1. A CATEGORIA DE
POVO DE DEUS
NA BÍBLIA.
A CATEGORIA DE POVO DE DEUS NA BÍBLIA.
Povo e Nação - A palavra hebraica ‘am foi traduzida por “povo”.
Designa um grupo de pessoas ligadas pelo sangue e que mantêm
entre si relações de solidariedade. É uma realidade física e social
na qual se inscreve cada indivíduo. A expressão “povo do Senhor
Deus” sublinha a relação de Aliança entre o Senhor Deus e
aqueles que Ele santifica. A palavra hebraica ‘gôy foi traduzida
por “nação”. Designa uma região com fronteiras delimitadas, mas
nunca um pessoa ou um deus. Trata-se de uma realidade política e
administrativa. Por vezes, este termo é empregado para designar
o não-judeu, o estrangeiro, com uma conotação pejorativa.
POVO DO SENHOR: ISRAEL; HEBREUS;
JUDEUS.
Na Bíblia, o povo do Senhor Deus, também chamado o povo eleito, é designado de diversas
maneiras. Estes termos designam realidades religiosas, geográficas e políticas.
Israel. Esta palavra significa “O Senhor Deus foi o mais forte” O Senhor Deus deu este nome a
Jacob depois da luta entre os dois, dizendo: «Já não te chamarás Jacob, mas Israel»(Gn
32,39). Mais tarde o “país de Canaã” ou “Terra Prometida” será substituída por “país de
Israel”.
Hebreus. Este termo significa “os de além [do Eufrates]”. É utilizado para distinguir os filhos de
Israel dos egípcios [aquando do Êxodo, por exemplo] ou dos estrangeiros. Nos Actos dos
Apóstolos, o termo aplica-se aos judeus da Palestina que se tornaram cristãos.
Judeus. Esta designação surgiu no regresso do cativeiro da Babilónia (de 598 a.C… a 587
a.C. ou designada Antes da Era Comum…), os israelitas instalaram-se no território de Judá,
que por isso se chamou em grego Judeia. Os seus habitantes, a partir daí, chamaram-se
judeus.
UM POVO ESCOLHIDO:
COM QUE DIREITO E PARA FAZER O QUÊ?
“Tu serás o meu povo, eu serei o teu Deus” (cfr. Lv 26,12; Dt 29,12; Is 12,22; Am
3,2; Is 51,4; Sl 33,12 e 47,5; Jr 31,33; 32,28; 47,7; Ez 11,20; 36,28; 37,27).
Esta fórmula de aliança, frequente na Bíblia, mostra a ligação mútua entre o Deus
da Bíblia e um povo particular, mas porquê eles? Deus será o Deus de um só povo?
Moisés fez questão de dizer ao seu povo que não se envaidecesse […pensemos nós
portugueses nos 100 anos (1917-2017) das aparições N. Senhora em Fátima…só
para Nós?]: se ele foi escolhido, não foi por causa dos seus próprios méritos, e ainda
menos pela sua importância na cena política internacional da época. Deus escolheu
este povo gratuitamente e por amor (Dt 7,7-8), para fazer dele um testemunho do
amor que tem por todos os povos da Terra
UM POVO PRIVILEGIADO? (1)
Deus será sectário escolhendo um povo preciso, tal como podemos ler na Bíblia,
excluindo assim os outros? Faríamos uma leitura superficial da Bíblia.
Na escolha de Abr(a)ão (escolha mútua…) é dito de uma forma clara: «Em ti serão
abençoadas todas as nações da terra». Assim, o fim último da constituição do povo
de Deus torna-se a bênção de todos os países da terra sem excepção.
Quando lemos a Bíblia, verificamos que o elenco de benefícios não é muito
abundante.
O povo eleito – sobretudo no Exílio - perdeu tudo, a sua terra, o seu rei, o seu
templo. Sofreu a deportação e depois a ocupação estrangeira. Mas, por outro lado,
o verdadeiro privilégio do povo eleito foi fazer nascer a confiança absoluta em
Deus, confiança que se funda na certeza de que Deus prepara para a humanidade
inteira um mundo diferente e novo.
UM POVO PRIVILEGIADO? (2)
É aqui que reside o coração da Bíblia.
Jesus não diz outra coisa. É a oferta do povo eleito a todos.
Se acreditar é uma felicidade (não peso, obrigação, anestesia ou ilusão…
MAS desafio vosso como paróquia organizada no lema pastoral = como acção
conjunta), esta felicidade deve partilhar-se com todos, sem excluir ninguém.
Um Povo que procura (sempre) um novo céu e uma nova terra, nova humanidade:
povo real, sacerdotal e profético (cfr. Sacramento do Baptismo): «Vós que outrora
éreis Não-povo, agora sois Povo de Deus; éreis os Não-compadecidos [não tínheis
alcançado misericórdia], agora sois Compadecidos [alcançastes misericórdia]» (1Ped
2,10 – tradução Bíblia do Peregrino, Luís Alonso Schökel, entre outras…).
2.“SOMOS POVO DE DEUS”
CAPÍTULO II DA
LUMEN GENTIUM.
“SOMOS POVO DE DEUS” A PARTIR DO CAPÍTULO
II DA LUMEN GENTIUM.
Apresentamos um documento, dos mais importantes, do Concílio Vaticano II (1963 –
1965.
OBSERVAÇÃO:
 1º em 2013 recordou-se a data jubilar dos 50 anos do início do concílio, e em 2015 será 50 anos do
seu encerramento;
 2º também, os 75 anos da Restauração da diocese (1938-2013) são atravessados pelo concílio).
CAPÍTULO II - O POVO DE DEUS – “LUMEN
GENTIUM”.
A Nova Aliança com o novo Povo de Deus
Nº9. “Em todos os tempos e em todas as nações foi agradável a Deus aquele que O
teme e obra justamente (cfr. Act. 10,35). Contudo, aprouve a Deus salvar e santificar
os homens, não individualmente, excluída qualquer ligação entre eles, mas
constituindo-os em povo que O conhecesse na verdade e O servisse santamente.
Escolheu, por isso, a nação israelita para Seu povo. Com ele estabeleceu uma
aliança; a ele instruiu gradualmente, manifestando-Se a Si mesmo e ao desígnio da
própria vontade na sua história, e santificando-o para Si. Mas todas estas coisas
aconteceram como preparação e figura da nova e perfeita Aliança que em Cristo
havia de ser estabelecida e da revelação mais completa que seria transmitida pelo
próprio Verbo de Deus feito carne. (…)”
CAPÍTULO II - O POVO DE DEUS – “LUMEN
GENTIUM”.
QUE Identidade e Missão de/como Povo de Deus:
Nº9: “Este povo messiânico tem por cabeça Cristo, «o qual foi entregue por causa
das nossas faltas e ressuscitado por causa da nossa justificação» (Rom. 4,25) e, tendo
agora alcançado um nome superior a todo o nome, reina glorioso nos céus.
É condição deste povo a dignidade e a liberdade dos filhos de Deus, em cujos
corações o Espírito Santo habita como num templo. A sua lei é o novo mandamento, o
de amar assim como o próprio Cristo nos amou (cfr. Jo. 13,34). (»)
CAPÍTULO II - O POVO DE DEUS – “LUMEN
GENTIUM”.
QUE Identidade e Missão de/como Povo de Deus:
Nº9: (…) Por último, tem por fim o Reino de Deus, o qual, começado na terra pelo
próprio Deus, se deve desenvolver até ser também por ele consumado no fim dos
séculos, quando Cristo, nossa vida, aparecer (cfr. Col. 3,4) e «a própria criação for
liberta do domínio da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus» (Rom.
8,21).
Por isso é que este povo messiânico, ainda que não abranja de facto todos os homens,
e não poucas vezes apareça como um pequeno rebanho, é, contudo, para todo o
género humano o mais firme germe de unidade, de esperança e de salvação.
Estabelecido por Cristo como comunhão de vida, de caridade e de verdade, é também
por Ele assumido como instrumento de redenção universal e enviado a toda a parte
como luz do mundo e sal da terra (cfr. Mt. 5, 13-16)”.
CAPÍTULO II - O POVO DE DEUS – “LUMEN
GENTIUM”.
Universalidade e catolicidade do único Povo de Deus
Nº13. “Ao novo Povo de Deus todos os homens são chamados. Por isso, este
Povo, permanecendo uno e único, deve estender-se a todo o mundo e por todos
os séculos, para se cumprir o desígnio da vontade de Deus que, no princípio, criou
uma só natureza humana e resolveu juntar em unidade todos os seus filhos que
estavam dispersos (cfr. Jo. 11,52).
Foi para isto que Deus enviou o Seu Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as
coisas (cfr. Hebr. 1,2), para ser mestre, rei e sacerdote universal, cabeça do novo
e universal Povo dos filhos de Deus. Para isto Deus enviou finalmente também o
Espírito de Seu Filho, Senhor e fonte de vida, o qual é para toda a Igreja e para
cada um dos crentes princípio de agregação e de unidade na doutrina e na
comunhão dos Apóstolos, na fracção do pão e na oração (cfr. Act. 2,42 gr.)”.
CAPÍTULO II - O POVO DE DEUS – “LUMEN
GENTIUM”.
Universalidade e catolicidade do único Povo de Deus
Nº13. (…) Mas porque o reino de Cristo não é deste mundo (cfr. Jo. 18,36), a
Igreja, ou seja o Povo de Deus, ao implantar este reino, não subtrai coisa
alguma ao bem temporal de nenhum povo, mas, pelo contrário, fomenta e assume
as qualidades, as riquezas, os costumes e o modo de ser dos povos, na medida
em que são bons; e assumindo-os, purifica-os, fortalece-os e eleva-os. Pois
lembra-se que lhe cumpre ajuntar-se com aquele rei a quem os povos foram
dados em herança (cfr. Salm. 2,8), e para a cidade à qual levam dons e ofertas
(cfr. Salm. 71 [72], 10; Is. 60, 47; Apoc. 21,24). Este carácter de universalidade
que distingue o Povo de Deus é dom do Senhor; por Ele a Igreja católica tende
eficaz e constantemente à recapitulação total da humanidade com todos os seus
bens sob a cabeça, Cristo, na unidade do Seu Espírito (24).
CAPÍTULO II - O POVO DE DEUS – “LUMEN
GENTIUM”.
Carácter missionário da Igreja
Nº17. “Assim como o Filho foi enviado pelo Pai, assim também Ele enviou
os Apóstolos (cfr. Jo. 20,21) dizendo: «ide, pois, ensinai todas as gentes,
baptizai-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinai-as a
observar tudo aquilo que vos mandei. Eis que estou convosco todos os dias
até à consumação dos séculos» (Mt. 28, 19-20). A Igreja recebeu dos
Apóstolos este mandato solene de Cristo, de anunciar a verdade da
salvação e de a levar até aos confins da terra (cfr. Act. 1,8). Faz,
portanto, suas as palavras do Apóstolo: «ai de mim, se não prego o
Evangelho» (1 Cor. 9,16), (…)
CAPÍTULO II - O POVO DE DEUS – “LUMEN
GENTIUM”.
Carácter missionário da Igreja
Nº17.
“E a sua acção faz com que tudo quanto de bom encontra no coração e
no espírito dos homens ou nos ritos e cultura próprios de cada povo, não
só não pereça mas antes seja sanado, elevado e aperfeiçoado, para
glória de Deus, confusão do demónio e felicidade do homem”. (…)
É assim que a Igreja simultâneamente ora e trabalha para que toda a
humanidade se transforme em Povo de Deus, corpo do Senhor e templo
do Espírito Santo, e em Cristo, cabeça de todos, se dê ao Pai e Criador
de todas as coisas toda a honra e toda a glória”.
3.“SOMOS POVO DE DEUS”
CAPÍTULO III DA
EVANGELII GAUDIUM (112-114).
I. TODO O POVO DE DEUS ANUNCIA O
EVANGELHO (N.111)
Nº111.” A evangelização é dever da Igreja. Este sujeito da
evangelização, porém, é mais do que uma instituição orgânica e
hierárquica; é, antes de tudo, um povo que peregrina para Deus.
Trata-se certamente de um mistério que mergulha as raízes na
Trindade, mas tem a sua concretização histórica num povo peregrino e
evangelizador, que sempre transcende toda a necessária expressão
institucional.
Proponho que nos detenhamos um pouco nesta forma de compreender
a Igreja, que tem o seu fundamento último na iniciativa livre e gratuita
de Deus”.
UM POVO PARA TODOS (N.112)
Nº112. “A salvação, que Deus nos oferece, é obra da sua
misericórdia. Não há acção humana, por melhor que seja, que nos
faça merecer tão grande dom.
Por pura graça, Deus atrai-nos para nos unir a Si. [79] Envia o seu
Espírito aos nossos corações, para nos fazer seus filhos, para nos
transformar e tornar capazes de responder com a nossa vida ao seu
amor.
A Igreja é enviada por Jesus Cristo como sacramento da salvação
oferecida por Deus. [80]
UM POVO PARA TODOS (N.112)
Nº112. Através da sua acção evangelizadora, ela colabora como
instrumento da graça divina, que opera incessantemente para além de
toda e qualquer possível supervisão.
Bem o exprimiu Bento XVI, ao abrir as reflexões do Sínodo:
«É sempre importante saber que a primeira palavra, a iniciativa
verdadeira, a actividade verdadeira vem de Deus e só inserindo-nos
nesta iniciativa divina, só implorando esta iniciativa divina, nos podemos
tornar também – com Ele e n’Ele – evangelizadores». [81]
O princípio da primazia da graça deve ser um farol que ilumine
constantemente as nossas reflexões sobre a evangelização”.
UM POVO PARA TODOS (N.113)
Nº 113. “Esta salvação, que Deus realiza e a Igreja jubilosamente
anuncia, é para todos,[82] e Deus criou um caminho para Se unir a cada
um dos seres humanos de todos os tempos. Escolheu convocá-los como
povo, e não como seres isolados.[83]
Ninguém se salva sozinho, isto é, nem como
indivíduo isolado, nem por suas próprias forças.
UM POVO PARA TODOS (N.113)
Deus atrai-nos, no respeito da complexa trama de
relações interpessoais que a vida numa comunidade
humana supõe.
Este povo, que Deus escolheu para Si e convocou, é a
Igreja.
Jesus não diz aos Apóstolos para formarem um grupo
exclusivo, um grupo de elite. Jesus diz: «Ide, pois, fazei
discípulos de todos os povos» (Mt 28, 19).
UM POVO PARA TODOS (N.113)
São Paulo afirma que no povo de Deus, na Igreja, «não
há judeu nem grego (...), porque todos sois um só em
Cristo Jesus» (Gal 3, 28).
Eu gostaria de dizer àqueles que se sentem longe de
Deus e da Igreja, aos que têm medo ou aos
indiferentes: o Senhor também te chama para
seres parte do seu povo, e fá-lo com grande
respeito e amor!”
UM POVO PARA TODOS (N.114)
“Ser Igreja significa ser povo
o grande projecto de amor do Pai.
de Deus, de acordo com
Isto implica ser o fermento de Deus no meio da humanidade;
quer dizer anunciar e levar a salvação de Deus a este nosso
mundo, que muitas vezes se sente perdido, necessitado de ter
respostas que encorajem, dêem esperança e novo vigor para o
caminho. A Igreja deve ser o lugar da misericórdia
gratuita, onde todos possam sentir-se acolhidos, amados,
perdoados e animados a viverem segundo a vida boa do
Evangelho”.
UM POVO PARA TODOS (N.114)
“Ser Igreja significa ser povo
o grande projecto de amor do Pai.
de Deus, de acordo com
Isto implica ser o fermento de Deus no meio da humanidade;
quer dizer anunciar e levar a salvação de Deus a este nosso
mundo, que muitas vezes se sente perdido, necessitado de ter
respostas que encorajem, dêem esperança e novo vigor para o
caminho. A Igreja deve ser o lugar da misericórdia
gratuita, onde todos possam sentir-se acolhidos, amados,
perdoados e animados a viverem segundo a vida boa do
Evangelho”.
TEXTO
SÍNTESE PARA ESTE
ESTUDO
«SÓ A PARTIR DO ALTO SE PODE
COMPREENDER E ACEITAR A IGREJA»
TEXTO DE DOM ANTÓNIO MARCELINO (CV ABRIL DE 2012)
«Não se concebe a Igreja a partir do Papa e dos Bispos, mas a partir de Cristo e do seu
projeto, no qual a hierarquia é chamada a servir e não a ser servida.»
A compreensão da Igreja não parte da hierarquia, mas de um desígnio livre de
Deus. A capacidade de entender passa pela porta de uma fé viva. A Constituição
“Lumen Gentium” abre novos horizontes à eclesiologia com o capítulo essencial e
primeiro: O Mistério de Deus. Que mistério é este? Hoje já revelado, a sua
compreensão não parte do nada, mas de um acontecimento que na história foi
ganhando forma. Um projeto que tem origem no amor e se vai realizar num Povo
de crentes, que será também um Povo de irmãos e de irmãs. Povo sem fronteiras,
sem raça nem cor, que nasce do dom que se faz amor onde todos cabem.
«SÓ A PARTIR DO ALTO SE PODE
COMPREENDER E ACEITAR A IGREJA»
A Igreja não se define a si própria, nem aceita definições humanas, sempre
restritivas, como aquela que vinha de séculos anteriores, urgida pela necessidade de
dar resposta à reforma protestante e a afirmações diversas que reduziam a Igreja a
uma pura dimensão espiritual. A Igreja tem um único centro de referência
obrigatória: Jesus Cristo, enviado do Pai, luz dos povos, que quer iluminar a
todos com a luz que resplandecerá no rosto da Igreja ao anunciar a Boa Nova da
salvação a toda a criatura. Este anúncio é feito, já concretizado na história, como
sinal e sacramento de salvação assumida e como instrumento de união e
reconciliação dos homens com Deus e uns com os outros. A Igreja guardará sempre o
tesouro de Cristo e da sua mensagem, de Cabeça de um novo corpo, e razão de ser
de uma vida nova.
«SÓ A PARTIR DO ALTO SE PODE
COMPREENDER E ACEITAR A IGREJA»
Comunidade visível, mas ao mesmo tempo espiritual, brota de um duplo elemento
divino e humano, repete por analogia a encarnação do Verbo de Deus, cujo mistério
pascal - Paixão, Morte e Ressurreição - a torna viva e atuante. no meio das
perseguições e incompreensões do mundo. Nasce da Eucaristia que a faz também
nascer e perpetuar, como fonte e ponto alto de toda a sua vida e da vida dos seus
membros. Deste modo, a Igreja de Cristo, é uma realidade, una, santa, católica e
apostólica, que ter sempre até ao fim dos tempos necessidade de conversão e de
purificação, porque, no seu seio, sempre haverá pecadores, que somos nós, os seus
membros. Com verdadeira clarividência se expurgou das características da Igreja o
titulo de “romana”, pois que na sua vocação, como Igreja de Cristo, ela é universal e
não prisioneira de um lugar ou de uma cultura ocidental. Assim se acabam os
equívocos, Hoje só as confissões protestantes teimam no designativo de romana, por
razões que precisam de repensar em tempos de diálogo ecuménico respeitoso.
«SÓ A PARTIR DO ALTO SE PODE
COMPREENDER E ACEITAR A IGREJA»
A dimensão do mistério realiza-se num Povo
de iguais na sua dignidade, na lei do amor
que deve orientar, em permanência, o seu
agir, e no objetivo pretendido pelo seu
Fundador, que o pregou desde a primeira
hora e por ele se empenhou até ao fim: a
construção do Reino.
«SÓ A PARTIR DO ALTO SE PODE
COMPREENDER E ACEITAR A IGREJA»
Diremos que, no que se torna visível e compreensível, a Igreja, Povo de Deus,
esquecido e agora retomado das origens, é a grande aquisição conciliar que vai
marcar toda a ação pastoral das comunidades cristãs e dos seus membros.
Um conceito de sociedade perfeita teria sempre a hierarquia como
elemento de referência, não assim de Povo de Deus, onde a hierarquia é
elemento fundamental, mas não referencial.
Não se concebe a Igreja a partir do Papa e dos Bispos, mas a partir de Cristo e do
seu projeto, no qual a hierarquia é chamada a servir e não a ser servida.
A leitura das viagens pastorais e missionárias dos Papas, com o dos bispos nas suas
dioceses, só se entendem como serviço cuidadoso e pronto ao Povo de Deus. É este
Povo que expressa a presença e a ação de Deus na cidade os homens.
«SÓ A PARTIR DO ALTO SE PODE
COMPREENDER E ACEITAR A IGREJA»
Diremos que, no que se torna visível e compreensível, a Igreja, Povo de Deus,
esquecido e agora retomado das origens, é a grande aquisição conciliar que vai
marcar toda a ação pastoral das comunidades cristãs e dos seus membros.
Um conceito de sociedade perfeita teria sempre a hierarquia como
elemento de referência, não assim de Povo de Deus, onde a hierarquia é
elemento fundamental, mas não referencial.
Não se concebe a Igreja a partir do Papa e dos Bispos, mas a partir de Cristo e do
seu projeto, no qual a hierarquia é chamada a servir e não a ser servida.
A leitura das viagens pastorais e missionárias dos Papas, com o dos bispos nas suas
dioceses, só se entendem como serviço cuidadoso e pronto ao Povo de Deus. É este
Povo que expressa a presença e a ação de Deus na cidade os homens.
2 FRASES PARA (RE)PENSAR:
“Não basta a pertença física ao povo eleito e salvador para salvarse, mas essa pertença é por princípio necessária. Isso é claro na
teologia do AT, mas também é válida na do NT”. – Ignacio Ellacuría,
SJ, padre mártir: foi assassinado em 16 de Novembro de 1989.
“(…) haja unidade no necessário, liberdade no que é duvidoso, e
em tudo caridade” – cfr. GS – Vaticano II, nº 92, p.417; cfr. UR –
Vaticano II, nº4, p.135.
PARTILHA EM DINÂMICA:
PERGUNTAMOS (pergunta tri-partida…):
Na experiência pessoal e comunitária, como nos sentimos
enquanto fazendo parte do «Povo de Deus»?
Nossa identidade (Fé, cultura/mentalidade, modo de ser:
costumes/tradições…) e nossa Missão (desejo, vontade,
sonho em comum…) nesta «Terra de Aradas», conseguimos
melhorar o bem-estar e o bem-comum?
[Partilha em Dinâmica: 4m: dois a dois, lado a lado, e depois
breve plenário]
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Somos Povo de Deus: identidade e Missão!