Nossa postura nas
reuniões espíritas
Resumo
 Esse documento traz um resumo dos capítulos 26 e 29 de O Livro dos
Médiuns.
 Allan Kardec nos instrui que podemos fazer perguntas aos espíritos apenas
com o intuito de elevação, sem frivolidade.
 Mostra que o conhecimento é a mais importante porta de libertação da
alma.
 Que um grupo homogêneo em seus pensamentos e na ação no bem tem
sempre o concurso dos espíritos superiores e que um grupo disperso, que
não estuda, exclusivista só poderá contar com a presença de espíritos de
igual sintonia.
Objetivo
 O objetivo deste texto e conscientizar orientadores, trabalhadores espíritas
ou frequentadores de atividades mediúnicas a avaliar sua postura.
 Mostrar a todos nós nosso compromisso e nossa responsabilidade com a
harmonia dos grupos espíritas.
 O texto traz um resumo dos capítulos 26 e 29 e O Livro dos médiuns, com
algumas citações nossa e como qualquer texto, seguindo a orientação de
Kardec, deverá passar pelo cunho da razão.
 Esperamos que esse estudo auxilie sua casa espírita a levar a
responsabilidade e a disciplina a todos os que frequentam a casa.
 Paz a todos!
CAP 26 – O Livro dos
Médiuns
PERGUNTAS QUE SE PODEM FAZER
 287. Algumas pessoas pensam que é preferível
não fazer perguntas, convindo esperar o
ensinamento dos Espíritos, sem o provocar. Isso é
um erro. Não há dúvida que os Espíritos dão
instruções espontâneas de elevado alcance que
não podemos desprezar, mas há explicações que
teríamos de esperar por muito tempo se não
solicitássemos. Sem as nossas perguntas. O Livro
dos Espíritos e O Livro dos Médiuns ainda estariam
por fazer ou pelo menos seriam muito mais
incompletos: numerosos problemas de grande
importância estariam ainda por resolver.
 Longe de terem qualquer inconveniente, as
perguntas são de grande utilidade para a nossa
instrução, quando as sabemos formular nos limites
convenientes. E oferecem ainda outra vantagem,
pois ajudam a desmascarar os Espíritos
mistificadores. Estes, mais pretensiosos do que
sábios, raramente suportam a prova de um
questionário formulado com lógica cerrada, cujas
perguntas os levam aos seus últimos redutos.
Como os Espíritos realmente superiores nada têm
a temer de semelhante processo, são os primeiros
a sugerir que se peçam explicações sobre os
pontos obscuros.
288. PERGUNTAS AGRADÁVEIS OU
DESAGRADÁVEIS AOS ESPÍRITOS:
1. Os Espíritos respondem de boa
vontade às perguntas que lhes
fazemos?
— Depende das perguntas. Os Espíritos
sérios respondem com prazer às que
objetivam o bem e os meios de vos
fazer progredir. Não dão ouvidos às
perguntas fúteis.
3. Quais as perguntas particularmente
desagradáveis para os Espíritos bons?
— Todas as que são inúteis ou feitas por
curiosidade e para experimentá-los. Então eles
não respondem e se afastam.
4. Que pensar das pessoas que só veem nas
comunicações espíritas uma distração ou um
passatempo, um meio de obter revelações sobre
questões de interesse pessoal?
— Os Espíritos inferiores gostam muito dessas
pessoas que, como eles, gostam de se divertir, e
ficam satisfeitos quando as mistificam.
5. Quando os Espíritos não respondem a certas
perguntas é porque não querem ou por que uma
potência superior se opõe a certas revelações?
 — Uma coisa e outra. Há coisas que não podem ser
reveladas e outras que o Espírito não conhece.
7. Os Espíritos podem nos desvendar o futuro?
 — Se o homem conhecesse o futuro, negligenciaria
o presente. É esse um problema sobre o qual
sempre insistis para obter resposta precisa. Trata-se
de um grave erro, porque a manifestação dos
Espíritos não é meio de adivinhação. Se insistirdes
numa resposta ela vos será dada por um Espírito
leviano. Temos dito isso a todo instante.(Ver O Livro
dos Espíritos, conhecimento do futuro, nº 868).
13. Que pensar dos Espíritos que se divertem predizendo a
alguém a sua morte, com dia e hora fixados?
 — São brincalhões de mau gosto, de excessivo mau gosto,
que só querem divertir-se com o susto que pregam. Nunca se
deve preocupar com isso.
14. Mas como é que certas pessoas são avisadas por
pressentimento da época da sua morte?
 — Na maioria das vezes é o próprio Espírito que o sabe nos
seus momentos de liberdade e a pessoa conserva a intuição
quando acordada. É por isso que essas pessoas, estando já
preparadas, não se assustam nem se comovem. Para elas,
essa separação do corpo e da alma é apenas uma
mudança de situação, ou se preferirdes um exemplo vulgar,
é como tirar uma roupa grosseira para vestir uma de seda. O
medo da morte diminuirá à medida que se propagar à
convicção espírita.
15. Os Espíritos podem revelar-nos as
existências passadas?
— Deus às vezes permite que elas sejam
reveladas, dependendo do objetivo. Se
for para a vossa edificação e instrução as
revelações serão verdadeiras, e, nesse
caso, quase sempre feitas
espontaneamente e de maneira
inteiramente imprevistas. Mas nunca Deus
as permite para satisfazer à vã
curiosidade.
16. Podemos ter alguma revelação sobre nossas
existências futuras?
 — Não. Tudo o que alguns Espíritos vos disserem a
respeito será simples traquinagem. E isso se
compreende: vossa futura existência não pode ser
percebida antes, pois ela será o que ireis determinar por
vós mesmos segundo a vossa conduta na Terra e as
resoluções posteriores como Espírito. Quanto menos
tiverdes de expiar, mais feliz ela será. Mas saber onde e
como será essa existência, ainda uma vez: isso é
impossível. Salvo no caso especial e raro dos Espíritos
que só estão na Terra para cumprir missão importante,
porque então o seu roteiro é de alguma forma traçado
com antecedência.
17. Podemos pedir conselhos aos Espíritos?
— Sim, não há dúvida. Os Espíritos bons
jamais se recusam a ajudar os que os
invocam cheios de confiança,
principalmente quando se trata de
assuntos da alma. Mas repelem os
hipócritas, aqueles que fingem buscar a
luz e se comprazem nas trevas.
19. Os Espíritos familiares podem ajudar nos interesses
materiais por meio de revelações?
 Nossos Espíritos Protetores podem, em muitas
circunstâncias, indicar-nos o melhor caminho, sem
entretanto nos levarem a ele. Do contrário
perderíamos toda iniciativa e nada mais faríamos
sem recorrer a eles, isso em prejuízo do nosso
aperfeiçoamento. Para progredir o homem tem
sempre necessidade de adquirir experiências à sua
própria custa. É por isso que os Espíritos sábios,
sempre prontos a nos aconselhar, entregam-nos às
nossas próprias forças, como um instrutor hábil faz
com seus alunos. Nas circunstâncias ordinárias da
vida nos aconselham pela inspiração e nos deixa
assim todo mérito do bem, como toda a
responsabilidade pelas más escolhas.
"Nem Jesus Cristo, quando veio à Terra, se
propôs resolver o problema particular de
alguém. Ele se limitou a nos ensinar o caminho
que necessitamos palmilhar por nós mesmos."
(Chico Xavier)
"Calemos as nossas perguntas interiores e
evitemos respostas imediatas, aguardemos
pacientemente a sua chegada em momento
oportuno e ocasião adequada."
(Espiritismo Consciente)
“Assim, as perguntas pessoais que fazemos aos espíritos
familiares não deve ter um cunho de solução, como por
exemplo:
Pretendo fazer uma viagem, o que acha?
Esse tipo de pergunta poderá ser respondida pelos
mentores amigos, mas tirará de nós todo o mérito da
escolha.
Se a resposta nos livra de uma prova que teríamos que
passar, não apresentaríamos mérito algum. Seria algo que
precisaríamos recomeçar.
Os espíritos sérios, munidos em um instrumento bem
treinado não nos dão conselhos que nos possa
prejudicar.”
Seria abusar da condescendência dos Espíritos
familiares e não compreender a sua missão
interrogá-los a todo instante sobre as questões
mais corriqueiras, como o fazem certos médiuns.
Há os que por um sim ou um não tomam o lápis e
pedem conselhos para as mais simples decisões.
Essa mania revela estreiteza de ideia e ao mesmo
tempo a presunção de ter sempre um Espírito
serviçal às ordens, sem nada mais a fazer do que
se ocupar de nós e de nossos pequeninos
interesses.
Além disso, equivale a aniquilar seu próprio
julgamento e reduzir-se a um papel passivo,
sem nenhum proveito no presente e com
prejuízo certo para o progresso futuro. Se
há infantilidade em interrogar os Espíritos
sobre questões fúteis, também é infantil, de
parte dos Espíritos, ocuparem-se
espontaneamente do que podemos
chamar de rotina caseira. Esses Espíritos
podem ser bons, mas seguramente estão
ainda muito terrenos.
21. Podemos solicitar esclarecimentos aos Espíritos
sobre a sua situação no mundo espiritual?
 — Sim, e eles respondem de boa vontade quando
o pedido é ditado pela simpatia e pelo desejo de
ser útil, e não pela curiosidade.
24. Os Espíritos podem aconselhar sobre a saúde?
 — A saúde é condição necessária para o trabalho
que devemos executar na Terra, e por isso os
Espíritos se ocupam dela de boa vontade. Mas
como há ignorantes e sábios entre eles, nesse caso
como em outros não convém dirigir-se ao primeiro
que se manifeste.
No início da atividade mediúnica de Chico Xavier,
Emmanuel lhe perguntou se ele estava realmente disposto
a dedicar-se à tarefa que lhe era atribuída. Emmanuel
falava em trinta livros, só pra começar – no total, foram
mais de quatrocentos…
Chico temia não estar à altura do compromisso. Também
receava ser abandonado pelos bons espíritos. Emmanuel
lhe garantiu que isso não aconteceria, desde que ele se
dedicasse ao trabalho, ao estudo e ao esforço no Bem.
Emmanuel propôs a Chico três pontos cruciais para o bom
desempenho da tarefa:
O primeiro, disciplina;
o segundo, disciplina;
e o terceiro...
DISCIPLINA
Acredito que o principal motivo de
reencarnarmos, em nosso estágio evolutivo, é
para adquirir disciplina. Poderíamos dizer, como
muitos gostam, que estamos aqui para aprender
a amar, e é verdade. Mas o amor que
normalmente dizemos sentir está ainda muito
longe do amor verdadeiro, incondicional. E para
que saibamos, um dia, como é esse amor,
precisamos disciplinar os nossos sentimentos, até
isso a que hoje chamamos de amor, e que é,
realmente, um esboço do amor verdadeiro.
Antes que alguém pense em citar o amor
de mãe como exemplo de amor
incondicional, é bom lembrar que fazer
vontades, atender a todos os caprichos e
passar a mão na cabeça dos erros dos
filhos não tem nada a ver com amor
incondicional. Amor requer disciplina de
sentimentos, e para isso é preciso dizer não
muitas vezes.
Algumas pessoas conseguem se sobressair mesmo sem
disciplina. São exceções, que chamam a atenção por
algum talento extraordinário, quase sempre com prazo de
validade. Vencer sem disciplina é antinatural, é contra as
regras do jogo da Vida. No Universo tudo é disciplina, na
Natureza tudo é disciplina. Como seres dotados de livrearbítrio, podemos viver muito tempo driblando as regras.
Se a estrada da disciplina é uma reta, podemos fazer
curvas e desvios, podemos inventar atalhos e estacionar
indefinidamente. Mas andar fora da estrada reta tem um
preço. Esse preço é a dor. Sempre que desviamos do
caminho reto das Leis de Deus, que disciplinam a nossa
vida, somos surpreendidos pela dor.
A única alternativa viável é o caminho reto,
que é a disciplina.
Recebo queixas de todos os tipos. Desde
coisas banais até os casos mais complexos.
De todos os que se queixam e pedem
orientação percebo como característica
básica a falta de disciplina. A começar
pelo pensamento.
O começo de tudo é o pensamento. O que
determina o modo como vivemos é o nosso padrão
de pensamentos. Há pessoas que vivem com medo
de tudo, mas não deixam de assistir aos noticiários
sangrentos da televisão e de procurar tragédias e
notícias macabras na internet. Alimentam a sua
mente com banhos de sangue, estupros, assassinatos,
desgraças de todo tipo, e não entendem por
que têm pesadelos e vivem amedrontadas. Ou,
então, consomem quilos de pornografia na internet e
não entendem por que são infelizes no casamento ou
porque os seus relacionamentos não dão certo, ou
porque sua vida sexual não é satisfatória.
Há os que percebem que precisam mudar, notam que
alguma coisa está errada, mas não se dão conta de que
a única maneira de abandonar os maus hábitos é
adquirindo bons hábitos. O velhos hábitos devem ser
substituídos! E para isso é preciso disciplina. É preciso agir!
Não sou médico, e sempre que escrevo sobre algo que
requereria algum conhecimento específico, cinco ou seis
criticozinhos me atacam. Mas não precisa ser médico pra
saber que grande parte, ou a quase totalidade dos casos
de depressão derivam da falta de ação. E muitos deles
seriam facilmente superados com ação. Ação, atividade,
produtividade, utilidade, vida!
É impressionante o número de pessoas
querendo esclarecimento acerca de
determinados assuntos que, no entanto,
não se animam a ler, a estudar. Inúmeras
pessoas sentem os reflexos da mediunidade
que não foi estudada e desenvolvida,
sabem disso, sofrem com isso, mas não de
dão ao trabalho de ler meia dúzia de livros,
de participar de um grupo de estudos no
centro espírita, de adquirir novos costumes.
Tem gente que tem preguiça até de orar!
É preciso ação, e ação disciplinada. É só uma
questão de hábito. É só acreditar que depois de
algum esforço inicial, mesmo que sem muita
vontade, tudo começa a fluir naturalmente, tudo
começa a ficar mais fácil, e os novos hábitos vão
se tornando prazerosos. Os que se decidem a
seguir a disciplina não se arrependem. De vez em
quando algum deles me comunica os seus
sucessos, os seus progressos, e é muito
reconfortante ver que nem tudo está perdido
Fonte do áudio e do texto:
http://www.espiritoimortal.com.br/o-conselho-de-emmanuel-para-chicoxavier-disciplina-disciplina-e-disciplina/
Pensemos nisso!
Orientação:
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CAP 29 – O Livro dos
Médiuns
Reuniões espíritas
324. As reuniões espíritas podem oferecer
grandes vantagens, pois permitem o
esclarecimento pela permuta de
pensamentos, pelas perguntas e observações
feitas por qualquer um, de que todos podem
aproveitar-se. Mas para se obterem resultados
desejáveis, requerem condições especiais que
vamos examinar.
As reuniões espíritas diferem muito quanto às
suas características, segundo os seus
propósitos. E por isso mesmo a sua constituição
deve também diferir. Segundo sua natureza
elas podem ser frívolas, experimentais ou
instrutivas.
325. As reuniões frívolas constituem-se de pessoas
que só se interessam pelo aspecto de
passatempo que elas podem oferecer através
das manifestações de Espíritos levianos, que
gostam de se divertir nessas espécies de reunião,
pois nelas gozam de inteira liberdade. É nessas
reuniões que se costumam pedir as coisas mais
banais, que se pedem aos Espíritos a predição do
futuro, que se experimentam a sua perspicácia
para adivinhar a idade das pessoas, o que elas
trazem nos bolsos, revelar pequenos segredos e
mil outras coisas dessa importância.
O simples bom senso nos diz que os Espíritos
elevados não podem comparecer às
reuniões dessa espécie, e que as pessoas
presentes são tão inconsequentes como as
entidades manifestantes. Quem quiser se
ocupar de coisas fúteis deve naturalmente
evocar Espíritos levianos, como numa
reunião social chamariam comediantes
para se divertirem. Mas haveria profanação
em convidar pessoas de nomes veneráveis,
misturando assim o sagrado com o profano.
326. As reuniões experimentais têm mais
particularmente por finalidade a produção de
manifestações físicas. Para muitas pessoas
representam um espetáculo mais curioso do que
instrutivo. Os incrédulos saem delas mais espantados
do que convencidos, quando não tenham visto outra
coisa, e se voltam inteiramente para a procura de
possíveis artifícios, nada entendendo do que viram
supõem naturalmente a existência de truques.
Acontece inteiramente o contrário com os que
estudaram o assunto. Estes compreendem de
antemão a possibilidade das ocorrências e os fatos
positivos determinam assim a consolidação de suas
convicções. Por outro lado, se houvessem truques,
eles estariam em condições de descobri-los.
327. As reuniões instrutivas têm características
inteiramente diversas, e como é nelas que podemos
obter o verdadeiro ensinamento, insistiremos
particularmente nas condições em que devem
realizar-se.
A primeira de todas é a de manterem a seriedade
em toda a acepção do termo. É necessário que
todos estejam convencidos de que os Espíritos a que
desejam dirigir-se pertencem a uma natureza
especial, que o sublime não podendo se misturar ao
banal, nem o bem com o mal, se desejam obter bons
resultados é necessário nos dirigirmos aos Espíritos
bons.
Devemos, como condição expressa, estar em
situação favorável para que eles queiram atendernos. Ora, os Espíritos superiores não comparecem às
reuniões de homens levianos e superficiais, como não
compareceriam quando estavam encarnados.
Uma sociedade não é verdadeiramente séria se não
se ocupar de assuntos úteis, com exclusão de todos
os outros. Se ela deseja obter fenômenos
extraordinários por curiosidade ou passatempo, os
Espíritos que os produzem poderão comparecer, mas
os outros se afastarão. Numa palavra, conforme o
caráter da reunião ela sempre encontrará Espíritos
dispostos a atender às suas tendências.
328. A instrução espírita não compreende somente o
ensino moral dado pelos Espíritos, mas também o
estudo dos fatos. Abrange a teoria dos fenômenos, a
pesquisa das causas, e como consequência a
constatação do que é possível e do que não é, ou
seja: a observação de tudo quanto possa fazer que a
ciência se desenvolva. Seria errôneo acreditar que os
fatos estejam limitados aos fenômenos
extraordinários, que os que tocam principalmente os
sentidos sejam os únicos dignos de atenção.
Encontram-se a cada passo fatos importantes nas
comunicações inteligentes, que as pessoas reunidas,
para o estudo não poderiam negligenciar.
329. As reuniões de estudo são ainda de
grande utilidade para os médiuns de
manifestações inteligentes, sobretudo para
os que desejam seriamente aperfeiçoar-se
e por isso mesmo não comparecem a elas
com a tola presunção da infalibilidade.
Uma das grandes dificuldades da prática
mediúnica, como já dissemos, encontra-se
na obsessão e na fascinação.
Todo médium que sinceramente não queira se
transformar em instrumento da mentira deve procurar
produzir nas reuniões sérias, levando para elas o que
tiver obtido em particular. Deve aceitar com
reconhecimento, e até mesmo solicitar o exame
crítico das comunicações. Se estiver assediado por
Espíritos enganadores será esse o meio mais seguro
de se livrar deles, provando-lhes que não o podem
enganar. Aliás, o médium que se irrita com a crítica,
tanto menos razão tem para isso quanto o seu amor
próprio não está envolvido no assunto, pois se o que
escreve não é dele, ao ler a má comunicação a sua
responsabilidade é semelhante à de quem lesse os
versos de um mau poeta.
Insistimos nesse ponto porque se é ele um tropeço
para os médiuns, também o é para as reuniões
que não devem confiar levianamente em todos
os intérpretes dos Espíritos. O concurso de
qualquer médium obsedado ou fascinado lhes
seria mais prejudicial do que útil. Elas não devem
aceitá-lo. Julgamos já haver desenvolvido o
suficiente para mostrar-lhes que não podem
enganar-se quanto às características da
obsessão, se o médium não for capaz de
reconhecê-la por si mesmo. Uma das mais
evidentes é sem dúvida a pretensão de estar
sozinho com a razão, contra todos os demais.
330. O que uma reunião séria deve propor como
objetivo é livrar-se dos Espíritos mentirosos. Ela
estaria em erro ao considerar-se livre deles tão
somente pela sua finalidade e pela qualidade
dos médiuns. Só o conseguirá quando houver
criado para si mesma as condições favoráveis.
Uma reunião perfeita seria aquela em que todos
os membros, animados do mesmo amor pelo
bem, só levassem consigo Espíritos bons. Na falta
da perfeição, a melhor reunião será aquela em
que o bem supere o mal. Tudo isso é muito lógico
para que seja necessário insistir.
Toda reunião espírita deve, pois, procurar a
maior homogeneidade possível. Falamos,
bem entendido, das que desejam chegar a
resultados sérios e verdadeiramente úteis.
Se simplesmente se querem obter quaisquer
comunicações, não se importando com a
qualidade, é evidente que todas essas
precauções não são necessárias. Mas
então não se deve lamentar a qualidade
do produto.
333. Outra exigência não menos necessária é a da
regularidade das sessões. Em todas sempre encontramos
Espíritos que poderíamos chamar de frequentadores
habituais, mas não nos referimos a esses Espíritos que
estão por toda parte e em tudo se intrometem. Falamos
dos Espíritos protetores ou dos que são mais
frequentemente evocados. Não se pense que esses
Espíritos nada mais tenham a fazer do que nos dar
atenção. Eles têm as suas ocupações e podem às vezes
encontrar-se em condições desfavoráveis à evocação.
Quando as reuniões se realizam em dias e horas fixos, eles
se colocam à disposição nesses momentos e raramente
faltam. Há mesmo os que levam a pontualidade ao
excesso. Ofendem-se com o atraso de um quarto de
hora, e se foram eles que marcaram uma reunião será
inútil iniciá-la alguns minutos antes.
Mesmo fora das horas marcadas eles
podem comparecer, e na verdade
comparecem espontaneamente quando a
finalidade é útil. Nada, entretanto, é mais
prejudicial à recepção de boas
comunicações do que evocá-los a torto e
a direito, por simples capricho ou sem um
motivo sério. Como não estão sujeitos aos
nossos caprichos, poderiam não nos
atender. E é sobretudo nessas ocasiões que
outros podem tomar-lhes o lugar e o nome.
341. A influência do meio decorre da
natureza dos Espíritos e da maneira por que
agem sobre os seres vivos. Dessa influência
cada qual pode deduzir por si mesmo as
condições mais favoráveis para uma
sociedade que aspire a atrair a simpatia
dos Espíritos bons, obtendo boas
comunicações a afastando as más. Essas
condições dependem inteiramente das
disposições morais dos assistentes. Podemos
resumi-las nos seguintes pontos:
Perfeita comunhão de ideias e sentimentos;
Benevolência recíproca entre todos os membros;
Renúncia de todo sentimento contrário à verdadeira
caridade cristã;
Desejo uníssono de se instruir e de melhorar pelo ensinamento dos Espíritos bons e
aproveitamento de seus conselhos. Quem estiver convencido de que os Espíritos
superiores se manifestam com o fim de nos fazer progredir e não para nos agradar,
compreenderá que eles devem se afastar dos que se limitam a admirar o seu estilo
sem tirar nenhum fruto das suas palavras e só são atraídos às sessões pelo maior ou
menor interesse que elas oferecem, de acordo com seus gostos particulares;
Exclusão de tudo o que nas comunicações solicitadas
aos Espíritos só tenha por objetivo a curiosidade;
Concentração e silêncio respeitoso durante as
conversações com os Espíritos;
Associação de todos os assistentes pelo pensamento
no apelo aos Espíritos evocados;
Concurso de todos os médiuns, com renúncia de
qualquer sentimento de orgulho, de amor próprio e de
supremacia, com o desejo único de se tornarem úteis.
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Nossa postura nas reuniões espíritas