RECUPERAÇÃO APÓS FALHA Lílian Simão Oliveira Motivação Sistema de computador está sujeito a falhas Existem diversos tipos de falhas, as quais podem acarretar perda dos dados O sistema deve garantir que as propriedades de atomicidade e durabilidade das transações sejam preservadas Falha BD Inconsistente BD Consistente Técnicas de Recuperação Conceitos Básicos Transação Recuperação O SGBD é acionado automaticamente para resolver os tipos de falhas esperados Condição básica Unidade de trabalho; Unidade de recuperação As propriedades devem ser preservadas Armazenamento de informação redundante durante o funcionamento normal (log, backup) Estado do BD deve ser recuperado Ao mais recente estado consistente antes da falha (satisfaz todas as restrições de integridade) Observe O planejamento e o processo de Back Up geralmente envolve a seguinte questão: Quanto você está disposto a perder? Isto porque é preciso conhecer o funcionamento do gerenciador de recuperação, determinar a frequência com que será feito o Backup e onde ele ficará armazenado No pior caso, se o backup estiver guardado próximo a máquina com os dados e a sala que eles estiverem pegar fogo.... Meios de Armazenamento Volátil Não-volátil Buffer Os dados estão armazenados na memória principal do computador Acesso mais rápido A informação residente neste meio usualmente, não sobrevive a quedas no sistema Os dados estão armazenados em discos e/ou fitas A informação residente neste meio sobrevive a quedas no sistema mas pode não sobreviver a falhas neste meio Estável A informação residente neste meio “nunca” é perdida Meio mais seguro do que a não-volátil Implementação de armazenamento estável Backups em fitas em diferentes locais Mas atualizações ocorridas entre o desastre e o último backup podem ser perdidas Sistemas mais seguros Cópia de cada bloco estável em um site remoto Cópia on the fly Implementação de armazenamento estável Transferência de blocos entre MP e disco pode resultar em: 1. Conclusão bem sucedida: informação chegou de forma segura ao destino 2. Falha parcial: falha ocorreu no meio da transferência e o bloco de destino contém informação incorreta 3. Falha total: falha ocorreu cedo o suficiente, de modo que o bloco de destino permanece intacto Implementação de armazenamento estável Uma operação de saída é executada como segue: Escreve a informação dentro do primeiro bloco físico Quando a primeira escrita se completar com sucesso, escreve a mesma informação no segundo bloco físico A saída é completada somente após a segunda escrita completar‐se com sucesso Assegura que uma escrita em armazenamento estável seja bem sucedida Ou todas as cópias são atualizadas ou não resulte em mudança alguma (atomicidade) Embora o uso de grande número de cópias reduza a probabilidade de uma falha em geral é suficiente simular armazenamento estável com duas cópias Implementação de armazenamento estável Na ocorrência de falhas na transferência, o sistema deve Detectar falha Chamar procedimento de recuperação Restabelecer o bloco, levando‐o a um estado consistente Para isso, o sistema deve manter dois blocos físicos para cada bloco lógico do BD No caso de discos espelhados: ambos no mesmo local No caso de backup remoto: um é local, outro está num site remoto Recuperação/Tolerância a Falhas O valor da informação disponível numa BD torna importante que esta esteja permanentemente num estado de integridade ou, se tal não for possível, que a sua indisponibilidade ocorra num curto espaço de tempo e que se faça a sua reposição para um estado de integridade. Recuperação/Tolerância a Falhas A recuperação/tolerância a falhas tem por objectivo restaurar a BD para um estado de integridade, após a ocorrência de uma falha; Os mecanismos de recuperação baseiam-se na utilização de formas de redundância que quase duplicam a BD, utilizando: Backup e transaction log Recuperação/Tolerância a Falhas Os backups são cópias de segurança da BD, que são executados periodicamente e constituem um ponto de partida para a recuperação da BD após a ocorrência de uma falha, independentemente da sua gravidade; Refletem uma situação passada, donde a reposição a partir de um backup implica perder todas as actualizações posteriores à realização do mesmo. Recuperação/Tolerância a Falhas Uma forma de minimizar esta situação é aumentando a periodicidade dos backups, o que é um processo pesado, consumidor de recursos e que pode obrigar a paragens dos sistemas; A periodicidade dos backups depende do valor dos dados, do seu volume e da frequência com que são acedidos e alterados; Recuperação/Tolerância a Falhas O backup é um mecanismo de reposição da BD. Os transaction logs são mecanismos de repetição das transacções ocorridas desde o último backup (rollforward); Normalmente para se refazer uma transacção é necessário o ficheiro de transaction log, onde está guardada uma identificação da transacção e uma cópia dos dados actualizados por ela (after image); Recuperação/Tolerância a Falhas Sendo esta a forma mais comum de resolver os problemas provocados por uma falha, têm que existir outros mecanismos que permitam o roll back das transacções não terminadas, ocorridos durante a execução não sucedida das mesmas; Donde o ficheiro transaction log necessita igualmente de guardar os dados anteriores ao início da execução da transacção (before-images) Recuperação/Tolerância a Falhas É da conjugação destes dois mecanismos - backups e transaction logs , que se garantem duas das características fundamentais das transacções: Atomicidade (desfazendo uma transacção não sucedida) Persistência (refazendo os efeitos de uma transacção bem sucedida) Idéia Básica: Registrar Armazenar informações de REFAZER e DESFAZER, para cada atualização, em um log. Escritas seqüenciais em um log (manter em um disco separado). Mínimo de informações (diferenças) gravadas no log, tal que várias atualizações cabem em uma única página. v Log: Lista ordenada de ações REFAZER/DESFAZER Um registro do log contém: <ID_transação, ID_página, deslocamento, tamanho, dado_antigo, dado_novo> E informações adicionais de controle (que veremos adiante). Recuperação usando Log Arquivo onde ficam armazenadas todas as operações realizadas no BD Cada vez que é executada uma operação sobre uma linha de uma tabela é criado uma entrada (ou registro) no Log Exemplos de registros no Log: 1. 2. 3. 4. 5. [begin_Transaction, T] [write, T, X, old, new] [read, T, X] [commit, T] [abort, T] Log Armazenado na memória principal, em meio não-volátil e em meio estável É um arquivo serial que guarda todas as modificações que foram realizadas no BD e quais transações realizaram quais modificações Este arquivo é lido durante o processo de recuperação pois pode levar um BD ao seu último estado consistente antes da falha Uma transação só é considerada executada quando todos os registros do Log desta transação estiverem armazenadas no banco de dados físico Registros do Log devem ser armazenados no arquivo na ordem em que eles foram criados (exemplo: antes que o registro <commit, Ti> seja armazenado no arquivo, todos os outros registros desta transação já devem estar) Recuperação de Falha de Transação Deve ser executada pelo SGBD quando uma transação que estava sendo executada é cancelada (explícita/implícitamente) Recuperação Os efeitos da transação em questão devem ser desfeitos Para isso, deve-se varrer o arquivo de Log para identificar as operações já realizadas pela transação Recuperação de Falha do Sistema O SGBD parou de executar Operações que estavam na memória volátil não foram armazenadas na memória física Consequentemente Todas as transações que estavam em execução no momento da falha devem ser desfeitas Questão: Como o SGBD sabe as transações que estavam em execução? Deverá varrer todo o Log? Tipos Falhas Falha de transação Falha do sistema Erro lógico. A transação não pode continuar sua execução normal devido a alguma condição não satisfeita Erro de sistema. O sistema entrou em um estado inadequado (deadlock) Queda de energia. Não danifica fisicamente o BD, mas as informações em memória volátil são perdidas. Afeta todas as transações em curso no momento Falha de Mídia Bloco de disco perdeu conteúdo em função da quebra do cabeçote ou falha durante a transferência de dados. Danifica fisicamente o BD Requisitos dos SGBD Tipo de Falhas Falha de disco - o(s) disco(s) onde a BD está armazenada fica(m) inutilizado(s). É a falha considerada mais grave e que obriga à reconstrução de todo o SGBD; Solução: Refazer o BD utilizando um BD espelho ou uma cópia de segurança Falha de sistema - pode resultar de problemas de hardware ou software, não sendo possível garantir a validade dos dados. Implica repor a BD a partir do seu último estado de integridade. Solução: Recuperar o mais recente estado consistente do BD que existia antes da falha Refazer ou desfazer transações Requisitos dos SGBD Tipo de Falhas Falha de transação - é a mais inofensiva e recupera-se recorrendo ao ficheiro transaction log e as before images da transacção que não foi bem sucedida. Solução: Desfazer as operações já realizadas pela transação até o início da transação ou até um determinado ponto dentro da transação Em qualquer processo de recuperação recorre-se ao rollback das transações efetuadas até ao momento em que os transaction log e os ficherios da base estão sincronizados, para se poderem desfazer todas as transacções decorridas desde então. Requisitos dos SGBD Tipo de Falhas Esse momento coincide com o último backup, o qual se muito afastado no tempo, obriga a um processo moroso e complexo de recuperação da BD. Tn Tn+1 Tn+2 Último backuo Tn+3 Falha de disco Requisitos dos SGBD Tipo de Falhas Para evitar este tipo de situações, recorre-se a marcas de segurança, conhecidas por checkpoints. Basicamente, para reduzir o número de acessos aos discos, nos ficheiros de transaction log as actualizações são realizadas na memória RAM, em buffers, sendo posteriormente escritos em disco; Requisitos dos SGBD Tipo de Falhas Quando ocorre uma falha, o conteúdo desses buffers pode perder-se, ou pelo menos pode não existir uma garantia de validade do seu conteúdo; Assim os checkpoints registam os momentos em que o conteúdo dos buffers foi escrito nos discos, definindo-se um momento em que o transaction log e a BD estão sincronizados. Arquitetura do Gerenciador de Recuperação Escalonamento BD Cópia de segurança Log recuperação de curta duração Gerenciador de Recuperação Falha de transação Recuperação de média e longa duração Falha de sistema (BD + Log) Falha de disco (Cópia de segurança + Log) Log Recuperação de Falha de Disco O BD está danificado! Uma falha deste tipo ocorre raramente, mas deve ser prevista Necessita de uma cópia de segurança (backup) atualizada periodicamente O BD deve ser restaurado pela carga da cópia de segurança e pelo uso do Log para refazer todas as operações feitas após a cópia Tipos de Backup Completo Banco de Dados Realiza Arquivo de Log Realiza o backup de todo o banco de dados o backup apenas do Log Diferencial Realiza o backup apenas da parte que foi modificada após o último backup Recuperação usando Log Arquivo onde ficam armazenadas todas as operações realizadas no BD Cada vez que é executada uma operação sobre uma linha de uma tabela é criado uma entrada (ou registro) no Log Exemplos de registros no Log: 1. 2. 3. 4. 5. [begin_Transaction, T] [write, T, X, old, new] [read, T, X] [commit, T] [abort, T] Log Armazenado na memória principal, em meio não-volátil e em meio estável É um arquivo serial que guarda todas as modificações que foram realizadas no BD e quais transações realizaram quais modificações Este arquivo é lido durante o processo de recuperação pois pode levar um BD ao seu último estado consistente antes da falha Uma transação só é considerada executada quando todos os registros do Log desta transação estiverem armazenadas no banco de dados físico Registros do Log devem ser armazenados no arquivo na ordem em que eles foram criados (exemplo: antes que o registro <commit, Ti> seja armazenado no arquivo, todos os outros registros desta transação já devem estar) Recuperação de Falha de Transação Deve ser executada pelo SGBD quando uma transação que estava sendo executada é cancelada (explícita/implícitamente) Recuperação Os efeitos da transação em questão devem ser desfeitos Para isso, deve-se varrer o arquivo de Log para identificar as operações já realizadas pela transação Recuperação de Falha do Sistema O SGBD parou de executar Operações que estavam na memória volátil não foram armazenadas na memória física Consequentemente Todas as transações que estavam em execução no momento da falha devem ser desfeitas Questão: Como o SGBD sabe as transações que estavam em execução? Deverá varrer todo o Log? Checkpoint Ponto de controle De tempos em tempos, o SGBD escreve no Log um registro especial chamado checkpoint, que serve para registrar as transações em execução A execução de um checkpoint envolve: Gravar fisicamente o conteúdo do BD da memória volátil no BD físico Gravar fisicamente (meio estável) o conteúdo do Log Gravar um registro de checkpoint no Log Se não existe este registro, teríamos que investigar todo o arquivo de Log para recuperar o BD Checkpoint Quando ocorre uma falha de sistema Todas as transações cujos registros <commit, Ti> estejam depois do checkpoint mais recente gravado no Log Devem ser refeitas (REDO) Todas as transações cujos registros <begin transaction, Ti> estejam no Log mas os registros <commit, Ti> ou <rollback, Ti> não estejam Devem ser desfeitas (UNDO) Tempo Checkpoint Falha do sistema T1 T2 T3 T4 T5 Quando ocorre uma falha, o SGBD verifica o último checkpoint A recuperação de cada uma das transações ocorre das seguintes maneiras T1 não é afetada T2 e T4 já estão completadas mas não conseguiram ter suas atualizações gravadas no BD físico Refazê-las T3 e T5 ainda não tinham sido encerradas Desfazê-las Administradores e Utilizadores dos SGBD’s As categorias de utilizadores que intervêm num determinado sistema de BD, depende da natureza da BD, da sua dimensão e do tipo de organização em que é implementada. Porém e utilizando uma classificação genérica, os utilizadores podem ser classificados da seguinte forma: utilizadores finais que actuam como operadores das aplicações que acedem à BD; Administradores e Utilizadores dos SGBD’s Utilizadores especializados possuem os conhecimentos teóricos e práticos que lhes permite interagir com o interface do sistema de forma a actualizar informação na BD, criar novas BD, etc.; Programadores - técnicos com conhecimentos adequados para a criação de aplicações; Administradores e Utilizadores dos SGBD’s Administradores - responsáveis pela definição e implementação da política de informação da empresa. Por ex. :definir o tipo de informação, as permissões de acesso à informação. Exercícios Discuta os tipos de falhas que podem ocorrer a um BD. O que é checkpoint? Qual a importância de gravar um registro de checkpoint no Log? Explique o procedimento que deve ser feito para restaurar o BD no caso de uma falha do sistema. Exercícios Responda: (1) O que acontece depois da falha com cada transação e porque? (2) Qual o valor dos dados após o processo de recuperação? [início, T1] [read, T1, A] [read, T1, B] [início, T2] [read, T2, C] [write, T1, A, 3, 20] [commit, T1] [write, T2, C, 2, 40] [início, T3] [read, T3, B] [checkpoint] [write, T3, B, 10, 8] [commit, T3] [início, T4] [read, T4, A] [write, T2, D, 0, 25] [início, T5] [write, T4, A, 20, 15] [read, T5, A] [commit, T4] [write, T5, A, 15, 65] [read, T2, B] FALHA!