Caso Clínico
Infecção do trato
urinário/Síndrome
hemolítico-urêmica
Apresentação: Aline Ioshie Limaakamine
Coordenação: Luciana Sugai INTERNATO 6º ANO – ESCS
Brasília, 17 de setembro de 2014
www.paulomargotto.com.br
Descrição do Caso

LOC, 2 anos e 11 meses, 16kg, masculino, natural de TaguatingaDF, procedente de Samambaia-DF.

HDA:

5 episódios de vômitos amarelados e de restos alimentares há 2
dias da admissão. Uso de Bromoprida SOS.

Febre até 38,4ºC

Desconforto respiratório e astenia.

2 episódios/dia de fezes liquido-pastosas fétidas. Nega muco, pus
ou sangue.
Descrição do Caso
EXAME DA ADMISSÃO:
BEG,
afebril
ativo e reativo, corado, desidratado (2+/4+) , taquipnéico,
Ausência
Sinais
36,6°
AR:
de lesões elementares ou sinais de irritação meníngeos.
Vitais: FC 160bpm / FR 40irpm / SpO2 98% em ar ambiente / Tax
MV bilateral, sem ruídos adventícios.
ACV:
RCR, 2T, BNF, sem sopros.
Abd:
flácido, indolor, RHA presentes, sem visceromegalias.
Oroscopia,
Otoscopia e Rinoscopia: normais
Extremidades:
pulsos cheios e simétricos, ausência de edemas.
Descrição do Caso
ANTECEDENTES FISIOLÓGICOS:
Nascido de parto cesárea por opção materna, com 38 semanas de gestação.
Peso ao nascer: 3310g. Não trouxe cartão e não sabe maiores informação.


Vacinação atualizada - SIC (sem cartão).

Reside em casa de alvenaria, com saneamento básico e rua asfaltada.
Descrição do Caso
ANTECEDENTES PATOLÓGICOS:


Internação no Hospital Anchieta com 1 ano de idade com diagnóstico de ITU.

USG (10/12): refluxo vesico-ureteral grau 3

USG (09/13): refluxo vesico-ureteral grau 4

Cintilografia com DMSA (12/12): cicatriz renal bilateral

Profilaxia com Bactrim F 3ml 1x/dia
Relato de Varicela e PNM (tto ambulatorial) prévios.
Negas demais doenças crônicas, alergias, traumas, cirurgias, transfusão
sanguínea.

Descrição do Caso
HISTÓRIA FAMILIAR:
Mãe,
Pai,
32 anos, hígida
32 anos, hígido
Não
tem Irmãos
Descrição do Caso
ATENDIMENTO INICIAL:

HV fase rápida (SF 0,9% 350ml em 30min)

Ranitidina 15mg EV agora

Solicitados exames laboratoriais após HV
Descrição do Caso
RESULTADOS LABORATORIAIS:
RESULTADOS LABORATORIAIS:
Hemograma 30/06/14
EAS 30/06/14
Hb:
bacteriúria
Ht:
10,4g/dl
31,2%
Leuco:
14.100(N 76 / B 12 / L 20)
Plaquetas
Cr:
141mil
1,5 Ur: 104
Glicemia:
TGP:
Na:
38
51 TGO: 65
129
Teste
K: 5,4
para dengue: não reagente.
1523
leucocitúria
hematúria
nitrito
123
2+
positivo.
Descrição do Caso
RESULTADOS LABORATORIAIS:
RESULTADOS LABORATORIAIS:
Hemograma 01/07/14
EAS 01/07/14
Hb:
Céls
Ht:
10,4g/dl
30,9%
Leuco:
Cr:
1,2
Glicemia:
TGP:
Na:
Hemácias
13.300 (N 82 / B 28 / L12)
Plaquetas
epiteliais 3/campo
128mil
Ur: 94
72
51 TGO: 65
129 K: 5,4
Flora
8/campo
bacteriana 3+
leucocitúria
30
hemoglobina
nitrito
+
positivo.
Cristais
e cilindros ausentes.
PERGUNTAS
1.
Qual melhor método para realizar uma urocultura nesse paciente?
2.
O fato de a criança fazer profilaxia por RVU III favorece ITU resistente? Seria
esse o quadro dessa criança?
3.
Ela realmente tem indicação de profilaxia? Se sim, qual o melhor
medicamento?
4.
Ela tem indicação de tratamento hospitalar? Se sim, a medicação
indicada deve ser preferencialmente via EV ou VO? Há diferença de
eficácia entre elas?
5.
Quais os possíveis diagnósticos diferenciais desse paciente?
6.
A ITU poderia se manifestar com diarreia?
7.
Ele poderia ter SHU? Justifique com sinais e sintomas. A diarreia pode ser
sem sangue e qual sua causa?
8.
É possível o diagnóstico diferencial entre ITU e SHU? Justifique.
9.
Qual o tratamento para essa criança?
HIÓTESES DIAGNÓSTICAS

Gastroenterite Aguda

Infecção do Trato Urinário

Síndrome Hemolítico-Urêmica

Sepse de foco urinário
INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO
INFECÇÃO DE TRATO URINÁRIO

Uma das infecções bacterianas mais frequentes em pediatria

Definição: Crescimento significativo de bactérias no trato urinário.
Pode manifestar como:


Cistite: limitada à bexiga.

Pielonefrite: envolvendo parênquima renal.
No Lactente:

Sinais clínicos inespecíficos.

Principal causa de febre sem sinais aparentes.
KLIEGMAN, 2009. GIRON, 2011. ROBERTS, 2012.
INFECÇÃO DE TRATO URINÁRIO

Importância na Infância:

Apresenta morbidade aguda elevada.

Sinaliza presença subjacente de anormalidades anatômicas ou
funcionais do trato urinário.

Danos permanentes como cicatriz renal.

Hipertensão.

Insuficiência Renal Crônica.
KLIEGMAN, 2009. GIRON, 2011.
INFECÇÃO DE TRATO URINÁRIO NA INFÂNCIA
EPIDEMIOLOGIA

Ocorre em 3-5% das meninas e 1% dos meninos.

Sexo Feminino:



1ª ITU: aos 5 anos, com pico durante a infância e controle esfincteriano.

60-80% das meninas desenvolverão segunda ITU em 18 meses.
Sexo Masculino:

Maioria das ITU: no 1ª ano de vida.

Mais comum nos não-circuncisados.
Prevalência de ITU varia com a idade:

1º ano de vida: (♂ 2,8-5,4) : (1 ♀)

> 1-2 anos: ♂ 1 : ♀ 10
KLIEGMAN, 2009. GIRON, 2011. ROBERTS, 2012.
INFECÇÃO DE TRATO URINÁRIO NA INFÂNCIA
ETIOLOGIA

Principal causa: Bactérias colônicas.

♀ : 75-95% por E. coli*, seguida de Klebsiella spp. e Proteus spp.

♂ com > 1 ano: Proteus spp. e E. coli / Gram-positivos.

Staphylococcus saprophyticus e Enterococos são comuns em ambos os
sexos.

Pseudomonas sp: imunodeprimidos
ou após manipulação do trato urinário.
KLIEGMAN, 2009. GIRON, 2011. ROBERTS, 2012.
INFECÇÃO DE TRATO URINÁRIO NA INFÂNCIA
ETIOLOGIA

Fungos: raras na infância.


Principais fatores de risco:

ATB prévio de amplo espectro e prolongado;

cateteres urinários;

Imunodepressão.
Vírus:

Grupo Polioma (BK), Adenovirus, outros.

podem ocorrer como causa de Cistite Hemorrágica.

Imunodeprimidos

Pode acometer parênquima renal e tecidos uroepiteliais.
KLIEGMAN, 2009. GIRON, 2011. ROBERTS, 2012.
INFECÇÃO DE TRATO URINÁRIO NA INFÂNCIA
FISIOPATOLOGIA


Via Ascendente

Maioria dos casos.

Pela colonização da região perineal e uretral com bactérias da flora
intestinal.
Via Hematogênica


Sepse e Período Neonatal (pp// se anomalias obstrutivas do trato urinário)
Outras Vias de Contaminação:

Instrumentação do trato urinário.

Fístulas intestinais ou vaginais.
KLIEGMAN, 2009. GIRON, 2011. ROBERTS, 2012.
INFECÇÃO DE TRATO URINÁRIO NA INFÂNCIA
FISIOPATOLOGIA
• Enterobactérias
Uropatogênicas
• Flagelos
• Antígenos K
capsulares
• Produção de
Hemolisinas
• Aerobactina (Fe)
• Proteus (estruvita)
• Raça branca
• Sexo Feminino
• Idade < 1 ano (RN e
< 3 meses)
• Ausência de
cirucuncisão
• Anormalidades
anatômicas (RVU e
obstrutivas)do TU.
• Anormalidades
funcionais do TU.
KLIEGMAN, 2009. GIRON, 2011. ROBERTS,
INFECÇÃO DE TRATO URINÁRIO NA INFÂNCIA
FISIOPATOLOGIA

Presente em 25 a 40% das crianças com primo-infecção urinária.

Maior risco de evolução com cicatrizes renais.

Classificado em 5 graus pelo sistema internacional de graduação.

Formas mais graves (graus IV e V):

predispõem à estase urinária e ao resíduo vesical após a micção

associados à maior ocorrência de pielonefrite aguda e ITU de
repetição.
Giron, 2011; Weinberg, 2013.
INFECÇÃO DE TRATO URINÁRIO NA INFÂNCIA
FISIOPATOLOGIA


Doenças Obstrutivas do Trato Urinário:

Estenose de Junção Pieloureteral (JUP)

Estenose de Junção Ureterovescial

Ureterocele

Válvula de Uretra Posterior
Perda do mecanismo de Washout urinário
e maior estase urinária.
Gibon, 2011. Netter, 2012.
INFECÇÃO DE TRATO URINÁRIO NA INFÂNCIA
FISIOPATOLOGIA

Distúrbios da Micção

Micções muito ou pouco frequentes

Urgência ou Urgeincontinência urinária

Enurese

Retenção Urinária

Incontinência Urinária

Frequentemente associam-se a ITU de repetição, pp// cistites em
meninas em idade escolar.

Pode induzir ou manter o RVU, pp// se houver dissinergia
vesicoesfincteriana.

Contribui para maior ocorrência de pielonefrite aguda e dano renal
permanente.
KLIEGMAN, 2009. GIRON, 2011. ROBERTS, 2012.
INFECÇÃO DE TRATO URINÁRIO NA INFÂNCIA
FISIOPATOLOGIA

Constipação Intestinal Crônica:


Dificulta o esvaziamento completo da bexiga e Predispõe ao resíduo
vesical pós-miccional.

Pela compressão da bexiga e do colo vesical.

Fornece um reservatório de patógenos intestinais.
Outros Fatores Predisponentes de ITU:

Sondagem Vesical de Demora.

Início de Atividade Sexual nas Adolescentes

Presença de Corpo Estranho

Instrumentação do Trato Urinário (cálculos, cateteres e procedimentos)
KLIEGMAN, 2009. GIRON, 2011. ROBERTS, 2012.
INFECÇÃO DE TRATO URINÁRIO NA INFÂNCIA
QUADRO CLÍNICO

Recém-Nascidos:

Inespecífico

Pode ter: deficiência de ganho ponderal, irritabilidade ou letargia e
anorexia.

Sugerem maior gravidade: diarreia, distensão abdominal, vômitos e
icterícia.

Febre nem sempre está presente.

Nessa faixa, sempre considerar ITU como PIELONEFRITE, sendo por vezes
quadro de SEPSE.

Via mais rara de aquisição: hematogênica.

Ocorre mais em ♂ < 3 meses pelas anomalias do TU.
KLIEGMAN, 2009. GIRON, 2011. ROBERTS, 2012.
INFECÇÃO DE TRATO URINÁRIO NA INFÂNCIA
QUADRO CLÍNICO

Lactentes:

Sintomatologia muito parecida com a do RN.

Febre mais frequente. (Pode ser único sinal)

Suspeita diagnóstica se combinação de:

História prévia de ITU.

Tax > 39ºC ou ∆t > 48h. (se queda do estado geral  Pielonefrite)

Ausência de outros sinais localizatórios para a febre.

Desconforto suprapúbico.

Ausência de circuncisão no meninos.

Alteração do odor da urina.

Choro à micção.
KLIEGMAN, 2009. GIRON, 2011. ROBERTS, 2012.
INFECÇÃO DE TRATO URINÁRIO NA INFÂNCIA
QUADRO CLÍNICO

Pré-escolares e Escolares:


Infecções do Trato Urinário Inferior:

Sintomatologia mais evidente e localizada.

Disúria, polaciúria, urgência miccional, incontinência urinária

Desconforto suprapúbico

Febre Baixa (< 38ºC)
Infecções do Trato Urinário Superior:

Comprometimento do Estado Geral.

Prostração

Inapetência

Dor Lombar Referida ou Sinal de Giordano.

Dor Abdominal

Febre Alta (> 38,5 a 39ºC) e Calafrios

Vômitos

Disúria e Polaciúria.
KLIEGMAN, 2009. GIRON, 2011. ROBERTS, 2012.
INFECÇÃO DE TRATO URINÁRIO NA INFÂNCIA
QUADRO CLÍNICO
Giron, 2011; American Urological Association, 1997; Kliegman, 2009.
INFECÇÃO DE TRATO URINÁRIO NA INFÂNCIA
DIAGNÓSTICO


Dados Clínicos Positivos:

aumentam a probabilidade de ITU

isoladamente não tem sensibilidade e especificidade para
diagnosticar ou excluir definitivamente a ITU.
Crianças e Adolescentes com Clínica e Lactentes com FSSL:

EAS

Testes rápidos: Leucocitúria e Bacteriúria

Testes com fita de imersão na urina

Urocultura (resultado em 24-72h)
KLIEGMAN, 2009. ROBERTS, 2012.
INFECÇÃO DE TRATO URINÁRIO NA INFÂNCIA
QUADRO CLÍNICO
ROBERTS, Revised AAP Guideline on UTI in Febrile Infants and Young Children. 2012.
INFECÇÃO DE TRATO URINÁRIO NA INFÂNCIA
QUADRO CLÍNICO
ROBERTS, Revised AAP Guideline on UTI in Febrile Infants and Young Children. 2012.
INFECÇÃO DE TRATO URINÁRIO NA INFÂNCIA
EXAMES COMPLEMENTARES
ROBERTS, Revised AAP Guideline on UTI in Febrile Infants and Young Children. 2012.
INFECÇÃO DE TRATO URINÁRIO NA INFÂNCIA
EXAMES COMPLEMENTARES
ROBERTS, Revised AAP Guideline on UTI in Febrile Infants and Young Children. 2012.
INFECÇÃO DE TRATO URINÁRIO NA INFÂNCIA
EXAMES COMPLEMENTARES
ROBERTS, Revised AAP Guideline on UTI in Febrile Infants and Young Children. 2012.
INFECÇÃO DE TRATO URINÁRIO NA INFÂNCIA
EXAMES COMPLEMENTARES
Novidades da Revisão:
Diagnóstico
por:

EAS anormal + urocultura positiva

Urocultura > 50.000 UFC/ml

Avaliação da probabilidade de ITU

Action Statement 3.

Nivel de Evidência C.

EAS positivo:

Fita reagente com Esterase leucocitária (+) ou Nitrito (+)

Microscopia: Leucócitos + bactérias.
ROBERTS, Revised AAP Guideline on UTI in Febrile Infants and Young Children. 2012.
INFECÇÃO DE TRATO URINÁRIO NA INFÂNCIA
EXAMES COMPLEMENTARES

Action Statement 1


Criança febril sem sinais localizatórios que tenha indicação para
antibioticoterapia, deve ter colhidos:

EAS e Urocultura por Sondagem Vesical antes da administração do ATB.

Nível de Evidência A
CATETERIZAÇÃO

Comparada a aspiração suprapúbica:

Sensibilidade 95% e Especificidade 99%

Requer habilidade.
ROBERTS, Revised AAP Guideline on UTI in Febrile Infants and Young Children. 2012.
INFECÇÃO DE TRATO URINÁRIO NA INFÂNCIA
EXAMES COMPLEMENTARES

Outros Métodos de Coleta de Urina:

ASPIRAÇÃO SUPRAPÚBICA:


Padrão-ouro

Taxa de sucesso de 23-90% (maior com auxílio de USG)

Mais dolorosa que a cateterização, mais invasiva.

Escolha para meninos com fimose severa e meninas com grandes
adesões labiais.
SACO COLETOR:

Contaminação por flora vaginal e prepúcio.

Inadequado para Cultura! Muito falso-positivo (88%)

Se cultura positiva, exige confirmação, porém ATB inviabiliza.
ROBERTS, Revised AAP Guideline on UTI in Febrile Infants and Young Children. 2012.
INFECÇÃO DE TRATO URINÁRIO NA INFÂNCIA
EXAMES COMPLEMENTARES

Action Statement 2

Criança febril não tem indicação para antibioticoterapia, então a
probabilidade de ITU deve ser avaliada:

Se baixa (< 1-2%): Acompanhamento clínico.

Se não-baixa, há 2 opções:

Sondagem para EAS e Urocultura

Coleta de amostra por qualquer método para EAS e se positivo, colher
Urocultura.

Nível de Evidência A
ROBERTS, Revised AAP Guideline on UTI in Febrile Infants and Young Children. 2012.
INFECÇÃO DE TRATO URINÁRIO NA INFÂNCIA
EXAMES COMPLEMENTARES

Action Statement 5

Criança febril com ITU deve realizar USG de RINS e VIAS URINÁRIAS.

Achados Anormais: 12-16%

Lesão Renal Permanente (após 1 ano):


Sensibilidade: 41%

Especificidade: 81%
Indicação Clinica: > 48h sem resposta ao tratamento, bastante
acometido ou circunstâncias extenuantes.

Nível de Evidência C
ROBERTS, Revised AAP Guideline on UTI in Febrile Infants and Young Children. 2012.
INFECÇÃO DE TRATO URINÁRIO NA INFÂNCIA
EXAMES COMPLEMENTARES

Action Statement 6:

Uretrocistografia não é recomendada rotineiramente após 1º caso de ITU febril,
se USG normal.

Se USG anormal, solicitar Uretrocistografia para avaliação da anormalidade.



Nivel de Evîdência B
Se ITU febril recorrente, avançar na avaliação.
Nivel de Evidência X / Recomendado.
ROBERTS, Revised AAP Guideline on UTI in Febrile Infants and Young Children. 2012.
INFECÇÃO DE TRATO URINÁRIO NA INFÂNCIA
TRATAMENTO

Novidades da Revisão, 2011:

Action Statement 4 / Nivel A

VO é tão eficaz quanto a EV.

Escolha da droga: basear-se no padrão de sensibilidade local,
ajustando segundo a sensibilidade do patógeno.

∆t: 7-14 dias. (Nivel B)

Seguimento: Exame de Urina após a afecção febril.
ROBERTS, Revised AAP Guideline on UTI in Febrile Infants and Young Children. 2012.
INFECÇÃO DE TRATO URINÁRIO NA INFÂNCIA
TRATAMENTO
ROBERTS, Revised AAP Guideline on UTI in Febrile Infants and Young Children. 2012.
INFECÇÃO DE TRATO URINÁRIO NA INFÂNCIA
TRATAMENTO
Fonte: http://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/1489/infeccao_do_trato_urinario.htm
INFECÇÃO DE TRATO URINÁRIO NA INFÂNCIA
SEGUIMENTO

Action Statement 7

Após confirmação da ITU:

responsáveis pela criança deve ser instruídos a procurar prontamente
avaliação médica em caso de futuro acometimento febril;

assegurar que infecções recorrentes seja detectadas e tratadas
imediatamente.

Nivel de Evidência C.
ROBERTS, Revised AAP Guideline on UTI in Febrile Infants and Young Children. 2012.
INFECÇÃO DE TRATO URINÁRIO NA INFÂNCIA
PROFILAXIA BACTERIANA

Até 2011:

Novo Guideline AAP, 2011:

Não recomenda a Profilaxia para ITU febril recorrente
em crianças sem RVU ou com RVU graus 1 a 4.
ROBERTS. SBU-SP.
SINDROME HEMOLÍTICO-URÊMICA
SINDROME HEMOLÍTICO-URÊMICA
SINDROME HEMOLÍTICO-URÊMICA

Causa mais comum de insuficiência renal aguda em jovens.

Tríade Clássica:


Anemia hemolítica microangiopática

Trombocitopenia

Uremia
Semelhante à PTT, exceto por esta:

ocorrer em mulheres adultas jovens.

Ter episódios recidivantes de febre.

Comprometer significativamente SNC.

Trombocitopenia
KLIEGMAN, 2009.
SINDROME HEMOLÍTICO-URÊMICA
ETIOLOGIA

Enterite Aguda com Diarreia por E. coli O157:H7 produtora da
toxina Shiga-like

Precede 80% ou mais dos casos.

Reservatório da E. coli: trato intestinal de animais domésticos.

Transmitido por carne mal cozida, leite não-pasteurizado, banho em
águas contaminadas ou até contato pessoa-pessoa.

Verotoxina Shiga-like:

absorvida pelo intestino

dá inicio à lesão das células endoteliais.
KLIEGMAN, 2009.
SINDROME HEMOLÍTICO-URÊMICA
SINDROME HEMOLÍTICO-URÊMICA
Outros agentes envolvidos:

Shigella

Bactérias: Salmonella, Campylobacter, Streptococcus pneumoniae,
Bartonella.

Virus: Coxsackievírus, Echovírus, Influenza, Varicela, HIV, EBV.
Medicamentos:

ACO

Mitomicina

Ciclosporina

Exposição a copolímero pirano (indutor de interferon)
KLIEGMAN, 2009.
SINDROME HEMOLÍTICO-URÊMICA
FISIOPATOLOGIA

Alteração Glomerular:

Espessamento das paredes capilares
Numerosos trombos hialinos

Alargamento do Mesângio

Resultado da deposição subendotelial e mesangial de material
granular e amorfo (origem desconhecida).

Necrose Cortical:


Pode ocorrer por trombos de fibrina nos capilares e arteríolas glomerulares.
Glomérulos gravemente comprometidos evoluem para:

Esclerose Parcial ou Total.

Obsolência glomerular secundária à isquemia.

KLIEGMAN, 2009.
Isquemia por proliferação intimal concêntrica.
Espessamento endotelial
SINDROME HEMOLÍTICO-URÊMICA
FISIOPATOLOGIA


Evento principal: LESÃO DA CÉLULA ENDOTELIAL.

De capilar e Arteríolas Renais:

Leva à COAGULAÇÃO localizada.
Anemia Microangiopática:

Resulta do dano mecânico dos eritrócitos que circulam
pela vasculatura alterada.

Trombocitopenia:

Causada por aderência ou lesão microvascular
intra-renal e difusa das plaquetas.
KLIEGMAN, 2009.
SINDROME HEMOLÍTICO-URÊMICA
QUADRO CLINICO
Mais comum em CRIANÇAS < 4 anos.
 Precedida por GECA em geral.


Febre, vômito, dor abdominal e diarreia inicialmente aquosa, que evolui para
sanguinolenta.
Menos comum: precedida por IVAS.
 Inicio da SHU:


5 a 10 dias após GECA ou IVAS

Palidez

Irritabilidade

Fraqueza

Letargia

Oligúria
KLIEGMAN, 2009.
SINDROME HEMOLÍTICO-URÊMICA
QUADRO CLÍNICO

Exame Físico:

Desidratação

Edema

Petéquias

Hepatoesplenomegalia

Acentuada irritabilidade
KLIEGMAN, 2009.
SINDROME HEMOLÍTICO-URÊMICA
DIAGNÓSTICO

Considerar na:

Instalação SÚBITA de IRA

Historia e exame físico típicos

Exames Laboratoriais CONFIRMAM.

Excluir:

LES e hipertensão maligna

Também causam anemia hemolítica microangiopática.
KLIEGMAN, 2009.
SINDROME HEMOLÍTICO-URÊMICA
DIAGNÓSTICO

Hemoglobina: 5-9g/dl

Esfregaço do sangue periférico:

Células em capacete

Acantócitos

Eritrócitos fragmentados.

Hb sérica diminuída

Haptoglobina sérica diminuída

Reticulocitos moderadamente aumentados.

Teste de Coombs negativo.

Leucocitose significativa (>30.000/mm³)

Trombocitopenia (20.000-100.000/mm³)
KLIEGMAN, 2009.
SINDROME HEMOLÍTICO-URÊMICA
DIAGNÓSTICO


Exame de Urina:

Achados discretos.

Hematúria microscópica.

Proteinúria leve.
Tempo de Tromboplastina parcial e de Protrombina:


Normais.
Prolongamento de testes de coagulação:

Relacionado mais a deficiência de vitamina K do que a CIVD.
KLIEGMAN, 2009.
SINDROME HEMOLÍTICO-URÊMICA
DIAGNÓSTICO

Manifestações Renais:

Variável

Leve insuficiência renal

Insuficiência renal aguda oligúrica

Anúria com diálise

Raramente indicada biopsia renal.
KLIEGMAN, 2009.
SINDROME HEMOLÍTICO-URÊMICA
TRATAMENTO

SUPORTE

Controle hidroeletrolítico


Ao evitar a desidratação, previne-se lesão renal.

Controle da hipertensão

Nutrição agressiva

Instituição precoce de diálise
EVITAR ATB!!

Em pacientes com enterite aguda por provável E coli O157:H7

Pode aumentar o risco de SHU.
KLIEGMAN, 2009.
SINDROME HEMOLÍTICO-URÊMICA
PROGNÓSTICO

Com tto agressivo da IRA

> 90% sobrevivem à fase aguda da SHU.

Morte ou doença renal crônica terminal: 12% (0-30%)

HAS, Proteinúria ou Redução da Taxa de Filtração (<
80ml/min/1,73m²): 25%.

Prognóstico global está associado com comprometimento renal a
longo prazo quando há comprometimento do SNC (coma, AVC,
convulsões) na fase aguda ou quando é necessária diálise.
KLIEGMAN, 2009.
SINDROME HEMOLÍTICO-URÊMICA
PROGNÓSTICO


Fatores Preditivos de Gravidade Aguda ou Crônica:

Leucocitose > 20.000

Colite isquêmica

Hipertensão
Aos que se recuperam da fase aguda da SHU:

Acompanhamento a longo prazo

Podem demorar mais de 20 anos para se manifestar:

HAS

IRC

Proteinúria
KLIEGMAN, 2009.
Bibliografia:

KLIEGMAN. Nelson, Tratado de Pediatria. 18ed. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2009.

GIRON. Urologia Pediátrica. 1ed. Barueri, SP: Manole, 2011.
(Coleção Pediatria. Instituto da Criança HC-FMUSP)

ROBERTS. Revised AAP Guideline on UTI in Febrile Infants and Young
Children. Am Fam Physician. 2012 Nov 15;86(10):940-946.
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Urinary Tract Infection: Clinical Practice Guideline for the Diagnosis
and Management of the Initial UTI in Febrile Infants and Children 2 to
24 Months. Pediatrics. 2011;128;595.
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WEINBERG. Current management of vesicoureteral reflux in
pediatric patients: a review. Pediatric Health, Medicine and
Therapeutics 2013:4.
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Caso Clínico: Infecção do trato urinário