Certificação e qualificação de
empresas de projeto
Coordenação da mesa: Arq. Dr. Sérgio Leusin
Arq. Drª. Maria Ângela Braga (PBQP-H – Responsável
pelo SIQ-Projeto no Brasil)
Arq. Ingrid Stemmer (Stemmer Rodrigues Arquitetos
Associados)
Prof. Dr. Arq. Edson Mahfuz (PROPAR/UFRGS)
II Workshop Nacional
Gestão do Processo de Projeto na Construção de
Edifícios PUC RGS
21 e 22 de novembro de 2002
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Certificação e qualificação em
serviços
 A prática de certificação de produtos é antiga e
consolidada.
 Certificar serviços, equiparando-os a produtos é algo
recente, tendo iniciado uma disfusão a partir da ISO
9000.
 A revisão da ISO 9000 em dezembro de 2000 veio
reforçar esta tendência e dar critérios mais adequados
 Ou seja, a certificação de serviços é bastante
recente!
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Certificação e ISO 9000
 A base da certificação de serviço é a ISO 9000: e a
proposta do PBQP-H pauta-se por esta Norma, na
versão 2000.
 A norma baseia-se em uma visão de processo e o seu
de seu primeiro requisito (item 4.1) é:
a)“identificar os processos necessários para o sistema de
gestão da qualidade e sua aplicação por toda a
organização ( ver 1.2 );
b)determinar a sequência e interação desses processos”
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Duas instâncias de processos
 É comum confundir o processo de produção do
projeto com o processo de gestão do projeto,
duas instâncias diferentes da atividade fim das
empresas de projeto. (P.ex: controle de
documentos vs rastreabilidade de produto).
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Que processos no projeto?
 O sistema de gestão da qualidade abrange
tanto seus processos de produção como a
gestão da organização.
 Mas não há uma norma, nem mesmo uma
prática consagrada, que defina o produto, no
caso os projetos, tampouco a gestão de
projetos.
 Isso exige um esforço adicional para a
definição destes pontos.
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Dificuldades “teóricas” e
práticas
 Teóricas:
Falta de normalização do produto
Variabilidade do produto – projeto e do processo de projeto,
Desconhecimento gerencial por parte dos projetistas ,
 Práticas:
Falta de cultura normativa;
Falta de base organizacional e de técnica administrativa nos
escritórios;
Falta de softwares de gestão adequados aos escritórios de
projeto.
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Qualificação de empresas
 A qualificação pressupõe “qualidades” de produto e de
serviço:
Precisão, clareza, cumprimento de escopo;
Atendimento de prazos, cordialidade, rastreabilidade,
confiabilidade etc.
 Ela não deve ser unilateral – uma referência externa é
importante.
 O contratante deve deter a capacidade de seleção,
baseada em critérios claros, em particular na área
pública.
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Qualificação e habilitação
 A habilitação profissional defendida pelo CREA é
“universal” – a rigor não é possível discernir os
profissionais neste campo.
 A lei 8666 das Licitações proíbe definir habilitação por
fatores numéricos – ainda que isso seja uma prática
comum...
 Um acordo setorial pode instaurar níveis de
qualificação no tempo, mas não para os serviços,
preservando as condições de concorrência.
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Quadro atual
 Esforços da ASBEA e ABECE na padronização dos
serviços (produto-projeto).
 Um modelo de padronização pela SEAP, ainda
insuficiente.
 Poucos escritórios certificados ISO 9000 , sendo
apenas 4 na versão 2000.
 Um volume razoável na região de SP em processo de
capacitação gerencial, mas fraco nas demais.
 Uma proposta do PBQP-H para certificação em
empresas setor de projetos.
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A proposta do SIQ PROJETOS
PBQP-H
 Um sistema evolutivo, similar ao existente para
construtoras, porém já baseado na versão 2000 da
ISO. Hoje as construtoras ainda utilizam a versão
1994.
 Podemos identificar sérias dificuldades para
selecionar o que deve ser relacionado a cada nível
evolutivo, pois não há uma prática de implantação da
norma como um todo.
 O nível “A” não apresenta diferença da ISO 9001, mas
não há declaração de equivalência.
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Contrapartida dos contratantes
 O reconhecimento do escopo deve ser de ambas as
partes.
 Este escopo deve se refletir na remuneração.
 O contratante deve estar capacitado a avaliar o
serviço da empresa certificada, ou seja ele também
deve possuir um SGQ, inclusive órgãos públicos que
venham a exigir a certificação.
 Estes aspectos devem fazer parte do acordo setorial
que o PBQP-H advoga e necessita.
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A implantação do PBQP-H no
setor de projetos
 A falta de prática na implantação de SGQ pela
comunidade de projetistas se refletiu em poucas
críticas às propostas do PBQP-H , no SIQ ou no PSQ.
 O PSQ propõe diversas ações mas destacamos
outras necessidades complementares:
Um processo de capacitação gerencial deve preceder esta
discussão, porém não há órgãos de apoio para isso.
Em paralelo é preciso uma melhor definição do escopo do
serviço, seja através de projeto de nova NBR e revisão das
existentes a respeito, seja pela revisão das normas SEAP.
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Alguns pontos críticos da
proposta
 A visão evolutiva baseia-se na idéia que os itens da
norma podem ser separados em níveis, quando na
maior parte dos casos é seu conteúdo que se
intensifica.
 A relação de escopo de sistema e tipo de projeto
(5.4.2) é pobre, pois pressupõe que para cada produto
haverá uma versão do SGQ. Não inclui a montagem
de um Plano de Qualidade do Projeto, fundamental
para coordenação das ações do empreendimento
objeto do projeto e que daria flexibilidade ao SGQ do
projetista.
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O produto–projeto e o projeto
do serviço-produto
 Há uma confusão entre a empresa de projeto que
entrega um produto que é um projeto e os itens da
norma que se referem a projeto.
 A empresa de projeto entrega um projeto mas ele é
seu “produto”. O item 7 se refere ao projeto do produto
da organização – que não é o projeto, mas sim o
serviço de projeto.
 O item 7 se aplica na verdade como uma exigência de
quem constrói, que deve ser repassada pelo
contratante, no caso de aquisição de projetos (ver item
7.4 de uma construtora, por exemplo).
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Incoerências da proposta
 Há uma série de inconsistências nas definições de
requisitos por níveis, por exemplo:
Auditoria interna é necessária para a organização
evoluir, mas só exigida no nível “A”;
Idem para a análise crítica;
Indicadores são requisitos para o nível D – item
5.4.1 e 4.1-c, mas o monitoramento (8.1) que
forneceria os indicadores é exigido apenas no
nível B;
Etc.
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Exigências difíceis, algumas
além da ISO 9001
 Determinar requisitos não declarados (7.2.1),
ainda no nível “C”, sem monitoramento e sem
pesquisa de satisfação.
 Comprovar comprometimento com atendimento
a requisitos (5.3-b) no nível “D”
 No 6.1 vincula provisão de recursos a aumentar
a satisfação dos clientes, algo não previsto na
ISO 9001.
 Etc.
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Conclusões
 O processo de discussão a respeito ainda deve ser
melhor disseminado, em particular fora da região de
SP.
 A implantação do PBQP-H deve se dar com acordos
setoriais onde se destacam as cláusulas de
responsabilidade dos contratantes, inclusive quanto a
tarefas contratuais e na remuneração.
 È necessária uma discussão mais aprofundada da
proposta da atual SEDU, com prazos condizentes.
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Arq. Sérgio Leusin Amorim