ACIDENTE VASCULAR
ENCEFÁLICO
CONFERÊNCIA
Dr. Antonio Jesus Viana de Pinho
Conceito
Qualquer alteração na dinâmica vascular
que cause dano, em qualquer grau, ao tecido
nervoso encefálico
Classificação
Podem ser:
1) Isquêmicos: Quando resultam da parada
da corrente sanguínea.
2) Hemorrágicos: Quando decorrem do
rompimento vascular
1) Acidentes Vasculares
Isquêmicos
Podem ser:
- Embólicos.
- Trombóticos.
- Isquemia Cerebral Transitória.
Acidentes Vasculares Embólicos
Resultam de fragmentos de coágulo
sanguíneo, tumor, gordura ou substância
estranha como o ar, que se deslocando na
corrente sanguínea, tem parada em alguma
arteríola.
Acidentes Vasculares Trombóticos
Provocados por coagulação dos elementos
próprios do sangue, dentro de uma artéria
ou arteríola, geralmente de origem
arterioesclerótica.
42% na art. Cerebral anterior, 28% na
cerebral média, 27% na cerebral posterior e
27% no sistema vértebro-basilar.
Isquemia Cerebral Transitória
Pequenas e passageiras interrupções do
fluxo sanguíneo provocado por microêmbolos gerados nas placas
arterioescleróticas de localização aortocranianas.
Ocorre também, na hipertensão arterial
prolongada e na hipotensão.
2) Acidentes Vasculares Hemorrágicos
Dependendo do local do vaso rompido
podem ser:
- Sub-aracnoideo.
- Intra-parenquimatoso.
- Intra-ventricular.
Hemorragia Sub-aracnoidea
O sangue mistura-se ao líquor e não forma
hematoma.
51% por aneurismas, 8% por malformações artério-venosas.
70% dos casos o fator precipitante é a
hipertensão arterial.
Hemorragia Intra-parenquimatosa
Quando a hemorragia ocorre dentro do
tecido nervoso. Sempre há formação de
hematoma.
Leva o nome da região afetada.
As lesões resultam da isquemia, do edema e
do acúmulo de sangue que age como tumor,
aumentando a pressão intra-craniana.
Hemorragia Intra-ventricular
Quando rompe dentro de um ventrículo ou
evolua de uma intra-parenquimatosa.
Os mais comuns são os da cápsula interna
que rompem para o III ventrículo.
Uma parte do sangue pode ficar dentro da
cavidade ventricular
Ataques Isquêmicos Transitórios
(AIT)
Pré-existem fatores de risco.
Quadro de início agudo com déficit
neurológico.
Desaparecimento do déficit dentro de 24
horas.
Causas De AIT
Doença cardíaca reumática, Disfunção da válvula
mitral, Arritmia cardíaca, Endocardite infecciosa,
Mixoma atrial, Trombos de parede cardíaca,
Placas ateromatosas ulceradas, Displasia
fibromuscular da carótida cervical, Arterite de
células gigantes, Lupus eritematoso sistêmico,
Poliarterite e angeite granulomatosa, Sífilis,
Hipotensão, Policitemia, Anemia falciforme,
Síndrome da hiperviscosidade, Anemia severa,
Síndrome do “roubo”da subclávia.
Exames Para-clínicos I, na AIT
Angiografia: Demonstra as patologias das
artérias encefálicas (arterioesclerose).
Ultrassonografia carotídea e vertebral:
Demonstra estenoses das Art. Carótidas e
vertebrais.
TC e RM: Mostram zonas isquêmicas
lacunares.
Exames Para-clínicos II, na AIT
Para detectar:
- Cardiopatias,
- Hipertensão arterial,
- Hemopatias,
- Hiperlipemias,
- Doenças vasculares periféricas,
- Lues, etc.
Diagnóstico diferencial, na AIT
Crises convulsivas.
Crises de enxaqueca.
Hipoglicemia.
Tratamento na AIT
Tromboendarterectomia carotídea.
Tratar as doenças coadjuvantes.
Anticoagulantes.
AAS 325 mg/dia.
Dipiridamol.
Ticlopina e outros inibidores da agregação
plaquetária.
Infarto cerebral
É o resultado da oclusão embólica ou
trombótica de uma vaso encefálico.
As causas já foram referidas quando da AIT.
Sinais Positivos do AVC
Síndromes arteriais:
- Art. Carótida Interna.
- Art. Cerebral Média.
- Art. Cerebral Anterior.
- Art. Cerebral Posterior.
- Art. Basilar.
- Etc.
Síndrome da Carótida Interna
Formada por:
- Hemiplegia contra-lateral.
- Hemianestesia contra-lateral.
- Afasia (hemisfério dominante).
Síndrome da Artéria Cerebral
Anterior
Formada por:
- Hemiplegia desproporcionada com
predominância em membro inferior, contralateral.
- Anestesia na mesma forma.
- Pode somar-se o reflexo de preensão
contra-lateral, rigidez, paratonia, falta de
iniciativa ou confusão franca.
Síndrome do Tronco Da Artéria
Cerebral Média
Causa:
- Manifestações clínicas semelhantes às da
artéria carótida interna.
Síndrome Dos Ramos Anteriores
Da Cerebral Média
Hemiplegia desproporcionada com
predomínio no membro superior, contralateral.
Hemianestesia de forma semelhante.
Disfasia de expressão (hemisfério
dominante)
Síndrome Dos Ramos Posteriores
Da Cerebral Média
Afasia sensitiva (Wernicke) (em hemisfério
dominante).
Estado confusional e apraxia ao vestir,
déficits construcionais e espaciais (em
hemisfério não dominante)
Hemianopsia homônima.
Síndrome Tronco Da Artéria
Cerebral Posterior
É a síndrome talâmica:
- Hemianestesia contra-lateral.
- Dor espontânea.
- Hiperpatia.
- Hemiparesia reversível, discreta
hemianopsia, movimentos coreo-atetósicos,
, alexia, hemiataxia.
Síndrome Dos Ramos calcarinos
Mostra:
- Hemianopsia homônima.
Síndrome dos ramos tálamoperfurantes
Mostra:
- Movimentos córeo-atetósicos.
- Sensibilidades pouco atingidas.
Síndromes Dos Ramos Destinados Aos
Pedúnculos Cerebrais
De Weber.
De Benedikt.
De Claude.
De Chiary, Foix e Nicolesco.
Síndrome do início da Artéria
vertebral
Mostra:
- Silêncio clínico.
Circulação mantida pela outra vertebral.
Síndrome Das Artérias
Paramedianas Pequenas
Mostra:
- Hemiplegia contralateral.
- Déficit sensorial ipsilateral.
- Paralisia de nervo craniano ipsilateral.
Síndrome Da Artéria Cerebelar
Inferior Posterior
- Hemiplegia contralateral.
- Hipoestesia de face ipsilateral (5).
- Paresia do palato mole:disfagia (9).
- Paresia da corda vocal: disartria (10).
- Ataxia dos membros.
- Claude Bernard-Horner.
- Hipoestesia do corpo, contralateral.
Síndrome de Artéria Basilar
Ou de ambas artérias vertebrais, leva:
- Coma.
- Pupilas puntiformes.
- tetraplegia flácida.
- Anestesia corpo.
- Anormalidades dos nervos cranianos.
Síndrome de Artéria Cerebelar
Superior
Mostra:
- Vertigens, náuseas, vômitos, nistagmo,
ataxia de membro ipsilateral, anestesia
contralateral do corpo e da face.
Síndrome da Artéria Cerebelar
Inferior Anterior
Mostra:
- Vertigens, náuseas, vômitos, nistagmo,
ataxia de membro ipsilateral, anestesia
contralateral do corpo e ipsilateral da face,
fraqueza facial e surdez.
Exames Para-clínicos, na
Trombose
Angiografia: mostra as tromboses.
TC e RM mostra as zonas de infarto.
Os demais exames usados para AIT.
Tratamento da Trombose
Heparinização.
Ativador do plasminogênio tissular.
Hipotensores (com cuidado)
Nimodipina.
Fisioterapia
Hemorragia Intra-parenquimatosa
(H.I.V.)
Consideraremos:
- A cápsulo-lenticular.
- A de tronco.
- A cerebelar.
Hemorragia cápsulo-lenticular
- Icto com coma profundo.
- Cefaléia forte, náuseas, vômitos.
- convulsões.
- Hemiplegia contra-lateral.
- Paralisia facial central.
- Desvio conjugado dos olhos para o lado da lesão.
- Midríase homolateral.
Hemorragia de tronco
Dão as síndromes de tronco.
Geralmente são graves.
Evoluem facilmente à morte.
Hemorragia Cerebelar
- Icto.
- Sinais de hipertensão intracraniana aguda
(cefaléia, vômitos incoercíveis e edema de
papila).
- Sinais cerebelares mais tarde.
Exames Para-clínicos, na H.I.V.
TC ou RM: mostra a zona de “derrame” e
de edema.
Angiografia: mostra as malformações.
Provas de coagulabilidade.
Tratamento na H.I.V.
De suporte.
Cirurgia, nas que causarem hipertensão
intracraniana.
Hemorragia Sub-aracnoidea
(H.S.A.)
Cefaléia repentina e severa.
Perda transitória ou progressiva da
consciência.
Sinais de irritação meningéia.
Exames Para-clínicos na H.S.A.
TC ou RM: mostra o sangue no espaço
subaracnoideo.
Punção lombar após.
Angiografia: mostra as malformações.
Tratamento na H.S.A.
De suporte.
Hipotensores suaves.
Analgésicos.
Ansiolíticos.
Fenitoina (prevenir convulsões).
Cirurgia: para as malformações.
Aneurismas
Comprimem estruturas (Ex: 3 par).
Provocam espasmos arteriais ( 4 a 14 dias
após a ruptura).
Os espasmos levam a isquemias.
O sangue pode levar a hidrocefalia.
Usar a Nimodipina (para o espasmo).
Tratar com cirurgia.
Angiomas
São congênitos.
Causam gliose pós isquêmica.
Causam compressão ou deformação do
tecido nervoso.
Pode levar a uma hidrocefalia obstrutiva.
Clinica dos Angiomas
Hemorragia (30 a 60%).
Epilepsia (20 a 40%).
Cefaléia e outros.
Visíveis na TC, RM e Angiografia.
Tratamento cirúrgico ou embolização.
Usar fenitoina.
Trombose Venosa
Causa HIC, convulsões, sonolência.
A TC, RM e Angiografia mostram.
Trata-se com anticonvulsivantes, drogas
anti-edema cerebral e anticoagulantes
(heparina).
Infarto Medular
Na região da A. Espinhal Anterior.
Mostra paraplegia aguda.
Perda da temperatura e dor e mantém a
vibração e propriocepção consciente.
Tratamento sintomático.
Angiomas Medulares
Causam hemorragia.
Podem provocar tetraplegia ou paraplegia e
anestesia inferior.
Aparece na mielografia e na Angiografia
medular.
Tratamento cirúrgico.
Hemorragia Sub Ou Epidural
Súbita dor nas costas.
Sinais de compressão medular (tetraplegia
ou paraplegia)
Visto na mielografia.
Tratamento cirúrgico.
Regiões Vascularizadas Pelas
Três Artérias Cerebrais
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Conferência sobre acidente vascular encefálico