Revisão – Análise sintática do período simples 3º ano A sintaxe trata das relações que as palavras estabelecem entre si nas orações e das relações que se estabelecem entre as orações nos períodos. Sabemos que, para transmitir ideias não basta jogar as palavras simplesmente. Elas se organizam e se relacionam de acordo com algumas regras. Para compreender melhor como as palavras se estruturam utilizamos a análise sintática. Portanto, a análise sintática estuda as funções da oração no período. São três as noções básicas para o estudo da análise sintática: frase, oração e período. Veja os quadrinhos: FRASE Observe na primeira fala do Cebolinha que para expressar o que estava querendo ou sentindo, ele combinou as palavras de uma forma que estabelecesse uma comunicação com a Mônica: “Espere aí, Mônica! Vamos resolver nossas diferenças dum jeito inteligente”. Esse conjunto de palavras organizadas e com sentido completo constitui uma frase. Quando a Mônica diz: “Tudo bem! Como?”, também está produzindo frases. A frase pode ser curta ou longa; pode ou não conter verbo. Frase é uma palavra ou um conjunto de palavras que tem sentido completo. Tipos de Frases Há vários tipos de frases, dependendo do sentido que transmitem. Observe: a) declarativas: são aquelas que informam ou declaram alguma coisa. Podem ser afirmativas ou negativas. Ele viu alguém parado no portão. Ele não viu ninguém parado no portão. b) interrogativas: são aquelas que apresentam uma pergunta para se obter alguma informação. A interrogação pode ser direta ou indireta. Ele viu alguém parado no portão? Quero saber se ele viu alguém parado no portão. c) imperativas: são aquelas que apresentam ordens, pedidos ou conselhos. Podem ser afirmativas ou negativas. Veja se há alguém parado no portão. Não esqueça a chave da casa. d) exclamativas: são aquelas que expressam admiração, surpresa, espanto ou emoção. “Espere aí, Mônica!” Há alguém parado no portão! e) optativas: são aquelas que exprimem desejo. Geralmente, têm o verbo no subjuntivo. Deus te abençoe! Tomara que vocês sejam felizes. Oração Oração é a frase que se estrutura em torno de um verbo ou de uma locução verbal. Nossos jogadores têm muita habilidade. Verbo “Vamos resolver nossas diferenças...” Locução verbal Quando um conjunto de palavras, com sentido, não possui verbo, não é oração, e sim frase. “Tudo bem! Como? (desde que esteja dentro de um contexto, como por exemplo, os quadrinhos da Mônica) Na oração as palavras se inter – relacionam, formando um conjunto. Elas são os termos da oração, sendo que cada uma desempenha uma função sintática. A oração é constituída, geralmente, de dois elementos: sujeito e predicado. Dependendo da importância que os termos têm na oração, eles se classificam em essenciais, integrantes e acessórios. Núcleo de um termo Núcleo de um termo é a palavra mais importante, que traz a essência da significação desse termo. Minha bicicleta nova custou muito. Núcleo do sujeito núcleo do predicado Período Período é a frase constituída de uma ou mais orações. Dependendo da quantidade de orações que apresenta, o período é classificado em: Simples – constituído por uma única oração, chamada absoluta. “ Com as lágrimas do tempo E a cal do meu dia Eu fiz o cimento Da minha poesia[...]” (Vinícius de Moraes) Composto – constituído por duas ou mais orações. “ Invejo o ourives quando escrevo[...]” (Olavo Bilac) Sintaxe do Período Simples O estudo da sintaxe do período simples baseia – se na investigação das várias funções que as palavras desempenham quando se organizam em orações. Observe o poema: Nos quartos da casa moram os fantasmas dos avós Inquilinos. Mais Que a gente, têm medo De ficar sós. (Mauro Mota) No poema, podemos distinguir duas estruturas: “os fantasmas dos avós inquilinos” e “moram nos quartos da casa”. A primeira é representada por um substantivo (fantasmas) exercendo uma função substantiva: a de sujeito; a segunda é representada por um verbo exercendo a função de predicado, é formado por um núcleo (moram). A palavra ou grupo de palavras que desempenham uma função na oração é chamado de termo de oração. Os termos que estruturam uma oração podem ser essenciais, integrantes ou acessórios.Veja o quadro abaixo: Essenciais Integrantes Acessórios Sujeito Predicado/Predicativo Complementos Verbais Complemento Nominal Agente da Passiva Adjunto Adnominal Adjunto Adverbial Aposto Vocativo Termos essenciais da oração: sujeito e predicado Sujeito: termo através do qual se anuncia algo. ( quem? / quê?) simples : O bom filho compreende o esforço dos pais. composto: Saíram Bruno e Paulo. simples/desinencial: Fizemos a lição/ Fiz a lição Simples /implícito: João foi à aula, fez a lição... indeterminado: Falam de tudo e de todos./ Espera-se por um futuro melhor. Necessita-se de amigos. Atenção: Compram-se carros./ Compra-se carro. ( Carros são comprados) SE = partícula apassivadora – sujeito simples paciente. Era-se feliz naquele lugar. (VL + SE) – sujeito indeterminado ou Vive-se bem aqui. ( VI + SE ) – sujeito indeterminado. ou No Brasil, precisa-se de empregos. (V.T.I. + SE ) – sujeito indeterminado SE = índice de indeterminação do sujeito – sujeito indeterminado Sujeito agente – O governo haitiano reconstruirá o país. Sujeito paciente – O país será reconstruído pelo governo haitiano. Oração sem sujeito 1-Com os verbos que indicam fenômenos da natureza. Ex:Ventou bastante ontem em Vila Velha no Espírito Santo. 2. Com o verbo haver, significando existir ou acontecer. Ex: Há homens no mar. / Houve um grave incidente no meu barco. 3. Com os verbos fazer, haver e estar indicando tempo decorrido. Ex: Está quente esta noite. / Faz dez anos que não o vejo. 4. Com o verbo ser indicando tempo. Ex: Era uma vez... Foi em Janeiro...São duas horas... Atenção: Com o verbo “existir” – o sujeito será simples e o verbo concordará com ele. Ex: Há alunos inteligentes – oração sem sujeito. Existem alunos inteligentes – sujeito simples= alunos inteligentes. Aconteceram muitos acidentes no Natal de 2009. –sujeito simples. Houve muitos acidentes no Natal de 2009. – oração sem sujeito. Predicado – parte essencial da oração: constituise na informação que se dá sobre o sujeito. Sujeito Os homens Eu O sol -----Eu e dois irmãos -------Predicado Voltaram feridos Eram graves Saíram Predicado desejam a paz. trabalho como professor. é um astro luminoso. Havia pessoas soterradas. brincamos no clube. Precisa-se de soluções urgentes. Sujeito aqueles soldados. os erros. todos. Tipos de predicado 1- Verbal – núcleo = verbo que denota a ação praticada pelo sujeito. Ex: O ministro[ anunciará um pacote de reajuste de impostos.] 2- Nominal – núcleo = nome (predicativo do sujeito) –Verbo de ligação Ex: O acesso à internet banda larga [está cada vez mais ao alcance da classe média urbana]. 3- Verbo-nominal – núcleos = verbo(ação) + predicativo. . Ex: Os alunos cantaram emocionados aquela canção Ex: As mulheres julgam os homens insensíveis. Classificação dos verbos Tipos de verbos:VTD ( verbo transitivo direto) VTI ( verbo transitivo indireto) VTDI (verbo transitivo direto e indireto) VI ( verbo intransitivo) VL ( verbo de ligação) Exemplos: Aviões possuem asas. (VTD) Gosto de escrever. (VTI ) O Brasil ofereceu ajuda ao Haiti. (VTDI) Os homens morrem. (VI) O homem é mortal. (VL) Complemento verbal VTD ---------- objeto direto Ex: Os filhos admiram os pais. Não encontramos os responsáveis. Vi-o no baile. Não as encontramos. VTI ------------objeto indireto Ex: Fernanda obedece aos pais. Dei-lhe o livro. Assistimos ao jogo. Complemento verbal VTDI --------- objeto direto e objeto indireto. Ex: Escreveram cartas ao primo. Escreveram-lhes cartas. Objeto direto preposicionado (VTD + prep.) EX:Vós tomais do vinho. Amar a Deus sobre todas as coisas. Objeto direto cognato Ex: Sorriu um sorriso irônico. Cantou uma canção de amor. Complemento verbal Objeto direto pleonástico Ex: Estas obras, já as li no ano passado. Os livros, não os encontrei. Objeto indireto pleonástico Ex: Ao avarento, nada lhe satisfaz. Objeto indireto reflexivo Ex: O dono da casa deu-se o prazer de uma torta. Objeto direto preposicionado Há casos em que o objeto direto aparece precedido de preposição, por razões estilísticas. Na verdade, a preposição não é necessária. O objeto direto preposicionado é empregado principalmente quando: É formado de um pronome pessoal oblíquo tônico: Desprezam a ti e a mim. É formado de nomes referentes a pessoas: Não prejudiques a José. É formado de pronome indefinido. A cena sensibilizou a todos. É formado do pronome quem: A quem você preferiu? Se deseja evitar a ambiguidade: Venceu ao Flamengo o Vasco. Se quer dar ideia de parte , porção: Comi do churrasco e bebi do vinho. Adjunto adnominal As classes de palavras que podem desempenhar a função de adjunto adnominal são: adjetivos locuções adjetivas artigos numerais pronomes adjetivos Ex: No desfile, duas meninas vestiam calças e camisetas verdes. Ex: Nosso velho mestre sempre nos voltava à mente. Predicativo do sujeito Predicativo do objeto 1- Predicativo do sujeito Ex: Todos permaneceram calados. Os jogadores parecem cansados. 2- Predicativo do objeto Ex: Os adultos consideram as crianças sapecas. O juiz declarou o réu culpado. Complemento nominal Completam um: substantivo adjetivo advérbio COM PREPOSIÇÃO Ex: Tenho medo da morte. Faz tempo que não tenho notícia de Joaquim. Está difícil o pagamento das dívidas. Sou favorável à sua promoção. Agiu favoravelmente ao réu. Atenção: Com substantivo abstrato ----- o receptor, o alvo da ação. Ex: O amor à mãe é sagrado. ----- complemento nominal O amor de mãe é o mais puro que há. ------ adjunto adnominal ( amor materno) Diferença entre Complemento Nominal e Adjunto Adnominal Às vezes, encontramos dificuldades para distinguir o adjunto adnominal (na forma de locução adjetiva) do complemento nominal. Se o termo introduzido por preposição estiver ligado a adjetivo ou advérbio será sempre complemento nominal. Seu trabalho é útil à toda a comunidade. a) Votou contrariamente à aprovação da lei. b) Se o termo introduzido por preposição estiver ligado a um substantivo, poderá exercer a função de complemento nominal ou de adjunto adnominal. Para que não haja erros considere o seguinte: Será adjunto adnominal quando tiver sentido ativo. A explicação do professor foi insatisfatória. (o professor explicou: sentido ativo) Será complemento nominal quando tiver sentido passivo. A explicação ao professor foi insatisfatória. (o professor recebeu a explicação: sentido passivo) Será adjunto adnominal se o substantivo a que se refere for concreto ou se essa locução puder ser transformada em adjetivo: Copo de Cristal – Copo = substantivo concreto Amor de mãe – de mãe = materno Adjunto adverbial Exprime valor circunstancial de: tempo - Mal chegou em casa, se pôs a chorar. lugar – Sentia raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira. modo – Agia discretamente. afirmação – Irei à escola, sem dúvida! assunto – Discursou sobre educação. causa – Meus heróis morreram de overdose. companhia – Jovens de hoje cresceram com a internet. concessão – Mesmo atrasado, consegui chegar ao local. dúvida – Talvez um dia a gente se encontra... instrumento – Cortava a grama com tesoura. intensidade – O Tejo é o mais belo rio que corre pela minha aldeia. matéria – A mesa era feita de madeira. meio – Voltamos de bote para a ponta do caju. negação – Nunca serei seu servo. Agente da passiva Observe: Os artistas transformam a realidade. (Voz ativa) A realidade é transformada pelos artistas. agente da passiva Termos associados ao verbo objeto direto objeto indireto verbo adjunto adverbial agente da passiva Termos relacionados ao nome adjunto adnominal predicativo nome Complemento nominal aposto Aposto Aposto liga-se a um termo anterior para: Explicar – Barack Obama, presidente dos Estados Unidos, perde popularidade após um ano de governo. Enumerar – Os sequestradores exigiram os seguintes objeto: uma arma calibre 38 e um celular. Distribuir – Uma testemunha reconheceu dois sequestradores: um ex-policial e um mecânico. Recapitular – Praia, mar, sol, cerveja, tudo era motivo para alegria. Especificar - O Coronel Júlio Matos prendeu os criminosos. Aposto Oracional – Todos desejam uma só coisa: que façam justiça. Vocativo Termo independente. Não pertence ao sujeito e nem ao predicado. Indica um: Chamamento Apelo Funciona como um termômetro da relação.Por meio de seu emprego, percebe-se aproximação, tensão, distância, amor, ódio, respeito, entre outros estados do ser. Ex: Querida, peço me ouça! “Não me escutas, Jatir! Nem tardo acodes À voz do meu amor, que em vão te chama!” “ Brasil, mostra a tua cara quero ver quem paga pra gente ficar assim...”