Aleitamento materno: avaliação do preparo das mamas das mulheres no puerpério Área de Conhecimento: Saúde Materno-infantil Universidade do Sul de Santa Catarina SOUZA,Cleziane C. Souza (1) ; REIS, Adriana Elias (2) Introdução O ato de amamentar é primordial para o bem-estar do recém-nascido, sendo este recomendado no mínimo até o final do seu primeiro ano de vida. O aleitamento materno é considerado capaz de suprir as necessidades nutricionais, imunológicas, psicológicas e sociais da criança. Muito embora o aleitamento materno seja incentivado e apoiado nos últimos anos, ainda evidencia-se situações limitantes para o sucesso da amamentação. Destaca-se a adaptação do binômino e o despreparo da mãe, tendo como conseqüência a saída do leite em quantidade insuficiente. Sendo assim, sentimos a necessidade de abordar esta questão, haja vista que está intimamente relacionada com o desmame precoce. Entendemos que se a puérpera desconhecer as possíveis dificuldades do processo de amamentação, não terá meios para minimizar ou resolver estes problemas. Assim, pretendemos realizar uma pesquisa com as puérperas que participaram do grupo de gestantes do Ambulatório MaternoInfantil (AMI) da UNISUL - Campus Tubarão. Neste estudo serão desenvolvidas atividades educativas em saúde, buscando orientar os métodos de preparo da mama para o aleitamento materno, especialmente o relacionado ao uso da concha protetora de mamilos. Objetivos O objetivo norteador é avaliar no pós-parto os benefícios do preparo das mamas das puérperas que participaram do grupo de gestantes do Ambulatório Materno-Infantil (AMI), no campus Tubarão - SC, mediante o uso de conchas de proteção mamilar. Objetivos específicos: •Identificar as puérperas que possuem mamilos semi-protrusos ou invertidos; •Identificar, através de observação as dificuldades do binômio mãe/filho relacionadas à pega da aréola durante a amamentação; •Incentivar o uso da concha protetora durante o processo de amamentação; •Analisar no puerpério os resultados obtidos após o uso da concha protetora dos mamilos durante a gestação e pós-parto. Materiais e Métodos O material e o método direcionador do estudo tem como base a pesquisa de campo com enfoque na abordagem qualitativa. Como participantes do estudo, foram envolvidas nove mulheres puérperas, que tem problemas relacionados à mamilos semi-protrusos ou invertidos, já identificadas no grupo de gestantes do Ambulatório Materno-Infantil (AMI) da UNISUL, no Campus de Tubarão. A coleta de dados foi realizada junto das mulheres no pós-parto, durante o período de internação e no domicílio. Os problemas mamários serão abordados durante a internação, sendo as puérperas identificadas, foram convidadas a participarem do referido estudo, esclarecendo os seus objetivos. Após o aceite, serão fornecidas as mulheres o termo de consentimento livre, a fim de possibilitar as suas participações nessa pesquisa. Para a coleta e registro dos dados será utilizado um instrumento contendo questões fechadas e abertas, que nortearão o estudo. Neste momento de entrevista, será realizado o exame físico da puérpera, mais especificamente das mamas para a indicação do uso da concha protetora dos mamilos. Neste aspecto, a mulher será acompanhada no hospital, e avaliada após dez dias do parto através de visita domiciliária. Resultados e Discussões As participantes do estudo foram acompanhadas durante o pré-natal num outro estudo realizado no PUIC, a fim de estimular o uso da concha como forma de preparar o mamilo para a promoção do aleitamento materno. Ainda se fez necessário identificar aquelas que apresentavam mamilos planos, semi-protrusos e invertidos, a fim de utilizar a concha de proteção mamilar, bem como investigar os conhecimentos destas gestantes a respeito dos cuidados com as mamas. Os depoimentos evidenciam que as puérperas estão desenvolvendo o cuidado com as mamas, para promoção do aleitamento materno e prevenção de intercorrências durante este processo. Ainda estão realizando cuidados conforme preconizado na literatura. Observamos que o uso da concha trouxe benefícios para estas mulheres, tornando os mamilos fortalecidos, consequentemente favorecendo a pega do bebê, promovendo o aleitamento materno. Segundo Matuhara e Naganuma (2006, p. 88), “a pega do bebê no seio materno, durante a amamentação influencia na ocorrência de fissura mamilar”. Embora a maioria das participantes relatasse que o uso da concha trouxe benefícios, no entanto houve um relato contrário aos demais. Referente à ineficácia da utilização do dispositivo mencionado, Carvalho e Tamez (2005, p.156) colocam que “o uso de conchas não se mostrou benéfico em mulheres que, durante o pré-natal, apresentavam mamilos invertidos ou planos”. Desse modo, observamos que o uso da concha não foi efetivo, para puérperas que possuem mamilo invertido ou plano, de acordo com o depoimento. De acordo com a literatura a “concha” não traz benefícios para modificar a anatomia dos mamilos, entretanto auxilia a mulher que precisa fortalecer os mamilos e não modificá-los. Conclusões Nas condições em que foi realizada a presente pesquisa, observou-se que depende da anatomia dos mamilos, para o uso correto da concha protetora, sendo que esta não modifica a anatomia dos mesmos. Porém, para aquelas mulheres que possuem mamilos protrusos, o dispositivo tornou-se eficaz, evitando intercorrências como fissuras mamilares. A atuação da enfermagem é fundamental na promoção e no incentivo à amamentação, enfocando o preparo da mama durante o pré-natal. O apoio ao aleitamento torna-se ainda mais valioso, quando as mães sentem-se estimuladas e apoiadas para que não desistam de amamentar seu filho, diminuindo assim o número de internações hospitalares, o desmame precoce e a morbimortalidade infantil. Referências Bibliográficas CARVALHO, Marcus Renato de; TAMEZ, Raquel N. Amamentação: bases científicas. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. FALEIROS, José Justino; GLADIS, Kalil; PEGORARO, Casarin Darci et. al. Avaliação do impacto de um programa de puericultura na promoção da amamentação exclusiva. Caderno de Saúde Pública, [s.l.], v.21, n.2, p.482-489, mar./abr. 2005. Disponível em: <http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext>. Acesso em: 22 jul. 2008. GIUGLIANI, Elsa Regina Justo. Falta embasamento científico no tratamento dos traumas mamilares. Jornal de Pediatria, Rio de Janeiro, v.79, n.3, p.197-198, maio/jun. 2003. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/jped/v79n3/v79n3a02.pdf>. Acesso em: 18 jul. 2008. MATUHARA, Ângela Midori; NAGANUMA, Mazuco. Manual instrucional para aleitamento materno de recém-nascidos pré-termo. Pediatria, São Paulo, v. 28, n. 2, p. 81-90, 2006. Disponível em: <http://www.pediatriasaopaulo.usp.br/upload/pdf/1163.pdf>. Acesso em: 18 jul. 2008. Apoio Financeiro: Unisul Autores: (1) Acadêmica (2) Professora/ Orientadora