269_05 APORTE TÉRMICO, PENETRAÇÃO E RENDIMENTO DE DEPOSIÇÃO NA SOLDAGEM MIG/MAG EM CURTOCIRCUITO CONTROLADO SILVA, Régis Henrique Gonçalves Objetivos O presente trabalho tem como objetivo global a geração de conhecimento sobre os mecanismos de penetração atuantes na soldagem MIG/MAG CCC, assim como sobre os aspectos do real aporte térmico dobre as peças soldadas. Tais conhecimentos serão aplicados no desenvolvimento de procedimentos e na determinação de regulagens do processo CCC em soldas de elevada criticidade, como o passe de raiz em dutos de parede espessa da indústria do Petróleo e Gás. Também será analisada a redução na geração de respingos obtida durante a soldagem CCC, comparando-o com os processos ER (utilizado no passe de raiz) e MIG/MAG convencional em curto-circuito. Estes objetivos se justificam pela necessidade, em vista da expansão da malha dutoviária demandada pelo aumento da produção de petróleo e gás, de um processo mais produtivo na soldagem de dutos. Potenciais ganhos na indústria naval também justificam esse desenvolvimento. Metodologia Foram conduzidos ensaios de soldagem robotizados e semi-automáticos, com a finalidade de comparar o desempenho do CCC com o ER e o MIG/MAG convencional e levantar informações sobre o CCC. Em todas as baterias de testes foi realizada aquisição, tratamento e análise de dados de soldagem, com instrumentação e softwares dedicados, projetados no LABSOLDA. A fonte de soldagem INVERSAL, assim como o software de controle, também são desenvolvimentos do LABSOLDA. As fotos foram executadas com câmera digital e tempo de obturação longo. Análises oscilográficas foram realizadas através do software Flex-Pro. A penetração foi medida com auxilio do software de projeto mecânico AutoCAD. Processo MIG/MAG convencional CCC Figura 3 – Potencia media ponto a ponto Potência média (W) arco 2397 período 2397 arco 2307 período 2116 Tabela 1 – Potencias médias No CCC, através de um sistema realimentado, os momentos cruciais para formação de respingos em transferência metálica por curto-circuito são monitorados e variáveis de soldagem são controladas, de modo que se inibam os mecanismos de geração dos salpicos. Estes momentos são o início e o fim do curto-circuito. Foi realizada a comparação na soldagem conduzida pelo soldador, do CCC em relação ao ER. A Figura 4 mostra a grande diferença entre ambos os processos. Ressalta-se, aqui, que foi necessário um tempo consideravelmente menor de treinamento do soldador para o CCC em relação ao ER. Figura 4 – Comparação de produção de salpicos: CCC (e) e ER (d). Conclusão Resultados O comportamento da penetração (Figura 2), ao se variar o tempo de arco aberto (fase 5 e 1, Figura 1), corrobora a hipótese de que este tem grande influência nesta característica do cordão de solda. Para o caso do CCC, isto é de grande importância. 1,85 FASES: Penetração 1,80 1,75 1,70 O processo CCC gera menor potência que o MIG/MAG convencional, mantendo-se critérios fixos. Devido ao controle efetivo da corrente, vislumbra-se a possibilidade de regulagem do aporte termico à peça, de acordo com a aplicação. A penetração é determinada, no processo CCC, pelo tempo de arco aberto. Assim, existe a possibilidade de regulagem da penetração através da manipulação desse tempo. É clara a redução de respingos obtida com o processo CCC em relação ao ER, utilizado freqüentemente para o passe de raiz. Isto acarreta em vantagens notórias na construção de pipelines: maior rendimento de deposição, maior conforto e segurança para o soldador, maior facilidade de soldagem, menores tempos secundários de limpeza, menos susceptibilidade a defeitos, maior produtividade. 1,65 1,60 1,55 1,5 1,75 2 Volume previsto de gota Figura 1 – Forma de onda similar ao CCC Figura 2 – Variacao da Penetracao com o tempo da fase 5. Foi realizada a comparação entre as potências geradas no MIG/MAG convencional e no CCC, para avaliação do aporte térmico à peça. Foi considerado adequado manter como parâmetros de comparação a velocidade de arame, e velocidade de soldagem, mantendo-se um volume médio da gota similar, em soldas estáveis. Visualiza-se na Figura 3 (potência gerada em cada processo) e na Tabela 1 (potências médias) a confirmação de que a potência é maior no processo convencional. Agradecimentos O autor agradece ao PRH-ANP, ao MECPETRO, à CAPES, à IMC-soldagem e ao POSMEC pelo apoio financeiro ao projeto e a toda a equipe do LABSOLDA. Dados do Autor O Eng. Régis H. G. e Silva é doutorando no LABSOLDA/POSMEC/UFSC <[email protected]>