RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2013 INTRODUÇÃO Presidente da Direcção da AI Portugal, Victor Nogueira No ano de 2013, a secção portuguesa, para lá dos temas permanentes e das campanhas internacionais, procurou continuar a explorar temas com visibilidade pública e relevância local. São disso exemplos o apoio a legislação favorável à coadopção por casais do mesmo sexo, ou a intervenção de lóbi institucional a respeito de um novo projeto da lei do asilo, ou a realização de ações de informação e sensibilização pública a respeito dos direitos das comunidades ciganas, inserido numa campanha europeia sobre este tema (“Direitos das Comunidades Ciganas. Aqui. Agora.”). Também procurámos explorar, nem sempre com resultados visíveis, o impacte da crise económica e das políticas de austeridade nos direitos humanos. Não é uma abordagem fácil de fazer por uma organização independente de forças políticas, nem é consensual na AI, nem cai nos parâmetros mais convencionais existentes. Apesar disso, conseguimos discutir o tema, aprofundando abordagens de intervenção possíveis, em quatro reuniões, envolvendo membros da direção e diretores das secções da Espanha, Irlanda, Grécia, Itália e Áustria, com elementos do Secretariado Internacional e do EIO, o Escritório Europeu da AI. Fizemo-lo aproveitando as potencialidades da entrada em vigor PFPIDESC, tendo apelado pela sua ratificação também numa ação de lóbi, junto das embaixadas da Grécia e da Itália. No último ano não ficámos apenas por um progresso assinalável na intervenção institucional e nas ações de lóbi. Também as campanhas e o ativismo progrediram bastante. A campanha pelos Indíviduos em Risco, com a maratona de cartas e o concerto Live Freedom, atingiu um volume nunca antes conseguido: quase 100 mil cartas, mais do que duplicando os resultados de 2012 – que já tinham sido assinaláveis. Também aumentaram as estruturas de ação, de norte a sul e Açores: onze novos grupos foram reconhecidos, saídos de iniciativas locais, escolas e universidades, participando ativamente nas campanhas da secção. A formação para membros e apoiantes, cuja ausência tantas críticas suscitou em anos anteriores também foi uma das nossas prioridades, tendo sido iniciadas sessões regulares para novos membros, para além de sessões de preparação de novas campanhas, tema sempre presente nos encontros de estruturas, ou nos debates realizados por ocasião do lançamento de cada edição da nossa revista AGIR pelos direitos humanos. A Educação para os Direitos Humanos, área de grande importância e passado na secção, teve também um desenvolvimento importante no último ano, com muitas iniciativas por todo o país e, muito especialmente, com o 1 lançamento do projeto Escolas Amigas dos Direitos Humanos, em que cinco escolas portuguesas se juntam a outras 92, de vinte países diferentes, procurando integrar os direitos humanos no quotidiano e nas comunidades escolares. Tudo isto custa muito dinheiro e em situação de crise económica e acrescida concorrência de outras entidades, é muito difícil conseguir recursos através dos meios tradicionais. Procurámos responder, através da inovação e diversificação das fontes de financiamento, dando prioridade especial à fidelização e retenção dos membros. Os resultados, que assinalam a redução da saída de membros, parecem confirmar a correção dessa aposta. Há que prosseguir e aprofundar esse trabalho. 1. ESTRUTURAS: O PALCO DO NOSSO ATIVISMO Em 2013, foram criadas 11 (onze) novas Estruturas, entre estas, nove Grupos de Estudantes e dois Núcleos Locais: • • • • • • • • • • • Núcleo de Chaves Núcleo de Viseu Grupo de Estudantes da Escola Secundária de Loulé Grupo de Estudantes da Escola Secundária de Mem-Martins Grupo de Estudantes da Escola Secundária de Ponte de Sor Grupo de Estudantes da Escola Básica 2,3 Dr. Correia Alexandre – Caranguejeira1 Grupo de Estudantes da Escola de Santa Catarina da Serra 1 Grupo de Estudantes da Escola Secundária de Santa Maria Grupo de Estudantes da FPCE-UC - Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra Grupo de Estudantes do ISCSP – Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas Grupo de Estudantes da Universidade dos Açores É de realçar a dinâmica que levou à criação de todas estas novas Estruturas, nomeadamente, o papel do Campo de Trabalho da AI, mas também de algumas estruturas locais que apoiaram e tornaram possível a criação de algumas das novas estruturas, como é o caso do Grupo 19 / Sintra, Grupo 32 / Leiria e da ReAJ, Rede de Ação Jovem. Com o objetivo de garantir um maior apoio às Estruturas existentes e de tornar mais eficaz o impacto do ativismo, foram encerradas 8 estruturas, inativas há O Grupo de Estudantes da Caranguejeira e de Santa Catarina da Serra fundiram-se num só, dada a reorganização administrativa das próprias escolas, passando a ter a denominação de Grupo de Estudantes do Agrupamento de Escolas da Caranguejeira – Santa Catarina da Serra. 1 2 pelo menos, um ano: Grupo de Estudantes da Amnistia Internacional do Agrupamento de Escolas da Batalha, Grupo de Estudantes da Escola Secundária Fernão Mendes Pinto – Almada, Grupo de Estudantes da Escola Secundária Francisco Rodrigues Lobo – Leiria, Grupo Local 16 / Ribatejo Norte, Grupo Sectorial Educação para os Direitos Humanos, Núcleo de Arcos de Valdevez, Núcleo de Castelo Branco e Núcleo do Porto. Assim, no final de 2013, estas eram as 38 Estruturas ativas da AI Portugal: 1) CoGrupo da China 2) CoGrupo Sobre os Direitos da Criança 3) CoGrupo da Pena de Morte 4) Grupo de Estudantes da Escola Secundária Antero de Quental - Açores 5) Grupo de Estudantes da Escola Secundária de Albufeira 6) Grupo de Estudantes da Escola Secundária de Ermesinde 7) Grupo de Estudantes da Escola Secundária Filipa de Vilhena 8) Grupo de Estudantes da Escola Secundária de Loulé 9) Grupo de Estudantes da Escola Secundária de Mem-Martins 10) Grupo de Estudantes da Escola Secundária de Peniche 11) Grupo de Estudantes da Escola Secundária de Ponte de Sor 12) Grupo de Estudantes da Escola Secundária de Santa Maria 13) Grupo de Estudantes da Escola Superior de Saúde de Santarém 14) Grupo de Estudantes da Faculdade de Direito de Lisboa 15) Grupo de Estudantes da FPCE-UC - Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra 16) Grupo de Estudantes da Universidade dos Açores 17) Grupo de Estudantes do Agrupamento de Escolas da Caranguejeira – Santa Catarina da Serra 18) Grupo de Estudantes do Colégio de São Miguel - Fátima 19) Grupo de Estudantes do Colégio Diocesano de Nª Sª da Apresentação - Calvão 20) Grupo de Estudantes do ISCSP – Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 21) Grupo de Juristas 22) Grupo Local 01 / Lisboa 23) Grupo Local 03 / Oeiras 24) Grupo Local 06 / Porto 25) Grupo Local 14 / Lourosa 26) Grupo Local 19 / Sintra 27) Grupo Local 24 / Viana Castelo 28) Grupo Local 32 / Leiria 29) Grupo Local 33 / Aveiro 30) Núcleo de Caldas da Rainha / Oeste 31) Núcleo de Chaves 32) Núcleo de Coimbra 33) Núcleo de Crianças 34) Núcleo de Estremoz 35) Núcleo de Guimarães 3 36) 37) 38) Núcleo de Viseu Núcleo LGBTI ReAJ – Rede de Ação Jovem Entre muitas outras, destaque para as seguintes atividades desenvolvidas pelas Estruturas da AI Portugal ao longo de 2013: - O COGRUPO SOBRE OS DIREITOS DAS CRIANÇAS participou em várias ações em escolas no dia 1 de junho e durante todo o ano, manteve a sua participação regular no Fórum sobre os Direitos das Crianças e dos Jovens. A 20 de novembro, assinalou o 24º aniversário da Convenção dos Direitos da Criança. Fêlo na FNAC de Santa Catarina, no dia, com uma sessão pública aberta a todos os que quiseram saber mais ou partilhar os seus conhecimentos sobre o tema; - O COGRUPO da CHINA manteve o seu trabalho regular de formação interna, mobilizando novos ativistas, em particular para ações em escolas que envolveram mais de 300 alunos. Para a Maratona de Cartas, o cogrupo recolheu 608 assinaturas. Destaque também para o trabalho com a imprensa, abordando vários casos e efemérides, como o aniversário do massacre de Tiananmen, os abusos da exploração mineira chinesa na República Democrática do Congo ou casos como o de Lau Fat-wai, cuja execução foi conhecida durante o ano. No que toca a casos individuais, os membros do cogrupo escreveram 236 cartas sobre cidadãos chineses e também remeteram missivas à Presidente da Assembleia da República e aos líderes dos Grupos Parlamentares, em junho, a propósito do aniversário de Tiananmen, alertando para a situação de direitos humanos no país. - O recém-criado GRUPO DE ESTUDANTES DA FACULDADE DE PSICOLOGIA E CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA, em conjunto com a Secção de Direitos Humanos da Associação Académica de Coimbra, organizou um evento inédito em Portugal: o Encontro Nacional Universitário de Direitos Humanos, em Abril. Participaram mais de 80 estudantes universitários de todo o país. O Tratado de Comércio de Armas, a Educação para os Direitos Humanos, a igualdade e os direitos LGBT foram alguns dos temas discutidos; - O GRUPO DE ESTUDANTES DO COLÉGIO DE SÃO MIGUEL – FÁTIMA, manteve a escola e a região em movimento pelos direitos humanos. Como habitualmente, fizeram da Maratona de Cartas o grande momento de ativismo, mas não deixaram de celebrar outras datas com ações inovadoras e mobilizadoras, como o caso da vela gigante em origami, feita pelos alunos do Colégio; - O GRUPO LOCAL 06/ PORTO, focou-se na Campanha pelos Direitos das Comunidades Ciganas, levando o tema e o debate sobre a realidade dos Roma na Europa à cidade do Porto, com a realização de tertúlias e debates com representantes das comunidades ciganas; 4 - O GRUPO LOCAL 19 / SINTRA “apadrinhou” dois novos Grupos de Estudantes e realizou mais uma edição da Mostra de Documentários sobre Direitos Humanos, que voltou a encher o Centro Cultural Olga Cadaval. Este ano, a XII edição alargou-se e esteve presente com exibições na Escola Secundária de Santa Maria, em Sintra e no Cineclube de Telheiras, em Lisboa. Também o trabalho com casos de indivíduos em risco continuou, com desfecho feliz: a libertação de quatro prisioneiros de consciência, todos de Angola: Domingos Henrique, José Muteba, António da Silva Malendeca e Sebastião Lumani; - O NÚCLEO DE COIMBRA manteve a sua atividade regular nas escolas da região e organizou um concurso de fotografia “Focus on Human Rights”; - O NÚCLEO DE CRIANÇAS DE VILA NOVA DE FAMALICÃO celebrou o 3º aniversário do "seu" Anti-monumento à guerra com um grande evento apadrinhado pela Presidência da República, intitulado "Play for Peace", que envolveu milhares de pessoas. Alunos da região juntaram-se numa tarde de música e mobilização que contou com várias bandas da região, para além da presença do judoca Nuno Delgado, que realizou uma mega aula de judo. Vila Nova de Famalicão foi também, mais uma vez, uma das "Cidades Pela Vida Cidades Contra a Pena de Morte", tendo associado um grande evento de moda à data, fazendo chegar a mensagem contra a pena de morte a milhares de pessoas; - O NÚCLEO DE ESTREMOZ fez de Estremoz de novo uma "Cidade Pela Vida Cidade Contra a Pena de Morte", tendo a ocasião sido aproveitada para debater publicamente a temática. Também os Direitos Económicos e Sociais foram preocupação do Núcleo, tendo-se promovido parcerias entre as escolas e instituições da região para debater o tema, nomeadamente nas áreas da educação, da saúde e do trabalho; - A ReAJ – REDE DE AÇÃO JOVEM teve, ao longo do ano, entre os muitos temas abordados pelos jovens ativistas, a igualdade como grande mote. Realizaram várias ações públicas, pelo Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres ou pelo Dia de Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina. Além da presença no Campo de Trabalho, a ReAJ também assegurou a presença da AI Portugal no Arraial Pride, o momento maior de celebração dos direitos LGBTI em Portugal; - Nestes poucos meses de existência, o NÚCLEO DE VISEU fez da sua cidade uma "Cidade Pela Vida - Cidade Contra a Pena de Morte", tendo o município 5 assinalado a data com grande relevo. Também deu início ao trabalho junto das escolas da região. Resende, Tarouca, Viseu são algumas das cidades onde o Núcleo tem levado os direitos humanos aos mais novos, em parceria com a Rede Europeia Anti-Pobreza. Participou também em eventos de âmbito nacional, como o Dia Municipal da Igualdade, com a exposição fotográfica Auto-Cigano, de Valter Vinagre, e a Semana Contra a Pobreza e a Exclusão Social, através do envolvimento na exposição “Cores das Línguas”; - O NÚCLEO DE CHAVES teve um percurso semelhante, com uma variedade de iniciativas e com grande envolvimento, logo no primeiro ano de existência. Em conjunto com os serviços municipais, transformou Chaves numa "Cidade pela Vida - Cidade Contra a Pena de Morte". Participou na Feira dos Santos, um dos maiores eventos anuais da cidade e juntou-se ao trabalho sobre casos individuais. No âmbito do caso de Juan Almonte Herrera, uma das histórias da Maratona de Cartas 2012, participou numa ação conjunta de âmbito internacional em Lugo, na Galiza, para uma atuação de rua organizada por estes núcleos locais de ativistas. Ficaram prometidas novas ações ibéricas! ENCONTRO DE ESTRUTURAS O Encontro de Estruturas, que decorreu na nova sede em Lisboa, teve uma participação quase recorde de 43 elementos de 19 estruturas. As campanhas em curso, nomeadamente a Campanha “Direitos das Comunidades Ciganas. Aqui. Agora.” estiveram em destaque. 2. PRINCIPAIS ACÇÕES Mais ativismo em Portugal Ao longo de 2013, de norte a sul do país, passando pelos Açores, onze novos grupos de ativistas da Amnistia Internacional nasceram em universidades e escolas ou a partir da iniciativa de grupos locais de cidadãos. Deles saíram inúmeras iniciativas locais mas também o apoio às grandes campanhas da Amnistia como a Maratona de Cartas. Tratado sobre o Comércio de Armas Convencionais Em abril, 115 países, incluindo Portugal, assinaram o Tratado sobre o Comércio de Armas Convencionais (ATT). Entre os signatários destacam-se alguns dos maiores exportadores mundiais, como os Estados Unidos e a França. Trata-se de um documento histórico, para regular um negócio que todos os anos movimenta milhões de dólares e pelo qual a Amnistia Internacional lutava há mais de 20 anos. 6 Festival de Cinema Indielisboa Também em Abril, a Amnistia Internacional Portugal voltou a juntar-se ao maior festival de cinema português, já na 10ª edição. Um júri composto pelo cineasta Tiago Guedes, a jornalista da SIC Cândida Pinto e por José Bernardino (Direção da AI Portugal) elegeu “The Act of Killing”, de Joshua Oppenheimer para o prémio Amnistia Internacional, patrocinado pela Fundação Serra Henriques. “Dá o teu nome à liberdade. Marca alguém para sempre” Quase dois mil portugueses aderiram a esta campanha de recolha de assinaturas, lançada em maio, apoiada por um website que funciona como um “banco de assinaturas”. Subscrever petições continua a ser a grande ferramenta dos ativistas da Amnistia Internacional e uma das armas mais eficazes para denunciar e combater as violações dos direitos humanos, métodos agora facilitados com a possibilidade de recurso às novas tecnologias. Coadopção por casais do mesmo sexo O tema começou a ser discutido em maio no parlamento. Seguindo as recomendações do movimento, a Amnistia Portugal apelou aos grupos parlamentares que aprovassem a coadopção por casais do mesmo sexo, invocando a necessidade de harmonizar a lei portuguesa com a lei internacional e europeia. A jurisprudência do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos refere expressamente Portugal como um dos 4 países que violam o princípio da nãodiscriminação e o direito ao respeito pela vida familiar. Também o Comissário para os Direitos Humanos Nils Muižnieks fez notar aos deputados portugueses a necessidade de se legislar nesse sentido. Ciclo de Conferências “Lutar pelos direitos humanos” Temas tão diversos como a luta contra as discriminações, a defesa dos direitos das pessoas em risco, os direitos económicos, sociais e culturais e o combate à pena de morte estiveram em destaque em junho e julho, no ciclo de conferências que a Amnistia Internacional Portugal promoveu em Lisboa. Os encontros decorreram na Biblioteca do Museu República e Resistência, em Lisboa. 7 Escolas Amigas dos Direitos Humanos Cinco escolas portuguesas – abrangendo cerca de 50 professores e mais de 1200 alunos do ensino secundário - aceitaram o desafio lançado pela Amnistia Internacional no fim do ano letivo de transformar os estabelecimentos de ensino em espaços que educam para os direitos humanos, envolvendo toda a comunidade escolar e juntando-se à rede mundial de 92 escolas que existe em vinte países da Europa, África e América Latina. O objetivo é integrar no do diaa-dia da escola valores como a democracia, a igualdade, a inclusão e não discriminação, a justiça e a responsabilidade, envolvendo toda a comunidade escolar. As Escolas Amigas dos Direitos Humanos são: • • • • • Agrupamento de Escolas do Levante da Maia (Maia, Porto) Escola Secundária Dr. Serafim Leite (S. João da Madeira, Aveiro), Escola EB 2,3/S Pedro Ferreiro (Ferreira do Zêzere, Santarém), Escola Secundária Gama de Barros (Cacém, Lisboa) Escola Secundária Professor Reynaldo dos Santos (Vila Franca de Xira, Lisboa) Formação para Membros e Apoiantes Depois do Verão, em outubro, tiveram início as primeiras ações de formação para novos membros e apoiantes. Conhecer melhor a história e o trabalho da Amnistia, bem como as principais campanhas e formas de ter uma participação mais ativa são os grandes objetivos das sessões que começaram em Lisboa e se espalharam pelo resto do país. Campo de Trabalho para Jovens Em novembro, Albufeira acolheu o 14º Campo de Trabalho para Jovens da Amnistia Internacional. 69 alunos do ensino secundário participaram nesta que é uma das mais emblemáticas iniciativas de Educação para os Direitos Humanos da secção. Os casos da Maratona de Cartas 2013 e os temas da liberdade de expressão – ligados à campanha na Rússia por ocasião dos Jogos Olímpicos de Inverno 2014 – foram os que mais entusiasmaram os jovens candidatos a ativistas. Aurea e o tráfico de mulheres A AI Portugal associou-se em novembro ao lançamento do videoclip “The Star” da cantora AUREA, por entender tratar-se de uma iniciativa relevante para a denúncia do tráfico de pessoas enquanto violação dos direitos humanos. O vídeo 8 ilustra a exploração de mulheres para fins sexuais. Como forma de apoio à Amnistia, a cantora disponibilizou o tema em exclusivo para download no sítio da AI Portugal na internet, mediante um donativo que reverteu para a organização. Cidades Pela Vida, Cidades Contra a Pena de Morte 22 cidades portuguesas, mais 5 do que em 2012, iluminaram-se pela vida a 30 de novembro, Dia Mundial das Cidades Pela Vida - Cidades Contra a Pena de Morte. Lisboa também voltou a participar em 2013. Em todo o mundo, foram mais de 1.600 as cidades que aderiram, iluminando simbolicamente um edifício público ou um monumento histórico, contra a pena de morte. Participação ativa dos titulares de Direitos O projeto “Imagens à Margem” terminou em dezembro com uma exposição final em Lisboa em que foram exibidas fotografias de mais de 100 pessoas de quatro regiões do país. Esta parceria da Plataforma de Ação Fotográfica e da Amnistia Portugal pretendeu dar voz a populações carenciadas através da “fotografia participativa. Maratona de Cartas e Live Freedom II Pelo segundo ano, a música juntou-se a uma das maiores campanhas globais da Amnistia Internacional no dia 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos. Sérgio Godinho, Luísa Sobral e Batida subiram ao placo do Tivoli, em Lisboa, para atuarem em nome de 4 casos da Maratona de Cartas 2013, num espetáculo apresentado por Nuno Markl e Vasco Palmeirim. A AI Portugal mais do que duplicou o número de participações do ano anterior – quase 97 mil pessoas participaram na Maratona em Portugal juntando-se aos 2,3 milhões em todo o mundo! Dois dos casos visados por este envio massivo de cartas foram entretanto libertados pelas autoridades do seu país: a ativista cambojana pelo direito à habitação, Yorm Bopha e o activista russo Vladimir Akimenkov. 3. IMPACTE EM PORTUGAL Convenção de Istambul Portugal foi o primeiro Estado da União Europeia (UE) a ratificar a Convenção de Istambul sobre a prevenção e combate à violência contra as mulheres (Conselho da Europa), em fevereiro. Esta tem sido uma das principais reivindicações que a 9 Amnistia tem dirigido aos países da UE, no âmbito da campanha europeia pelo fim da mutilação genital feminina. Estratégia nacional para a Integração das Comunidades Ciganas Portugal aprovou em abril a Estratégia Nacional para a Integração das Comunidades Ciganas, uma iniciativa com o apoio da Comissão Europeia. O documento prevê 4 eixos de intervenção: Educação, Habitação, Saúde e Emprego e um outro transversal, que aborda as questões de Cidadania, Combate à Discriminação, Igualdade Justiça e Segurança. Maior proteção para os direitos económicos, sociais e culturais Em maio, entrou em vigor o Protocolo Facultativo ao Pacto Internacional sobre os Direitos Económicos, Sociais e Culturais, que permite aos cidadãos procurarem diretamente justiça na ONU, caso estejam em causa direitos como acesso a habitação adequada, água, saúde, segurança social ou educação. A Amnistia Internacional aproveitou a ocasião e apelou a toda a União Europeia para aderir ao protocolo, ainda mais relevante em contexto de crise económica. Em Portugal, estivemos nas embaixadas da Grécia e Itália, em ações de lóbi, também com vista à ratificação. Direitos das crianças reforçados Portugal ratificou em setembro o mais recente Protocolo Facultativo à Convenção da ONU sobre os Direitos da Criança, relativo à instituição de um procedimento de comunicação. Está assim entre os 8 países que já ratificaram este instrumento e torna-se parte de todos os protocolos facultativos a esta convenção que visa proteger um dos grupos mais vulneráveis. Mutilação genital feminina Em novembro, a Comissão Europeia lançou as linhas da estratégia europeia contra a mutilação genital feminina (MGF). Todos os anos, 3 milhões de mulheres e raparigas estão em risco de sofrer esta violação de direitos humanos. Portugal é um dos 13 países europeus mais expostos a esta prática. A secção portuguesa foi uma das mais ativas da campanha europeia da Amnistia “END FGM - Acabar com a MGF”, em 2012. Parcerias e participações externas Em 2013, novas parcerias foram criadas, designadamente, para fins de colaboração académica. É o caso da parceira com a Faculdade de Direito da Universidade do Porto (FDUP), que acolheu em outubro a conferência “O Futuro dos Direitos Sociais: A Ratificação do Protocolo Facultativo ao Pacto 10 Internacional sobre os Direitos Económicos, Sociais e Culturais”, em que a AI Portugal também interveio. No Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, 17 de outubro, a Amnistia Internacional assinalou a data com uma conferência de imprensa seguida de uma exposição fotográfica na Assembleia da República, num projeto conjunto com a AMI-Assistência Médica Internacional, Animar, Comissão Social de Freguesia de Santos-o-Velho, EAPN Portugal (Rede Europeia Anti-pobreza), Fundação Sporting e Fundação Aragão Pinto. No Dia Municipal para a Igualdade, que se assinala a 24 de outubro, a Amnistia juntou-se à Rede Animar e várias outras entidades para dinamizar iniciativas locais, como a organização de workshops, acções de sensibilização dos cidadãos e de entidades empregadoras, entre outras, em nome da igualdade. “As desigualdades na era moderna” foram um dos temas em debate na edição de 2013 da Conferência ICS, organizada em novembro pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, com parceria da Amnistia Internacional Portugal. “Pobreza e Direitos Humanos” foi também o tema do seminário promovido pela Plataforma Portuguesa das ONGD, a que a AI Portugal também se juntou, na Assembleia da República, em maio. Uma outra parceria, com a Network of Strategic and International Studies (NSIS), possibilitou a organização de um curso de duas semanas em novembro sobre vários temas de direitos humanos, na sede da AI Portugal. As tradicionais parcerias com a RTP2, traduzidas na presença regular no programa televisivo “Sociedade Civil” e na presença em novembro no “I Seminário da Sociedade Civil”, bem como a participação nas reuniões da Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial (CICDR) do Alto Comissariado para a Imigração e o Diálogo Intercultural (ACIDI) e da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG) mantiveram-se. O mesmo aconteceu em maio, com a participação no ciclo de seminários promovido pela Escola Superior de Educação de Lisboa “Conversando sobre direitos humanos e da criança” e com a participação nas reuniões da Comissão Nacional para os Direitos Humanos, do Ministério dos Negócios Estrangeiros. Em matéria de Educação para os Direitos Humanos, destaque-se a participação da Amnistia Internacional em maio no 40º Curso de Formação de Inspetores Estagiários na Escola da Polícia Judiciária, em Loures. Eventos internacionais Em janeiro, A AI Portugal promoveu um workshop aberto a membros e apoiantes sobre “Austeridade e direitos económicos e sociais” com uma das principais investigadoras da secção espanhola. Os habituais encontros internacionais de presidentes e de diretores voltaram a contar em 2013 com a presença da AI Portugal, bem como o International Coucil Meeting (ICM), reunião magna do movimento, em agosto. No 5º Congresso Mundial contra a Pena de Morte, que decorreu em junho em Madrid, a AI Portugal esteve representada pelo 11 coordenador do cogrupo da Pena de Morte e membro da Direção, Luís Braga. A secção esteve também em junho no Forum Internacional de Educação para os Direitos Humanos, bem como em diversos skillshare sobre angariação de fundos e activismo, ao longo de 2013. 4. COMUNICAÇÃO A AI Portugal manteve a aposta que reforçara em finais de 2012 na comunicação digital, através das suas principais plataformas: site, Facebook, Twitter, blogue no site do semanário “Expresso” e Youtube, bem como através da sua revista “AGIR pelos direitos humanos. Centralizou toda a produção de conteúdos no departamento de Comunicação e tornou também mais regular a comunicação com os seus membros, através de e-mail. NoTwitter, o número de seguidores da AI Portugal disparou e ultrapassa já os 3.000. No Facebook quase duplicou e as visitas ao site também aumentaram, indicando que a comunicação digital é uma das formas mais eficazes de comunicar, externa e internamente, e, quiçá, poderá alargar-se ainda mais ao ativismo, para uma maior mobilização, bem como à angariação de fundos. Alguns números: Site: Visitas Visitantes únicos Nº de páginas visualizadas Novas visitas 2012 138.094 89.113 366.136 86.963 2013 150.584 103.292 392.946 101.248 Facebook: Número de seguidores da página a 31 de dezembro de 2012 = 24.190 Número de seguidores da página a 31 de dezembro de 2013 = 42.286 Os posts “campeões”: “Dá o teu nome” (com vídeo) 758 likes 438 partilhas 109.952 (alcance impulsionado) Petição Turquia em 14 junho 228 likes 332 partilhas 25.880 (alcance impulsionado) Infografia Beatriz em 23 maio 170 likes 79 partilhas 8.224 (alcance orgânico) Petição Ciganos na Europa 228 likes 214 partilhas 46.000 (alcance impulsionado) Infografia Beatriz em 4 junho 410 likes 117 partilhas 12.608 (alcance impulsionado) Twitter Número de tweets em 2012 = 186 – nº de seguidores 1096 Número de tweets em 2013 = 373 – nº de seguidores 3021 12 Youtube Visualizações = 43.325 Estimativa de minutos vistos = 58 890 Principal origem de tráfego 1. Aplicações para telemóvel e tráfego direto 59% 2. Referências do YouTube 25% 3. Referências externas ao YouTube 16% Nos media tradicionais, a presença da AI Portugal também aumentou em 2013, sobretudo em alguns momentos que foram resultado de uma operação de comunicação previamente preparada pela secção, como: • • • 5 de maio, entrada em vigor do PFPIDESC o comunicado de imprensa resultou em 40 notícias e várias entrevistas, designadamente ao “Público” e duas idas à televisão a canais informativos, uma delas em prime time (RTP Informação); Ainda em maio, o lançamento do Relatório Anual da AI originou 56 notícias, 4 delas entrevistas para canais de televisão e rádios; No dia 10 de dezembro, data do concerto Live Freedom II, foram ultrapassados os números do ano anterior tendo-se gerando um total de 120 notícias, entre elas 14 de televisão, 4 entrevistas de rádio e 51 artigos imprensa escrita bem como 51 artigos online. Nos dias que antecederam o concerto, associado mais uma vez à Maratona de Cartas, houve várias presenças televisivas na RTP1, RTP2 e TVI. Em 2013, foram publicadas (e captadas pelo clipping) 1.736 notícias da AI, constituindo um aumento de cerca de 500 referências relativamente ao ano anterior. Claramente os meses com mais notícias coincidem com os três momentos chave, referidos acima. Em 2012, tinham sido publicadas 1.261 notícias da AI. Ao longo do ano, a publicação de notícias foi mais irregular, tendo sido mais marcada por eventos ocorridos em Portugal, como o de novembro, quando a atuação policial numa manifestação em frente à Assembleia da Republica levou a uma tomada de posição da secção. 13 5. Angariação de Fundos Face to Face O Projeto Face to Face realizou-se em três cidades ao longo de 2013: Lisboa, Porto e Coimbra. Contou com 28 recrutadores no total e, tal como nos anos anteriores, funcionou com 2 equipas de recrutadores ao longo de oito meses. O primeiro período obteve resultados muito positivos, comparativamente com anos anteriores, tendo inscrito 1.717 apoiantes e membros. No segundo período, os resultados desceram (987 apoiantes e membros), sobretudo devido à instabilidade das equipas, dificuldades de recrutamento e seleção mas também, pensamos, devido à crise económica vivida no país. No entanto, esta descida não se fez sentir no valor das receitas gerais da secção, sobretudo porque diminuíram as desistências e o valor dos donativos e quotas aumentou. Durante todo o ano de 2013, inscreveram-se 2.704 apoiantes e membros através do Projeto Face to Face, um número inferior a 2012, mas superior aos anos de 2010 e 2011. Em 2014, assinalam-se os 10 anos deste importante projeto, que permite à Amnistia chegar ao público geral, através da sensibilização e angariação de fundos. Novos apoiantes e membros inscritos no Face to Face 2955 2884 2443 2704 1981 Ano 2009 Ano 2010 Ano 2011 Ano 2012 Ano 2013 Voice to Voice O Voice to Voice é o nome de um projeto de angariação de fundos (doadores regulares) e de comunicação/relação com apoiantes e membros, realizado em muitas secções da Amnistia, com o nome de Telemarketing. Neste projeto, pretendemos alcançar vários objetivos, tais como: - Convidar ativistas da AI Portugal (pessoas que assinaram petições no site ou em eventos como festivais de verão ou o concerto Live Freedom, ou participaram em ações da Amnistia) a tornarem-se doadores regulares (membros ou apoiantes); 14 - Envolver quem decidiu apoiar a Amnistia: contactar novos doadores a dar as boas vindas, esclarecer dúvidas, confirmar dados de registo (“fidelização”); - Corrigir erros de base de dados ou débitos mensais, evitando despesas desnecessárias à secção, através da regularização dos registos; Terminado o ano de 2013 - o segundo em que a secção voltou a testar muitos destes procedimentos - os resultados são animadores, comprovando a importância de comunicar eficazmente com quem nos apoia e captar novos doadores. No total, os sucessos alcançados no Voice to Voice representaram 14.903€ de receitas de donativos e quotas. Campanhas Voice to Voice Boas Vindas Aumento de donativo Reativação Correção de registos inativos Novos apoiantes Total Receitas Resultados 2013 1675 84 27 85 24 14.903,00 € Retenção: novos procedimentos Nos últimos anos, definimos como uma das prioridades melhorar a relação com quem já nos apoia financeiramente, sobretudo no primeiro ano de vida de apoiante/membro. Para além do kit de boas vindas, enviamos também um sms e email de agradecimento e contactamos por telefone todos aqueles que decidem apoiar a AI. A visibilidade nas plataformas digitais (site, Facebook, Twitter, Instagram) e a comunicação direta (incluindo a digital, via email) são também importantes formas de retenção a aprofundar cada vez mais. Todas estas estratégias, reforçadas em 2013, começaram já a dar resultados, travando as desistências de membros e apoiantes. Como podemos ver no quadro seguinte, o número de desistências de apoiantes e membros em 2013 foi inferior a 2012, facto que consideramos importante, tendo em conta o contexto de crise económica e de maior escassez de recursos no sector das ONG – desde logo, visível no maior número de projetos de outras organizações/instituições idênticos ao Face to Face que em 2013 passaram a estar também na rua, criando “concorrência” num sector onde durante anos a AI Portugal era das poucas ONG ativas. Como podemos também observar, em 2013 inscreveram-se 2.811 novos apoiantes e membros na AI Portugal (valor 8,9% abaixo de 2012, mas superior aos anos de 2010 e 2011). 15 Novos Novos apoiantes/membros vs . Desistências - Dados anuais AI Portugal Desistências 3.182 3.046 1.824 Ano 2009 2.096 2.032 Ano 2010 3.086 3.336 2.578 Ano 2011 Ano 2012 2.811 3.251 Ano 2013 Ensaio Geral Solidário A Companhia Nacional de Bailado realiza há vários anos o Ensaio Geral Solidário, oferecendo as receitas dos ensaios gerais dos seus bailados a instituições que dinamizem campanhas de angariação de donativos em troca de acessos aos ensaios. No dia 24 de abril de 2013, a sala do Teatro Camões encheu-se de doadores e amigos da Amnistia Internacional e da Leigos para o Desenvolvimento, para assistir ao bailado “Dance Bailarina Dance”. O total de donativos angariados para a AI foi de 3.300 euros. Para além das vendas, optámos também por oferecer convites a parceiros e apoiantes/membros que já apoiavam a AI, como forma de agradecimento. 16 6. Finanças Evolução da situação financeira €837.488 €830.853 €796.211 Total de Receitas Total de Despesas €684.236 800.000,00 € €709.895 900.000,00 € €814.318 A AI Portugal terminou o exercício de 2013 com um resultado líquido positivo de 6.635,33 €. Resultado do Exercício 700.000,00 € 600.000,00 € 500.000,00 € €104.423 300.000,00 € €111.975 400.000,00 € €6.635 200.000,00 € 100.000,00 € 0,00 € 2011 2012 2013 Como se pode observar na figura, em 2013 houve um aumento de 3% nas receitas globais, se compararmos com 2011, e de 5% comparando com 2012. Ao nível dos gastos registou-se uma subida de 17% e de 21% comparando com 2011 e 2012, respetivamente. Podemos afirmar que a AI Portugal tem conseguido fazer face à crise económico-financeira que afeta o país, mantendo resultados positivos, apesar da redução no número de membros e apoiantes. 2013 foi um ano em que se reforçou o trabalho da secção, com impacto nas várias áreas ao nível dos custos, como se pode verificar no quadro seguinte. 17 2012 2013 Variação Educação para os Direitos Humanos 13.211 € 22.513 € 9.302 € 70% Contribuições para o Movimento Internacional 96.838 € 107.216 € 10.378 € 11% Comunicação e Imagem 100.180 € 94.583 € -5.597 € -6% Campanhas e Ativismo 114.644 € 129.068 € 14.424 € 13% Gestão e Administração Interna 167.315 € 228.224 € 60.909 € 36% Fidelização e Crescimento 192.048 € 248.949 € 56.901 € 30% 684.236 € 830.553 € 146.317 € 21% Total O exercício de 2013 terminou com disponibilidades no valor de 481.192 euros, um aumento de cerca de 5% face ao ano anterior. Tais disponibilidades, pelo seu montante, poderão ser objeto de decisão no decurso de 2014, no âmbito da nova política de reservas da AI bem como das necessidades de financiamento do orçamento internacional. Tem sido preocupação da secção elaborar análises financeiras regulares, para acompanhar as receitas e despesas, procurando sempre garantir a estabilidade que permita um trabalho eficaz nas ações e campanhas globais e nacionais, em prol dos direitos humanos. Responsabilização e Transparência Ao longo de 2013, continuámos a promover as boas práticas de prestação e transparência de contas. Tal como em anos anteriores, as contas foram sujeitas a uma auditoria externa, por uma sociedade independente de Revisores Oficiais de Contas. Após aprovação em Assembleia Geral, as contas são tornadas públicas e ficam disponíveis no sítio da AI Portugal. Enquanto pessoa coletiva de utilidade pública, a AI Portugal remete, no cumprimento dos deveres legais, as contas aprovadas à Presidência do Conselho de Ministros. 18 São, ainda, prestadas contas ao Secretariado Internacional designadamente através do SFR (Standard Financial Report). da AI, E, não menos importante, a monitorização da situação financeira é disponibilizada com regularidade aos membros e apoiantes da AI Portugal. Contabilidade COCOA No decurso de 2013, a AI Portugal iniciou o processo de implementação e adaptação da sua contabilidade ao Plano Comum de Contabilidade da Amnistia Internacional (COCOA, “Common Chart Accounts”), do movimento internacional. Este plano, que abrange todas as secções e estruturas da AI, permitirá contabilizar receitas e despesas de todo o movimento, possibilitando avaliar a forma como são alocados os recursos às prioridades estratégicas. Pretende-se que todas as entidades reportem ao Secretariado Internacional, com regularidade trimestral, a sua informação financeira segundo um quadro de contas comum. Integrado na diretriz “One Financial Amnesty”, tem como objetivo uma gestão financeira transparente e acessível assente numa comunicação da informação financeira uniforme a todo o movimento. Foram realizadas, ao longo de 2013, várias reuniões com vista à adoção, em 2014, do plano de contas e centros de custo COCOA. Este processo, que decorre em 4 fases - discussão, adaptação, implementação e teste - envolve toda a equipa, um técnico de contabilidade e apoio técnico-informático externo. No final de 2013 estavam concluídas as fases de discussão e adaptação, e deu-se início à fase de implementação. 19