UNIUBE 1° Seminário de integração Etapa VI Estudos Semântico-discursivos da Língua Portuguesa Os contornos dos estudos da Estilística Origens e evolução da Estilística Estilo – maneira própria de escrever; maneira própria de escrever de um escritor; Tornou-se objeto de estudo da Retórica; Estilo – do latim, stilus – pequena haste, estilete para escrever em tabuinhas; “arte de compor um discurso” – Grécia Retórica; Educação para o bom uso da palavra – Cícero e Quintiliano Trabalhos sobre o tema: Retórica (Aristóteles), De oratore e Orator (Cícero) e De institutione oratória (Quintiliano); Origem dos gêneros – prosa e verso; Idade Média – transformação e elaboração de novos gêneros; Século XV – criação de jogos de rimas, estruturas de rimas e ritmos; proliferação dos gêneros; Século XVI – de volta os gêneros antigos – adaptação e renovação – cinco gêneros para a poesia e quatro para a prosa, com suas subdivisões; A cada gênero corresponde um estilo; Antiguidade – três estilos: simples, temperado e sublime – Bucólicas, Geórgicas e Eneida (Virgílio); Estilística de Bally; Dante Alighieri e a divisão das palavras; Definição de estilo através do vocabulário, da sintaxe e suas formas e das figuras; FIGURAS – formas mais vivas que a linguagem comum, que manifestam ideias através de uma imagem ou comparação; Figuras de construção – relacionadas à sintaxe; Figuras de pensamento – relacionadas à semântica; Figuras de palavras – relacionadas à fonética; Estilística dos antigos - Retórica; A Estilística moderna Século XVIII – Romantismo – valorização do individual, repúdio às normas estabelecidas e à imitação como princípio artístico, combate ao termo retórica; Século XX – a Estilística passa a designar uma disciplina da Linguística; Anos 60 – revalorização da Retórica; Guiraud (1970) – a Retórica “...constitui um estudo sistemático dos recursos da linguagem...” Existência de duas Estilísticas: Estilística da expressão e Estilística do indivíduo; ESTILÍSTICA DA EXPRESSÃO – estudo dos valores expressivos e impressivos próprios dos distintos recursos de que a língua dispõe. Charles Bally – “...expressão da linguagem do ponto de vista (...) afetivo...”; Charles Bally – há entre o pensamento e as estruturas linguísticas, entre o som e o sentido, vínculos naturais ou efeitos naturais; As estruturas linguísticas e sua zona específica de linguagem; A fonética da expressão Trubetzkoy – fonologia apelativa e fonologia expressiva – Fonoestilística Bally – variantes – efeitos naturais: acento, prolongamento, redobramento, onomatopeia, aliteração, harmonia; efeitos de evocação: acentos de classe, de profissão, de região, de pronúncia arcaica, infantil e estrangeira. Aliteração – repetição intencional de letras “Olha a bolha d’água no galho! Olha o orvalho!” (Cecília Meireles) “Gosto de sentir a minha língua roçar a língua de Luís de Camões” (Caetano Veloso) Coliteração – repetição de consoantes homorgânicas “Com grandes golpes bato à porta e brado” (Antero de Quental) Assonância – sucessão das mesmas vogais em uma proposição “Sou um mulato nato / no sentido lato / mulato democrático / do litoral” (Caetano Veloso) Onomatopeia – uma palavra que procura reproduzir um ruído “E cacareja a galinha os ternos pombos arrulham geme a rola inocentinha” (Pedro Dinis) Morfologia da expressão O uso dos sufixos: a) sufixo –inh nos substantivos – forma familiar, carinhosa ou pejorativa; b) sufixo –inh nos adjetivos – carinho, familiaridade ou superlativo de superioridade; c) sufixo –inh nos advérbios – superlativo de superioridade ou precisão da circunstância; d) formações com sufixo –eir ou –ista – profissões; f) uso do sufixo –íssim- superlativo absoluto sintético de adjetivos; g) sufixos –al, -oide, -agem, -alha e –eco – valem como comparações ou metáforas; h) sufixos flexionais (desinências verbais) – inegável expressividade; Casos envolvendo o adjetivo Repetição Superlativo Redundância Adjetivação impressionista Adjetivação sinestésica Hipálage Nome com função adjetiva ou adverbial Casos de emprego estilístico do verbo Imperfeito – propicia afetividade Presente histórico – narra fatos do passado Gerúndio – continuidade da ação verbal A sintaxe da expressão Posposição do possessivo ao substantivo Uso da coordenação A estrutura da frase – discurso direto, indireto e indireto livre Quebra da ordem canônica da frase A posição do adjetivo altera o sentido da frase A colocação do pronome A mudança de tratamento Léxico e expressão Estrangeirismos Regionalismos Arcaísmos Neologismos Palavras eruditas ou populares A semântica da expressão FIGURAS DE PALAVRAS – emprego de um termo com sentido diferente do convencionalmente empregado. Comparação – aproximação entre elementos que se identificam “Amou daquela vez como se fosse máquina” (Chico Buarque) Metáfora – substituição de um termo por outro numa relação de semelhança criada “Amor é fogo que arde sem se ver” (Luís de Camões) Metonímia – substituição de uma palavra por outra, havendo entre elas grau de semelhança “Meu irmãozinho adora danone” Sinédoque – substituição de uma palavra por outra, por relação de contiguidade “Aquela madame veste um urso” Catacrese – tipo especial de metáfora, já desgastada, tornada hábito pé da cadeira, asa da xícara, céu da boca Sinestesia – Fusão de sensações diferentes “O brilho macio do cetim” (Autran Dourado) Antonomásia – designação de uma pessoa por uma característica Pelé O poeta dos escravos (Castro Alves) Alegoria – acumulação de metáforas que se referem ao mesmo objeto A torre dos Ramires FIGURAS DE PENSAMENTO – recursos de linguagem que se controem por imaginação ou raciocínio Antítese – aproximação de palavras ou expressões com sentidos opostos “Claro enigma” (Drummond) Apóstrofe – vocativo enfático “Silêncio, musa! Chora e chora até que o pavilhão se lave do seu pranto” (Castro Alves) Paradoxo ou Oxímoro – aproximação de ideias contraditórias “Amor é fogo que arde sem se ver é ferida que doi e não se sente é um contentamento descontente” (Camões) Eufemismo – palavra empregada para atenuar uma verdade desagradável Você faltou com a verdade. Ele entregou a alma a Deus. Gradação – sequência de palavras que intensificam a mesma ideia “Aqui...além...mais longe por onde eu movo o passo” (Castro Alves) Hipérbole – exagero de uma ideia “Rios te correrão dos olhos, se chorares” (Olavo Bilac) Ironia – sugestão do contrário do que se diz Você está intolerante, hoje! Não diga, meu amor! Prosopopeia – animação ou personificação de seres inanimados ou imaginários O morro dos ventos uivantes Perífrase – grande número de palavras que designam algo que não se quer dizer “Cidade maravilhosa cheia de encantos mil cidade maravilhosa coração do meu Brasil” FIGURAS DE SINTAXE – dizem respeito aos desvios de concordância entre os termos da oração Assíndeto – omissão das conjunções nas orações coordenadas Elipse – omissão de um termo que pode facilmente ser identificado Zeugma – supressão de um termo já mencionado anteriormente Anáfora – repetição intencional de palavras Pleonasmo – repetição da mesma ideia Polissíndeto – repetição de uma conjunção coordenativa Anástrofe – inversão de palavras vizinhas (determinante/determinado) Hipérbato – inversão completa de membros da frase Sínquise – inversão violenta de distante partes da frase Hipálage – inversão da posição do adjetivo Anacoluto – interrupção que deixa termos da oração sem função sintática definida Silepse – a concordância não é feita com palavras, mas com ideias associadas a esta Silepse de gênero Silepse de número Silepse de pessoa