Prof. Humberto Magno
PITAGORAS
 A preocupação com os estudos políticos, remontam a
antiguidade clássica, a se saber os antigos impérios
asiáticos.
 Durante muitos anos , a formação intelectual das elites
gregas ficou a cargo dos sofistas, filósofos que faziam
um proveito utilitarista do cargo.
 As primeiras grandes preocupações com os estudos
políticos surgiram na Grécia, com Socrátes, Platão e
Aristoteles.
 Durante a antiguidade clássica grega, não havia ainda
um estado grego definido, o que havia eram diversas
cidades estados espalhadas por toda a Grécia, que
eventualmente entravam em guerra entre si.
 As primeiras grandes
preocupações com os
estudos políticos
surgiram na Grécia, com
Socrátes, Platão e
Aristoteles.
 Nasceu Sócrates em 470 ou 469 a.C., em Atenas, filho
de Sofrônico, escultor, e de Fenáreta, parteira.
 Foi ele valoroso soldado e rígido magistrado. Mas, em
geral, conservou-se afastado da vida pública e da
política contemporânea, que contrastavam com o seu
temperamento crítico e com o seu reto juízo.
O objeto da ciência não é o sensível, o particular, o
indivíduo que passa; é o inteligível, oconceitoque se
exprime pela definição. Este conceito ou idéia geral
obtém-se por um processo dialético por ele chamado
indução e que consiste em comparar vários indivíduos
da mesma espécie, eliminar-lhes as diferenças
individuais, as qualidades mutáveis e reter-lhes o
elemento comum, estável, permanente, a natureza, a
essência da coisa.
 No primeiro caso, assumia humildemente a atitude de
quem aprende e ia multiplicando as perguntas até
colher o adversário presunçoso em evidente
contradição e constrangê-lo à confissão humilhante de
sua ignorância. É a ironiasocrática.
 No segundo caso, tratando-se de um discípulo (e era
muitas vezes o próprio adversário vencido),
multiplicava ainda as perguntas, dirigindo-as agora ao
fim de obter, por indução dos casos particulares e
concretos, um conceito, uma definição geral do objeto
em questão
 Conhece-te a ti mesmo" - o lema em que Sócrates
cifra toda a sua vida de sábio. O perfeito conhecimento
do homem é o objetivo de todas as suas especulações e
a moral, o centro para o qual convergem todas as partes
da filosofia. A psicologia serve-lhe de preâmbulo, a
teodicéia de estímulo à virtude e de natural
complemento da ética.
 Em teodicéia, estabelece a existência de Deus: a) com o
argumento teológico, formulando claramente o
princípio: tudo o que é adaptado a um fim é efeito de
uma inteligência; b) com o argumento, apenas
esboçado, da causa eficiente: se o homem é inteligente,
também inteligente deve ser a causa que o produziu; c)
com o argumento moral: a lei natural supõe um ser
superior ao homem, um legislador, que a promulgou e
sancionou.
 Moral. É a parte culminante da sua filosofia. Sócrates
ensina a bem pensar para bem viver. O meio único de
alcançar a felicidade ou semelhança com Deus, fim
supremo do homem, é a prática da virtude. A virtude
adquiri-se com a sabedoria ou, antes, com ela se
identifica. Esta doutrina, uma das mais características
da moral socrática, é conseqüência natural do erro
psicológico de não distinguir a vontade da inteligência
 Sócrates reconhece também, acima das leis mutáveis e
escritas, a existência de uma lei natural - independente
do arbítrio humano, universal, fonte primordial de
todo direito positivo, expressão da vontade divina
promulgada pela voz interna da consciência.
 única ciência possível e útil é a ciência da prática, mas
dirigida para os valores universais, não particulares.
Vale dizer que o agir humano - bem como o conhecer
humano - se baseia em normas objetivas e
transcendentes à experiência
 A única ciência possível e útil é a ciência da prática,
mas dirigida para os valores universais, não
particulares. Vale dizer que o agir humano - bem como
o conhecer humano - se baseia em normas objetivas e
transcendentes à experiência.
 O fim da filosofia é a moral; no entanto, para realizar o
próprio fim, é mister conhecê-lo; para construir uma
ética é necessário uma teoria; no dizer de Sócrates, a
gnosiologia deve preceder logicamente a moral. Mas,
se o fim da filosofia é prático, o prático depende, por
sua vez, totalmente, do teorético, no sentido de que o
homem tanto opera quanto conhece: virtuoso é o
sábio, malvado, o ignorante.
 O procedimento lógico para realizar o conhecimento
verdadeiro, científico, conceptual é, antes de tudo, a
indução: isto é, remontar do particular ao universal, da
opinião à ciência, da experiência ao conceito. Este
conceito é, depois, determinado precisamente
mediante a definição, representando o ideal e a
conclusão do processo gnosiológico socrático, e nos dá
a essência da realidade.
 Sócrates não elaborou um sistema filosófico acabado,
nem deixou algo de escrito; no entanto, descobriu o
método e fundou uma grande escola. Por isso, dele
depende, direta ou indiretamente, toda a especulação
grega que se seguiu, a qual, mediante o pensamento
socrático, valoriza o pensamento dos pré-socráticos
desenvolvendo-o em sistemas vários e originais.
 Platão nasceu em Atenas, em 428 ou 427 a.C., de pais
aristocráticos e abastados, de antiga e nobre prosápia.
 A forma dos escritos platônicos é o diálogo, transição
espontânea entre o ensinamento oral e fragmentário
de Sócrates e o método estritamente didático de
Aristóteles.
 No fundador da Academia, o mito e a poesia
confundem-se muitas vezes com os elementos
puramente racionais do sistema. Faltam-lhe ainda o
rigor, a precisão, o método, a terminologia científica
que tanto caracterizam os escritos do sábio estagirita.
 Platão como Sócrates, parte do conhecimento
empírico, sensível, da opinião do vulgo e dos sofistas,
para chegar ao conhecimento intelectual, conceptual,
universal e imutável. A gnosiologia platônica, porém,
tem o caráter científico, filosófico, que falta a
gnosiologia socrática, ainda que as conclusões sejam,
mais ou menos, idênticas.
 O conhecimento sensível deve ser superado por um
outro conhecimento, o conhecimento conceptual,
porquanto no conhecimento humano, como
efetivamente, apresentam-se elementos que não se
podem explicar mediante a sensação
 O conhecimento sensível, particular, mutável e
relativo, não pode explicar o conhecimento intelectual,
que tem por sua característica a universalidade, a
imutabilidade, o absoluto (do conceito);
 e ainda menos pode o conhecimento sensível explicar
o dever ser, os valores de beleza, verdade e bondade,
que estão efetivamente presentes no espírito humano,
e se distinguem diametralmente de seus opostos,
fealdade, erro e mal-posição e distinção que o sentido
não pode operar por si mesmo.
 Sócrates estava convencido, como também Platão, de
que o saber intelectual transcende, no seu valor, o
saber sensível, mas julgava, todavia, poder construir
indutivamente o conceito da sensação, da opinião;
Platão, ao contrário, não admite que da sensação particular, mutável, relativa - se possa de algum modo
tirar o conceito universal, imutável, absoluto.
 A ciência é objetiva; ao conhecimento certo deve
corresponder a realidade. Ora, de um lado, os nossos
conceitos são universais, necessários, imutáveis e
eternos (Sócrates), do outro, tudo no mundo é
individual, contigente e transitório (Heráclito). Deve,
logo, existir, além do fenomenal, um outro mundo de
realidades, objetivamente dotadas dos mesmos
atributos dos conceitos subjetivos que as representam.
Estas realidades chamam-se Idéias.
 As idéias não são, pois, no sentido platônico,
representações intelectuais, formas abstratas do
pensamento, são realidades objetivas, modelos e
arquétipos eternos de que as coisas visíveis são cópias
imperfeitas e fugazes. Assim a idéia de homem é o
homem abstrato perfeito e universal de que os
indivíduos humanos são imitações transitórias e
defeituosas.
 Todas as idéias existem num mundo separado, o
mundo dos inteligíveis, situado na esfera celeste. A
certeza da sua existência funda-a Platão na
necessidade de salvar o valor objetivo dos nossos
conhecimentos e na importância de explicar os
atributos do ente de Parmênides, sem, com ele, negar a
existência do fieri. Tal a célebre teoria das idéias, alma
de toda filosofia platônica, centro em torno do qual
gravita todo o seu sistema.
 O sistema metafísico de Platão centraliza-se e culmina
no mundo divino das idéias; e estas contrapõe-se
amatéria obscura e incriada. Entre as idéias e a matéria
estão o Demiurgo (deus) e as almas, através de que
desce das idéias à matéria aquilo de racionalidade que
nesta matéria aparece
 A existência desse mundo ideal seria provada pela
necessidade de estabelecer uma base ontológica, um
objeto adequado ao conhecimento conceptual. Esse
conhecimento, aliás, se impõe ao lado e acima do
conhecimento sensível, para poder explicar
verdadeiramente o conhecimento humano na sua
efetiva realidade. E, em geral, o mundo ideal é provado
pela necessidade de justificar os valores, o dever ser, de
que este nosso mundo imperfeito participa e a que
aspira.
 Logo, a idéia do Bem, no sistema platônico, é a
realidade suprema, donde dependem todas as demais
idéias, e todos os valores (éticos, lógicos e estéticos)
que se manifestam no mundo sensível; é o ser sem o
qual não se explica o vir-a-ser. Portanto, deveria
representar o verdadeiro Deus platônico.
 No entanto, para ser verdadeiramente tal, falta-lhe a
personalidade e a atividade criadora. Desta
personalidade e atividade criadora - ou, melhor,
ordenadora - é, pelo contrário, dotado o Demiurgo o
qual, embora superior à matéria, é inferior às idéias, de
cujo modelo se serve para ordenar a matéria e
transformar o caos em cosmos.
 A alma, assim como o Demiurgo, desempenha papel
de mediador entre as idéias e a matéria, à qual
comunica o movimento e a vida, a ordem e a
harmonia, em dependência de uma ação do Demiurgo
sobre a alma.
 Assim, deveria ser, tanto no homem como nos outros
seres, porquanto Platão é um pampsiquista, quer dizer,
anima toda a realidade. Ele, todavia, dá à alma humana
um lugar e um tratamento à parte, de superioridade,
em vista dos seus impelentes interesses morais e
ascéticos, religiosos e místicos.
 A faculdade principal, essencial da alma é a de
conhecer o mundo ideal, transcendental:
contemplação em que se realiza a natureza humana, e
da qual depende totalmente a ação moral. Entretanto,
sendo que a alma racional é, de fato, unida a um corpo,
dotado de atividade sensitiva e vegetativa, deve existir
um princípio de uma e outra.
 Segundo Platão, tais funções seriam desempenhadas
por outras duas almas - ou partes da alma: a
irascível(ímpeto), que residiria no peito, e a
concupiscível (apetite), que residiria no abdome assim como a alma racional residiria na cabeça.
Naturalmente a alma sensitiva e a vegetativa são
subordinadas à alma racional.
 O mundo material, o cosmos platônico, resulta da
síntese de dois princípios opostos, as idéias e a
matéria. O Demiurgo plasma o caos da matéria no
modelo das idéias eternas, introduzindo no caos a
alma, princípio de movimento e de ordem.
 O mundo, pois, está entre o ser (idéia) e o não-ser
(matéria), e é o devir ordenado, como o adequado
conhecimento sensível está entre o saber e o não-saber,
e é a opinião verdadeira.
 O dualismo dos elementos constitutivos do mundo
material resulta do ser e do não-ser, da ordem e da
desordem, do bem e do mal, que aparecem no mundo.
Da idéia - ser, verdade, bondade, beleza - depende
tudo quanto há de positivo, de racional no vir-a-ser da
experiência. Da matéria - indeterminada, informe,
mutável, irracional, passiva, espacial - depende, ao
contrário, tudo que há de negativo na experiência.
 Compreende que o desejo de atuar politicamente deve
passar primeiro por um processo iluminador e
purificador do tipo socrático. Antes de agir, é
necessário ter consciência da finalidade da ação.
 Para agir com retidão e justeza, é preciso, antes, saber
o que é justiça ; saber o que é essa medida padrão, essa
justa medida capaz de medir as ações morais ou
políticas, individuais ou coletivas, e revelar se elas são
realmente justas... (PESSANHA, 2004:53)
 Para agir com retidão e justeza, é preciso, antes, saber
o que é justiça ; saber o que é essa medida padrão, essa
justa medida capaz de medir as ações morais ou
políticas, individuais ou coletivas, e revelar se elas são
realmente justas... (PESSANHA, 2004:53)
 Desta forma, na concepção de
Platão, o homem justo é
aquele cuja alma racional
(pensamento e vontade) é
mais forte do que as outras
duas almas, impondo à
concupiscente a virtude da
temperança ou moderação, e
à colérica a virtude da
coragem, que deve controlar a
concupiscência. O homem
justo, no entender de Platão, é
o homem virtuoso, onde
prevalece o domínio racional
sobre o desejo e a cólera.
 O homem injusto é
aquele cuja alma
concupiscente é mais
forte e prevalece sobre a
alma colérica e a alma
racional
 as formas tipificadas por Platão estão associadas as
particularidades morais, ou seja, os vícios e as virtudes
das classes dirigentes. A polis, também possui uma
estrutura tripartite, formada por três classes sociais;
Trabalhadores, militares e legisladores.

Leia mais em:
http://www.webartigos.com/articles/3646/1/Estado-EEducacao-Em-Platao/pagina1.html#ixzz1V6rkJ2Qi
Platão
 Formas de governo
Platão enumera as formas de governo como as
seguintes:
Timocracia;Oligarquia; Democracia e Tirania
 Timócracia:O espiritual tem pouca importância, O
governo é movido pela ambição.
 Governo exercido por homens que se dizem capazes,e
excelentes. pois tiveram bom desempenho como
desportistas ou soldados ou caçadores. Inclinados pela
rápida decisão e ação que pela madura reflexão, feitos
mais para a guerra que para a paz.
 De talento prático, hábeis e engenhosos, atraídos pela
ganancia do dinheiro, defendem a propriedade privada
e enriquecem ocultamente, mais atentos ao seu
medrar pessoal que ao bem da comunidade. para eles o
poder estatal e o pretexto para desenvolver mais o
poder que o estado, sendo esse poder o seu.
 Oligarquia:O seu significado literal é o governo de
 se na Timócracia a ferida é o afán do dinheiro, na
oligarquia existe uma politica de inferiorizar, tornando
a cobiça no principio do seu governo. o estado deixa de
ser administrativo, caindo nas mãos de uns poucos
exploradores.
 temos assim o primado da politica convertida numa
caça de postos bem remunerados, que obstaculiza o
trabalho, destrói a unidade interna, condenando
Estado a impotência,pois já não representa o Estado o
povo, mas um bando de exploradores.
 Democracia:aqui impera a plena liberdade em ação.
Mas frente a democracia ficamos sem autoridade que a
sujeite e a limite; nenhum direito inviolável, todos são
iguais, cada qual é livre de se expressar.
 Tirania: A mais extrema degradação das formas
Políticas, entendendo não como um oposto a
democracia mas sim como uma consequência.
achando mesmo que é o caminho onde a liberdade se
destrói a ela mesma.

vemos assim aparecer o líder, para discernir as suas
internas divisões. E como é costume nestes lideres,
tem tendência a onipotência.
 o tirano começa primeiro por vender favores e
amizades, faz toda a classe de promessas, e depois
começa a montar um esquema para se desfazer dos
seus inimigos, maquina guerras para que o povo tenha
sempre necessidades de liderança e chefia, e assim o
povo mal tem oportunidade em questionar o poder.
 Como vimos no diálogo de Sócrates e seus
interlocutores, a discussão sobre a concepção de justiça
gira em torno de uma cidade justa, uma cidade ideal. A
partir dessa construção, os interlocutores se deparam
com uma questão crucial, a necessidade de um
guerreiro guardião da cidade. Daí, o mérito de educálo e instruí-lo. Como o nosso propósito é refletir sobre
educação em Platão, cumpriremos o nosso intuito de
estabelecer uma relação com o Estado, bastante
evidente em Platão.
 Platão, por sua vez, considerava a prática dos sofistas
absurda, pois considerava os sofistas verdadeiros
corruptores da juventude, alicerçados no princípio da
justiça como a vantagem do mais forte.
 Notável filósofo grego, Aristóteles (384 - 322 a.C.),
nasceu em Estágira, colônia de origem jônica
encravada no reino da Macedônia. Filho de Nicômaco,
médico do rei Amintas, gozou de circunstâncias
favoráveis para seus estudos.
 Segundo Aristóteles, a filosofia é essencialmente
teorética: deve decifrar o enigma do universo, em face
do qual a atitude inicial do espírito é o assombro do
mistério. O seu problema fundamental é o problema
do ser, não o problema da vida.
 O objeto próprio da filosofia, em que está a solução do
seu problema, são as essências imutáveis e a razão
última das coisas, isto é, o universal e o necessário, as
formas e suas relações.
 A filosofia, pois, segundo Aristóteles, dividir-se-ia em
teorética, prática e poética, abrangendo, destarte, todo
o saber humano, racional. A teorética, por sua vez,
divide-se em física, matemática e filosofia primeira
(metafísica e teologia); a filosofia prática divide-se em
ética e política; a poética em estética e técnica
 A ciência platônica e aristotélica são, portanto, ambas
objetivas, realistas: tudo que se pode aprender precede
a sensação e é independente dela. No sentido estrito, a
filosofia aristotélica é dedução do particular pelo
universal, explicação do condicionado mediante a
condição, porquanto o primeiro elemento depende do
segundo.
 Segundo Aristóteles, entretanto, de cujo sistema é
banida toda forma de inatismo, também os elementos
primeiros do conhecimento - conceito e juízos - devem
ser, de um modo e de outro, tirados da experiência, da
representação sensível, cuja verdade imediata ele
defende, porquanto os sentidos por si nunca nos
enganam.
 Observação fiel da natureza - Platão, idealista,
rejeitara a experiência como fonte de conhecimento
certo. Aristóteles, mais positivo, toma sempre o fato
como ponto de partida de suas teorias, buscando na
realidade um apoio sólido às suas mais elevadas
especulações metafísicas.
 Rigor no método - Depois de estudas as leis do
pensamento, o processo dedutivo e indutivo aplica-os,
com rara habilidade, em todas as suas obras,
substituindo à linguagem imaginosa e figurada de
Platão, em estilo lapidar e conciso e criando uma
terminologia filosófica de precisão admirável.
 Pode considerar-se como o autor da metodologia e
tecnologia científicas. Geralmente, no estudo de uma
questão, Aristóteles procede por partes: a) começa a
definir-lhe o objeto; b) passa a enumerar-lhes as
soluções históricas; c) propõe depois as dúvidas; d)
indica, em seguida, a própria solução; e) refuta, por
último, as sentenças contrárias
 O conhecimento é o conhecimento das causas - a causa
material (aquilo de que uma coisa é feita), a causa
formal (aquilo que faz com que uma coisa seja o que é),
a causa eficiente (a que transforma a matéria) e a causa
final (o objectivo com que a coisa é feita).
 Todas pressupõem uma causa primeira, uma causa não
causada, o motor imóvel do cosmos, a divindade, que é
a realidade suprema, a substância plena que determina
o movimento e a unidade do universo.
 A Lógica é a arte de orientar o pensamento nas suas
várias direcções para impedir o homem de cair no erro.
O Organon ficará para sempre um modelo de
instrumento científico ao serviço da reflexão.
 O Estado deve ser uma associação de seres iguais
procurando uma existência feliz. O fim último do
homem é a felicidade. Esta atinge-se quando o homem
realiza, devidamente, as suas tarefas, o seu trabalho, na
polis, a cidade.
 O verdadeiro homem virtuoso é o que dedica largo
espaço à meditação. Mas nem o próprio sábio se pode
dedicar, totalmente, à reflexão. O homem é um ser
social. O que vive, isoladamente, sempre, ou é um
Deus ou uma besta.
 A razão orienta o ser humano para que este evite o
excesso ou o defeito (a coragem - não a cobardia ou a
temeridade). O homem deve encontrar o meio-termo,
o justo meio; deve viver usando, prudentemente, a
riqueza; moderadamente os prazeres e conhecer,
correctamente, o que deve temer
 política aristotélica é essencialmente unida à moral,
porque o fim último do estado é a virtude, isto é, a
formação moral dos cidadãos e o conjunto dos meios
necessários para isso. O estado é um organismo moral,
condição e complemento da atividade moral
individual, e fundamento primeiro da suprema
atividade contemplativa
 A política, contudo, é distinta da moral, porquanto
esta tem como objetivo o indivíduo, aquela a
coletividade. A ética é a doutrina moral individual, a
política é a doutrina moral social. Desta ciência trata
Aristóteles precisamente na Política, de que acima se
falou.
 O estado, então, é superior ao indivíduo, porquanto a
coletividade é superior ao indivíduo, o bem comum
superior ao bem particular.
 Unicamente no estado efetua-se a satisfação de todas
as necessidades, pois o homem, sendo naturalmente
animal social, político, não pode realizar a sua
perfeição sem a sociedade do estado.
 Visto que o estado se compõe de uma comunidade de
famílias, assim como estas se compõem de muitos
indivíduos, antes de tratar propriamente do estado
será mister falar da família, que precede
cronologicamente o estado, como as partes precedem o
todo.
 . Segundo Aristóteles, a família compõe-se de quatro
elementos: os filhos, a mulher, os bens, os escravos;
além, naturalmente, do chefe a que pertence a direção
da família.
 Aristóteles não nega a natureza humana ao escravo;
mas constata que na sociedade são necessários
também os trabalhos materiais, que exigem indivíduos
particulares, a que fica assim tirada fatalmente a
possibilidade de providenciar a cultura da alma,
 visto ser necessário, para tanto, tempo e liberdade,
bem como aptas qualidades espirituais, excluídas pelas
próprias características qualidades materiais de tais
indivíduos. Daí a escravidão.
 Vejamos, agora, o estado em particular. O estado surge,
pelo fato de ser o homem um animal naturalmente
social, político. O estado provê, inicialmente, a
satisfação daquelas necessidades materiais, negativas e
positivas, defesa e segurança, conservação e
engrandecimento, de outro modo irrealizáveis.
 Mas o seu fim essencial é espiritual, isto é, deve
promover a virtude e, conseqüentemente, a felicidade
dos súditos mediante a ciência.
 Compreende-se, então, como seja tarefa essencial do
estado a educação, que deve desenvolver harmônica e
hierarquicamente todas as faculdades: antes de tudo as
espirituais, intelectuais e, subordinadamente, as
materiais, físicas.
 O fim da educação é formar homens mediante as artes
liberais, importantíssimas a poesia e a música, e não
máquinas, mediante um treinamento profissional.(...)
Não obstante a sua concepção ética do estado,
Aristóteles, diversamente de Platão, salva o direito
privado, a propriedade particular e a família..
 O comunismo como resolução total dos indivíduos e
dos valores no estado é fantástico e irrealizável. O
estado não é uma unidade substancial, e sim uma
síntese de indivíduos substancialmente distintos
 Se se quiser a unidade absoluta, será mister reduzir o
estado à família e a família ao indivíduo; só este último
possui aquela unidade substancial que falta aos dois
precedentes. Reconhece Aristóteles a divisão platônica
das castas, e, precisamente, duas classes reconhece: a
dos homens livres, possuidores, isto é, a dos cidadãos e
a dos escravos, dos trabalhadores, sem direitos
políticos.
 Quanto à forma exterior do estado, Aristóteles
distingue três principais: a monarquia, que é o governo
de um só, cujo caráter e valor estão na unidade, e cuja
degeneração é a tirania; a aristocracia, que é o governo
de poucos, cujo caráter e valor estão na qualidade, e
cuja degeneração é a oligarquia; a democracia, que é o
governo de muitos, cujo caráter e valor estão na
liberdade, e cuja degeneração é a demagogia
 As preferências de Aristóteles vão para uma forma de
república democrático-intelectual, a forma de governo
clássica da Grécia, particularmente de Atenas. No
entanto, com o seu profundo realismo, reconhece
Aristóteles que a melhor forma de governo não é
abstrata, e sim concreta: deve ser relativa, acomodada
às situações históricas, às circunstâncias de um
determinado povo.
 De qualquer maneira a condição indispensável para
uma boa constituição, é que o fim da atividade estatal
deve ser o bem comum e não a vantagem de quem
governa despoticamente.