Indivíduo, cultura e sociedade Parte 01 Aula 04 Profª Karina Oliveira Bezerra Sociedade humana e “sociedades” animais não humanas • Sabemos da existência de certo tipo de “organização social” entre animais não humanos. Não só entre mamíferos superiores, mas também em insetos*. Eles possuem “divisão do trabalho”, “hierarquia social” etc. • Qual a diferença entre essa sociedade e a do homem? • Todas as espécies animais, e não apenas a homo sapiens, apresentam formas padronizadas de comportamento. • Mas enquanto os padrões de comportamento dos animais não humanos possuem um altíssimo grau de estabilidade no tempo e espaço, os do homem são extremamente flexíveis. • Pois a transmissão nos animais não humanos são por herança biológica. E a do homem por comunicação simbólica. *http://www.jornalciencia. com/meioambiente/animais/2488baratas-podem-sofrer-dedepressao-se-nao-ficaremem-grupo-diz-pesquisa • O agir dos animais não humanos são transmitidos geneticamente, logo, decorrem da natureza. • Já o do homem são artificiais, criados pelo próprio homem. • A “dança” das abelhas, não foi inventada por elas, mas estão no seu próprio organismo, pois resultam de impulsos inatos, naturais, biologicamente estabelecidos. Elas já nascem com esse padrão de comportamento. • Isso não significa que os animais não humanos não tenham capacidade de aprender, nem que a totalidade do comportamento humano resulte apenas da aprendizagem. • Apesar das características orgânicas específicas do humano (complexidade neurocerebral, visão policrônica e estereoscópia, aparelho vocal que possibilita a emissão de sons articulados, a mão preênsil, e posição ereta) ele não nasce social, adquire as características tipicamente humanas através da socialização. https://www.youtube.com/ watch?v=38pJ8UsAKmo Socialização e comunicação simbólica • Para Sociologia, socialização significa transmissão e assimilação de padrões de comportamento, equivalendo a aprendizagem. • O símbolo é alguma coisa cujo valor ou significado é atribuído pelas pessoas que o usam. • O símbolo está presente em todos os momentos da nossa vida, pois ele não se limita à palavra. • A linguagem verbal, no entanto, é o mais importante instrumento de socialização. Permite a elaboração de um universo de ideias paralelo e tão real quanto o ambiente e as pessoas. • A socialização é um processo permanente, e tem dois tipos básicos: a primária e a secundária. • A socialização é fundamental para a integração do individuo na sociedade, e para continuidade dos sistemas sociais. Cultura • Na linguagem sociológica, cultura é tudo o que resulta da ação humana. • Para Edward Tylor: “É um todo complexo que abarca conhecimentos, crenças, artes, moral, leis, costumes e outras capacidades adquiridas pelo homem como integrante da sociedade.” • Sofremos o processo de enculturação. • Todas as sociedades têm cultura. Ela é o domínio do artificial e convencional. É o modo de vida próprio de cada povo. • Ela é o fundamento da sociedade e o que distingue o homem dos animais não humanos. • A herança cultural que, ao nascer, encontramos em nosso meio social foi o resultado da invenção de outros indivíduos, os nosso antepassados, já que a cultura é uma criação humana. Cultura material e não material • A cultura não material compreende o domínio das ideias: a ética, as crenças, os conhecimentos, as técnicas, os valores, as normas. • A cultura material é constituída dos artefatos e objetos em geral. • Mas ambos são interdependentes da cultural total. • Todo artefato está ligado a um tipo de ideia. • As criações materiais, tendem a afetar as ideias do humano. Existem culturas superiores? • Para a sociologia não existem culturas superiores nem inferiores, mas apenas culturas diferentes. • Quando alguém admite a superioridade ou inferioridade de alguma cultura, assim o faz porque adota o ponto de vista e os valores de alguma cultura em particular, ou seja, age de modo etnocêntrico. • Etnocentrismo, é perceber e julgar culturas e sociedades estranhas através do crivo dos valores de sua própria cultura. • Um cultura pode proporcionar muito conforto material, e ser ao mesmo tempo, pouco adequada ao bem estar psíquico dos indivíduos, no que se refere às formas estabelecidas para a convivência humana.