EDUCAÇÃO DE MENINOS NOBRES EM PORTUGAL NO SÉC. XVIII Luana Oberst Angelotti Bastos Iniciação Científica/CNPq Professor Doutor Antonio Cesar de Almeida Santos Introdução/Objetivos O século XVIII foi permeado por reformas, incluindo educacionais, tendência da qual Portugal não ficou excluído. Assim, procuramos investigar a concepção de educação para a formação da nobreza portuguesa, na segunda metade do século XVIII, comparando-a com o período precedente. Método Para além de uma comparação entre diferentes documentos, analisamos a concepção de educação que estava sendo proposta para os jovens nobres portugueses. Aproximamo-nos de uma proposta metodológica que pretende compreender o texto dentro de seu contexto. Para nosso objeto de estudo, entendemos que a situação sociopolítica, marcada pela especificidade do Iluminismo português e a laicização do ensino, nos ajudou a compreender o significado de “educação”. Referências IM HOF, Ulrich. A Europa no Século das Luzes. Lisboa: Presença, 1995. Resultados/Discussão Em 1734, Martinho de Mendonça de Pina e Proença publicou seus Apontamentos para a educação de um menino nobre, os quais se encaixam dentro da tradição medieval de espelhos de príncipe. No final da década de 1750, Antonio Nunes Ribeiro Sanches redigiu as Cartas sobre a educação da mocidade, nas quais apresenta uma história do ensino e da pedagogia na Europa desde o início do cristianismo, propondo uma educação laica sob a guarda do Estado. Comparando-se os Apontamentos com as Cartas, notamos mudanças acerca da concepção de educação, entre a primeira e a segunda metade do século XVIII, para Portugal. Os Estatutos do Real Colégio de Nobres, que estabelecem a criação de uma escola na qual seriam educados os filhos dos fidalgos portugueses, espelham, de certa forma, o resultado de tais mudanças, podendo-se perceber neles a influência das ideias propostas por Ribeiro Sanches Conclusões Ambos os autores estavam preocupados primordialmente com a educação dos nobres. A reforma educacional em Portugal esteve integrada a uma reforma do Estado, para aumentar o poder e domínio sobre a vida civil, sem a influência clerical, mas também sem deixar de lado valores religiosos. Enquanto Proença reforçava um ensino doméstico, Sanches defendia o controle estatal da educação, representado pela criação do Real Colégio de Nobres, em 1761.