Diferenças Internacionais
Prof. Esp. Sandro Marcos
Diferenças Internacionais
“A contabilidade, por ser uma ciência social aplicada,
é fortemente influenciada pelo ambiente em que
atua. De uma forma geral, valores culturais, tradição
histórica, estrutura política, econômica e social
acabam refletindo nas práticas contábeis de uma
nação e, consequentemente, a evolução das mesmas
pode estar vinculada ao nível de desenvolvimento
econômico de cada país”.
Jorge Katsunami
Linguagem “dos negócios”
A Procura da Contabilidade
1. Busca de Informações – econômico-financeira
2. Avaliação de Risco
3. Performance empresarial
Consequência1: A apresentação dos relatórios
contábeis passa a ser um instrumento de grande
valor para os investidores.
Consequência2: Investidores desejam mensurar a
conveniência e oportunidade para caracterizar seus
negócios.
Fatos Importantes
• A importância da Contabilidade Ultrapassou as
fronteiras;
Consequência – deixou de ter sua utilidade limitada no
campo doméstico. (globalização)
• Homogênea x Não Homogênea ?
Não é Homogênea em termos internacionais.
Consequência – Cada país tem suas práticas contábeis
próprias, dificultando sua compreensão devido à falta
de uniformidade.
• Busca de Critérios consentâneos (unanimidade) - é o
processo de harmonização contábil internacional.
Classificação dos Sistemas Contábeis
• Ambiente em que atua;
“O número de tentativas que têm sido feitas
para classificar sistemas contábeis nacionais é
o mesmo esforço que os biólogos tentam fazer
para classificar fauna e flora”. Nobes e Parker
• Deve-se registrar um entendimento preliminar
de que a contabilidade teve seu início e
desenvolvimento na Europa.
• De forma geral, a maioria dos autores destaca
dois grupos distintos: o modelo Anglo-Saxão e
o modelo Continental.
• Autores:
Nobes – 1993
Belkaoui - 2000
• Modelo Anglo-Saxão: Grã-Bretanha (Incluindo
Inglaterra, País de Gales, Irlanda e Escócia),
Austrália Nova Zelândia, Estados Unidos da
América, Canadá, Malásia, Índia, África do Sul
e Cingapura.
• Modelo Continental: França, Alemanha, Itália,
Japão, Bélgica, Espanha, países comunistas
(Europa Oriental), países da América do Sul
Característica
predominante
modelo Anglo-Saxão
do
existência de uma profissão contábil forte e
atuante;
sólido mercado de capitais, como fonte de
captação de recursos;
pouca interferência governamental na
definição de práticas contábeis; e
as demonstrações financeiras buscam atender,
em primeiro lugar, os investidores.
Característica
predominante
modelo Continental
do
profissão contábil fraca e pouco atuante;
forte interferência governamental no
estabelecimento de padrões contábeis,
notadamente a de natureza fiscal;
as demonstrações buscam atender
primeiramente os credores e o Governo em vez
dos investidores; e
importância de bancos e outras instituições
financeiras (inclusive governamentais) em vez de
recursos provenientes do mercado de capitais
como fonte de captação pelas empresas.
OBS: A classificação de um país como integrante
de um dos dois modelos é discutível, como
por exemplo o JAPÃO, que segundo alguns
autores , segue filosoficamente o modelo
anglo-saxão.
OBS: Outros países como a Holanda, bem como
países escandinavos, têm “luz própria”, não
sendo classificáveis em um ou outro grupo.
Classificação de Nobes - 1983
• Contempla apenas países desenvolvidos
• Denominados como “MICRO” ou “MACRO”,
correspondem, na realidade, à divisão já mencionada
de “modelo anglo-saxão” e “modelo continental”
• Embora EUA e Grã-Bretanha serem distintas estão mais
próximas do que as subclasses da visão Macro.
Ex:
França – baseia-se em uma estrutura de Plano Geral
de Contas.
Alemanha e o Japão – baseia-se em Lei
Suécia – Controle econômico Governamental
Classificação de Belkaoui - 2000
• Apresenta a classificação dos países baseada
em 10 (dez) grupos, adotando quatro
elementos de diferenciação:
a) Estágio de desenvolvimento econômico
b) Complexidade empresarial
c) Economia planificada ou de mercado; e
d) Credibilidade na legislação.
Os 10 (dez) grupos são:
• EUA – CANADÁ – HOLANDA – caracteriza-se por
desenvolvida atividade industrial, moeda estável
e forte orientação para inovações empresarias.
Muitas companhias têm sua matriz nesses países;
• AUSTRÁLIA E COMUNIDADE BRITÂNICA (EXCETO
CANADÁ) – Legislação comercial segue uma linha
traçada pelo país-mãe. As atividades empresariais
são atualmente desenvolvidas, mas usualmente
tradicionais;
• ALEMANHA – JAPÃO – são países que tiveram
crescimento econômico fantástico após a 2ª
Guerra Mundial. Ambos sofreram influências
externas
(principalmente
dos
EUA).
Estabilidade da moeda e também nos campos
social e político;
• EUROPA CONTINENTAL (EXCETO ALEMANHA,
HOLANDA E PAÍSES ESCANDINAVOS) – há forte
apoio governamental na iniciativa privada. A
propriedade privada e o lucro não são
necessariamente a base da orientação
empresarial econômica;
• PAÍSES ESCANDINAVOS – são países
economicamente desenvolvidos com baixa
taxa de crescimento e de atividades
empresariais. O governo tem controle sobre a
legislação social. Estabilidade no crescimento
populacional e os países integrantes
apresentam comportamento bastante similar;
• ISRAEL – MÉXICO – são países que alcançaram
sucesso em termos de rápido crescimento
econômico com uma presença significativa do
governo nas atividades empresariais;
• AMÉRICA DO SUL – são países de economia
subdesenvolvida, com problemas na área
social e educacional. Atividade agrícola é
predominante. Ainda existem países com forte
controle militar. A moeda é fraca e a
população tende a ser crescente;
• ÁFRICA (EXCETO ÁFRICA DO SUL) – a maior parte
dos países africanos se encontra ainda em estágio
pouco avançado de civilização. Pouca atividade
empresarial predominante;
• NAÇÕES DESENVOLVIDAS DO ORIENTE MÉDIO –
conceitos modernos e ética dos negócios têm
origens no Ocidente e frequentemente conflitam
com cultura oriental. O desenvolvimento mais
rápido se verificou nos países neutros da OPEP;
• PAÍSES COMUNISTAS – são países de completo
controle do governo central e, portanto,
classificáveis separadamente.
Similaridades dos autores
• A classificação dos países em 10 grupos,
apresentada por Belkaoui, mostra similaridade
com o estudo desenvolvido por Nobes,
principalmente no que concerne aos países
desenvolvidos, ao contemplar nos quatro
primeiros grupos os países que já integravam
os dois modelos anteriormente citados
(Anglo-Saxão e Continental), com uma
pequena diferença: a Holanda integrando o
mesmo grupo dos EUA e o Canadá
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