Porquê “Crioulo”? Tipos de razões: • de ordem afectiva e social • de carácter teórico Razões sociais designação para homens, línguas e culturas resultado de descobrimentos e colonização: comunidades crioulas falantes crioulos linguagem considerada menos prestigiada ou prestigiante Razões sociais mas prestígio “encoberto” justifica: vitalidade própria resistência contra investidas exteriores mas comunidades multilingues que designação para diferenciação? adequação às realidades (sociais e linguísticas) marca de sentimento e orgulho de pertença (ex: Crioulo Guineense) Razões linguísticas classificação com base em critérios (objectivos) situação típica de formação (crise linguística): línguas maternas acessíveis, mas não funcionais língua dominante mais funcional, mas pouco acessível aquisição circunstancial de variedade básica (rudimentos): contextos de uso restritos vocabulário muito reduzido (lexicalmente deficitária) recursos gramaticais limitados (estruturalmente instável) pidgin instável = linguagem insuficiente = língua de ninguém = segunda língua Razões linguísticas situação de aumento de exigências de comunicação: intensificação e diversificação de uso integração de inovações lexicais e gramaticais superação de falhas com recurso a línguas maternas ainda variável, mas com mais léxico e mais estruturada herança às gerações seguintes Razões linguísticas situação de estabilização (da comunidade e da língua) aquisição pelas crianças (como língua materna) aceleração de mudanças: reestruturação (nova “leitura” e reelaboração) expansão lexical complexificação gramatical emergência de uma nova língua = língua natural = língua materna = crioulo Crioulos (não são línguas mistas) (não são dialectos) (têm estrutura própria) (têm falantes nativos) Crioulos processo de formação rápida (algumas décadas!) coabitação com língua de prestígio (proveniência do léxico?!) particularidades gramaticais (derivadas das línguas maternas!?) resultados de contacto de línguas (em condições socio-históricas particulares!) (repetição das mesmas condições = processo idêntico de criação linguística!) grupo especial de línguas naturais (existentes ou possíveis!) – um tipo de línguas! objecto de estudo da Crioulística Debate (controvérsia e perplexidade) 1. 2. desenvolvimento semelhante de variedades básicas semelhanças estruturais ausência de flexões codificação analítica de informações gramaticais (unidades morfológicas livres) semelhanças inexistentes ou conjunturais presença e influência das mesmas línguas de substrato Triplo “paradoxo crioulo” (A. Khim) 1. crioulos mais parecidos entre si do que com língua lexificadora (superestrato) 2. crioulos mais parecidos entre si do que línguas lexificadoras entre si 3. crioulos de mesma base lexical não mais parecidos entre si do que crioulos de base diferente