H. D. Fonseca Filho – Depto. Física 2015 A integração teoria-prática em física: uma proposta metodológica para o ensino Prof. Dr. Henrique Duarte da Fonseca Filho Departamento de Exatas Universidade Federal do Amapá E-MAIL: [email protected] H. D. Fonseca Filho – Depto. Física 2015 Relação teoria e prática na Física Ao tratar das diferenças entre teoria e prática Total (1995) citado por Ghilardi (1998) apresenta que a teoria refere-se aos conhecimentos produzidos e sistematizados e a prática referese ao conhecimento aplicado que é resultante destes conhecimentos sistematizados. Com isso, entende-se que tanto teoria quanto prática referese ao conhecimento; a diferença está nos conceitos aplicados a cada um, porém, percebe-se ainda um distanciamento entre a teoria e prática nas aulas de Física escolar, ou seja, existe uma dicotomia entre ambas. H. D. Fonseca Filho – Depto. Física 2015 Relação teoria e prática na Física Ao abordar sobre a dicotomia entre teoria/prática, Marcellino (1995) aponta que o termo dicotomia refere-se à divisão de conceitos, é o que acontece com a teoria e prática durante as aulas de Física, que, no entanto, não deveria, já que na visão do autor teoria/prática deveriam ser englobados em um único conceito e não serem tratados como campos contrários. H. D. Fonseca Filho – Depto. Física Novos espaços de atuação: professor e tecnologias 2015 A Internet e as novas tecnologias estão trazendo novos desafios pedagógicos para as universidades e escolas. Os professores, em qualquer curso presencial, precisam aprender a gerenciar vários espaços e a integrá-los de forma aberta, equilibrada e inovadora. O primeiro espaço é o de uma nova sala de aula melhor equipada e com atividades diferentes. Em alguns momentos o professor leva seus alunos ao laboratório conectado à Internet para desenvolver atividades de pesquisa e de domínio das tecnologias (segundo espaço). Estas atividades se ampliam a distância, nos ambientes virtuais de aprendizagem conectados à Internet, o que permite diminuir o número de aulas e continuar aprendendo juntos a distância (terceiro espaço). H. D. Fonseca Filho – Depto. Física Novos espaços de atuação: professor e tecnologias 2015 Os cursos precisam prever espaços e tempos de contato com a realidade, de experimentação e de inserção em ambientes profissionais e informais em todas as matérias e ao longo de todos os anos (quarto espaço). Uma das tarefas mais importantes das universidades, escolas e secretarias de educação hoje é planejar e flexibilizar, no currículo de cada curso, o tempo de presença física em sala de aula e o tempo de aprendizagem virtual e como integrar de forma criativa e inovadora esses espaços e tempos. H. D. Fonseca Filho – Depto. Física 2015 Ampliação dos espaços: ensino-aprendizagem O professor, em qualquer curso presencial, precisa hoje aprender a gerenciar vários espaços e a integrá-los de forma aberta, equilibrada e inovadora. Antes o professor só se preocupava com o aluno em sala de aula. Agora, continua com o aluno no laboratório (organizando a pesquisa), na Internet (atividades a distância) e no acompanhamento das práticas, dos projetos, das experiências que ligam o aluno à realidade, à sua profissão (ponto entre a teoria e a prática). H. D. Fonseca Filho – Depto. Física 2015 Ampliação dos espaços: ensino-aprendizagem Antes o professor se restringia ao espaço da sala de aula. Agora precisa aprender a gerenciar também atividades a distância, visitas técnicas, orientação de projetos e tudo isso fazendo parte da carga horária da sua disciplina, estando visível na grade curricular, flexibilizando o tempo de estada em aula e incrementando outros espaços e tempos de aprendizagem. Educar com qualidade implica em ter acesso e competência para organizar e gerenciar as atividades didáticas em, pelo menos, quatro espaços. H. D. Fonseca Filho – Depto. Física 2015 Ampliação dos espaços: ensino-aprendizagem 1. Uma nova sala de aula Precisa fundamentalmente de professores bem preparados, motivados, e bem remunerados e com formação pedagógica atualizada. Isso é incontestável. Precisa também de salas confortáveis, com boa acústica e tecnologias, das simples até as sofisticadas. Uma sala de aula hoje precisa ter acesso fácil ao vídeo, DVD e, no mínimo, um ponto de Internet, para acesso a sites em tempo real pelo professor ou pelos alunos, quando necessário. H. D. Fonseca Filho – Depto. Física 2015 Ampliação dos espaços: ensino-aprendizagem Do ponto de vista metodológico o professor precisa aprender a equilibrar processos de organização e de “provocação” na sala de aula. Uma das dimensões fundamentais do educar é ajudar a encontrar uma lógica dentro do caos de informações que temos, organizar numa síntese coerente (mesmo que momentânea) das informações dentro de uma área de conhecimento. Compreender é organizar, sistematizar, comparar, avaliar, contextualizar. Uma segunda dimensão pedagógica procura questionar essa compreensão, criar uma tensão para superá-la, para modificála, para avançar para novas sínteses, novos momentos e formas de compreensão. Para isso o professor precisa questionar, tensionar, provocar o nível da compreensão existente. H. D. Fonseca Filho – Depto. Física 2015 Ampliação dos espaços: ensino-aprendizagem Por exemplo, na utilização do vídeo na escola, existem dois momentos ou focos que podem alternar-se e combinar-se equilibradamente: 1) Quando o vídeo provoca, sacode, provoca inquietação e serve como abertura para um tema, como uma sacudida para a nossa inércia. Ele age como tensionador, na busca de novos posicionamentos, olhares, sentimentos, idéias e valores. O contato de professores e alunos com bons filmes, poesias, contos, romances, histórias, pinturas alimenta o questionamento de pontos de vista formados, abre novas perspectivas de interpretação, de olhar, de perceber, sentir e de avaliar com mais profundidade. H. D. Fonseca Filho – Depto. Física 2015 Ampliação dos espaços: ensino-aprendizagem 2) Quando o vídeo serve para confirmar uma teoria, uma síntese, um olhar específico com o qual já estamos trabalhando. É o vídeo que ilustra, amplia, exemplifica. O vídeo e as outras tecnologias tanto podem ser utilizados para organizar como para desorganizar o conhecimento. Depende de como e quando os utilizamos. H. D. Fonseca Filho – Depto. Física 2015 Ampliação dos espaços: ensino-aprendizagem 2. O espaço do laboratório conectado Nessa aula (uma ou duas) o professor pode orientá-los a fazer pesquisa na Internet, a encontrar os materiais mais significativos para a área de conhecimento que ele vai trabalhar com os alunos; a que aprendam a distinguir informações relevantes de informações sem referência. Ensinar a pesquisar na WEB ajuda muito aos alunos na realização de atividades virtuais depois, a sentir-se seguros na pesquisa individual e grupal. H. D. Fonseca Filho – Depto. Física 2015 Ampliação dos espaços: ensino-aprendizagem Uma atividade importante nesse momento é a capacitação para o uso das tecnologias necessárias para acompanhar o curso em seus momentos virtuais: conhecer a plataforma virtual, as ferramentas, como se coloca material, como se enviam atividades, como se participa num fórum, num chat, tirar dúvidas técnicas. Esse contato com o laboratório é fundamental porque há alunos pouco familiarizados com essas novas tecnologias e para que todos tenham uma informação comum sobre as ferramentas, sobre como pesquisar e sobre os materiais virtuais do curso. Tudo isto pressupõe que os professores foram capacitados antes para fazer esse trabalho didático com os alunos no laboratório e nos ambientes virtuais de aprendizagem o que muitas vezes não acontece). ( H. D. Fonseca Filho – Depto. Física 2015 Ampliação dos espaços: ensino-aprendizagem 3. A utilização de ambientes virtuais de aprendizagem O professor precisa hoje adquirir a competência da gestão dos tempos a distância combinado com o presencial. O que vale a pena fazer pela Internet que ajuda a melhorar a aprendizagem, que mantém a motivação, que traz novas experiências para a classe, que enriquece o repertório do grupo. A Internet favorece a construção colaborativa, o trabalho conjunto entre professores e alunos, próximos física ou virtualmente. Podemos participar de uma pesquisa em tempo real, de um projeto entre vários grupos, de uma investigação sobre um problema de atualidade. O importante é combinar o que podemos fazer melhor em sala de aula: conhecer-nos, motivarnos, reencontrar-nos, com o que podemos fazer a distância pela lista, fórum ou chat – pesquisar, comunicar-nos e divulgar as produções dos professores e dos alunos H. D. Fonseca Filho – Depto. Física 2015 Ampliação dos espaços: ensino-aprendizagem 4. Inserção em ambientes experimentais e profissionais (prática/teoria/prática) Os cursos de formação, como os de graduação, precisam ampliar o conceito de integração de reflexão e ação, teoria e prática, sem confinar essa integração somente ao estágio, no fim do curso. Todo o currículo pode ser pensado em inserir os alunos em ambientes próximos da realidade que ele estuda, para que possam sentir na prática o que aprendem na teoria e trazer experiências e projetos do cotidiano para a sala de aula. Em algumas áreas, como administração, engenharia, parece mais fácil e evidente essa relação, mas é importante que aconteça em todos os cursos e em todas as etapas do processo de aprendizagem, levando em consideração as peculiaridades de cada um.