Labirintopatias: Tratamento cirúrgico Introdução Alguns tipos específicos de labirintopatia, podem ser controlados ou curados espontaneamente. O tratamento cirúrgico está reservado à minoria dos casos, onde não se consegue razoável controle das vertigens, tornando-se incapacitantes. A indicação cirúrgica é determinada paras vertigens, não para melhoria dos outros sintomas. As principais indicações de cirurgia são nos casos de: doença de Ménière, fístulas perilinfáticas, pós trauma craniano ou cirúrgico, vertigens posicionais severas, colesteatomas com fístulas e alças arteriais, algumas labirintites infecciosas e serosa. Labirintectomia Química Quimiocirurgia, que geralmente é a primeira opção de tratamento, por se tratar de uma técnica relativamente simples, efetiva e sem os efeitos adversos das técnicas agressivas, principalmente em relação à perda auditiva. Consta a aplicação de 3 a 6 de injeções de gentamicina (antibiótico) intratimpanica em dias seguidos. O sucesso na cura é de 70% a 90% dos casos e a audição é preservada em 75% dos casos. A verificação dos resultados é feita por audiometrias diárias e o estudo da função vestibular é feito antes, logo após as aplicações e depois de 6 meses. Cirurgias relacionadas ao Saco Endolinfático Outra técnica comum são as relacionadas ao saco endolinfático, indicadas quando a labirintectomia química não deu bom resultado, em pacientes com Síndrome de Ménière e quando não há controle com medicamentos específicos. Endolinfa normal Hipertensão endolinfática Hipertensão da endolinfa, líquido que irriga as estruturas sensoriais auditivas e vestibulares do labirinto. A hipertensão endolinfática pode ser ocasionada pela deficiência de reabsorção da endolinfa no saco endolinfático, pelo excesso de sua produção ou por ambos os mecanismos. Cirurgia de descompressão do saco endolinfático É uma cirurgia que permite o equilíbrio de pressão entre a endolinfa, perilinfa e líquido cefalorraquidiano. Amplia a superfície de absorção de endolinfa, possibilita melhor suprimento sangüíneo e facilita as trocas gasosas. É uma técnica conservadora que preserva a audição. A porcentagem de complicações é pequena (1% a 3% dos casos). Cirurgia de Ablação Parcial do Saco Endolinfático É um tipo de cirurgia que, ao danificar o saco, compromete-se a produção de endolinfa e, com isso, pode-se conseguir diminuir a pressão e o acúmulo de líquido no sistema labiríntico. Saculotomia e Cocleasaculotomia Cirurgias que consistem simplesmente na perfuração do saco endolinfático segundo diferentes vias de acesso. Podem reduzir a vertigem, mas representam um grande risco à audição, consequentemente, não são muito utilizados. Cirurgia de Shunt do Saco Endolinfático Nesta cirurgia, um tubo é colocado entre o saco endolinfático e o crânio (shunt endolinfático-subaracnóide) ou entre o saco e a cavidade mastóide (shunt endolinfáticomastóide). O segundo é o mais realizado pois apresenta menos riscos para o paciente. O shunt endolifático-mastóide está indicado nos casos em que a audição está normal ou flutuante. Estas técnicas defrontam a dificuldade de localização do saco endolinfático. Incisão Mastóidea Cirurgia de Neurectomia Vestibular Essa cirurgia consiste em controlar a vertigem pela desconexão entre o labirinto e os núcleos vestibulares, permitindo que estes possam executar o mecanismo de compensação, elimina os ataques labirínticos, mas não elimina o desequilíbrio a longo prazo. É talvez a intervenção mais fina, por permitir a secção seletiva dos nervos vestibulares, com conservação do nervo coclear. Essa cirurgia preserva a audição. O controle da vertigem ocorre em 94% dos casos. A sua indicação é a existência de audição útil do lado a operar, só é realizada de um lado - dificilmente arrisca-se seccionar os dois nervos vestibulares, por piores que sejam os sintomas. O seu principal inconveniente: os riscos das vias de acesso. Cirurgia de Labiritectomia A labirintectomia é indicada quando as cirurgia citadas anteriormente não deram resultado ou estão contraindicadas. É uma cirurgia que afeta a audição, produz surdez permanente no ouvido operado - portanto, é indicada somente quando a audição já se encontra completamente comprometida no ouvido afetado. A cirurgia via transmeatal consiste na destruição de todo o labirinto membranoso. Controla a vertigem em até 97% dos casos, mas lesa a audição. Cirurgia de Timpanostomia Esta cirurgia consiste em inserir um tubo através do tímpano e o pequeno orifício formado é mantido aberto. Este procedimento simples proporciona alívio em muitos pacientes, mas é extremamente controverso devido à falta de evidências científicas comprovando sua eficácia.