-se.
Actividades para analisar as características específicas
da linguagem falada e reflectir sobre elas:




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Identificar estruturas e formas linguísticas específicas
de textos orais.
Corrigir erros (individual ou colectivamente).
Observar e analisar textos orais de proveniência diversa
(programas de televisão e de rádio, debates, talk
shows, entrevistas, etc.).
Realizar programas de rádio, relatos e gravá-los para os
avaliar ( o podcast pode ser uma óptima solução).
Prévia preparação oral de mensagens escritas (o que
dizemos e como vamos dizer de acordo com o
interlocutor e a situação).
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Compreensão e Expressão oral