“Números do Ensino Privado”, Uma realização da Fundação Getulio Vargas (FGV) com a colaboração da Federação Nacional das Escolas Particulares (FENEP) O objetivo central é a construção de um marco quantitativo para o setor educacional privado. Sua primeira edição, publicada em setembro de 2004. É um trabalho único e voltado exclusivamente para a livre iniciativa do setor educacional. 1ª Publicação 2004 – Educação Básica – 35053 escolas – 1,2% do PIB. 2ª Publicação 2005 - Padrões Regionais de Inserção Econômica na Educação privada 3ª Publicação 2007 –Estrutura orçamentária das famílias usuárias da rede privada de ensino 4ª Publicação 2009 – Alternativas para a Desoneração da folha de pagamento 5ª Publicação 2014 – Conjuga os trabalhos anteriores, analisando as informações consolidadas aos censos escolares anuais do INEP, somam-se as Pesquisas de Orçamentos Familiares (POFs), a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) e o Censo Demográfico de 2010, todos divulgados pelo IBGE. O último dado calculado pelo IBGE sobre a produção dos diversos setores econômicos é de 2009. A Educação Privada nesse ano, a oferta de serviços estava avaliada em R$ 49.969 milhões. Não estão incluídos neste valor os impostos incidentes sobre o preço do serviço (preços básicos). Atualizando para 2012 com combinação de dados, o valor projetado é de R$ 64,7 bilhões, 1,5% do PIB A coexistência dos setores privado e público na atividade educacional, tem papéis complementares, pois educação é direito público. A dimensão econômica do setor educacional privado pode ser interpretada como uma despesa pública não realizada ou poupada. Diversificação dos serviços e a qualidade da escola privada, são opções que as famílias usuárias encontram na rede privada. Total de Matrículas na E.B 2005 Escolas Privadas Total 56.471.622 7.431.103 % 13,16% MATRÍCULAS NO ENSINO BÁSICO 2012 Total de Escolas Privadas Matrículas Total % na E.B. 50.545.050 8.322.219 16,46% Variação % ao Ano Total Escolas Privadas -1,57% 1,63% As matrículas na rede pública reduziram, em média, 2,12 % ao ano. A participação do setor privado no total de matrículas subiu de 13. 16 % para 16,46 %. Proporção de matrículas em escolas particulares de ensino básico % 16,46 15,54 14,67 13,16 13,26 13,37 13,90 12,04 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Matrículas em escolas particulares de ensino básico - regiões geográficas 7,62% 5,12% 11,78% 47,88% 27,60% Sudeste Nordeste Sul Centro-Oeste Norte MATRÍCULAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA POR REGIÕES GEOGRÁFICAS O crescimento das matrículas em escolas particulares não foi homogêneo entre níveis educacionais: Nas creches privadas, o número de alunos passou de 535.226 em 2005 para 929.737 em 2012, avanço que corresponde a 73,71%, ou 8,21% ao ano. As matrículas nos estabelecimentos privados de ensino fundamental avançaram de 3.376.769 para 4.270.932, entre 2005 e 2012. O crescimento foi de 3,41% ao ano. As matrículas nos estabelecimentos de ensino médio seguiu trajetória diversa daquela apresentada pelo ensino fundamental. Desde 1999, as matrículas em escolas privadas se reduzem. No período que vai até 2005, registrou-se diminuição anual de 1,81%. O crescimento das matrículas em escolas particulares não foi homogêneo entre níveis educacionais: Entre os anos de 2005 e 2012, o número de matrículas em estabelecimentos particulares de ensino profissional passou de 58,24 % para 57,10 %. Na EJA o setor privado tem uma participação de apenas 3,35% no total de matrículas. Na educação especial, os estabelecimentos privados também tem uma baixa participação. O crescimento das matrículas nos estabelecimentos privados de ensino superior foi liderado, no período 19992005, pelos centros universitários, com expansão de 26,48% ao ano. No período seguinte, de 2005 a 2012, o vetor de expansão foram as faculdades, onde o número de matrículas avançou 9,61% ao ano. A mudança de composição, em favor de instituições menores e mais especializadas, viabilizou a continuidade da interiorização do ensino superior privado. A proporção de matrículas fora das capitais diminuiu de 54,95%, em 2005, para 49,94%, em 2012, este recuo retrata principalmente o que se passou com as universidades, que detêm a fração mais elevada das matrículas privadas. Quando o foco se fecha sobre as faculdades, as matrículas em cidades do interior vem crescendo. Em 1999, o grau de interiorização era de 56,79%. Em 2012, 58,65% das matrículas em faculdades particulares eram em cidades do interior. Matrículas do Ensino Superior em EAD Matrículas em % Sobre Ano EAD em Inst. Total de Privadas Mat. EAD 2002 6.392 15,70% 2003 10.107 20,25% 2004 23.622 39,63% 2005 60.127 52,45% 2006 165.145 79,70% 2007 275.557 74,52% 2008 448.973 61,68% 2009 665.429 79,39% 2010 748.577 80,48% 2011 815.003 82,08% 2012 932.226 83,69% O EAD é particularmente atraente para indivíduos que já se encontram no mercado de trabalho e buscam qualificação adicional ou reciclagem. Um exemplo são os docentes do ensino básico, usuários destacados desta modalidade de aprendizado. Ano 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Bolsas de Estudo PROUNI Matrículas Matrículas Integrais Parciais 71.905 40.370 98.698 39.970 97.631 66.223 99.495 125.510 153.126 94.517 125.922 115.351 129.672 124.926 150.870 133.752 Total de Matrículas 112.275 138.668 163.854 225.005 247.643 241.273 254.598 284.622 Em 2012, o número de alunos ativos no programa chegava a 1.217.179, aí incluídos 164.033 em cursos à distância. Como proporção, as bolsas do ProUni correspondiam a 23,68% do total de alunos matriculados na rede privada. Complementarmente ao ProUni, vigora, desde 1999, o FIES - Fundo de Financiamento Estudantil. Nos últimos três anos, após reformulação do programa que, entre outras coisas, reduziu a taxa de juros para 3,4% ao ano, o número de estudantes vinculados foi multiplicado por 10 e alcançou 893 mil, em meados de 2013. Matrículas Educação Básica Região 2012 Geográfica Total Proporção Brasil 8.322.219 16,46% Norte 426.060 8,26% Nordeste 2.297.335 15,09% Sudeste 3.984.994 19,97% Sul 979.986 14,96% Centro-Oeste 633.844 17,38% Matrículas Educação Superior Região 2012 Geográfica Total Proporção Brasil 5.140.312 73,04% Norte 324.439 59,37% Nordeste 881.317 61,42% Sudeste 2.622.194 81,28% Sul 802.084 68,93% Centro-Oeste 510.278 76,57% 13.462.531 Número de Funcionários da Educão Privada 2012 Educação Básica Docentes Técnicos e Administ. Educação Superior 496.309 Docentes 212.394 419.877 Técnicos e Administ. 179.685 Docentes – 708.703 Técnicos e Administrativos – 599.562 1.308.265 Serviços de Informática Serviços Contábeis Serviços Jurídicos Serviços Bancários Serviços de Gráficas Serviços de Manutenção Serviços de Divulgação (Mídia) Serviços de Consultoria Serviços de Água e Energia Serviços de Telefonia Serviços de Internet Serviços de Cópias e Impressão Serviços de TV a Cabo Transporte Privado Serviços de Turismo Intercâmbios Culturais Educacional Aluguéis Fornecimento de Confecção de Ticket Alimentação Cantinas Uniformes e Calçados Planos de Saúde Seguros Aparelhos Eletroeletrônicos Softwares Livrarias Editoras de Materiais Didáticos Papelarias Transporte Público Diplomas Materiais Esportivos Móveis e Utensílios Outros Considerando de forma conservadora o número de empregos indiretos gerados em função dos Serviços de Educação Privada na proporção de 3 para 1, teremos um universo de : 3.924.795 Constituição Federal Art. 209 - O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as seguintes condições: I - cumprimento das normas gerais da educação nacional; II - autorização e avaliação de qualidade pelo Poder Público. LDB (1996) Art. 9 - inciso IX: cabe ao governo federal “autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar... cursos e instituições de educação superior”. Inciso VI – “assegurar processo nacional de avaliação do rendimento escolar...” Meta 1: Universalizar, até 2016, o atendimento escolar da população de 4 e 5 anos, e ampliar, até 2020, a oferta de educação infantil de forma a atender a 50% da população de até 3 anos. Meta 3: Universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda população de 15 a 17 anos e elevar, até 2020, a taxa líquida de matrículas no ensino médio para 85%, nesta faixa etária. Meta 5: Alfabetizar todas as crianças até 8 anos. Meta 12: Elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 50% e a taxa líquida para 33% da população de 18 a 24 anos, assegurando a qualidade da oferta. Meta 13: Elevar a qualidade da educação superior pela ampliação da atuação de mestres e doutores nas instituições de educação superior para 75%, no mínimo, do corpo docente em efetivo exercício, sendo, do total, 35% doutores. Meta 14: Elevar gradualmente o número de matrículas na pós-graduação stricto sensu de modo a atingir a titulação anual de 60 mil mestres e 25 mil doutores. Meta 15: Garantir, em regime de colaboração entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, que todos os professores da educação básica possuam formação específica de nível superior, obtida em curso de licenciatura na área de conhecimento em que atuam. Meta 16: Formar 50% dos professores da educação básica em nível de pós-graduação lato e stricto sensu, garantir a todos formação continuada em sua área de atuação. Meta 18: Assegurar, no prazo de dois anos, a existência de planos de carreira para os profissionais do magistério em todos os sistemas de ensino. O Plano Nacional de Educação (PNE), em seu diagnóstico, define que a qualidade do ensino só poderá acontecer se houver a valorização dos profissionais do magistério, a qual só será alcançada por meio de uma política global capaz de articular a formação inicial, as condições de trabalho, o salário, a carreira e a formação continuada. O PNE conclui que a formação inicial e continuada do professor exige atenção especial à educação básica. Assim, a melhoria da qualidade da educação básica depende da formação de seus docentes, o que decorre diretamente das oportunidades oferecidas a eles. A melhoria na qualidade da formação dos professores com nível superior, por sua vez, está condicionada à qualidade da escolarização que lhes foi oferecida no nível básico. Agentes Externos: Controle excessivo do Governo Federal, desrespeitando a Legislação , com edição de Portarias, Notas Técnicas, Medidas Cautelares, etc; Imposição de novas regras pelo MEC sem discussão com os setores; Governo trata a Educação Privada como uma concessão; Carga Tributária alta; Falta de poder aquisitivo da população apta ao ingresso a cursos de nível superior na Ed. Privada; Legislação impositiva de todos os níveis de governo, provocando aumento nos custos. Agentes Internos: Inadimplência alta, provocada por dificuldades financeiras de usuários e por legislação; Folha de pagamento compromete de 50% a 70% do faturamento bruto das Instituições; Aproximadamente 6% do faturamento bruto das Instituições é comprometido com a contribuição patronal com o INSS; Baixa capacidade de investimento em melhoria da qualidade; Evasão escolar por inadimplência; Endividamento das Instituições; Evolução negativa do valor médio das mensalidades ao longo dos anos, enquanto houve impacto inflacionário sobre os custos e aumento real sobre a folha de pagamento. Encargos Sociais Mão de Obra Indireta ESPECIFICAÇÃO Rev. 1 - Jan/07 INCIDÊNCIA % % ACUM. GRUPO I IAPAS INSS SESI-SESC SENAI-SENAC SEBRAE INCRA Seguro Acidente de Trabalho Salário educação FGTS 0,00% 20,00% 1,50% 0,00% 0,60% 0,20% 3,00% 2,50% 8,00% 35,80% GRUPO II Férias + Abono Aviso prévio Turn over e absenteísmo Auxílio enfermidade Acidentes no trabalho Encargos Paternidade Planejamento - 15% 13º Salário GRUPO II A Reflexos de horas extras sobre o Repouso Semanal Remunerado Reflexos de horas extras sobre Férias Reflexos de horas extras sobre Aviso prévio Reflexos de horas extras sobre 13º Salário Obs.: Média de horas Extras utilizada como base de cálculo GRUPO III Incidência do FGTS sobre o 13º Salário 40% por demissão sem justa causa GRUPO I x GRUPO II Incidência cumulativa do grupo I sobre o grupo II Total acumulado 12,12% 1,67% 0,83% 0,58% 0,02% 0,35% 15,00% 9,09% 39,66% 0,83% 0,61% 0,08% 0,45% 5,00% 1,98% 0,67% 3,33% 4,00% 14,20% 95,6% Cabe ressaltar que 84% das instituições privadas em funcionamento no Brasil são de pequeno porte (até 3.000 alunos matriculados). As IES não podem optar pelo Simples Nacional. As IES estão estabelecidas em centenas de diferentes municípios brasileiros. Esta particularidade, fixa o jovem em seu município. As entidades que prestam serviços educacionais privado têm enfrentado dificuldades para retomar seu nível de desenvolvimento social, econômico, cultural, comprometendo sua capacidade de autofinanciamento e de sustentabilidade financeira, e mesmo assim, garante a qualidade da educação no país. A educação é estratégica para o desenvolvimento do Brasil, somente com ela que acontecerá desenvolvimento econômico, num contexto de crise internacional. Buscar incentivos para o serviço de educação privada, assim como já vem ocorrendo em mais de 60 setores da economia brasileira, não somente permitirá aumentar a geração de empregos, mas também possibilitará ampliar a oferta de educação com qualidade e preservar as milhares de pequenas instituições espalhadas por todo território brasileiro, as quais têm contribuído decisivamente para o desenvolvimento do país nos últimos anos. Antônio Eugênio Cunha