MASSAS DE PANIFICAÇÃO E MACARRÃO Celina Rocha Junghans Marina Gomes Sobral Tatiane Corrêa dos Santos PÃO “Pão é o produto obtido pela cocção, em condições técnicas adequadas, de massa preparada com farinha de trigo, fermento biológico, água e sal, podendo conter outras substâncias alimentícias aprovadas.” (ANVISA) PÃO Ingredientes: farinha de trigo, água, levedura e sal. Pode-se acrescentar outros ingredientes como farinha de outros cereais, gorduras, farinha de malte, farinha de soja, alimentos de levedura, emulsificantes, leite e produtos lácteos, fruta e glúten. PÃO - FARINHA DE TRIGO • O teor e a qualidade das proteínas formadoras de glúten da farinha de trigo são os principais fatores responsáveis pelo seu potencial de panificação (boa elasticidade, resistência e estabilidade) . • O amido danificado influi na viscosidade da Farinha • O teor de amido danificado na farinha: 4 a 8% PÃO - ÁGUA A água é um agente plastificante e dissolvente. Sem a água a mistura não seria fluido viscoso, e as reações durante a fermentação não aconteceriam. - Controla a temperatura da massa - Dissolve os sais - Assegura a união das proteínas que dão origem ao glúten - Para dissolver açúcares e enzimas: necessários para a fermentação. - Controla a maciez e palatabilidade do pão PÃO - SAL Usado em pequenas quantidades (1,8 – 2,2 % em relação a farinha) mas interfere: 1. Características reológicas: massa com sal é mais firme, já que a gliadina dissolve menos facilmente em soluções salinas. 2. Crosta : pão com sal tem crosta mais crocante. 3. Melhora o sabor final do produto 4. Microbiologia do pão – inibição, quanto mais sal for adicionado mais levedura deve ser adicionada para o mesmo tempo de fermentação do pão PÃO - FERMENTO BIOLÓGICO • Saccharomyces cerevisiae (1 grama levedura) contém cerca de 10 bilhões de células • A principal função é para produção de CO2 para expansão da massa nos vários estágios do processamento. PÃO - OUTROS (EMULSIFICANTES) Mistura de fases imiscíveis: água versus gordura Efeitos no pão: 1. Aumento do volume 2. Estrutura mais fina do miolo 3. Miolo mais macio 4. Aumento da estabilidade da massa (tratamento mecânico e envelhecimento do pão). PÃO - OUTROS (AÇÚCAR) 1. Fermentação (nutriente para a levedura) 2. Cor da casca (reação de Maillard) 3. gosto 4. estrutura do miolo 5. Volume Levedura pode fermentar somente monossacarídeos (glicose ou frutose). Dissacarídeos como sacarose, lactose e maltose devem primeiro ser transformadas, enzimaticamente, em monossacarídeos. PÃ0 - OUTROS Leite: contém lactose Leite em pó: um miolo mais seco, tamponante (pH) e melhora o gosto. Gorduras: lubrifica a rede de glúten e melhora a maciez do miolo (manteiga, margarina, óleo) Nozes, especiarias, mel, sementes, ovos PROCESSO DE FABRICAÇÃO DO PÃO O segredo não está nos ingredientes... ...mas sim na bioquímica da transformação!!!!! Processamento: 1 Mistura 2 Fermentação 3 Cozimento 4 Resfriamento 5 Embalagem 4 parâmetros: quantidade temperatura umidade tempo 1 MISTURA Antes de tudo PESAGEM Exceto para água, que se utiliza dosador de àgua E depois de pesados??? MISTURA Constituintes da farinha: gliadina e glutenina formam, pela mistura com água e energia mecânica, o glúten Incorporação de ar: “caminhos” para o CO2 Temperatura adequada: 26-28ºC 1 MISTURA Misturador de massa de pão horizontal 1 MISTURA Ponto completo da massa: Formação do filme elástico, que pode ser esticado sem se romper 2 FERMENTAÇÃO FORMAÇÃO DE CO2 É adicionado fermento (levedura) Açúcares da massa são transformados em gás carbônico (CO2) e álcool (etanol). Açúcares da massa - provenientes da farinha, - adicionados na formulação - produzidos na massa pela ação de enzimas sobre o amido da farinha. EQUAÇÃO GERAL: AÇÚCAR + ENZIMA GÁS CARBÔNICO + ETANOL 2 FERMENTAÇÃO CÂMARA DE FERMENTAÇÃO 2 FERMENTAÇÃO Divisão: - Operação física - Obter de pedaços de massa de peso apropriados. Boleamento: - Auxilia a formação de uma superfície contínua - Elimina a pegajosidade da massa - Forma homogênea - Pode ser feita manulamente ou por modeladores 3 COZIMENTO Após a fermentação a massa é assada em fornos que atingem temperaturas de 150 a 300°C por 35 a 50 minutos. Alterações na etapa de assar: - Inativação das enzimas e do fermento. - Formação da crosta - Aumento de tamanho - Desenvolvimento de aroma, gosto e cor 4 RESFRIAMENTO Antes de fatiar (pão de forma) e embalar, é necessarário que o pão chegue a uma temperatura de 30ºC Métodos: - Pão em prateleiras circulação de ar - Ventiladores - Temperatura ambiente Condensação da umidade: proliferação de fungos, levando a deteriorações 5 EMBALAGEM Empacotamento do pão que não será comercializado imediatamente ou que será transportado A embalagem tem como finalidade preservar o produto, além de atuar como propaganda e facilitar o manuseio, armazenamento e uso pelo consumidor MASSAS ALIMENTÍCIAS Entende-se por toda e qualquer massa preparada de farinha, ou semolina de trigo: - que não é fermentada - nem salgada - ou arejada - que seja amassada a frio ou a quente - com ou sem adição de outros ingredientes para colori-la ou aromatizá-la, - com ou sem adição de ovos. INDREDIENTES PARA O MACARRÃO • Trigo • Farinha de trigo • glúten • Água • Ovos • Corantes e aditivos INGREDIENTES - TRIGO Triticum durum: - endosperma translucido e duro - frias e secas - teor de proteína elevado - glúten não extensível Utilizado no preparo de macarrão INGREDIENTES - TRIGO Triticum aestivum - bem difundido várias regiões do globo terrestre - apresenta variações: hábitos de crescimento, maturação - glúten extensível - bom conteúdo de proteína - farinha para fabricação de pães INGREDIENTES – TRIGO FARINHA DE TRIGO Não é utilizado o trigo “durum” e sim outros cultivares Farinhas existentes no Brasil utilizadas: - Farinha integral de trigo - Farinha especial de trigo - Farinha comum de trigo INGREDIENTES - TRIGO FARINHA DE TRIGO • • • • • GLÚTEN: Separado do restante da massa por lavagem com água salina Cor pardo-cinzenta Mucilaginoso Constituição: 2 albuminóides (gliadina e gluteína) Com a água, há formação de rede protéica com propriedades viscoelásticas, impedindo a quebra do produto no processo de secagem. INGREDIENTES - TRIGO FARINHA DE TRIGO Umidade: 12 a 13% Cinzas: quanto maior teor de cinzas, maior é a extração. há presença de farelos (forma pontuações no produto final, aumenta a probabilidade de quebras durante o processo de secagem) INGREDIENTES - TRIGO FARINHA DE TRIGO Odor: característico de material farináceo Granulação: importante para controlar a uniformidade do produto; colocar em evidencia impurezas grosseiras. Impurezas: fragmento de outras sementes, germes, insetos mortos, impurezas de origem mineral INGREDIENTES - ÁGUA • Limpa, inodora, incolor e neutra • Ao evaporar, não deve deixar resíduo seco superior a 400-500 mg/litro e não deve ultrapassar os seguintes limites em mg: • Carbonato de calcio e magnésio ..180-220 mg • Sulfato .................................70-90mg • Silicato.................................25-30mg • Nitrato de nitrito....................5-10 mg • Cloreto ...............................5 – 10 mg • Materia organica ....................10 – 40 mg INGREDIENTES - OVOS • Pasteurizados • Congelados • Desidratados • Quantidade de ovos: 3 ovos inteiros (clara e gema) por quilo de farinha ou 135g de ovo (0,45g de colesterol) INGREDIENTES - ADITIVOS Ser inóculos Ser declarados na embalagem Ex: supervitol ( beta caroteno); estearoil lactil de sódio e estearoil lactil de cálcio PROCESSAMENTO DO MACARRÃO Caseira Industrial - A cada 100 kg de material farináceo, requer-se, em média, 25 a 30 litros de água. FASES DO PROCESSAMENTO 1 Hidratação e Homogeneização 2 Amassamento e Trefilação 3 Secagem 1 HIDRATAÇÃO E HOMOGENEIZAÇÃO Reação de hidratação das proteínas do glúten: o material farináceo entra em contato com a água. Reação de hidratação do amido: para qualidade do produto final. Homogeneização é para uma melhor incorporação entre farinha e água. 2 AMASSAMENTO E TREFILAÇÃO Levar a massa formada através de uma rosca sem fim, normalmente de aço inoxidável, ao encontro da matriz, que pode ser se aço inoxidável ou de bronze com teflon Extrusão dessa massa no formato desejado No terço final da rosca é aplicado vácuo 3 SECAGEM Abaixar a umidade de 31-33% para 12-13% A perda de umidade deve ser gradual FASES DO PROCESSAMENTO Encartamento Repouso Secagem propriamente dita 1 ENCARTAMENTO Extrair da massa uma porcentagem de umidade apreciável em tempo relativamente curto Deter ou reduzir toda a ação enzimática que iniciou com a hidratação Frear a ação fermentativa causada por microrganismos Consistência ao formato Produto mais transparente e translúcido Reduzir o período de secagem definitiva 2 REPOUSO A massa fica em repouso para equilibrar a umidade restante interna e externa 3 SECAGEM PROPRIAMENTE DITA Passagem de ar quente pela massa Retirar gradualmente a umidade até alcançar a umidade final que deverá estar entre 12 e 13%. DÚVIDAS????