Professora: Silvia Medeiros O ponto de partida – o problema - Sinônimo de questão - Tudo aquilo que se desconhece - Obstáculo, dificuldade, dúvida - - A tarefa da ciência e da filosofia é destruir a “pseudoconcreticidade” a fim de captar a verdadeira concreticidade; Captar a essência A essência é um produto do modo pelo qual o homem produz sua própria existência. Quando o homem considera as manifestações de sua própria existência como algo desligado dela, ou seja, como algo independente do processo que as produziu, ele está vivendo no mundo da “pseudoconcreticidade” A essência do problema é a necessidade Assim, uma questão, em si, não caracteriza o problema , nem mesmo aquela cuja resposta é desconhecida; mas uma questão cuja resposta se desconhece e se necessita conhecer, eis aí um problema. A Filosofia não se caracteriza por um conteúdo específico, mas ela é, fundamentalmente , uma atitude; uma atitude que o homem toma perante a realidade. Ao desafio da realidade, representado pelo problema, o homem responde com reflexão. A palavra vem do verbo latino “reflectere”, que significa “ voltar atrás”. É um re-pensar. Toda reflexão é pensamento, mas nem todo pensamento é reflexão. A filosofia é uma reflexão sobre os problemas da realidade. Por isso precisa ser: Radical – é preciso que se vá às raízes da questão, até seus fundamentos; Rigorosa – Usar rigor, sistematizar, segundo métodos determinados; De conjunto _ relacionado ao contexto que está inserido; Uma reflexão radical, rigorosa e de conjunto dos problemas da realidade educacional brasileira “ Ação- problema – reflexão – ação” Sequência dialética: Trata-se de um processo em que esses momentos se interpenetram, desenrolando o fio da existência humana na sua totalidade. Quais problemas que você percebe na realidade educacional e que precisa ser refletido ? ( responder e trazer na próxima aula) 1- lei da passagem da quantidade à qualidade (vice-versa); 2- lei da interpenetração dos contrários; 3- lei da negação da negação; ( Engels) Concepção “humanista” tradicional; Concepção “humanista” moderna; Concepção analítica; Concepção dialética; Dois sentidos básicos do termo (Bastide,1971): 1-O que faz da estrutura uma definição de objetos; 2- o que faz dela uma construção conformadora do objeto; Oposição entre estrutura como modelo e estrutura como realidade objetiva “ Sabemos que a palavra estrutura vem do latim ‘structura’,derivada do verbo ‘struere’, construir” (Bastide,1971) No entanto, “construção” deriva do verbo construo e não do struo, o que lança dúvida em relação à identificação entre estrutura e construção; - - ‘estrutura’ - a partir da qual são construídos os modelos ??????? A ciência atual acabou por cunhar o termo constructo, este sim diretamente derivado do verbo construo. Os constructos são modelos cuja função é permitir conhecer as estruturas e/ou agir sobre elas A distinção entre constructo ou modelo e “estrutura” confere a esta uma concretude que normalmente não lhe é reconhecida pelos representantes da corrente denominada “estruturalismo”. Nesse sentido, ‘estrutura’ opõe-se a constructo ou ‘modelo’. É uma oposição dialética, cujos termos contraditórios mutuamente se incluem. Confusão entre “estrutura” e “sistema” Uso das palavras como correlatas. Ex: “estrutura educacional” e sistema educacional” Sartre (1978): “ o que foi feito do homem são as estruturas; o que ele faz ( daquilo que fizeram dele) é o sistema” Infraestrutura: traduz a realidade concreta no seu sentido mais próprio e imediato; Supraestrutura: refere-se aos esquemas construídos pelos homens por exigência do processo de produção de sua existência. Componentes da cultura Estrutura – inconscientes Sistemas - implica intecionalidade É uma organização objetiva resultante da atividade sistematizadora que se dirige à realização de objetivos comuns. É, pois, um produto da práxis intencional comum. Práxis: entendida como atividade humana prática fundamentada teoricamente (unidade dialética entre teoria e prática) “ a teoria não faz sistema; ela é apenas uma condição necessária para que ele se faça. Quem faz o sistema são os homens quando assumem a teoria na sua práxis. E quem faz o sistema educacional são os educadores quando assumem a teoria na sua práxis educativa” (Saviani, 1978) Educação é um processo que se caracteriza por uma atividade mediadora no seio da prática social global. - CULTURA: o processo pelo qual o homem transforma a natureza, bem como os resultados dessa transformação. Reduz a cultura em 02 tipos: Aquele que põe a ênfase na falta de autonomia de nossas culturas; Aquele que salienta a fragmentação cultural; Não existe cultura sem homem, da mesma forma que não existe homem sem cultura. A essência da cultura consiste, pois, no processo de produção, conservação e reprodução de instrumentos, ideias e técnicas. O que diferencia uma cultura da outra é a direção seguida pelo processo cultural; Os índios, por exemplo, encontramos ideias, instrumentos e técnicas, no entanto não valorizam as mesmas coisas que nós valorizamos; e quando valorizam, não o fazem da mesma maneira As conquistas culturais resultam de toda a sociedade, mas grande parte não participa dessas conquistas, o que significa dizer: grande parte participa da produção da cultura , mas não participa de sua fruição. A desintegração cultural não se explica por uma suposta multiplicidade, mas, ao contrario, pela unidade cultural. Enquanto para alguns as aspirações se realizam, para outros, elas permanecem, no geral, esperanças frustradas. Marginalização cultural As mudanças quantitativas, na medida que se tornam significativa, acarretam mudanças qualitativa ? É preciso não apenas “pensar a contradição”, mas “pensar por contradição” A nossa desintegração cultural foi caracterizada a partir da noção de unidade cultural.... Surge a ilusão da escola única obrigatória.... Superar o dualismo elite versus massa A escola desempenhará o papel de reforçadora dos laços sociais na medida em que for capaz de sistematizar tendências à inovação, solicitando deliberadamente o poder criador do homem. A educação só poderá fazer isso voltando-se para as formas de convivências que se desenvolveram no seio dos diversos grupos sociais... − Identificação das formas mais desenvolvidas em que se expressa o saber objetivo produzido historicamente, reconhecendo as condições de sua produção e compreendendo as suas principais manifestações bem como as tendências atuais de transformação; − Conversão do saber objetivo em saber escolar de modo a torná-lo assimilável pelos alunos no espaço e tempo escolares; − Provimento dos meios necessários para que os alunos não apenas assimilem o saber objetivo enquanto resultado, mas aprendam o processo de sua produção bem como as tendências de sua transformação.