Direitos Humanos Amnistia Internacional Recebeu aulas particulares, depois estudou em Eton e licenciou-se em História pela Universidade de Oxford. O seu gosto pela contestação revelou-se cedo, quando a queixa que formulou ao director de Eton pela deficiente qualidade da comida escolar, deu lugar a que fosse enviada uma carta à sua mãe na qual se advertia sobre as tendências revolucionárias do seu filho. Com 16 anos lançou a sua primeira campanha: conseguir apoio escolar, durante a guerra civil de Espanha, para o recém-formado Comité de Ajuda a Espanha, que estava a ajudar os órfãos dos Republicanos. Ele próprio adoptou um dos bebés e contribuiu para financiar a sua alimentação. Depois de se licenciar em Oxford incorporou no exército britânico, onde trabalhou no Gabinete de Imprensa do Ministério da Informação. Terminada a guerra, continuou no exército e estudou Direito. Ao fim de alguns anos abandonou o exército e começou a exercer a advocacia. Filiou-se no Partido Trabalhista e tornou-se num membro destacado da Sociedade de Advogados Trabalhistas. Em 1961, um advogado Inglês, Peter Benenson lançou uma campanha mundial (“Apelo para Amnistia 1961”) com a publicação de um artigo proeminente “Os Prisioneiros Esquecidos” no Jornal “The Observer”. A notícia da detenção de dois estudantes portugueses que elevaram os seus copos para brindar em público à liberdade, levou Benenson a escrever este artigo. O seu apelo foi publicado em muitos outros jornais pelo mundo fora tornando-se assim na génese da Amnistia Internacional. Jornal “The Observer” “Os Prisioneiros Esquecidos” (Forgotten Prisoners), 1961 A primeira reunião internacional teve lugar em Julho de 1961, com delegados da Bélgica, do Reino Unido, França, Alemanha, Irlanda, Suíça e dos EUA. Decidiram estabelecer “um movimento permanente em defesa da liberdade de opinião e de religião ". Um pequeno escritório e uma pequena biblioteca, dirigida por voluntários, abriu em Peter Benenson’s chambers, em Mitre Court, Londres. A “Rede dos Três” foi então estabelecida consistindo no facto de cada grupo da Amnistia Internacional adoptar três prisioneiros de diferentes áreas geográficas e políticas de modo a enfatizar a imparcialidade do trabalho de cada grupo. Outras actividades em que Peter Benenson se envolveu durante a sua vida incluíram; adopção de órfãos da guerra civil espanhola, acolher em Inglaterra judeus que fugiam a Hitler, observar julgamentos enquanto membro da Society of Labour Lawyers (Associação dos Advogados do Direito do Trabalho), ajudar a criar a organização Justice (Justiça) e criar a Associação Para os Doentes Celíacos como ele. Numa cerimónia para marcar o 25º Aniversário da Amnistia Internacional, Peter Benenson acendeu a vela, que se tornou o símbolo da organização "a vela com o arame farpado" dizendo estas palavras: A vela arde, não por nós, arde por aqueles que não conseguimos salvar da prisão, que foram mortos a caminho da prisão, que foram torturados, raptados, que desapareceram. É por eles que a vela arde. A vida de Peter Benenson foi um testemunho corajoso do seu compromisso visionário de combater a injustiça no mundo, ele levou a luz ao interior das prisões, ao horror das câmaras de tortura e à tragédia dos campos da morte em todo o mundo. Este foi um homem cuja consciência brilhou num mundo cruel e aterrador, que acreditou no poder das pessoas comuns para provocar uma mudança extraordinária, ao criar a Amnistia Internacional, deu a cada um de nós a oportunidade da fazer a diferença. Hoje, a Amnistia Internacional está no 45º ano de vida. Tornou-se a maior organização internacional e independente de Direitos Humanos, com mais de um milhão e oitocentos mil membros e apoiantes empenhados em todo o mundo.