Na segunda metade do século XIX, a criação de indústrias, a evolução dos meios de transporte e comunicação e o aumento dos habitantes “ajudaram” no crescimento das cidades. Lisboa e Porto foram as cidades que mais cresceram e se modernizaram: Abriram-se avenidas, pavimentaram-se ruas, fizeram-se passeios e arranjaram-se jardins. Construíram-se edifícios públicos (mercados, tribunais, teatros, escolas, hotéis, estações de comboio e pavilhões de exposições). É nesta época que são criados (Lisboa e Porto) alguns importantes serviços públicos. A higiene e a saúde melhoraram com: › Recolha de lixo, instalação de esgotos e de água canalizada. Nas ruas começou a haver iluminação pública, primeiro a gás e depois a electricidade. Para a segurança das pessoas criou-se o 1.º corpo de bombeiros e iniciou-se o policiamento de ruas. Apareceram os transportes públicos, carros de quatro rodas puxados por cavalos, que transportavam várias pessoas. Com isto, a vida nas cidades passou a ser mais agradável, segura e saudável. “Começou a iluminação a gás nesta capital. (…) Tem sido a concorrência nas ruas quase que de uma feira, tantos são os curiosos a ver e a observar os maravilhosos resultados de tão útil achado…” Comunicado, “Diário do Governo”, 3 de Agosto de 1848 Novas construções: • Avenidas; • Ruas; • Passeios; • Jardins; • Mercados; • Tribunais; • Teatros; • Escolas; • Hotéis; • Estações de comboio; • Pavilhões de exposição. A modernização das cidades na segunda metade do século XIX Razões que contribuíram para o desenvolvimento das cidades: • Criação de muitas indústrias; • Aumento da população; • Evolução dos meios de transportes. Serviços públicos: • Recolha de lixo; • Instalação de redes de esgotos; • Instalação de água canalizada; • Iluminação pública; • Criado o 1.º corpo de bombeiros; • Iniciado o policiamento de ruas; • Apareceram transportes públicos colectivos. Os burgueses eram o grupo social mais destacado da cidade: › Pela sua riqueza e pelos cargos e profissões que tinham : industriais, banqueiros, comerciantes, militares, membros do Governo, professores, médicos, advogados, funcionários públicos. Aos mais ricos o Rei deu-lhes títulos nobres: › Visconde, Conde, Barão. Surgiu, entre a alta Burguesia, uma “mania de títulos”, que era motivo de crítica popular. Com o tempo, desinteressaram-se dos títulos e mostraram que as pessoas valiam pela inteligência e sucesso no trabalho e não pelo que herdavam. A alta Burguesia morava em ricas e luxuosas moradias, com jardins e situadas nos arredores da cidade. Havia burgueses menos endinheirados, que habitava nos novos bairros em cómodos andares. Estas casas, com grande conforto, tinham imensas divisões. Aí convivia, diariamente, toda a família burguesa e muita criadagem: amas, cozinheira, criadas costureira, jardineiro. de sala e de quarto, A alimentação da Burguesia e da Nobreza era abundante e variada. Qualquer família burguesa ou nobre fazia 4 refeições diárias: › Pequeno-almoço, almoço, lanche e jantar (servido cedo). Apreciavam carne e doces (compotas, pudins, bolachas). Nas pastelarias e cafés consumiam chá, café, refrescos e gelados. Os burgueses tinham uma vida característica. Gostavam de política, instrução, música e moda. O vestuário da Nobreza e da Burguesia era igual. Vestiam-se segundo a moda francesa; apareceram palavras francesas relacionadas com a moda: toilette, tule, chique, etc.. Os seus divertimentos eram próprios. Passeavam em jardins, iam ao teatro, à ópera e frequentavam cafés. O Passeio Público era um parque com jardins limitado por um gradeamento. As pessoas encontravam-se aí para ouvir música tocada nos coretos ou apenas para conversar e passear. No Verão, faziam piqueniques, passeavam em bicicleta e “iam a banhos” ou termas. O futebol veio de Inglaterra, trazido pelos filhos dos burgueses. Os desportos mais praticados continuavam a ser a vela, a equitação e a esgrima. › As condições de vida eram más e para sobreviver trabalhavam desde pequenos em actividades duras e mal pagas. Desempenham muitas profissões: vendedores ambulantes, trabalhadores operários fabris, escriturários, criadas. de oficinas, Algumas profissões surgiram com crescimento e modernização das cidades. o As classes populares viviam em bairros miseráveis, nas zonas pobres da cidade e sem segurança nem higiene. As casas eram velhas e apertadas, sem água potável nem esgotos e quase sem mobiliário. Eram os “pátios” em Lisboa e as “ilhas” no Porto. A alimentação era pobre. Era à base de pão, toucinho, batatas e às vezes bacalhau ou sardinha. Encontravam-se na rua velhos e crianças a pedir. Havia “pregoeiros” a “apregoar” os seus produtos. O povo era pobre para se adaptar à moda. Vestiam coisas simples e adaptadas à profissão. O tempo em que se divertiam era pouco. Durante a noite e ao fim do dia, cansados do trabalho, com as mulheres a tratar dos filhos em casa, os homens iam à taberna ou à tasca do bairro, para beber e conversar. Os locais de convívio eram as romarias, as feiras, as festas religiosas ou apenas a rua. Os trabalhadores das fábricas em Lisboa e no Porto tinham uma vida dura, uma vez que trabalhavam mais de 12 horas diárias, incluindo as mulheres e crianças, e o pouco que recebiam era gasto na renda da casa e na alimentação. O salário das mulheres não chagava a metade do salário dos homens. Na segunda metade do século XIX, os operários constituíram uma nova classe social: o operariado. Organizaram as primeiras associações e as primeiras greves. Durante esta concentravam-se nas ruas, como protesto contra os baixos salários e as más condições de trabalho. Com isto, a população percebeu que podia lutar pelos seus direitos. Ana Catarina Pinheiro; Mariana Alegria; Mário Teixeira; Rafaela Oliveira. Escola EB 2/3 D. António Ferreira Gomes