Vulnerabilidade externa
Reinaldo Gonçalves
28 julho 2008
Vulnerabilidade externa: Conceitos
Vulnerabilidade externa é a probabilidade de
resistência a pressões, fatores desestabilizadores e
choques externos.
Vulnerabilidade externa conjuntural
Vulnerabilidade externa estrutural
Vulnerabilidade externa comparada
Vulnerabilidade externa conjuntural é determinada
pelas opções e custos do processo de ajuste externo.
A vulnerabilidade externa conjuntural depende
positivamente
das
opções
disponíveis
e
negativamente dos custos do ajuste externo. Ela é,
essencialmente, um fenômeno de curto prazo.
Vulnerabilidade externa estrutural decorre das
mudanças relativas ao padrão de comércio, da
eficiência do aparelho produtivo, do dinamismo
tecnológico e da robustez do sistema financeiro
nacional. A vulnerabilidade externa estrutural é
determinada, principalmente, pelos processos de
desregulação e liberalização nas esferas
comercial, produtivo-real, tecnológica e
monetário-financeira das relações econômicas
internacionais do país. Ela é, fundamentalmente,
um fenômeno de longo prazo.
Vulnerabilidade externa comparada é dada pelo
desempenho externo relativo de determinado
país comparativamente ao desempenho
externo relativo de outros países. Ela expressa
a comparação entre países do diferencial
relativo de indicadores de inserção econômica
internacional.
Dados fáticos recentes
conjuntura internacional extraordinariamente favorável
desde 2003
melhora generalizada dos indicadores de vulnerabilidade
externa conjuntural dos países em desenvolvimento
indicadores de vulnerabilidade externa comparada do
Brasil não apresentam tendências firmes de avanços
significativos quando se confronta o período 2003-06
com o período 1995-2002
a vulnerabilidade externa comparada do Governo Lula é
maior do que a média dos dois mandatos de Cardoso
o Governo Lula é responsável pela perda da
oportunidade extraordinária criada pelo contexto
internacional pós-2002 que permitiria colocar o país em
trajetória de desenvolvimento econômico estável e
dinâmico
Vulnerabilidade externa comparada
 Evidência
empírica
01
/0
2
09 /19
/0 98
2
05 /19
/0 98
7
01 /19
/0 99
7
09 /20
/0 00
7
05 /20
/1 00
0
01 /20
/1 01
6
09 /20
/1 02
7
05 /20
/2 02
1
01 /20
/2 03
3
09 /20
/2 04
2
05 /20
/2 04
5
01 /20
/2 05
7
09 /20
/2 06
7/
20
06
1800
1600
1400
1200
1000
800
600
400
200
0
Spread - EMBI
Spread - EMBI América Latina
Os países com os maiores spreads dos títulos no mercado
internacional: 2002-2006
2002
2003
2004
2005
2006
1
Argentina =
5742
Argentina =
5568
Argentina =
5220
Argentina =
2709
Equador =
553
2
Nigéria =
1972
Equador =
1189
Equador =
791
Equador =
708
Nigéria =
387
3
Equador =
1443
Nigéria =
1131
Nigéria =
680
Nigéria =
622
Argentina =
342
4
Brasil =
1372
Venezuela = Venezuela =
1006
579
Venezuela =
416
Brasil = 235
5
Venezuela =
1045
Brasil = 838
Brasil = 542
Filipinas =
403
Filipinas =
232
6
Turquia =
763
Turquia =
629
Filipinas =
454
Brasil = 399
Turquia =
222
Vulnerabilidade externa do Brasil, Indicadores: Governo Lula versus
Governo FHC
FHC I
FHC II
FHC I+II
Lula
BOP, Brazil
-3,2
-3,5
-3,3
1,4
BOP, Média mundial
-4,7
-2,9
-3,8
-2,2
Reservas/Imp, Brazil
10,4
7,8
9,1
10,0
Reservas/Imp. Média mundial
4,8
5,6
5,2
6,4
Exp/PIB, Brazil
6,0
9,8
7,9
13,5
27,3
30,2
28,7
34,0
Exp/PIB, Média mundial
Vulnerabilidade externa comparada - Indicadores: Lula versus FHC
FHC I
FHC II
FHC I+II
Lula
IVE-BOP
37,8
49,4
43,6
42,8
IVE-RIM
19,7
47,2
33,4
37,9
IVE-XPI
0,0
4,2
2,1
8,6
19,2
33,6
26,4
29,8
IVEC
60
50
40
30
20
10
0
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
IVE-BOP
IVE-RIM
IVE-XPI
IVE
Vulnerabilidade externa
estrutural
Padrão das exportações segundo intensidade
tecnológica dos produtos
(Média % por período)
1999-2002
2003-06
Produtos Industriais
79,28
76,47
Alta e Média-Alta
28,80
26,15
Baixa e Média-Baixa
50,48
50,32
Produtos Não
Industriais
18,86
21,76
1,86
1,76
100,00
100,00
Intensidade
Não classificada
Total
Padrão das exportações segundo grupos
de produtos: 1999-2006
1999-2002
2003-06
Primários
18,68
21,63
Semimanufaturados
31,33
31,08
Manufaturados
48,12
45,52
11,49
7,56
100,00
100,00
Grupos de Produtos
Indústrias intensivas em P&D
Total
1,8
1,6
1,4
1,2
1
0,8
0,6
0,4
0,2
0
45,3
1,53
50
40
41,1
30
8,3
0,88
20
10
0,21
0
1995-98
1999-2002
2003-06
Exportações - bens e serviços - contribuição no crescimento do PIB var.
Contribuição relativa (média anual simples)
Índice de Liberalização Econômica: 1995-2007
65,0
60,0
55,0
50,0
19
95
19
96
19
97
19
98
19
99
20
00
20
01
20
02
20
03
20
04
20
05
20
06
20
07
45,0
ILE
Linear (ILE)
Brasil - Perda de eficiência sistêmica : 2003-07
(posição no ranking mundial)
2003
2004
2005
2006
20
07
Eficiência dos negócios
28
28
28
35
40
Desempenho econômico
39
44
31
38
47
Infra-estrutura
44
45
44
46
49
Eficiência do governo
46
48
48
51
54
Geral
44
44
42
44
49
Fonte: IMD (2007).
Respeito à lei e controle da corrupção: 1996-2006
60,0
55,0
50,0
45,0
40,0
1996
1998
2000
2002
Respeito à lei
Fonte: Banco Mundial (2007).
2003
2004
2005
Controle da corrupção
2006
Eficácia do governo e qualidade do aparato regulatório: 19962006
65,0
60,0
55,0
50,0
45,0
1996
1998
2000
Eficácia do governo
2002
2003
2004
2005
2006
Qualidade do aparato regulatório
A macroeconomia de Lula
em perspectiva histórica
Seis principais variáveis macroeconômicas:
•variação da renda real;
•hiato de crescimento (diferencial entre a var. renda no
Brasil e no mundo);
•acumulação de capital (variação da formação bruta de
capital fixo);
•inflação (deflator implícito do PIB);
•fragilidade financeira do Estado (relação dívida
interna/PIB);
•vulnerabilidade externa (relação dívida
externa/exportação).
Principais conclusões: Capítulo 4 do livro
a renda real do Brasil cresce à taxa média anual de
4,5% no período 1890-2006 e no Governo Lula (200306) a taxa média anual de crescimento real do PIB é
de 3,3%
pelos padrões históricos brasileiros o Governo Lula
caracteriza-se
pelo
pífio
desempenho
do
crescimento da renda visto que no conjunto de 30
mandatos na história da República, o Governo Lula
está na 9ª pior posição
o Brasil “anda para trás” durante o Governo Lula visto
que há hiato de crescimento negativo, ou seja, a
economia brasileira cresce a taxas significativamente
menores do que a economia mundial
durante o Governo Lula a taxa média anual de variação
da FBCF é de 3,5%, abaixo da taxa média histórica e,
comparativamente aos outros presidentes, Lula mostra
desempenho insatisfatório visto que está na 11ª pior
posição
Lula tem desempenho favorável em relação ao controle
da inflação visto que somente outros 11 presidentes
lograram manter a inflação em níveis inferiores ao da
taxa observada em 2003-06
a relação dívida interna/PIB mostra tendência crescente
e atinge o mais alto nível de endividamento público da
história do Brasil (Império e República)
a relação dívida externa/exportação se reduz à metade
entre 2002 e 2006, o que mostra o desempenho muito
favorável do Governo Lula, que tem se beneficiado de
uma conjuntura internacional extraordinariamente
favorável
Outros indicadores externos também têm melhora
o Governo Lula tem o 4º mais baixo Índice de
Desempenho Presidencial, que considera o
conjunto de seis variáveis macroeconômicas, e
somente os Governos Sarney, FHC II e Collor têm
desempenho pior do que o Governo Lula
C
o
FHl lor
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ey
nc
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N sta A lv ro
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Pe Si s
Ju ça lva
s n
Ep Va celi ha
i tá Ca rga no
ci fé s
o F II
P i lh
es o
M so
éd a
D i ci
ut
ra
Índice de Desempenho Presidencial, média
100,0
80,0
60,0
Lula
40,0
20,0
0,0
Desempenho do governo Lula: Síntese das variáveis e dos índices
(valores em %; ordem: pior = 1; melhor = 30)
Variáveis e
índices
Lula
Variá
vel
Media
Ordem Média
na
Desempenho
em relação à
média e à
mediana
3,3
9ª
menor
4,5
4,6
-1,5
4ª
menor
1,2
0,8
FBCF, var.
3,5
12ª
menor
4,2
8,2
Inflação
8,7
21ª
maior
15,7
12,7
favorável
41,3
1ª
maior
7,5
10,1
desfavorável
170,2
22ª
maior
203,2
222,3
favorável
PIB, var.
Hiato
Fragilidade financeira
Vulnerabilidade
externa
desfavorável
desfavorável
desfavorável
Lula: melhor do que JK ou quase tão ruim quanto
Collor?
Jusce Média
lino
69,0
Lula
Sarney FHC
II
Collor
57,5
43,8
41,5
34,0
33,0
Obrigado!
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A Economia Política do Governo Lula