Estratégias de Leitura para Textos Acadêmicos Adriana Grade Fiori-Souza (UEL) Estratégias: (BROWN, 2000, p. 113) métodos específicos para abordar um problema ou tarefa; modos de operação para atingir um determinado objetivo, controlar e manipular informações; planos de batalha contextualizados, que variam conforme o momento e a situação. Cada um de nós tem uma gama de possibilidades para lidar com problemas diversos. • • • Para Duke e Pearson, (2002), leitores eficazes: • são leitores ativos (i.e., interagem com o texto); • iniciam a leitura com objetivos específicos e constantemente avaliam se o texto (e a forma como o leem) corresponde aos mesmos; • examinam rapidamente o texto antes da leitura, observando os aspectos que consideram mais relevantes para atingir seus objetivos (por ex., a divisão interna do texto); • fazem previsões, enquanto leem, sobre as ideias que serão apresentadas na sequência; • leem seletivamente, sempre interagindo e tomando decisões sobre a sua leitura (i.e., sobre o que deve ser lido com atenção, o que pode ser lido rapidamente, o que não é preciso ler, o que deve ser relido, etc.); • organizam, revisam e questionam os sentidos construídos ao longo da leitura; • tentam inferir o significado de palavras ou conceitos não-familiares no texto, e lidam com inconsistências ou lacunas na compreensão conforme necessário; • acessam, comparam e integram seu conhecimento prévio às ideias abordadas no texto; • refletem sobre o(s) autor(es) do texto – seu estilo, intenções, filiação teórica; • monitoram sua compreensão do texto, fazendo ajustes à leitura se necessário; • leem diferentes textos de forma diferente (i.e., prestam atenção ao cenário e personagens em uma narrativa; elaboram e revisam resumos ao ler relatos de pesquisa); Para esses leitores, o processamento do texto ocorre não apenas durante a leitura, mas também durante intervalos e até mesmo depois de seu término. A compreensão é um processo contínuo, complexo, mas muito produtivo! ESTRUTURA BÁSICA DE ARTIGOS ACADÊMICOS (HANSON; ROBERTSON, 2004) 1. Introdução: • afirmações gerais sobre o tema da investigação (com justificativa); • detalhes específicos sobre uma subárea; • identificação de um nicho de investigação, i.e., indicação de alguma área que ainda não foi estudada ou pode ser mais explorada; • indicação/descrição do problema a ser investigado; • objetivos (e perguntas) da pesquisa. 2. Fundamentação Teórica: • revisão de literatura relevante e de outras pesquisas na área investigada. 3. Metodologia da pesquisa: • descrição da metodologia utilizada para conduzir a pesquisa, com detalhamento do contexto de investigação, dos participantes, instrumentos de coleta e de análise dos dados. 4. Análise dos dados e Discussão dos Resultados: • descrição detalhada da análise efetuada, embasada na teoria utilizada; • apresentação dos resultados encontrados e reflexões resultantes. 5. Considerações Finais/Conclusão: • retomada dos objetivos da pesquisa; • menção das limitações; • discussão sobre as implicações dos resultados obtidos e possíveis aplicações; • sugestão de/incentivo a novas pesquisas sobre o tema investigado. Roteiro para Ler e Analisar Artigos Acadêmicos (GRAHAM, 2004) 1. Considere o artigo como um todo Tente identificar o assunto do artigo e o público-alvo ANTES de iniciar a leitura propriamente dita. Procure pistas no título e/ou subtítulo, no resumo (abstract) que costuma preceder o artigo, na biodata do(s) autor(es) – em geral, no final de artigo, na contracapa e bandanas de livro. a) Quem escreveu o artigo? b) Quais são as qualificações do(s) autor(es)? (títulos, cargos que exerce(m), área de atuação, etc.) c) Quem é o público-alvo, i.e., a quem o autor se dirige? d) Qual é o assunto do artigo? (título, resumo/abstract, palavras-chave, primeiros parágrafos, conclusão) e) Quais são as fontes utilizadas pelo autor? (procure nas notas de rodapé, referências, anexos) 2. Identifique o(s) objetivo(s), a estrutura do artigo e o posicionamento do autor Depois de ter examinado o artigo como um todo, inicie a leitura. O(s) objetivo(s) são em geral explicitados na introdução, assim como o posicionamento do autor. ANTES de ler o artigo na íntegra, observe atentamente a sua divisão interna. Leia atentamente a conclusão, a qual (se bem escrita) costuma conter um resumo das ideias apresentadas e discutidas no trabalho. a) Quais são os objetivos do autor? b) Como o artigo está organizado? (seções/subseções) c) Qual é o posicionamento do autor? (O que el@ defende/critica? Como el@ se coloca frente às ideias abordadas e discutidas? d) Que evidências são apresentadas e/ou discutidas para embasar o posicionamento do autor? 3. Leia o artigo na íntegra; preste atenção à redação e apresentação Durante a leitura, considere não apenas O QUE está sendo dito, mas também COMO é dito. É importante perceber de que forma o autor elabora/constrói as evidências que darão suporte aos seus argumentos. • Observe de modo especial o uso de marcadores discursivos (entretanto; além de...; apesar disso; consequentemente; etc.) e a voz do autor (versus as outras vozes). • Fique atento a generalizações que não estão respaldadas por exemplos ou referências (ex. “A língua inglesa é a língua franca da atualidade.”) • Em relação à construção dos parágrafos, identifique a sentença-tópico (i.e. em geral, a primeira ou última sentença, que resume a ideia do parágrafo) e as sentenças de apoio (que esclarecem, expandem e dão suporte à ideia principal introduzida na sentença tópico). • Perceba também se o texto contém linguagem avaliativa, meramente especulativa, não embasada em evidências (ex. “É obvio/provável/certo que...”). 4. Avalie criticamente o artigo Tendo em mente o assunto abordado, público-alvo, objetivos do autor, escolhas teórico-metodológicas, faça as seguintes considerações: a) Todas as questões problematizadas foram discutidas/abordadas ao longo do texto? Algum aspecto foi mais/menos explorado que outros? b) A discussão foi apresentada de forma clara, i.e., bem redigida e organizada? (Mesmo que você não tenha o background knowledge pressuposto no texto, foi possível entender a argumentação desenvolvida pelo autor?) c) Como as reflexões resultantes se aplicam a outros contextos? (Quais as implicações das ideias defendidas no artigo para a sua vida acadêmica, profissional ou até mesmo pessoal? O texto traz esclarecimentos/novas luzes para a comunidade acadêmica? O que você aprendeu com ele?) d) O autor foi capaz de respaldar adequadamente a sua interpretação dos dados? Você consegue pensar em outras possíveis interpretações? Já leu outros autores, acerca do mesmo tema, que contradizem ou corroboram o que é dito? Enumere as sentenças do resumo abaixo na ordem correta: ( 3 ) Esta pesquisa é de natureza interpretativista e utiliza como corpus a versão 2010 do documento síntese do programa PDE-PR. ( 6 ) Contudo, necessita-se de mais pesquisas para que, de fato, possa se afirmar como tais indícios tem se concretizado. ( 2 ) Neste artigo, analisamos o documento que embasa a proposta do programa PDE, objetivando compreender suas concepções de formação e os aspectos inovadores nele previstos. ( 5 ) Os resultados apontam que o programa apresenta indícios de avanço em relação à homogeneidade dos cursos tradicionais de formação continuada, permite que formadores reconceituem o currículo dos cursos de formação inicial, valoriza a produção coletiva do saber e a visão da escola como lócus de formação e avança na sua integração com recursos tecnológicos e midiáticos, colaborando no desenvolvimento de novos paradigmas para a aprendizagem de professores.. ( 1 ) Iniciativas que procuram promover a formação de professores – tanto em estágio inicial quanto continuado – têm sido objeto de políticas públicas recentes. ( 4 ) Para a análise dos dados, utilizamos os pressupostos da análise documental (BARDIN, 1977). Modelo de formação continuada do PDE-PR: o diálogo necessário entre escola básica e ensino superior? (EL KADRI; CAMPOS; FIORI-SOUZA, 2011) RESUMO: Iniciativas que procuram promover a formação de professores – tanto em estágio inicial quanto continuado – têm sido objeto de políticas públicas recentes. Neste artigo, analisamos o documento que embasa a proposta do programa PDE, objetivando compreender suas concepções de formação e os aspectos inovadores nele previstos. Esta pesquisa é de natureza interpretativista e utiliza como corpus a versão 2010 do documento síntese do programa PDE-PR. Para a análise dos dados, utilizamos os pressupostos da análise documental (BARDIN, 1977). Os resultados apontam que o programa apresenta indícios de avanço em relação à homogeneidade dos cursos tradicionais de formação continuada, permite que formadores reconceituem o currículo dos cursos de formação inicial, valoriza a produção coletiva do saber e a visão da escola como lócus de formação e avança na sua integração com recursos tecnológicos e midiáticos, colaborando no desenvolvimento de novos paradigmas para a aprendizagem de professores. Contudo, necessita-se de mais pesquisas para que, de fato, possa se afirmar como tais indícios tem se concretizado. PALAVRAS-CHAVE: Formação de professores. PDE-PR. Formação continuada. Identifique a função de cada sentença no resumo: a) CONTEXTUALIZAR a pesquisa (i.e., descrever o contexto no qual a pesquisa se insere); b) INDICAR o problema a ser pesquisado (i.e., o objeto de pesquisa); c) DESCREVER a metodologia empregada; d) APRESENTAR os resultados; e) DISCUTIR os resultados e suas implicações/consequências. ( A ) Iniciativas que procuram promover a formação de professores – tanto em estágio inicial quanto continuado – têm sido objeto de políticas públicas recentes. ( B ) Neste artigo, analisamos o documento que embasa a proposta do programa PDE, objetivando compreender suas concepções de formação e os aspectos inovadores nele previstos. Identifique a função de cada sentença no resumo: a) CONTEXTUALIZAR a pesquisa (i.e., descrever o contexto no qual a pesquisa se insere); b) INDICAR o problema a ser pesquisado (i.e., o objeto de pesquisa); c) DESCREVER a metodologia empregada; d) APRESENTAR os resultados; e) DISCUTIR os resultados e suas implicações/consequências. (C ) Esta pesquisa é de natureza interpretativista e utiliza como corpus a versão 2010 do documento síntese do programa PDE-PR. (C ) Para a análise dos dados, utilizamos os pressupostos da análise documental (BARDIN, 1977). Identifique a função de cada sentença no resumo: a) CONTEXTUALIZAR a pesquisa (i.e., descrever o contexto no qual a pesquisa se insere); b) INDICAR o problema a ser pesquisado (i.e., o objeto de pesquisa); c) DESCREVER a metodologia empregada; d) APRESENTAR os resultados; e) DISCUTIR os resultados e suas implicações/consequências. (D) Os resultados apontam que o programa apresenta indícios de avanço em relação à homogeneidade dos cursos tradicionais de formação continuada, permite que formadores reconceituem o currículo dos cursos de formação inicial, valoriza a produção coletiva do saber e a visão da escola como lócus de formação e avança na sua integração com recursos tecnológicos e midiáticos, colaborando no desenvolvimento de novos paradigmas para a aprendizagem de professores. (E ) Contudo, necessita-se de mais pesquisas para que, de fato, possa se afirmar como tais indícios tem se concretizado. Localize a sentença tópico do parágrafo abaixo, extraído do texto Perspectivas no estudo da leitura: texto, leitor e interação social (LEFFA, 1999). Historicamente pode-se dizer que há na teoria da leitura um movimento, que vai de uma ênfase inicial no texto, passa depois para uma ênfase no leitor e chegase finalmente a uma ênfase no contexto social. É um movimento de complexidade crescente. O estudo do texto pode ser relativamente simples (e o foi historicamente), focalizando questões como a freqüência de palavras e organização sintática da frase. A ênfase no leitor já envolve uma complexidade maior, considerando não apenas o que acontece durante a leitura, mas também a experiência de vida que antecede o encontro com o texto. Finalmente, a ênfase no contexto social procura examinar a leitura como um fenômeno social restrito a determinadas comunidades e sujeito às suas normas, regras e restrições. Localize a sentença tópico do parágrafo abaixo, extraído do texto Perspectivas no estudo da leitura: texto, leitor e interação social (LEFFA, 1999). Historicamente pode-se dizer que há na teoria da leitura um movimento, que vai de uma ênfase inicial no texto, passa depois para uma ênfase no leitor e chega-se finalmente a uma ênfase no contexto social. É um movimento de complexidade crescente. O estudo do texto pode ser relativamente simples (e o foi historicamente), focalizando questões como a freqüência de palavras e organização sintática da frase. A ênfase no leitor já envolve uma complexidade maior, considerando não apenas o que acontece durante a leitura, mas também a experiência de vida que antecede o encontro com o texto. Finalmente, a ênfase no contexto social procura examinar a leitura como um fenômeno social restrito a determinadas comunidades e sujeito às suas normas, regras e restrições. Localize a sentença tópico do parágrafo abaixo, também extraído do texto Perspectivas no estudo da leitura: texto, leitor e interação social (LEFFA, 1999). Foi o conhecimento enciclopédico, no entanto, com ênfase na experiência de vida, que despertou a atenção maior dos pesquisadores. A idéia é de que nas vivências do dia a dia, o leitor vai construindo uma representação mental do mundo, resumindo, agrupando e guardando o que acontece num arquivo mental que podemos chamar de memória episódica. É essa memória episódica que ele aciona quando inicia a leitura de um texto, buscando os episódios relevantes e desse modo construindo a compreensão do texto. O que o texto faz, portanto, não é apresentar um sentido novo ao leitor, mas fazê-lo buscar, dentro de sua memória, um sentido que já existe, que já foi de certa maneira construído previamente. Localize a sentença tópico do parágrafo abaixo, também extraído do texto Perspectivas no estudo da leitura: texto, leitor e interação social (LEFFA, 1999). Foi o conhecimento enciclopédico, no entanto, com ênfase na experiência de vida, que despertou a atenção maior dos pesquisadores. A idéia é de que nas vivências do dia a dia, o leitor vai construindo uma representação mental do mundo, resumindo, agrupando e guardando o que acontece num arquivo mental que podemos chamar de memória episódica. É essa memória episódica que ele aciona quando inicia a leitura de um texto, buscando os episódios relevantes e desse modo construindo a compreensão do texto. O que o texto faz, portanto, não é apresentar um sentido novo ao leitor, mas fazê-lo buscar, dentro de sua memória, um sentido que já existe, que já foi de certa maneira construído previamente. INTRODUÇÃO (LEFFA, 1999) A pretensão deste trabalho é oferecer uma visão panorâmica do fenômeno cognitivo/social da leitura, com ênfase no processo da construção do sentido. Para fins de organização do texto, tenta-se classificar as diferentes linhas teóricas que tratam da leitura em três grandes abordagens: (1) as abordagens ascendentes, que estudam a leitura da perspectiva do texto, onde a construção do sentido é vista basicamente como um processo de extração; (2) as abordagens descendentes, com ênfase no leitor e que descrevem a leitura como um processo de atribuição de significados; e, finalmente, (3) as abordagens conciliadoras, que pretendem não apenas conciliar o texto com o leitor, mas descrever a leitura como um processo interativo/transacional, com ênfase na relação com o outro. A pretensão maior é tentar reunir tudo isso num único capítulo e produzir um texto útil. A necessidade de ser econômico nos obrigará, às vezes, ao uso de algumas metáforas, principalmente quando tratamos das relações entre o texto e o leitor. Assim, vemos o texto como uma rede colocada na base do processo, pretensamente protegendo o leitor na eventualidade de uma queda; acima do texto, vemos o leitor, pairando em algum lugar do espaço, assumindo riscos maiores ou menores nas suas evoluções, com maior ou menor grau de confiança na segurança da rede. Mostrar que o leitor não está sozinho diante do texto, mas faz parte de uma comunidade consumidora de textos, é o objetivo maior deste trabalho. INTRODUÇÃO (LEFFA, 1999) A pretensão deste trabalho é oferecer uma visão panorâmica do fenômeno cognitivo/social da leitura, com ênfase no processo da construção do sentido. Para fins de organização do texto, tenta-se classificar as diferentes linhas teóricas que tratam da leitura em três grandes abordagens: (1) as abordagens ascendentes, que estudam a leitura da perspectiva do texto, onde a construção do sentido é vista basicamente como um processo de extração; (2) as abordagens descendentes, com ênfase no leitor e que descrevem a leitura como um processo de atribuição de significados; e, finalmente, (3) as abordagens conciliadoras, que pretendem não apenas conciliar o texto com o leitor, mas descrever a leitura como um processo interativo/transacional, com ênfase na relação com o outro. A pretensão maior é tentar reunir tudo isso num único capítulo e produzir um texto útil. A necessidade de ser econômico nos obrigará, às vezes, ao uso de algumas metáforas, principalmente quando tratamos das relações entre o texto e o leitor. Assim, vemos o texto como uma rede colocada na base do processo, pretensamente protegendo o leitor na eventualidade de uma queda; acima do texto, vemos o leitor, pairando em algum lugar do espaço, assumindo riscos maiores ou menores nas suas evoluções, com maior ou menor grau de confiança na segurança da rede. Mostrar que o leitor não está sozinho diante do texto, mas faz parte de uma comunidade consumidora de textos, é o objetivo maior deste trabalho. REFERÊNCIAS BROWN, D. Principles of Language Learning and Teaching. Addison Wesley Longman, Inc. Pearson Education Company, 2000, 4th ed. DUKE, N. K.; PEARSON, P. D. Effective practices for developing reading comprehension. In: FARSTRUP, A. E.; SAMUELS, S. J. (Org.), What Research Has to Say About Reading Instruction, p.205-242. Newark: Internacional Reading Association, 2002, 3rd ed. EL KADRI, Michele Salles; CAMPOS, Alcione Gonçalves; FIORI-SOUZA, Adriana Grade. Modelo de formação continuada do PDE-PR: o diálogo necessário entre escola básica e ensino superior? Entretextos, Londrina, v.11, n.2, p.121-141, jul./dez.2011. LEFFA, Vilson J. Perspectivas no estudo da leitura: texto, leitor e interação social. In: LEFFA, Vilson J. PEREIRA, Aracy, E. (Org.) O ensino da leitura e produção textual: alternativas de renovação. Pelotas: Educat, 1999, p. 13-37. GRAHAM, A. A Guide to Reading and Analysing Academic Articles. Yukon College, Canada, 2004. Disponível em: <http://mh-lectures.co.uk/pubs/tutorials/ess_help/read_an.doc> Acesso em: 26 mar. 2014. HANSON, G.; ROBERTSON, F. The Structure of Research Articles. Centre de linguistique appliquée, Université de Franche-Comté, France, 2004. Disponível em: <http://eolf.univ-fcomte.fr/index.php?page=the-structure-of-researcharticles > Acesso em: 25 mar. 2014.