Carta Magna da Competitividade - Relatório da Competitividade 2007 – Relatório da Competitividade 2007 Índice Carta Magna da Competitividade • Visão Estratégica ....................................................................... pág. 4 • Grandes Objectivos e Princípios Orientadores .................. pág. 5 - Novas Estratégias Empresariais ...................................... pág. 6 - Políticas Públicas .................................................................. pág. 8 Relatório da Competitividade • Introdução .................................................................................. pág. 11 • Indicadores - Input ....................................................................................... pág. 28 - Output .................................................................................... pág. 74 Anexo • Indicadores de Enquadramento Macroeconómico ............. pág. 84 Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 2 Relatório da Competitividade 2007 Carta Magna da Competitividade Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 3 Relatório da Competitividade 2007 VISÃO ESTRATÉGICA Fazer de Portugal, nos próximos dez anos, um dos dez países mais desenvolvidos e atractivos da União Europeia. O futuro de Portugal depende da capacidade de conjugar, a diversos níveis, os desafios e vantagens decorrentes da sua participação na UE com as oportunidades que podem resultar do desenvolvimento das suas relações extra comunitárias, em particular com os EUA e com os países da CPLP. O novo modelo económico (no contexto da União Europeia e da Globalização) deve ter um enquadramento mais flexível e privilegiar o desenvolvimento e modernização dos sectores produtores de bens transaccionáveis (produtos e serviços susceptíveis de concorrência nos mercados interno e externo), desejáveis nos mercados externos em virtude das suas características de inovação, tecnologia e valor. O factor humano qualificado, culto e motivado; a produção científica e tecnológica organizada e o acesso rápido, fácil e barato ao mundo através das telecomunicações, de sistemas de informação e transportes, são os recursos essenciais. A criação de vantagens competitivas nos mercados europeus tradicionais e a diversificação das relações comerciais e de investimento impõem relações mais intensas da economia e do sistema científico e tecnológico com mercados e parceiros exigentes. Em suma, um forte empenho da sociedade portuguesa na economia do conhecimento, baseado num crescimento sustentado, na qualidade e na inovação e orientado para aumentos significativos da produção de bens e serviços transaccionáveis. Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 4 Relatório da Competitividade 2007 Grandes Objectivos e Princípios Orientadores • Novas Estratégias Empresariais • Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial Políticas Públicas 5 Relatório da Competitividade 2007 NOVAS ESTRATÉGIAS EMPRESARIAIS 1. Melhorar a relação de troca da economia portuguesa com o exterior, através da valorização dos recursos humanos, da pedagogia da responsabilidade, da ambição de excelência nas empresas e do relacionamento com parceiros e mercados exigentes. 2. O acesso à excelência e à competitividade empresariais, compreende não fazer hoje aquilo que as empresas europeias fizeram há vinte ou trinta anos, mas fazer aquilo que as empresas europeias ainda não fizeram. 3. Transformar atrasos e constrangimentos históricos em oportunidades para a competitividade, antecipando as inovações e as mudanças mais rapidamente do que os concorrentes, através da análise das necessidades das pessoas e dos movimentos das sociedades. 4. A internacionalização, como condição para a competitividade das empresas, compreende o crescimento exponencial dos fluxos comerciais entre Portugal e o exterior e depende da capacidade de orquestrar as maiores oportunidades e os melhores recursos, estejam onde estiverem. 5. É determinante subir na cadeia de valor, através da integração de competências, próprias ou alheias, em produtos finais, desejáveis nos mercados externos, com a melhor relação entre o investimento e o valor acrescentado por recurso a empresas, portuguesas e estrangeiras, integradoras das capacidades nacionais. 6. A competitividade das empresas dependerá, cada vez mais, da qualidade dos seus produtos, crescentemente mais individualizados, com forte componente de serviço, entregues em pequenas quantidades, ou até individualmente, com grande rapidez, nos mercados mais exigentes. Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 6 Relatório da Competitividade 2007 7. O sucesso comercial e o reconhecimento internacional das empresas, dos produtos e das marcas, é o resultado natural da forte diferenciação e da elevada percepção do valor dos produtos e do serviço correspondente; o controle de canais de distribuição pode ser uma vantagem importante neste processo de afirmação de marcas e produtos nacionais. 8. Passar da fase de processo/produção para a fase da engenharia do produto/concepção. 9. Focalizar a atracção de IDE em empresas de média dimensão, ainda não presentes na Europa, e em particular, na Península Ibérica, detentoras de novos produtos, tecnologias, serviços ou mercados que, preferencialmente, aproveitem a capacidade nacional instalada. 10. Ultrapassar a fase de “arquipélago” que caracteriza a actuação das empresas no seu relacionamento e desenvolver verdadeiras redes de partilha de informação e de capacidades entre empresas e entre estas e outros parceiros (universidades, centros de investigação e tecnologia, etc.). Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 7 Relatório da Competitividade 2007 POLÍTICAS PÚBLICAS 1. Adaptar os sistemas de educação e de formação às exigências da sociedade do conhecimento; desenvolver um sistema de formação profissional contínua (life learning) tendente ao reforço da produtividade do trabalho, da competitividade das empresas e da melhoria real das remunerações dos trabalhadores incluindo a partilha dos benefícios alcançados. 2. Consolidar as despesas públicas; reduzir a carga fiscal e para fiscal sobre as empresas, favorecendo a sua capitalização; canalizar o investimento público para projectos com valor acrescentado indiscutível. 3. Apoiar financeiramente projectos que se enquadrem nas novas estratégias empresariais e na produção de bens culturais; minimizar as falhas de mercado no financiamento de "start ups", de activos intangíveis e de reestruturação de empresas. Majorar os apoios concedidos sempre que os projectos também contribuam para uma distribuição de actividade empresarial regionalmente mais equilibrada. 4. Melhorar o enquadramento legislativo, eliminando a regulamentação desnecessária; simplificar os processos administrativos e generalizar regras de auditoria de boas práticas dos serviços da Administração Central, Regional e Local. 5. Melhorar o funcionamento do sistema da Justiça com o objectivo de assegurar na prática e em tempo útil o cumprimento dos contratos e a segurança da vida económica. Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 8 Relatório da Competitividade 2007 6. Melhorar a flexibilidade do mercado de trabalho, relativamente aos padrões dos nossos principais concorrentes no âmbito comercial e de IDE; promover o espírito empresarial e a promoção da excelência no meio laboral. 7. Implementar uma política de tratamento dos resíduos industriais e, de um modo geral, adoptar uma posição realista (não maximalista) na definição dos objectivos das políticas ambientais, considerando, conjuntamente, os efeitos ambientais, económicos e sociais. 8. Criar condições para o acréscimo do investimento privado no processo de inovação e para o desenvolvimento de projectos originais com parceiros internacionais exigentes; reforçar a cooperação e a coordenação entre empresas e instituições públicas de investigação tecnológica. 9. Assegurar uma concorrência efectiva a nível Nacional e, em particular, nos mercados da energia e das telecomunicações; promover a disponibilidade generalizada do acesso à Internet em banda larga a preços competitivos; dotar o país de infraestruturas de transportes que contribuam para uma maior centralidade. 10. Garantir a sustentabilidade do sistema de Segurança Social, reduzindo os encargos suportados pelos empregadores; melhorar a eficiência do sistema e erradicar situações de fraude e abuso. Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 9 Relatório da Competitividade 2007 Relatório da Competitividade 2007 Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 10 Relatório da Competitividade 2007 Introdução O Relatório da Competitividade de 2007, actualiza pela quarta vez a “Carteira de Indicadores”, que integra a Carta Magna da Competitividade apresentada pela AIP em Julho de 2003. Neste Relatório mantém-se a metodologia seguida nos relatórios anteriores, dado que o objectivo é monitorizar, ao longo do tempo, a evolução registada em factores considerados relevantes para a competitividade da economia portuguesa. As economias objecto de comparação são as mesmas e os indicadores, na sua quase totalidade, são comuns aos utilizados nos Relatórios anteriores. Na análise que se segue, com base essencialmente na informação utilizada na elaboração dos indicadores, salienta-se de forma sintética a evolução verificada em Portugal, bem como a registada nas outras economias consideradas para efeitos de comparação. Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 11 Relatório da Competitividade 2007 Indicadores de INPUT Custos Laborais A evolução dos custos unitários nominais do trabalho, que relacionam a variação das remunerações e da produtividade, é um indicador importante na análise da competitividade / preço dos bens e serviços. Em economias integradas numa União Monetária, como é o caso da portuguesa, a variação dos custos unitários nominais do trabalho ganha importância acrescida. Em Portugal, no período 2002-2006, a variação dos custos unitários do trabalho, para o total da economia, foi sempre superior à variação registada na Área Euro. Em 2006, o crescimento dos custos unitários nominais desacelerou -0.6 p.p., devido essencialmente à evolução das remunerações no sector público. O diferencial em relação à média da Área Euro situou-se em +1.0 p.p.. Contrariamente ao que se verificava nos anos anteriores, em 2006 é a diferença na evolução da produtividade que contribui de forma significativa (-0.8 p.p.) para este diferencial. No período 2004-2006, a Espanha, a Grécia, a Irlanda e a Itália foram os países da Área Euro que registaram crescimentos dos seus custos unitários nominais do trabalho superiores aos verificados em Portugal. De salientar a variação negativa dos custos unitários nominais do trabalho no período em análise na Alemanha e nos Países Baixos. Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 12 Relatório da Competitividade 2007 Fiscalidade A fiscalidade constitui um factor importante na competitividade das economias, influenciando a alocação dos recursos e a evolução da actividade económica. Num contexto de integração económica, de globalização dos mercados e crescente mobilidade de factores de produção, a fiscalidade tem uma importância acrescida, podendo ser um instrumento na captação de recursos ou contribuir para o seu afastamento. Na UE 27, o peso das receitas fiscais (incluindo contribuições para a Segurança Social) no PIB, em 2005, situou-se em 40.8% (+ 0.4 p.p. do que em 2004). De notar que existem grandes diferenças entre os Estados-membro da UE, com este indicador a variar entre valores extremos de 52.1% na Suécia, 51.2% na Dinamarca e 29.2% na Lituânia e 28.8% na Roménia. Em Portugal, o peso das receitas fiscais no PIB foi de 36.3% em 2005 (+0.9 p.p. do que em 2004). Em termos comparativos, o peso das receitas fiscais em Portugal situa-se próximo da mediana na UE 27 (37.7% em Malta), registando um valor semelhante aos da Espanha, Grécia, República Checa e Chipre. A tendência para a redução das taxas nominais de imposto sobre o rendimento das Taxa nominal de imposto sobre o rendimento 40 empresas, mantém-se para 2007. A Bulgária (-5.0 p.p.), das empresas (-4.1 35 30 p.p.), Grécia (-4.0 Espanha (-2.5 25 Países Baixos p.p.), p.p.), Eslovénia (-2.0 p.p.), Estónia (-1.0 p.p.), e Lituânia (- 20 95 96 97 98 99 00 Area Euro 01 02 03 04 05 06 07 UE 25 UE 27 1.0 p.p.) são os países da União Fonte: Comissão Europeia Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 13 Relatório da Competitividade 2007 Europeia que reduziram as suas taxas sobre os rendimentos das empresas em 2007. De notar a significativa redução de taxas, no últimos três anos na Grécia (-10.0 p.p.), Bulgária (-10.0 p.p.), e nos Países Baixos (-9.0 p.p.). Portugal mantém em 2007 a sua taxa nominal de IRC registando-se no entanto uma alteração na taxa da derrama. Em termos comparativos, com as alterações para 2007, a posição relativa de Portugal piorou, situando-se agora na mediana, quer na Área Euro quer na UE 27. Importa ter em consideração na comparação da tributação do rendimento das empresas nos diversos países que, embora as taxas nominais sejam um factor importante, há outros aspectos a considerar como sejam, por exemplo, a definição da matéria colectável ou a existência de determinados incentivos fiscais. Por outro lado, existem em vários países taxas mais baixas para determinadas situações específicas. Relativamente ao peso dos impostos sobre o rendimento das empresas em relação ao PIB e às receitas fiscais totais, Portugal situa-se numa posição intermédia no conjunto dos países considerados para efeitos de comparação. Educação e Formação As exigências crescentes das economias desenvolvidas em matéria de qualificações profissionais, têm vindo a transformar o nível de escolaridade equivalente ao ensino secundário como requisito mínimo de entrada no mercado de trabalho. Este nível de qualificação é hoje tido como fundamental para o acesso a oportunidades de aprendizagem ao longo da vida, a formação profissional de nível avançado e, consequentemente, a oportunidades de emprego com maior produtividade, pelo que Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 14 Relatório da Competitividade 2007 mais bem remuneradas. O ensino secundário enquanto grau de escolaridade mínimo tem vindo a tornar-se a regra em grande parte das economias desenvolvidas, sobretudo entre as faixas etárias mais jovens. Em Portugal, em 2006, apenas 49.6% dos jovens entre os 20 e os 24 anos dispunha Portugal - Jovens que concluíram pelo menos o valor mais baixo entre o conjunto ensino secundário % da população 20-24 anos 4 4 ,4 4 7 ,9 4 9 ,0 4 9 ,0 pelo menos do ensino secundário, o 4 9 ,6 dos 16 países em análise, 9 dos quais apresentavam superior a progressos 2002 2003 2004 2005 2006 Fonte: Eurostat 80%. um Apesar conseguidos valor dos nos últimos anos (esta taxa era de apenas 39.3% em 1998), estamos bastante aquém da meta de 65% estabelecida para 2010 pelo Plano Tecnológico. Nas faixas etárias mais elevadas, a penetração do ensino secundário é francamente inferior (26% no escalão 35-44 anos, 19% no escalão 45-54 anos e 13% no escalão 55-64 anos), igualmente os mais baixos entre os países em análise. A aprendizagem ao longo da vida assume, neste contexto, um papel crucial se actuar na dupla vertente da melhoria das competências profissionais e do aumento efectivo dos níveis de escolaridade da população activa adulta. Os indicadores disponíveis não colocam Portugal numa posição muito favorável. Em 2006, apenas 3.8% da população activa entre os 25 e os 64 anos participou em acções de formação profissional, valor apenas superior à Grécia, entre os países de comparação, e inferior ao verificado em 2004 (4.3%) e 2005 (4.1%). No que respeita à formação profissional adequada à melhoria dos níveis de escolaridade, é de admitir que iniciativas recentes, como o programa “Novas Oportunidades”, venham a produzir efeitos positivos nos próximos anos. Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 15 Relatório da Competitividade 2007 A criação ou manutenção de elevados níveis de qualificações e competências profissionais é tão mais facilitada quanto mais elevada a taxa de penetração do ensino superior. Adicionalmente, competências específicas em áreas ligadas à ciência e tecnologia têm especial relevância, na medida em que estas são cada vez mais uma fonte importante de inovação e crescimento económico, em economias crescentemente baseadas no conhecimento. No ensino superior a situação em Portugal é, em termos comparativos, relativamente melhor que no ensino secundário. No entanto, a percentagem de jovens entre os 20 e os 29 anos que em 2005 frequentava o ensino superior era de 24.8%, apenas superior à verificada na Alemanha, República Checa e Eslováquia, entre os países de comparação, e inferior à média da UE 15 (27.4%). Os progressos conseguidos na década 1993-2003 (+9.2 p.p.) não parecem ter tido Portugal - Estudantes no ensino superior Variação média anual 3 ,1 continuidade recentes, nos sendo anos a taxa mais de 3 ,3 frequência do ensino superior em 2 ,6 2 ,0 1,1 2005 inferior à verificada em 2002 e o ritmo de crescimento 98-00 98-01 98-03 98-04 98-05 Fonte: Eurostat anual do número de estudantes que frequenta o ensino superior é apenas superior ao da Espanha, Alemanha, Itália e França. Em 2005, apenas 13% da população portuguesa entre os 25 e os 64 anos tinha formação superior, valor apenas superior à Turquia e Itália entre os países da OCDE. O número de novos licenciados em Ciência e Tecnologia em Portugal compara razoavelmente com os restantes países em análise e nos últimos anos têm-se Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 16 Relatório da Competitividade 2007 alcançado progressos consideráveis, apesar de alterações metodológicas dificultarem as comparações no tempo. Em 2005, Portugal atingiu um número de 12 novos licenciados por 1000 habitantes entre os 20 e os 29 anos, sendo 12.9 a média da UE 27. A melhoria dos níveis de escolaridade da população portuguesa está fortemente condicionada pelo facto de anualmente uma parte significativa dos jovens entre os 18 e os 24 anos abandonarem o Portugal - Abandono escolar precoce % da população 18 - 24 anos sem completarem a escolaridade 4 5 ,1 4 0 ,4 3 9 ,4 3 8 ,6 sistema de ensino ou de formação 3 9 ,2 mínima obrigatória (9º ano). Em 2006, 39.2% dos jovens estavam nessa situação e desde 2003 que 2002 2003 2004 2005 2006 Fonte: Eurostat escolar. não se registam reduções significativas da taxa de abandono Note-se que no conjunto dos países considerados na análise, apenas a Espanha (29.9%) e a Itália (20.8%) têm valores superiores a 20% em 2006, sendo a média da UE 15 de 17%. O abandono escolar precoce não é necessariamente apenas o resultado do desempenho individual dos estudantes, podendo também ser visto como um indicador da eficiência interna do sistema de ensino. Altas taxas de abandono escolar podem ser um indício de que os estudantes consideram o sistema de ensino pouco adequado às suas expectativas ou menos atractivo que alternativas apresentadas pelo mercado de trabalho, por exemplo. De facto, Portugal apresenta uma das mais altas taxas de emprego da UE no escalão etário 15-24 anos e mais elevada para jovens com escolaridade inferior ao 9º ano que com escolaridade superior. Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 17 Relatório da Competitividade 2007 Ao longo da última década, as despesas públicas em educação representaram anualmente mais de 5% do PIB. As despesas por aluno em Portugal, corrigidas das diferenças de poder de compra, correspondem a cerca de 26% do PIB per capita, um dos valores mais elevadas entre os países da OCDE, embora com diferenças consoante o nível de ensino (das mais elevadas no ensino básico e secundário e das mais baixas no ensino superior). Os fracos progressos em matéria de educação e de formação ao longo da vida na última década terão essencialmente a ver com a qualidade global dos serviços de educação (a qual estará relacionada com questões de enquadramento, com opções de política educacional ou com a organização e conteúdos curriculares, entre outras), já que os recursos financeiros investidos em educação estão ao nível ou superam os realizados por países como a Grécia, Espanha, Irlanda ou Coreia, que conseguiram melhorias significativas no mesmo período. Ambiente e Energia Produzir e consumir energia numa base ambientalmente sustentável é hoje um dos grandes desafios colocados à competitividade das economias. Para além das preocupações de natureza ambiental, a situação prevalecente na economia internacional com níveis de crescimento significativos nas grandes economias emergentes (China, Índia, Brasil, ...), leva a que a energia seja cada vez mais um dos focos de competição à escala mundial, e conduz a que os preços da energia sejam tendencialmente mais elevados no futuro. Neste contexto, as melhorias no desempenho através da eficiência energética afirma-se como um factor importante na melhoria da capacidade concorrencial de bens e serviços ao nível internacional. Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 18 Relatório da Competitividade 2007 Os preços de energia constituem um elemento fundamental da estrutura de custos das empresas, repercutindo-se em toda a actividade económica através dos preços dos bens que produzem ou dos serviços que prestam. Relativamente aos preços de electricidade, Portugal continua a ter preços comparativamente elevados no contexto europeu. Em Janeiro de 2007 o preço de electricidade, sem impostos, para os grandes consumidores industriais era o quarto mais elevado na UE 15 e o sexto no conjunto da UE 27, não sendo significativamente diferente a situação respeitante ao preço para os pequenos consumidores industriais (quinto mais elevado da UE 15). No que respeita ao gás para a indústria, o preço médio em Portugal em Janeiro de 2007 situava-se na mediana dos preços da UE 15. No entanto, verificam-se diferenças significativas, nomeadamente em relação a Espanha, em algumas categorias de consumo. Portugal apresenta uma posição desfavorável no conjunto das economias da UE 15, Portugal - Intensidade Energética Kgep/100 € sendo logo a seguir à Finlândia, a economia 255 com energética 244 241 238 235 uma mais intensidade elevada. Nos últimos anos não se verificaram melhorias significativas. Em 2005, 2001 2002 2003 2004 2005 Fonte: Eurostat a intensidade energética voltou mesmo a crescer, contrariamente ao verificado em parte significativa dos países da União Europeia. Entre os países considerados, a Grécia, a Alemanha, a Dinamarca e a República Checa foram as economias com progressos mais significativos neste domínio. Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 19 Relatório da Competitividade 2007 São significativas as diferenças na UE no que respeita ao peso relativo de cada fonte de energia nos consumos de energia de cada um dos Estados-membro. No conjunto dos países da UE considerados, Portugal (59.1%), Grécia (58.0%) e Irlanda (56.0%) são os países com maior peso de petróleo e produtos petrolíferos nos respectivos consumos bruto de energia. No consumo bruto de energia a partir de fontes renováveis Portugal tem uma posição favorável, com um peso de 14%. Entre os países considerados, apenas a Finlândia (24%) e a Dinamarca (16%) apresentam valores superiores. Relativamente às outras fontes de energia, refira-se a importância da energia nuclear em França (42%), Eslováquia (24,0%) e Eslovénia (21%) acima da média da UE 27 (14%). Os combustíveis sólidos são preponderantes na Polónia (58%), República Checa (44%) e Grécia (29%), muito acima da média da UE 27 (18%). Especificamente no que respeita ao consumo de electricidade produzida a partir de fontes renováveis, as diferenças entre os Estados-membro da UE são significativas Electricidade produzida a partir de FER em % consumo bruto de electricidade a desempenho contraste 3 6 ,4 3 4 ,2 melhor tendo com o Áustria (57.9%) peso o em pouco expressivo da Estónia (1.1%). No seu 2 4 ,4 2 0 ,8 16 ,0 conjunto, a União Europeia mantevese em 2005 em torno dos 14%, valor 2001 2002 2003 2004 2005 Fonte: Eurostat distante da meta de 21% estabelecida para 2010. Portugal apresenta uma posição favorável entre os países da UE considerados, a seguir à Dinamarca, Finlândia, Eslovénia e Eslováquia, países com maior peso de fontes renováveis na produção de electricidade. Em Portugal, em 2005, apenas Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 20 Relatório da Competitividade 2007 16.0% do consumo de electricidade em Portugal teve origem renovável em virtude de uma quebra assinalável da componente hídrica. Portugal apresentou recentemente um objectivo mais ambicioso do que o assumido no quadro da Directiva 2001/77/CE, ou seja, pretende-se assegurar já em 2010 que 45% do consumo de electricidade seja de origem renovável (e não apenas 39%). Em Portugal as emissões de gases com efeito de estufa continuam a crescer a um ritmo assinalável (+40.4% de 1990 a 2005). A distância face à meta de Quioto ampliou-se. A Espanha (37.3 p.p.), Itália (18.6 p.p.), Portugal (13.4 p.p.), Dinamarca (13.2 p.p.) e Irlanda (12.4 p.p.) são, entre os países considerados, os que se distanciam mais das respectivas metas a atingir no período 2008-2012. Investimento A formação bruta de capital fixo da economia portuguesa contraiu-se em -14.8%, entre 2001 e 2006. Para esta quebra contribuiu tanto a redução do investimento público como do investimento privado, o qual neste período se terá reduzido em cerca de -10%, em termos acumulados. Em consequência, o peso do investimento privado no PIB diminuiu substancialmente neste período, passando de 23.3% em 2000, Portugal - FBCF do sector privado % do PIB considerados, para 18.9% em 2006. Ainda 2 3 ,3 19 ,8 19 ,5 um dos valores mais elevados entre os países 19 ,1 18 ,9 assim, Portugal apresentava em 2006 um peso do investimento privado no PIB superior à média da UE e intermédio entre os 16 países 2000 2003 Fonte: Eurostat 2004 2005 2006 da UE considerados. Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 21 Relatório da Competitividade 2007 Os valores relativamente elevados, em termos comparativos, verificados nos últimos anos na economia portuguesa, têm tido um impacte no crescimento sustentado inferior ao verificado em outras economias com um peso do investimento no PIB inferior a Portugal, o que deverá ter mais que ver com a “qualidade” dos investimentos e com questões de enquadramento. Apesar de menos significativos que em períodos anteriores, entre 2001 e 2005, os fluxos líquidos de entrada de IDE em Portugal corresponderam a um valor médio anual de cerca de 3% do PIB. Trata-se de um valor intermédio entre os 16 países considerados e idêntico ao valor médio anual do IDE de Portugal no exterior no mesmo período (3.2%). Contudo, este volume de IDE em Portugal fica aquém do que seria desejável atendendo ao processo de transformação estrutural em curso na economia portuguesa. Inovação e I&D; Sociedade da Informação Activos como o capital humano, a investigação e desenvolvimento, ou factores imateriais como a marca, qualidade, criatividade, design, ou o “know-how” específico de uma empresa, são cada vez mais os determinantes cruciais da competitividade global de uma economia. A ampla incorporação destes activos em actividades económicas, existentes ou a desenvolver, está fortemente dependente da capacidade de uma sociedade para inovar, sobretudo da sua capacidade para colocar no mercado inovações bem sucedidas, resultem essas inovações em produtos, serviços, processos ou procedimentos radicalmente novos ou apenas incrementalmente melhorados ou alterados. Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 22 Relatório da Competitividade 2007 Apesar das naturais dificuldades de avaliação da capacidade inovadora de uma economia, em grande parte decorrentes de muitos dos aspectos relevantes serem eminentemente qualitativos pelo que de difícil quantificação, alguns dados disponíveis relativamente a Portugal apontam para a necessidade de intensificar esforços visando ampliar alguns progressos conseguidos nos anos mais recentes. No índice sintético de inovação da Comissão Europeia, desenvolvido no âmbito do European Innovation Scoreboard 2006, Portugal apresenta uma grau de inovação inferior à média da UE 25, mas em recuperação, integrando o conjunto dos países em “catching up”. Dos países da UE 15, apenas a Grécia integra o mesmo grupo, com a Itália e a Espanha a registarem valores superiores a Portugal, mas com uma evolução negativa nos anos mais recentes. Em termos de despesas em investigação e desenvolvimento, avaliadas em percentagem Portugal - Despesas em I&D % do PIB 0 ,7 4 0 ,7 1 PIB, Portugal compara desfavoravelmente com os 0 ,8 1 0 ,8 0 do 0 ,7 7 restantes países, apresentando em 2005 um valor de 0.81% do PIB, bastante aquém da média da UE 27 (1.8%) e apenas superior à Grécia. 1999 2001 2003 2004 2005 Fonte: Eurostat No que respeita ao registo de marcas, o panorama é idêntico, com Portugal a apresentar um valor por milhão de habitantes (48, em 2006) apenas superior à Grécia, entre os países da UE 15. No entanto, entre 2001 e 2006, o número de marcas registadas por empresas portuguesas aumentou a um ritmo médio anual de 18.5% e em 2006, Portugal estava já próximo do objectivo fixado pelo Plano Tecnológico para 2010 (50 marcas comunitárias registadas por milhão de habitantes). Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 23 Relatório da Competitividade 2007 A inovação envolve investimentos por vezes avultados e de retorno ainda mais incertos que outros tipos de investimentos empresariais, pelo que o capital de risco, sobretudo de “semente” e “start-up”, surge como a forma de financiamento mais ajustada a tais investimentos. Em Portugal, o uso destas fontes de financiamento assume valores próximos da média da UE 15, em termos médios anuais. De notar que desde 2003 que este indicador se refere ao investimento em capital de risco efectuado num dado país independentemente da nacionalidade da entidade financiadora e que o seu valor pode ser influenciado por operações de elevado montante individual. As tecnologias de informação e comunicação podem ser uma fonte de melhoria da produtividade tão mais importante quanto mais generalizada a disponibilidade e utilização das mesmas (em temos espaciais, populacionais ou económicos), mas também quanto maior o grau de sofisticação do uso que delas for feito. O acesso à Internet em Portugal no contexto da UE é relativamente baixo nas famílias e nas pequenas empresas. Nestas empresas a taxa de acesso era 80% (93% na UE 15; 95% na UE 27). Nas “médias” e “grandes” empresas a situação em Portugal não é significativamente diferente do que se regista na UE. No caso das famílias a comparação é mais desfavorável para Portugal, com uma taxa de acesso de 35% quando a média da UE 15 é 58% e da UE 27 é 55%. De salientar, que em Portugal se nota uma significativa assimetria, consoante o nível de escolaridade das pessoas, com os indivíduos com graus de escolaridade mais avançados, a registarem níveis de acesso à Internet comparáveis com os de outros países europeus e superiores à média da UE 15. Relativamente ao acesso à Internet por acesso fixo de banda larga, em Julho de 2007, a taxa de penetração atingiu o valor de 14.8 por 100 habitantes. Este valor, Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 24 Relatório da Competitividade 2007 no conjunto dos países da UE 15 considerados na análise, é apenas superior ao da Grécia (6.8%), e próximo dos valores registados na Eslovénia, Irlanda e Itália. No acesso à Internet por banda larga, Portugal registou um aumento significativo entre Dezembro de 2002 e Julho de 2006, passando a taxa de penetração de 2.5% para 12.9% (+ 10.4 p.p.), mas no último ano (Julho 2006/Julho 2007) registou um dos crescimentos mais fracos na UE Portugal - Taxa de Penetração da Banda Larga Acessos por 100 habitantes 27. De notar que o peso relativo do acesso por banda larga nas empresas 14 ,8 12 ,9 média da UE 27, e que no caso das 8 ,2 4 ,8 famílias este peso relativo é superior 2 ,5 D e z- 0 2 D e z- 0 3 com acesso à Internet é idêntico à D e z- 0 4 J un- 0 6 J ul- 0 7 ao que se verifica na UE. Fonte: Comissão Europeia Este facto parece apontar para que, independentemente de alguns aspectos ligados ao grau de concorrência e a níveis de preços praticados, o ritmo de crescimento futuro no acesso em banda larga terá que ver com questões de natureza mais estrutural. Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 25 Relatório da Competitividade 2007 Indicadores de OUTPUT Portugal registou, em 2006, uma variação real do PIB de +1.3%, mais 0.8 p.p. do Portugal - Variação em volume do PIB e PIB per capita 1,3 1,0 1,3 1,0 0,8 2000-2006, o crescimento médio anual do PIB foi de 1.3%, valor que é um dos mais baixos entre os países 0,5 0,0 que no ano anterior. No período 0,0 considerados e apenas ligeiramente -0,7 -1,0 PIB per capita 2002 2003 2004 2005 PIB 2006 superior ao crescimento registado na Alemanha e Itália. Fonte: Eurostat O baixo ritmo de crescimento do PIB nos últimos anos (crescimento acumulado de 3.2% entre 2002 e 2006) conjugado com o crescimento da população (2.8% no mesmo período) conduziu a um ligeiro crescimento do PIB per capita nos últimos anos. Em 2006, medido em paridades de poder de compra, o PIB per capita português é o mais baixo na UE 15 correspondendo a 67% da respectiva média. Entre os novos Estados-membro a Eslovénia, República Checa, Chipre e Malta registam, em 2006, valores neste indicador superiores ao de Portugal. A criação liquida de emprego em Portugal foi cerca de 0.7% em 2006 (nula, em 2005). No período 2000-2006, o Portugal - Criação de Emprego Taxa de variação média anual volume de emprego cresceu em 0 ,7 0 ,5 0 ,1 média 0.7%, abaixo das médias da UE 27 (0.9%) e Área Euro (1.4%). De 0 ,0 destacar o elevado crescimento do - 0 ,4 2002 2003 2004 2005 2006 Fonte: Eurostat Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial emprego na Irlanda e na Espanha, entre os países considerados. 26 Relatório da Competitividade 2007 A taxa de emprego em Portugal, que diminuiu entre 2001 (69%) e 2005, registou, em 2006, uma subida de 0.4 p.p. atingindo o valor de 67.9%. Este valor situa-se no grupo de países com taxas de Portugal - Taxa de Emprego Emprego 15-64 anos em % população 15-64 anos emprego mais elevadas sendo superior às médias da UE 27 e da 6 9 ,0 UE 15 em, respectivamente, 3.5 6 8 ,1 6 7 ,9 6 7 ,8 6 7 ,5 p.p. e 1.9 p.p.. De referir que o objectivo da Estratégia de Lisboa 2001 2003 2004 2005 2006 Fonte: Eurostat era de 65% em 2005 e de 70% para 2010. Em Portugal, a produtividade por pessoa empregada, medida em paridades de poder de compra, corresponderá, em 2006, a 65.4% do valor médio da UE 25 sendo apenas superior, entre os países considerados na análise, ao nível da produtividade da Polónia. A produtividade aparente do trabalho em Portugal, cresceu a uma taxa média de 0.6%, no período 2000-2006. É um dos valores mais baixos da UE e, entre os países considerados, apenas superior ao registado em Itália e Espanha. De salientar os crescimentos significativos registados nos novos Estados-membro, na Grécia e na Irlanda. Os níveis relativamente baixos da criação líquida de emprego, no contexto de restruturação e de baixo crescimento económico, bem como o ritmo de crescimento da população activa, têm conduzido ao aumento da taxa de desemprego em Portugal, que em 2006 (7.7%) se situava próxima da mediana (7.5%) das taxas registadas nos países considerados na análise e acima da média da UE 15 (7.4%). Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 27 Relatório da Competitividade 2007 Indicadores de Input • Custos Laborais • Preços • Fiscalidade • Educação e Formação • Sociedade da Informação • Ambiente e Energia • Investimento • I&D e Inovação Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 28 Relatório da Competitividade 2007 Custos Laborais Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 29 Indicador: Custos Unitários Nominais do Trabalho - Total da Economia Definição: Relação entre a remuneração por trabalhador (inclui encargos sociais do empregador) e a produtividade por trabalhador, a preços correntes (2000=100). Apresenta-se a taxa de variação média anual para o período 2004-2006. Enquadramento: Apesar do abrandamento do ritmo de crescimento nos últimos três anos (1.9%) comparativamente ao triénio anterior (cerca de 4%), Portugal continua a registar aumentos dos custos unitários do trabalho para o total da economia elevados no contexto da Área Euro, pelo que se mantêm presentes condições propícias à deterioração da capacidade concorrencial baseada nos preços, dos bens e serviços portugueses. O aumento dos custos unitários do trabalho em Portugal acima da média da Área Euro (+1.0 p.p. em termos médios anuais no período 2004-2006) resulta de um crescimento superior das remunerações nominais (+0.7 p.p.), acompanhado de um crescimento inferior da produtividade do trabalho (-0.2 p.p.), padrão que se vem repetindo pelo menos desde 2002. No período 2004-2006, entre os países da Área Euro, apenas a Irlanda, Grécia, Itália e Espanha apresentaram um crescimento médio anual dos custos unitários do trabalho superior a Portugal. Custos Unitários Nominais do Trabalho - Total da Economia Variação média anual 2004-2006 (%) 5 4 3 2 1 0 -1 Coreia Área Euro UE 27 UE 15 EUA Polónia Rep. Checa Eslováquia Eslovénia Hungria Alemanha Países Baixos Finlândia Dinamarca França Portugal Espanha Itália Reino Unido Grécia Irlanda -2 Fonte: Price and Costs Competitiveness, CE DG ECOFIN (Base de Dados AMECO) Objectivos: Aumento dos custos unitários do trabalho no total da economia inferior aos verificados nos principais parceiros. O ritmo de crescimento da produtividade deverá ser determinante na evolução salarial. Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 30 Relatório da Competitividade 2007 Preços Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 31 Relatório da Competitividade 2007 Indicador: Preços de Gás – Indústria Definição: Preço de gás natural por Gigajoule, em euros, sem impostos, para os consumidores industriais da categoria-padrão de consumo I3-1, a que corresponde um consumo anual de 41860 GJ (equivalente a cerca de 1 milhão de m3) e um factor de carga de 200 dias (1600 horas). Enquadramento: Em Janeiro de 2007, Portugal era o 8º país da UE 15 com preços mais elevados (10º da UE 27), posição que, sensivelmente, se mantém desde 2005. A variação relativamente a igual período de 2006 foi de +1.7%, inferior à registada para o total da UE 27 (+9.6%), mas superior à registada em Espanha (-2.3%). Nesta categoria de consumo Portugal continua, em Julho de 2007, a registar níveis de preços superiores aos registados em Espanha em cerca de +4%, sendo de assinalar, por um lado, um diferencial bastante superior (+30%) para a categoria de consumo inferior, correspondente a cerca de 100 mil m3 , e, por outro, o registo de preços mais baixos do que em Espanha (cerca de -22%) nas categorias de consumo superiores (correspondente a 10 milhões de m3). Preços de Gás - Indústria - Janeiro 2007 (€/Gigajoule) 14 12 10 8 6 4 2 UE 27 UE 15 Rep. Checa Eslovénia Polónia Eslováquia Hungria Dinamarca Espanha Finlândia França Portugal Países Baixos Itália Reino Unido Alemanha 0 Fonte: Eurostat, Indicadores Estruturais, Outubro 2007 Objectivos: Reduzir o diferencial de nível de preços relativamente aos nossos principais parceiros económicos. Especificamente em relação a Espanha, importa anular o diferencial da ordem dos +30% no preço do gás natural no nível de consumo de 100 mil m3. A aplicação gradual da regulamentação em termos tarifários no quadro da liberalização deste mercado não deverá resultar em acréscimos de preços para os clientes industriais. Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 32 Relatório da Competitividade 2007 Indicador: Preços de Electricidade – Indústria – Pequenos Consumidores Definição: Preço de electricidade por MWh, em euros, sem impostos, para os consumidores industriais da categoria-padrão de consumo Ib, a que corresponde um consumo anual de 50kW e uma carga anual de 1000 horas. Enquadramento: Em Janeiro de 2007, Portugal é o 7º país da UE 27 com preços mais elevados, e o 5º da UE 15. Comparando com igual período de 2006, registou-se uma variação de +5.0%, semelhante à que foi registada na média da União Europeia. Relativamente ao nível de preços praticados em Espanha, a que corresponde sensivelmente o valor mediano da UE 27, o diferencial foi de cerca +13 %, valor que se manteve desde o ano passado. Preços de Electricidade - Indústria - Pequenos Consumidores Janeiro 2007 (€/MWh) 200 180 160 140 120 100 80 60 40 20 UE 27 UE 15 Polónia Rep.Checa Hungria Eslováquia Eslovénia Finlândia França Dinamarca Grécia Espanha Reino Unido Portugal Itália Países Baixos Alemanha Irlanda 0 Fonte: Eurostat Database, Outubro 2007 Objectivos: Reduzir, de uma forma sustentada, o diferencial de preços relativamente aos nossos parceiros comunitários mais importantes, nomeadamente em relação a Espanha, assegurando, para este efeito, as condições para o desenvolvimento de um mercado concorrencial e para um efectivo funcionamento do Mibel. Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 33 Relatório da Competitividade 2007 Indicador: Preços de Electricidade – Indústria – Grandes Consumidores Definição: Preço de electricidade por MWh, em euros, sem impostos, para os consumidores industriais da categoria-padrão de consumo Ig, a que corresponde um consumo anual de 24GkW, uma procura máxima de 4000kW e uma carga anual de 6000 horas. Enquadramento: Em Janeiro de 2007, o preço da electricidade em Portugal era o 4º mais elevado da UE 15 e o 6º da UE 27, posição que se tem sensivelmente mantido nos últimos anos. O diferencial de preços relativamente a Espanha, cerca de +12%, continua a ser maior do que o diferencial em relação à UE 27, cerca de +9%. A variação de preços em relação a igual período de 2006 foi de +5.2%, apenas ligeiramente inferior à que se verificou, em média, na UE e significativamente inferior à registada em Espanha. Esta melhoria de posição relativa terá sido, no entanto, contrariada pela evolução que se conhece já em relação a Julho 2007. A variação homóloga em Portugal foi de +7% e em Espanha de -11%. Preços de Electricidade - Indústria - Grandes Consumidores Janeiro 2007 (€/MWh) 120 100 80 60 40 20 UE 27 UE 15 Polónia Hungria Rep.Checa Eslovénia Eslováquia França Finlândia Grécia Países Baixos Espanha Reino Unido Portugal Alemanha Itália Irlanda 0 Fonte: Eurostat Database, Outubro 2007 Objectivos: O objectivo da redução dos custos de energia eléctrica no caso dos grandes consumidores industriais deverá privilegiar a criação de condições para o estabelecimento de parcerias entre estes e os fornecedores de electricidade. Trata-se também de, por esta via, assegurar uma maior previsibilidade dos preços, factor que se revela especialmente relevante no actual contexto dos mercados, caracterizado por um nível elevado de incerteza. Este processo só é, no entanto, exequível num mercado concorrencial e contando com um efectivo funcionamento do MIBEL. Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 34 Relatório da Competitividade 2007 Indicador: Preços das Chamadas Telefónicas - Empresas Definição: Preço de “cabaz OCDE” de chamadas telefónicas do Serviço Fixo de Telefone (SFT) de uma PME padrão (com 30 trabalhadores e 30 linhas telefónicas), em USD. Inclui encargos de assinatura e de consumo (IVA excluído). Enquadramento: Em Agosto de 2006, Portugal é o 6º país da UE 15 com preços mais elevados. No “cabaz OCDE” relativo às chamadas telefónicas internacionais para um utilizador empresarial, Portugal passa a ser o 3º país com preços mais elevados, situando-se abaixo do Reino Unido e, praticamente ao mesmo nível que a Finlândia e a Itália. No segmento residencial (com inclusão do IVA), Portugal ocupa a 4ª ou 5ª posição, consoante se consideram diferentes intensidades de utilização. Em determinados sectores de actividade na área dos serviços, o custo das chamadas telefónicas constitui um elemento relevante na estrutura de custos das empresas. Preços das Chamadas Telefónicas - Empresas Agosto 2006 (USD) 35000 30000 25000 20000 15000 10000 5000 EUA Coreia Hungria Eslováquia Polónia Rep.Checa Espanha Grécia Alemanha Dinamarca P.Baixos Irlanda Portugal França Reino Unido Itália Finlândia 0 Fonte: OCDE, Communications Outlook, 2007 Objectivos: Criar condições para, fundamentalmente através do aumento o nível de concorrência efectiva no mercado das comunicações fixas, baixar o nível de preços, aproximando-os da mediana da UE 15, a que equivale uma redução de cerca de 12%. Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 35 Relatório da Competitividade 2007 Fiscalidade Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 36 Relatório da Competitividade 2007 Indicador: Receitas Fiscais em percentagem do Produto Interno Bruto Definição: Rácio entre o montante de receitas fiscais (incluindo contribuições para a Segurança Social) e o Produto Interno Bruto, com base nos agregados das contas nacionais (ESA 95). Enquadramento: A carga fiscal na União Europeia interrompe, em 2005, a tendência decrescente que se vinha registando desde 1999, atingindo 40.8% (41.2% na Área Euro). As diferenças entre os Estados membro da UE continuam muito expressivas registando-se valores extremos de 52.1% na Suécia e de 28.8% na Roménia (entre os países considerados, na Dinamarca e Eslováquia com 51.2% e 29.5%, respectivamente). O peso das receitas fiscais em Portugal aumentou em 2005 (36.3%) +0.9 p.p. do que em 2004. Irlanda, Portugal e Espanha são entre os países da Área Euro considerados os que apresentam menor carga fiscal. Os 12 novos membros da UE continuam, em média, a apresentar cargas fiscais inferiores à média da União Europeia. Receitas Fiscais - 2005 (% do PIB) 60 50 40 30 20 10 UE 27 Área Euro Eslováquia Polónia Rep. Checa Hungria Eslovénia Irlanda Portugal Espanha Grécia Reino Unido Países Baixos Alemanha Itália Finlândia França Dinamarca 0 Fonte: Eurostat, News Release nº41/2007 Objectivos: Portugal deverá retomar uma política de redução da carga fiscal, nomeadamente sobre as empresas, prosseguindo a reforma do Estado e, em simultâneo, reduzindo o peso da despesa pública. Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 37 Relatório da Competitividade 2007 Indicador: Taxa Nominal de Imposto sobre o Rendimento das Empresas Definição: Taxa máxima incidente sobre o rendimento colectável das empresas, estabelecida na legislação nacional respectiva. Inclui, quando aplicável, sobretaxas e taxas locais incidentes sobre o rendimento das empresas. Enquadramento: Em Portugal, a taxa nominal de imposto incidente sobre o rendimento das empresas manteve-se em 2007, registando-se uma alteração na derrama que passou para 1.5% do lucro tributável. Entre os Estados-membro da UE considerados, a posição relativa de Portugal piorou, apresentando a sétima taxa mais elevada. A UE mantém a tendência de redução das taxas nominais de imposto sobre o rendimento das empresas, passando a média das taxas de 25.3% para 24.5% em 2007 (de 29.5% para 28.5% na Área Euro). As reduções registaram-se em sete países da UE (Bulgária, Países Baixos, Grécia, Espanha, Estónia, Eslovénia e Lituânia). A disparidade entre taxas nominais na UE continua significativa, com valores extremos de 38.7% na Alemanha e de 10% na Bulgária e Chipre. As taxas nominais reflectem parcialmente a taxa efectivamente paga pelas empresas. De referir ainda que em vários países existem taxas mais baixas para situações específicas. Taxa Nominal de Imposto sobre o Rendimento das Empresas - 2007 45 (%) 40 35 30 25 20 15 10 5 UE 27 Área Euro Hungria Polónia Eslováquia Eslovénia Rep. Checa Irlanda Grécia Países Baixos Finlândia Portugal Dinamarca Reino Unido Espanha França Itália Alemanha 0 Fonte: Comissão Europeia, Taxation trends in the European Union, 1995-2005 Objectivos: Reduzir a taxa nominal de imposto sobre as empresas e assegurar que, no quadro da concorrência internacional, as regras estabelecidas para o cálculo da matéria colectável, entre outros elementos, onde se registam diferenças significativas entre os vários países, sejam menos diversificadas. Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 38 Relatório da Competitividade 2007 Indicador: Receitas de Impostos sobre o Rendimento das Empresas Definição: Receitas dos impostos sobre o rendimento das empresas em percentagem do Produto Interno Bruto e do total das receitas fiscais, com base nos agregados das contas nacionais (ESA 95). Enquadramento: Em 2005, o peso dos impostos sobre o rendimento das empresas na UE aumentou, quer em percentagem do PIB (de 2.9% para 3.1%), quer em percentagem das receitas fiscais (de 8.1% para 8.5%). As diferenças entre os Estados-membro da UE são notórias. Na Alemanha os impostos sobre o rendimento das empresas representam 1.1% do PIB e 2.8% das receitas fiscais. No extremo oposto, encontra-se a República Checa onde os impostos sobre as empresas representam 4.5% do PIB e 12.3% das receitas fiscais. Em Portugal, em 2004, os impostos sobre o rendimento das empresas representavam 3.0% do PIB, valor próximo da média da UE que se situou, nesse ano, em 2.9%. O peso relativo destes impostos no total das receitas fiscais atingiria os 8.7% (+0.5 p.p. superior ao verificado em 2003 e +0.6 p.p. acima da média da UE). Receitas de Impostos sobre o Rendimento das Empresas - 2005 14 5 12 4 10 3 8 6 2 4 1 2 % do PIB (Esqa) UE 27 Área Euro Hungria Polónia Eslováquia Eslovénia Rep. Checa Alemanha Itália França Portugal * Reino Unido Finlândia Irlanda Grécia Países Baixos Dinamarca 0 Espanha 0 % das receitas fiscais (dta) Fonte: Comissão Europeia, Taxation trends in the European Union, 1995-2005 (*) 2004 Objectivos: A tributação fiscal deverá evoluir no sentido da redução da carga fiscal sobre o rendimento das empresas, aproximando-se de valores apresentados em países concorrentes. Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 39 Relatório da Competitividade 2007 Indicador: Taxas Implícitas de Tributação no Consumo, Trabalho e Capital Definição: Carga fiscal média efectiva sobre diferentes tipos de rendimento (trabalho e capital) ou actividades (consumo). Expressa-se pelo rácio das receitas fiscais sobre as respectivas bases fiscais, com base nos agregados das Contas Nacionais (ESA 95). Enquadramento: Na UE, as taxas implícitas de tributação incidentes sobre o consumo (22.1%), capital (27.3%) e o trabalho (35.2%) diferem substancialmente de país para país. Em 2005, entre os Estados-membro considerados, as taxas sobre o consumo variaram entre 33.7% (Dinamarca) e 16.3% (Espanha), no factor capital entre 46.5% (Dinamarca) e 14.4% (Eslováquia) e no factor trabalho entre 43.1% (Itália) e 25.5% (Reino Unido). Em Portugal, as taxas implícitas de tributação sobre o factor consumo (20%) e o factor trabalho (29.5%) tem-se mantido estáveis (19.1% e 28.1%, em 1995, respectivamente). Já a taxa implícita sobre o factor capital passou de 18.8% em 1995 para 32.6% em 2003, sendo neste ano uma das taxas mais elevadas entre os países considerados. A não disponibilidade de dados mais recentes para Portugal, não permite aferir o efeito nas taxas implícitas das alterações fiscais ocorridas em 2004 e 2005 em sede de IRC e de IVA. Taxas Implícitas de Tributação - 2005 (%) 50 45 40 35 30 25 20 15 10 5 Capital Trabalho UE 27 Área Euro Eslováquia Polónia Eslovénia *** Hungria *** Rep. Checa Grécia ** Países Baixos Alemanha Finlândia Itália Portugal * Espanha Reino Unido França Irlanda Dinamarca 0 Consumo Fonte: Comissão Europeia, Taxation trends in the EU, 1995-2005 (*) 2003 capital; 2004 trabalho e consumo (**) 2004 Capital (***) Não disponível tributação sobre o capital Objectivos: Em termos de competitividade num mundo globalizado, a tributação fiscal deverá evoluir no sentido da redução global da carga fiscal sobre os factores de produção capital e trabalho. Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 40 Relatório da Competitividade 2007 Educação e Formação Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 41 Relatório da Competitividade 2007 Indicador: População que obteve pelo menos o ensino secundário, por escalões etários Definição: Relação entre a população que obteve pelo menos o ensino secundário, com idades entre os 25 e os 64 anos distribuída por escalões etários decenais, e a população total do mesmo escalão etário. Enquadramento: O ensino secundário é um requisito importante para que os recursos humanos detenham as competências necessárias ao mercado de trabalho. Portugal apresenta a menor percentagem de população adulta com pelo menos o ensino secundário, nos vários escalões etários considerados. Além disso, o ritmo a que se têm feito progressos entre as gerações mais jovens tem sido inferior ao conseguido por outros países, como a Irlanda, Grécia, Espanha, Itália ou Coreia. População que obteve pelo menos o ensino secundário, por escalões etários - 2005 Em percentagem da população do mesmo escalão etário 20 20 10 10 0 0 25-34 Coreia 35-44 EUA 30 Polónia 30 Hungria 40 Eslováquia 40 Rep. Checa 50 Portugal 50 Espanha 60 Itália 60 Reino Unido 70 Grécia 70 Irlanda 80 França 80 Países Baixos 90 Alemanha 90 Dinamarca 100 Finlândia 100 45-54 55-64 Fonte: OCDE, Education at a Glance, 2007 Objectivos: Desenvolver esforços para aumentar significativamente a percentagem de população com o ensino secundário. Para tal é fundamental combater de forma eficaz o abandono escolar precoce; desenvolver acções de formação específicas para os jovens que já estão fora do sistema de ensino e reforçar de forma significativa as acções de formação e de aprendizagem ao longo da vida. Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 42 Relatório da Competitividade 2007 Indicador: Abandono Escolar Precoce Definição: Relação entre a população no escalão etário 18-24 anos com não mais que o 1º ciclo do ensino secundário (9ºano) que abandonou o sistema de ensino ou de formação, e a população total do mesmo grupo etário. Enquadramento: Portugal, não só apresenta o nível mais elevado de abandono escolar precoce (39.2% em 2006) entre os países em análise, como desde 2003 que não se registam progressos nesta matéria, após um período de melhoria significativa (-6.2 p.p.) entre 1998 e 2003. Paralelamente, a taxa de emprego no escalão etário 15-24 anos em Portugal é elevada no contexto da UE e mais elevada para os jovens com escolaridade inferior ao 9º ano que para os jovens com maior nível de escolaridade. Trata-se de uma situação grave, que põe em causa a necessária melhoria dos níveis de educação da população adulta, limitando assim as possibilidades de mobilidade para empregos mais qualificados ao longo da vida activa. Abandono Escolar Precoce - 2006 Em percentagem de população no escalão etário 18 - 24 anos 45 40 35 30 25 20 15 10 5 UE 27 UE 15 Eslovénia Rep.Checa Polónia Eslováquia Hungria Finlândia* Dinamarca Irlanda Países Baixos Reino Unido França Alemanha Grécia Itália Espanha Portugal* 0 Fonte: Eurostat, Indicadores Estruturais, Agosto 2007 (*) Previsão Objectivos: Concretizar a meta estabelecida pelo Plano Nacional de Emprego 2005-2008 de redução da taxa de abandono escolar precoce para 30% em 2008 e 25% em 2010, uma vez que é difícil atingir a meta de 10% fixada pela Comissão Europeia para 2010. Neste sentido será importante o desenvolvimento de acções que melhorem a qualidade do ensino, a atractividade da escola e uma adequada articulação entre os sistemas de educação e de formação, nomeadamente da formação profissional para jovens. Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 43 Relatório da Competitividade 2007 Indicador: Aprendizagem ao Longo da Vida Definição: Relação entre a população no escalão etário 25-64 anos que referiu participar em acções de formação ou educação durante as quatro semanas que precederam o inquérito utilizado (Inquérito ao Emprego), e a população total do mesmo grupo etário. Enquadramento: A percentagem da população no escalão etário 25 - 64 anos que anualmente participa em acções de formação tem vindo a reduzir-se em Portugal, passando de um máximo de 4.3% em 2004 para 3.8% em 2006, valor apenas superior ao da Grécia (1.9%). A Dinamarca, Reino Unido e Finlândia apresentaram os melhores resultados, com taxas superiores a 20% e, juntamente com os Países Baixos e Eslovénia, ultrapassavam em 2006 o objectivo para a média da UE 25 em 2010 (12.5%). A aprendizagem ao longo da vida tende a estar directamente relacionada com o grau de escolaridade. Pessoas com níveis de escolaridade mais elevados são mais propensas e receptivas à participação em acções de educação e formação ao longo da vida. Os baixos níveis gerais de escolaridade registados em Portugal dificultam também a convergência das taxas de aprendizagem ao longo da vida para níveis compatíveis com os desafios da sociedade do conhecimento. Aprendizagem ao Longo da Vida - 2006 Em percentagem da população no escalão etário 25 - 64 anos 35 30 25 20 15 10 5 UE 27 UE 15 Hungria Eslováquia Polónia Rep. Checa Eslovénia Grécia Portugal* Itália França Irlanda Alemanha Espanha Países Baixos Finlândia Reino Unido* Dinamarca 0 Fonte: Eurostat, Indicadores Estruturais, Agosto 2007 (*) Previsão Objectivos: Melhorar de forma significativa as condições para que as empresas invistam cada vez mais na qualificação dos recursos humanos. Aumentar gradualmente e de forma significativa o número de pessoas envolvidas em processos formais e/ou informais de aprendizagem ao longo da vida, de modo a aproximarmo-nos de uma taxa de 12.5%, que é simultaneamente a meta definida para 2010 pelo PNACE 2005-2008 e pela Comissão Europeia (para a média da UE 25). Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 44 Relatório da Competitividade 2007 Indicador: Jovens que concluíram pelo menos o ensino secundário Definição: Relação entre a população com idades entre os 20 e os 24 anos que obteve pelo menos o ensino secundário e a população total do mesmo escalão etário. Enquadramento: Portugal aumentou significativamente a percentagem de jovens que concluiram o ensino secundário (+10.3 p.p. entre 1998 e 2006) mantendo-se, apesar disso, como a taxa mais baixa entre os países considerados (49.6% em 2006). Acresce que desde 2004 que não se registam progressos neste indicador, dificultando a convergência para a meta estabelecida no Plano Tecnológico (atingir um valor de 65% em 2010). As elevadas taxas de abandono escolar precoce verificadas em Portugal desde há vários anos contribuem de forma significativa para este resultado. Os novos Estados-Membro (excepto a Hungria), a Irlanda e a Finlândia cumprem desde há vários anos o objectivo estabelecido pela Comissão Europeia para 2010 (85% dos jovens com 22 anos com pelo menos o ensino secundário). Jovens que concluíram pelo menos o ensino secundário - 2006 Em percentagem de população no escalão etário 20 - 24 anos 100 90 80 70 60 50 40 30 20 UE 15 UE 27 Hungria Eslovénia Eslováquia Polónia Rep.Checa Portugal Espanha Alemanha Países Baixos Itália* Dinamarca Reino Unido Grécia* França Finlândia* Irlanda 10 0 Fonte: Eurostat, Indicadores Estruturais, Agosto 2007 (*) Previsão Objectivos: Alcançar a meta de 65% para este indicador fixada no Plano Tecnológico para 2010. A concretização desta meta permitirá alguma aproximação ao objectivo da Comissão Europeia de, em 2010, pelo menos 85% dos jovens com 22 anos terem completado o ensino secundário. Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 45 Relatório da Competitividade 2007 Indicador: Estudantes no Ensino Superior Definição: Estudantes que frequentam o ensino superior em percentagem da população com idade entre os 20 e os 29 anos. Enquadramento: Portugal continua a registar uma taxa de crescimento anual dos estudantes que frequentam o ensino superior baixa no contexto dos países considerados (1.1% ao ano no período 1998-2005) e, simultaneamente, uma das mais baixas taxas de frequência do ensino superior em percentagem da população com idade entre os 20 e os 29 anos (24.8% em 2005). Os progressos conseguidos na década 1993-2003 (+9.2 p.p.) não parecem ter tido continuidade nos anos mais recentes, sendo a taxa de frequência do ensino superior em 2005 inferior à verificada em 2002. Entre os países da UE considerados destacam-se os elevados valores da Finlândia, Grécia, Dinamarca e, entre os novos Estados-Membro, da Eslovénia e da Polónia. Estudantes no Ensino Superior - 2005 Em percentagem da população no escalão etário 20-29 anos 50 45 40 35 30 25 20 15 10 5 UE 15* UE 27 Eslováquia Rep.Checa Hungria Polónia Eslovénia Alemanha Portugal Irlanda Espanha França Itália Países Baixos Reino Unido Dinamarca Grécia Finlândia 0 variação média anual (1998-2005) Fonte: Eurostat, Indicadores de Longo Prazo, Agosto 2007 (*) 2003 Objectivos: Aumentar a percentagem da população entre os 25 e os 64 anos com ensino superior de 13% em 2005 para 15% em 2010, tal como definido no Plano Tecnológico. Para tal é fundamental acelerar significativamente a taxa de crescimento dos estudantes que frequentam o ensino superior, com destaque para as áreas científicas e tecnológicas. Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 46 Relatório da Competitividade 2007 Indicador: Despesas Públicas em Educação Definição: Total das despesas públicas em educação, em percentagem do Produto Interno Bruto (PIB). Enquadramento: A despesa pública em educação em Portugal situa-se acima dos 5% do PIB há mais de uma década (5.3% em 2004), um valor relativamente elevado no contexto dos países considerados e superior à média da UE (5.1%). A despesa por aluno em paridades de poder de compra corresponde a 26.3% do PIB per capita (em 2004), um dos valores mais elevados entre os países considerados. No entanto, a posição relativa de Portugal é bastante distinta consoante o nível de ensino: uma despesa por aluno das mais elevadas no ensino básico e secundário e das mais baixas no ensino superior. As lacunas em matéria de educação em Portugal não parecem poder atribuir-se à escassez de recursos financeiros, sendo fundamental avaliar a sua eficiência. Despesas Públicas em Educação - 2004 (% do PIB) 9 8 7 6 5 4 3 2 1 UE 27* EUA Eslováquia Rep.Checa Polónia Hungria Eslovénia Grécia Espanha Itália Alemanha Irlanda Países Baixos Reino Unido Portugal França Finlândia Dinamarca 0 Fonte: Eurostat, Education database, Agosto 2007 (*) Estimativa Objectivos: É objectivo da Estratégia de Lisboa assegurar “um aumento anual substancial do investimento per capita em recursos humanos”. No entanto, este objectivo deve ser conciliado com outros que garantam a qualidade dos resultados alcançados, já que um aumento de investimentos, sendo necessário, não garante por si só melhoria da qualidade. Por exemplo, há que assegurar mecanismos de maior afectação de recursos financeiros a áreas de educação com maiores taxas de retorno em termos de qualidade, como sejam as áreas de ciência e tecnologia e à formação de base (ao nível do secundário). Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 47 Relatório da Competitividade 2007 Indicador: Despesas Públicas em Educação Definição: Total das despesas públicas em educação, em percentagem da despesa pública total. Enquadramento: A percentagem da despesa publica total que Portugal afecta à educação (11.2% em 2004) tem vindo a reduzir-se ligeiramente (-1.2 p.p. que em 1999), posicionando-se ainda entre as mais elevadas. Dos países considerados, apenas Portugal apresenta uma tendência de diminuição da importância relativa das despesas em educação na despesa pública total. Os aumentos mais significativos ocorreram na Irlanda (+3.3 p.p. entre 1999 e 2004), na Eslováquia (+1.6 p.p.) na Polónia (+1.5 p.p.) e na Hungria (+1.3 p.p.). A Irlanda, Dinamarca e Polónia destacam-se como os países da UE em análise que afectam maior proporção da sua despesa pública à educação (um pouco mais de 12%), ainda assim abaixo do valor dos EUA (cerca de 15%). Despesas Públicas em Educação - 2004 Em percentagem da despesa pública total 18 16 14 12 10 8 6 4 2 UE 27 EUA* Rep.Checa Eslováquia Hungria Eslovénia Polónia Grécia Alemanha Itália Países Baixos França Espanha Portugal Reino Unido Finlândia Dinamarca Irlanda 0 Fonte: Eurostat, Education Database, Agosto 2007 (*) 2001 Objectivos: É objectivo da Estratégia de Lisboa assegurar “um aumento anual substancial do investimento per capita em recursos humanos”. No entanto, este objectivo deve ser conciliado com outros que garantam a qualidade dos resultados alcançados, já que um aumento de investimentos, sendo necessário, não garante por si só melhoria da qualidade. Por exemplo, há que assegurar mecanismos de maior afectação de recursos financeiros a áreas de educação com maiores taxas de retorno em termos de qualidade, como sejam as áreas de ciência e tecnologia e à formação de base (ao nível do secundário). Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 48 Relatório da Competitividade 2007 Sociedade de Informação Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 49 Relatório da Competitividade 2007 Indicador: Nível de Acesso à Internet – Pequenas Empresas e Famílias Definição: Número de Pequenas Empresas e de Famílias que têm acesso à Internet em percentagem dos respectivos totais. As empresas consideradas têm entre 10 e 49 trabalhadores e pertencem aos sectores da Indústria Transformadora, Construção, Comércio e Serviços (secções Nace DFGHIKO). Enquadramento: Em Portugal, o nível de acesso à Internet é ainda relativamente reduzido. No universo das pequenas empresas, o nível de acesso é de 80%, registando-se na UE 15 uma taxa de 93%. Apenas 35% das Famílias acedem à Internet, que compara com um nível de 54% na UE 15. Medindo o nível de acesso pela percentagem de indivíduos – 36% em Portugal e 58% na UE 15 – detecta-se uma diferenciação acentuada segundo o nível de escolaridade. Assim, no conjunto dos indivíduos com escolaridade até ao 3º ciclo, a taxa de acesso reduz-se ainda para 19%, atingindo os níveis elevados de 80% e de 87% nas classes de indivíduos, respectivamente, com o ensino secundário e superior, ultrapassando o nível médio da UE 15 (respectivamente, de 68% e 84%). Nível de Acesso à Internet - 2006 Pequenas Empresas e Famílias 120 (%) 100 80 60 40 20 Famílias UE 27 UE 15 Hungria Polónia Eslováquia Rep.Checa Eslovénia Portugal Espanha Itália Reino Unido Grécia França Irlanda Alemanha Países Baixos Dinamarca Finlândia 0 Pequenas Empresas Fonte: Eurostat database Objectivos: Dar prioridade, no curto prazo, ao segmento “Pequenas Empresas” na prossecução do objectivo de atingir um nível de acesso à Internet em Banda Larga de 100% em 2010. No segmento “Famílias”, atingir, em 2010, um nível de acesso à Internet correspondente à média da UE 15. Deveria considerar-se uma política activa de promoção do uso de computador, por forma de ultrapassar o condicionamento decorrente dos actuais níveis de escolaridade da população. Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 50 Relatório da Competitividade 2007 Indicador: Taxa de Penetração da Banda Larga Definição: Número de linhas de acesso fixo de Banda Larga por 100 habitantes. Enquadramento: Em Julho de 2007, a taxa de penetração da Banda Larga (BL) em Portugal atingiu o valor de 14.8, que compara com um valor de 20.8 na UE 15 (18.2 na UE 27). Desde 2004 que Portugal vem baixando a sua posição relativa no conjunto dos países da UE, registando-se alguma desaceleração no crescimento do número de acessos fixos em BL. No conjunto das Famílias, a taxa de penetração da BL é de 24% (34% na UE 15) e nas Empresas é de 66% (77% na UE 15). Diferenciando por dimensão da empresa, a taxa é de 62%, 40% e 27%, respectivamente, nos escalões de nº de trabalhadores de 10 a 49, de 5 a 9 e de 1 a 4. A proporção das empresas que têm BL no total das que têm acesso à Internet – 79% - é igual em Portugal e na UE 27. No caso das Famílias, esta proporção - 68% é superior à registada na UE – 62%. Taxa de Penetração da Banda Larga - Julho 2007 (por 100 hab.) 40 35 30 25 20 15 10 5 UE 27 UE 15** Polónia Eslováquia Hungria Rep.Checa Eslovénia Grécia Portugal Irlanda Itália Espanha Alemanha França Reino Unido Finlândia Países Baixos* Dinamarca 0 Fonte: CE, Working document "BB access in the EU: situation at 1 July 2007", 15/10/07 (*) Abril 2007 (**) Estimativa Objectivos: No contexto da promoção da Sociedade de Informação, as metas específicas relativa à Banda Larga contidas no Plano Tecnológico, deverão privilegiar o objectivo-alvo “Pequenas Empresas”, de modo a atingir uma taxa de penetração da BL no total das empresas de 100% em 2010. Para além da necessidade de reforçar o nível da concorrência no mercado das telecomunicações visando melhores preços e qualidade do serviço, importa prosseguir a melhoria contínua da disponibilização “on-line” de serviços públicos. Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 51 Relatório da Competitividade 2007 Indicador: e-Government – Grau de Disponibilização Definição: O grau de disponibilização online de uma lista pré-definida de 20 serviços públicos básicos destinados a empresas e cidadãos é medido através de: Índice de Disponibilização Completa (% dos serviços públicos totalmente disponiblizados online) e Índice de Sofisticação (classificação em % do nível de sofisticação com que estes serviços são disponilibizados). Enquadramento: No conjunto dos países seleccionados, Portugal atinge, em 2007, os primeiros lugares em ambos os índices do e-Government. No Índice de Disponibilização Completa, Portugal, juntamente com a Eslovénia, é o 3º país da UE 27 com classificação mais elevada, e no Índice de Sofisticação, juntamente com o Reino Unido, é o 4º país a registar um valor mais elevado. Considerando os serviços públicos destinados a empresas, Portugal atinge a primeira posição da UE 27 em ambos os índices. É de salientar o significativo progresso registado desde 2005, sobretudo no último ano. Portugal, assim como Malta, Eslovénia e a Estónia foi considerado um “fast mover”. e-Government - Grau de Disponibilização - 2007 (%) 120 100 80 60 40 20 Disponibilização Completa UE 27 Polónia Eslováquia Hungria Rep.Checa Eslovénia Grécia Irlanda Dinamarca Países Baixos Finlândia Espanha França Itália Alemanha Reino Unido Portugal 0 Sofisticação Fonte: Benchmarking the supply of online public services, 7th measurement, Capgemini para a Comissão Europeia, Setembro 2007 Objectivos: Manter a posição relativa alcançada, acompanhando os níveis de sofisticação que vão sendo desenvolvidos na prestação de serviços públicos na União Europeia. Neste domínio, a tendência de evolução será no sentido de atingir um cada vez maior nível de conveniência para os utilizadores destes serviços, donde se destaca a minimização dos encargos administrativos decorrentes dessa utilização. Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 52 Relatório da Competitividade 2007 Indicador: Taxa de Penetração Telefónica Fixa Definição: Número de acessos telefónicos principais fixos por 100 habitantes. Inclui acessos analógicos e digitais. Enquadramento: A taxa de penetração telefónica em Portugal foi de 40% em 2006, uma das mais baixas da UE 15, que registou uma taxa média de 53%. No conjunto da UE 15, a posição relativa de Portugal melhora de 14º para a 10º posição, quando se considera a taxa de penetração do total de acessos de comunicação (analógicos, digitais, móveis, DSL e cabo). A reduzida taxa de penetração telefónica é, em parte, explicada pelo tardio investimento público na infra-estrutura fixa conjugado com o crescimento dos acessos móveis entretanto verificado e, também, pelos preços ainda relativamente elevados da assinatura de linha telefónica e das comunicações fixo-móvel. Este indicador não deixa de revelar uma condicionante do desenvolvimento das ligações à Internet por via “dial-up” e ADSL, nomeadamente nas regiões não cobertas por ofertas de cabo. Taxa de Penetração Telefónica Fixa - 2006 (por 100 hab.) 70 60 50 40 30 20 10 UE 27 UE 15 Coreia EUA Eslováquia Polónia Rep.Checa Hungria Finlândia Portugal Espanha Eslovénia Itália Países Baixos Irlanda Grécia França Reino Unido Dinamarca Alemanha 0 Fonte: ITU, World Telecommunications Indicators Database, 2006 Objectivos: Tendo como objectivo fomentar o nível de acesso à Internet, o aumento da taxa de penetração telefónica constitui, fundamentalmente, um factor de promoção da concorrência entre infraestruturas de acesso fixo. Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 53 Relatório da Competitividade 2007 Ambiente e Energia Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 54 Relatório da Competitividade 2007 Indicador: Intensidade Energética da Economia Definição: Rácio entre o Consumo Bruto de Energia (carvão, electricidade, petróleo, gás natural e energias renováveis) e o Produto Interno Bruto (a preços constantes de 1995). É expresso em kgep (kilograma equivalente de petróleo) por 1000 euros. É um indicador da medida de eficiência energética global na economia. Enquadramento: A intensidade energética em Portugal voltou a crescer em 2005 contrariamente ao verificado na União Europeia que regista um decréscimo de -1.4% (-1.5% na UE 15). Entre os países considerados, apenas a Hungria (+1.9%), a Itália (+1.0%) e Finlândia (+0.3%) aumentaram a intensidade energética das suas economias. Contrariamente, nas restantes economias verifica-se um melhor desempenho, sendo mais expressivo na Grécia (-10.2%), Alemanha (-9.4%), Dinamarca (-5.8%) e na República Checa (-5.8%) . A posição relativa de Portugal voltou a piorar, sendo no conjunto das economias da UE 15, logo a seguir à Finlândia, a que apresenta uma intensidade energética mais elevada. Intensidade Energética da Economia - 2005 (Kgep / 1000 €) 1000 900 800 700 600 500 400 300 200 100 UE 15 UE 27 EUA* Eslovénia Hungria Polónia Rep. Checa Eslováquia Dinamarca Irlanda Alemanha França Itália Países Baixos Reino Unido Espanha Grécia Portugal Finlândia 0 Fonte: Eurostat, Indicadores Estruturais (*) 2004 Objectivos: Atingir em 2010 um valor próximo da média da UE 15. A consecução deste objectivo passa pela intensificação de políticas públicas que visem uma maior racionalidade na utilização da energia pelas empresas e famílias, através da eficiência energética. Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 55 Relatório da Competitividade 2007 Indicador: Consumo Bruto de Energia por Fontes de Energia Definição: Consumo bruto de energia ventilado por fontes de energia (combustíveis sólidos, petróleo, gás natural, energia nuclear e energias renováveis). Enquadramento: No conjunto dos países da UE considerados, Portugal voltou a ser o país com o maior peso de petróleo e produtos petrolíferos no consumo de energia (59.1% em 2005), seguindo-se, também com valores superiores a 50%, a Grécia (58%) e a Irlanda (56%). A distância face à média da UE 27 é significativa, de +22.1 p.p.. No consumo bruto de energia a partir de fontes renováveis Portugal continua a ter uma posição favorável, com um peso de 14% e bastante acima da média da UE 27 (7%). Apenas a Finlândia (24%) e a Dinamarca (16%) apresentam um consumo de energia renovável mais expressivo. Consumo Bruto de Energia por Fontes de Energia - 2005 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% Petróleo Gás Natural Combustíveis Sólidos Renováveis UE 27 * Eslováquia Rep. Checa Polónia Hungria Eslovénia Finlândia França Alemanha * Reino Unido Países Baixos Dinamarca Itália Espanha Irlanda Grécia Portugal 0% Nuclear Fonte: Eurostat, Energy Balance, Data 2004 - 2005 (*) Provisório Objectivos: Acelerar a implementação de medidas que contribuam para uma efectiva redução da dependência de combustíveis fósseis, com incidência particular nas energias renováveis e na eficiência energética, contribuindo assim, quer para uma maior segurança e diversificação do aprovisionamento energético, quer para um melhor desempenho ambiental. Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 56 Relatório da Competitividade 2007 Indicador: Electricidade produzida a partir de Fontes de Energia Renováveis Definição: Peso da electricidade produzida a partir de fontes de energia renováveis (FER) no consumo bruto nacional de electricidade. As fontes de energia renováveis consideradas respeitam a energia eólica, solar, geotérmica, hidráulica, de biomassa e de gases dos aterros e das instalações de tratamento de lixos. Enquadramento: O consumo de electricidade produzida a partir de fontes renováveis na União Europeia mantevese em 2005 em torno dos 14% - valor distante da meta de 21% estabelecida para 2010. As diferenças entre os Estados-membro da UE são significativas tendo a Áustria o melhor desempenho (57.9%) em contraste com o peso pouco expressivo da Estónia (1.1%). Em 2005, apenas 16.0% do consumo de electricidade em Portugal teve origem renovável - um dos mais baixos valores registados (máximo de 44.3% em 1996) e que encontra justificação na quebra assinalável da componente hídrica. A distância face à meta a atingir em 2010 ampliou-se significativamente. Valores disponíveis para 2006 apontam já para uma inversão desta situação. Electricidade produzida a partir de Fontes Renováveis - 2005 Em percentagem do Consumo Nacional Bruto de Electricidade 45 40 35 30 25 20 15 10 5 M eta 2010 (conforme Directiva 2001/77/CE) UE 27 UE 15 Polónia Rep. Checa Hungria Eslováquia Eslovénia Reino Unido Irlanda Países Baixos Grécia Alemanha França Itália Espanha Portugal Finlândia Dinamarca 0 Fonte: Eurostat, Indicadores Estruturais (*) 2004 Objectivos: Acelerar a promoção de medidas e iniciativas que permitam reforçar o peso do consumo nacional de electricidade de origem renovável, atingindo-se os 45% em 2010. A concretização da nova meta estabelecida pelo Governo - superior em 6 p.p. ao compromisso assumido por Portugal no quadro da Directiva 2001/77/CE - contribuirá quer para uma menor dependência do petróleo quer para o necessário esforço de redução de gases com efeito de estufa estabelecido no Plano Nacional para as Alterações Climáticas. Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 57 Relatório da Competitividade 2007 Indicador: Emissão de Gases com Efeito de Estufa Definição: Variação do nível de emissões do cabaz de seis gases com efeito de estufa (GEE) expressas em CO2 equivalente, considerado para efeitos de cumprimento do Protocolo de Quioto - emissões de dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), óxido nitroso (N2O), hidrofluorcarbonos (HFC), perfluorcarbonos (PFC) e hexafluoreto de enxofre (SF6). Indicação das metas de Quioto a atingir por cada um dos países e pela UE (variação máxima entre o valor de emissões registado no ano base - em geral o ano de 1990 - e o seu valor, em média, entre 2008 e 2012). Enquadramento: Em 2005, o nível de emissões de GEE na UE 15 reduziu-se em 2% (comparativamente a 1990), ainda assim distante do esforço de redução que é necessário garantir no período 2008-2012 para cumprir Quioto (-8.0%). A Espanha (37.3 p.p.), Itália (18.6 p.p.), Portugal (13.4 p.p.), Dinamarca (13.2 p.p.), e Irlanda (12.4 p.p.) são, entre os países considerados, os que se distanciam mais das respectivas metas. As emissões de gases com efeito de estufa em Portugal continuam a crescer a um ritmo bastante significativo (+40.4% em 2005 face a 1990) agravando-se a distância face à meta de Quioto (+27.0%). Emissão de Gases com Efeito Estufa - 2005 Variação face a 1990 60 50 40 30 20 10 0 -10 -20 -30 M etas Quioto 2008-12 UE 15 EUA **** Hungria *** Eslováquia Polónia * Rep. Checa Eslovénia ** Alemanha Reino Unido Dinamarca Finlândia França Países Baixos Itália Irlanda Grécia Portugal Espanha -40 Fonte: Agência Europeia do Ambiente, Technical Report nº7/2007 (*) variação face a 1988; (**) variação face a 1986; (***) variação face à média 1985-1987; (****) valor de 2003 Objectivos: Acelerar a implementação de medidas e políticas, particularmente nos sectores dos transportes e serviços/residencial, que permitam o cumprimento das metas estabelecidas em Quioto sem pôr em causa um elevado ritmo de crescimento da economia portuguesa e uma melhoria da competitividade das empresas. Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 58 Relatório da Competitividade 2007 Indicador: Resíduos Sólidos Urbanos Definição: Total de resíduos sólidos urbanos (RSU) recolhidos, medido em kg por pessoa /ano, segundo o destino final: deposição em aterro, incineração, outros destinos. Os resíduos sólidos urbanos respeitam basicamente a resíduos domésticos e resíduos similares provenientes da actividade empresarial. Enquadramento: A quantidade de resíduos sólidos urbanos recolhidos na UE difere significativamente entre os seus Estados-membro, registando-se, em 2005, um máximo de 740 Kg pessoa/ano na Irlanda e um mínimo de 245 Kg na Polónia. A média da UE 27 situou-se em 518 Kg e da UE 15 em 567 Kg. Em Portugal recolheram-se 446 Kg de RSU por pessoa, um dos valores mais baixos entre os países da UE considerados. Apesar da melhoria registada face a 2004, a deposição em aterro continua a ser o principal destino dos resíduos (62%), valor substancialmente acima da média da UE 15 (39%) e da UE 27 (45%). A importância relativa dos “Outros Destinos”, onde se inclui a reciclagem, aumentou ligeiramente embora ainda com um peso reduzido (16%) sobretudo em comparação com os Países Baixos (65%) e a Alemanha (61%). Resíduos Sólidos Urbanos - 2005 (Kg pessoa/ano) 800 700 600 500 400 300 200 100 Aterro Incineração UE 27 UE 15 Polónia Rep. Checa Eslováquia Eslovénia Hungria Grécia Portugal Finlândia Itália* França Reino Unido* Espanha* Alemanha* Países Baixos Dinamarca Irlanda 0 Outros Destinos Objectivos: Desenvolvimento de estratégias de gestão de resíduos que permitam dar cumprimento aos objectivos estabelecidos nas directivas comunitárias relativas à deposição em aterro e à incineração bem como às que dizem respeito a fluxos de resíduos específicos (de embalagens, de equipamentos eléctricos e electrónicos, de veículos em fim de vida, pilhas e acumuladores, etc). Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 59 Relatório da Competitividade 2007 Indicador: Transporte Rodoviário de Mercadorias Definição: Peso do transporte rodoviário de mercadorias, em toneladas-km, no total do transporte de mercadorias por rodovia, ferrovia e vias navegáveis interiores. Enquadramento: O transporte de mercadorias por via rodoviária continua a ter um peso bastante significativo na União Europeia. Em 2005, na UE 27, 76.5% das mercadorias foram transportadas por via rodoviária (76.3% na UE 15), registando-se, entre os países considerados, valores extremos na Irlanda (98.3%) e nos Países Baixos (65.8%). Em Portugal, o transporte de mercadorias continua também a ser efectuado maioritariamente por via rodoviária (94.7% em 2005). Embora a situação geográfica possa contribuir em parte para o elevado peso deste indicador, a posição relativa de Portugal no quadro comunitário é pouco favorável, apenas sendo ultrapassado pela Irlanda (98.3%), Grécia (97.4%) e Espanha (95.2%). Transporte Rodoviário de Mercadorias - 2005 (%) 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 EUA ** UE 27 * UE 15 * Polónia Hungria Eslováquia * Rep. Checa Eslovénia Países Baixos Alemanha Finlândia França Reino Unido * Itália * Dinamarca Portugal Espanha Grécia Irlanda 0 Fonte: Eurostat, Indicadores Estruturais (*) Estimativa (**) 2003 Objectivos: Implementar medidas que assegurem um sistema de transportes integrado e equilibrado, tendo em vista, nomeadamente, a redução gradual do peso da rodovia no transporte de mercadorias, conforme orientações da política de transportes comunitária. Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 60 Relatório da Competitividade 2007 Investimento Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 61 Relatório da Competitividade 2007 Indicador: Formação Bruta de Capital Fixo do Sector Privado Definição: Valor das aquisições, por entidades privadas residentes, de activos fixos deduzidos das alienações e acrescidos da valorização de activos não produzidos. Consideram-se como activos fixos: edifícios, estruturas, máquinas e equipamentos, exploração de minerais, software e originais artísticos e literários. A valorização de activos não produzidos, em regra activos naturais, corresponde à valorização de melhorias nesses recursos como sejam o crescimento das florestas ou o envelhecimento do vinho. Este agregado é obtido a partir das Contas Nacionais e está expresso em percentagem do Produto Interno Bruto (PIB). Enquadramento: Portugal mantém a tendência de redução do peso da FBCF do sector privado no PIB iniciada em 2001 (-4.4 p.p. entre 2000 e 2006), apresentando em 2006 um valor intermédio (18.9% do PIB) no contexto dos países considerados, embora ainda acima da média da UE. A FBCF é importante a médio e longo prazo, na medida em que contribui para a melhoria da capacidade produtiva. Apesar do elevado esforço de investimento da economia portuguesa nos últimos anos, os efeitos em termos de crescimento sustentado do PIB parecem menores do que os registados noutros países com um peso da Formação Bruta de Capital Fixo mais baixo. Formação Bruta de Capital Fixo do Sector Privado - 2006 (% do PIB) 30 25 20 15 10 5 UE 15** UE 25** Polónia Hungria Rep.Checa* Eslováquia Eslovénia Reino Unido Alemanha Países Baixos Finlândia França Itália Portugal Dinamarca Grécia* Irlanda* Espanha 0 Fonte: Eurostat, Indicadores Estruturais, Agosto 2007 (*) Previsão (**) 2005 Objectivos: As estratégias empresariais e as políticas públicas devem convergir no sentido de aumentar o volume e a “qualidade” do investimento, com uma maior concentração deste em projectos com elevado valor acrescentado, por unidade de emprego. Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 62 Relatório da Competitividade 2007 Indicador: Fluxos de Investimento Directo do Estrangeiro (inflows) Definição: Fluxo de entrada de investimento directo estrangeiro (IDE) em cada país, em percentagem do PIB. Investimento directo estrangeiro é definido como o investimento de uma entidade residente numa economia com o objectivo de obter um interesse duradouro numa empresa residente noutra economia. Por interesse duradouro entende-se a existência de uma relação de longo prazo entre o investidor directo e a empresa e um significativo grau de influência do investidor na gestão da mesma, adoptandose como critério uma posição não inferior a 10% do capital ou do direito de voto. Enquadramento: Nos últimos anos, o peso no PIB dos fluxos de investimento directo do estrangeiro tem vindo a reduzirse na generalidade dos países da UE 15, mantendo-se estável nos novos Estados-Membro do Centro e Leste Europeu. Portugal tem acompanhado esta tendência, mantendo-se numa posição intermédia entre os países considerados. No período 2001-2005 os fluxos de entrada de IDE em Portugal representaram, em termos médios anuais, 3.0% do PIB, superior à Irlanda e idêntico à Espanha. Os Países Baixos, a República Checa, a Eslováquia e a Hungria, que há vários anos estão entre os maiores receptores de IDE em percentagem do PIB, apresentam um valor médio anual superior a 5%. Os valores de investimento estrangeiro de países como os Países Baixos e a Espanha (juntamente com o Luxemburgo e Suíça) devem ser vistos com algum cuidado, pois são influenciados pela passagem por holdings de empresas aí domiciliadas de fluxos que fazem aumentar os valores de investimento dentro e fora do país, sem que tal tenha efeitos significativos no seu sector empresarial. Fluxos de Investimento Directo do Estrangeiro (inflows) Média anual no período 2001-2005 8 (% do PIB) 7 6 5 4 3 2 1 Coreia EUA UE 15 Polónia Hungria Eslováquia Rep. Checa Grécia Itália Alemanha Dinamarca Irlanda Finlândia França Portugal Espanha Reino Unido Países Baixos 0 Fonte: OCDE, International Investment database, Agosto 2007 Objectivos: Aumentar significativamente a captação de investimento directo estrangeiro, designadamente em actividades com elevados níveis de produtividade ou que contribuam para o desenvolvimento tecnológico e da inovação em Portugal. Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 63 Relatório da Competitividade 2007 Indicador: Fluxos de Investimento Directo no Estrangeiro (outflows) Definição: Fluxos de investimento directo de cada país no exterior, em percentagem do PIB. Investimento directo estrangeiro é definido como o investimento de uma entidade residente numa economia com o objectivo de obter um interesse duradouro numa empresa residente noutra economia. Por interesse duradouro entende-se a existência de uma relação de longo prazo entre o investidor directo e a empresa e um significativo grau de influência do investidor na gestão da mesma, adoptandose como critério uma posição não inferior a 10% do capital ou do direito de voto. Enquadramento: Os fluxos de investimento directo de Portugal no exterior representaram, em termo médios anuais, 3.2% do PIB no período 2001-2005. Trata-se de um valor ligeiramente superior ao do investimento do exterior em Portugal (3.0% do PIB) e intermédio entre os países considerados. Os valores de investimento estrangeiro de países como os Países Baixos e a Espanha (juntamente com o Luxemburgo e Suíça) devem ser vistos com algum cuidado, pois são influenciados pela passagem por holdings aí domiciliadas de fluxos que fazem aumentar os valores de investimento dentro e fora do país, sem que tal tenha efeitos significativos no seu sector empresarial. Fluxos de Investimento Directo no Estrangeiro (outflows) Média anual no período 2001-2005 12 (% do PIB) 10 8 6 4 2 Coreia EUA UE 15 Eslováquia Rep. Checa Polónia Hungria Grécia Alemanha Itália Finlândia Dinamarca Portugal Reino Unido França Espanha Irlanda Países Baixos 0 Fonte: OCDE, International Investment database, Agosto 2007 Objectivos: O investimento directo no exterior é um factor importante de desenvolvimento do país, sobretudo se os fluxos comerciais acompanharem esses investimentos. Devem ser consideradas pelas empresas, sempre que possível, estratégias articuladas de investimento e de exportação de bens e serviços. Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 64 Relatório da Competitividade 2007 Indicador: Stock de Investimento Directo Estrangeiro Definição: Stock de investimento directo do estrangeiro em cada país (inward) e de cada país no estrangeiro (outward), em percentagem do PIB. Investimento directo estrangeiro é definido como o investimento de uma entidade residente numa economia com o objectivo de obter um interesse duradouro numa empresa residente noutra economia. Por interesse duradouro entende-se a existência de uma relação de longo prazo entre o investidor directo e a empresa e um significativo grau de influência do investidor na gestão da mesma, adoptandose como critério uma posição não inferior a 10% do capital ou do direito de voto. Enquadramento: O stock de investimento directo de Portugal no estrangeiro equivalia em 2005 a 23.8% do PIB, cerca de +20 p.p. que em 1995. Na mesma década, o investimento directo do exterior em Portugal aumentou +18 p.p., equivalendo em 2005 35.4% do PIB. Tratam-se de valores intermédios no contexto dos países em análise, onde se destacam pelo elevado stock de investimento directo do estrangeiro em percentagem do PIB, a Irlanda, os Países Baixos a Hungria e a República Checa. Em termos de stock de investimento directo no exterior (em percentagem do PIB) destacam-se os Países Baixos, o Reino Unido, a Irlanda e a Dinamarca. Stock de Investimento Directo Estrangeiro - 2005 120 (% do PIB) 100 80 60 40 20 Stock de Investimento Directo do Estrangeiro (Inward) Coreia* EUA UE 15 Polónia Eslováquia Rep. Checa Hungria Grécia Itália Alemanha Finlândia França Espanha Portugal Reino Unido Dinamarca Irlanda Países Baixos 0 Stock de Investimento Directo no Estrangeiro (Outward) Fonte: OCDE, International Investment database, Agosto 2007 (*) 2003 Objectivos: Aumentar significativamente a captação de fluxos de investimento directo estrangeiro, designadamente em actividades com elevados níveis de produtividade ou que contribuam para o desenvolvimento tecnológico e da inovação em Portugal. O investimento directo no exterior é, por seu lado, um factor importante de desenvolvimento do país, sobretudo se os fluxos comerciais acompanharem esses investimentos. Devem ser consideradas pelas empresas, sempre que possível, estratégias articuladas de investimento e de exportação de bens e serviços. Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 65 Relatório da Competitividade 2007 I&D e Inovação Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 66 Relatório da Competitividade 2007 Indicador: Licenciados em Ciência e Tecnologia Definição: Número de novos graduados em ciência e tecnologia, por mil habitantes no escalão etário 20-29 anos. Enquadramento: Em 2005, Portugal registou 12 novos graduados em ciência e tecnologia por 1000 habitantes no escalão etário 20-29 anos. Este valor é igual ao da meta definida para 2010 pelo Plano Tecnológico. A Irlanda (24.5), França (22.5), Reino Unido (18.4), Finlândia (17.7) e Dinamarca (14.7) são os países que registam maior número de novos graduados em áreas científicas e tecnológicas, quando comparados com o valor médio de 12.9 na UE 27. Licenciados em Ciência e Tecnologia - 2005 Por 1000 habitantes no escalão etário 20-29 anos 30 25 20 15 10 5 EUA UE 27 Hungria* Rep.Checa Eslovénia Eslováquia Polónia Países Baixos Alemanha Itália Grécia Espanha Portugal* Dinamarca Finlândia Reino Unido França Irlanda 0 Fonte: Eurostat, Indicadores Estruturais, Outubro 2007 (*) Quebra de série desde 2004 Objectivos: Criar condições em termos de programas e de infra-estruturas para uma maior ênfase no ensino nas áreas científicas e tecnológicas, nomeadamente ao nível do ensino básico e secundário. Incentivar os jovens para a aprendizagem e experimentação de modo a reforçar a tendência de aumento do rácio de licenciaturas em Ciência e Tecnologia para valores próximos da média da UE. Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 67 Relatório da Competitividade 2007 Indicador: Despesas em Investigação e Desenvolvimento Definição: Despesas totais em Investigação e Desenvolvimento (I&D), em percentagem do Produto Interno Bruto (PIB). Inclui as despesas em I&D das administrações públicas, das empresas, do ensino superior e das instituições privadas sem fins lucrativos. Enquadramento: Apesar de Portugal continuar a registar uma evolução positiva em termos de investimento total em I&D, o seu nível mantém-se baixo no conjunto dos países da UE. A distância face à meta para 2010 é de -0.99 p.p. para Portugal e de -1.16 p.p. para a UE 27. Em 2005, o nível de despesas de I&D mais elevado foi registado na Suécia (3.86% do PIB), Finlândia (3.48%), Alemanha (2.51%) e Dinamarca (2.44%). Despesas em Investigação e Desenvolvimento - 2005 (2010) (2010) (2008) (2010) (2010) (2010) \ 1,5 (2010) (2010) 2,0 (2010) (2010) (2006) (2010) 2,5 (2014) 3,0 (2010) 3,5 (2010) (2010) 4,0 (% do PIB) (2010) 4,5 1,0 0,5 UE 27** UE 15** EUA*** Eslováquia Polónia Hungria Eslovénia Rep. Checa Grécia*** Portugal** Itália* Espanha Irlanda*** Reino Unido** Países Baixos*** França*** Dinamarca*** Alemanha** Finlândia 0,0 target Fonte: Eurostat, Indicadores Estruturais, Outubro 2007 (*) 2004 - Reino Unido, Países Baixos, Itália, EUA (**) Valores estimados (***) Valores provisórios Objectivos: Concretizar o objectivo definido no Plano Tecnológico de atingir, em 2010, 1.8% do PIB em despesas de I&D (1.0% de despesas públicas e 0.8% de despesas privadas). Para além do aumento significativo das despesas em I&D, em Portugal haverá que desenvolver acções que conduzam a uma efectiva articulação entre as instituições de investigação e as empresas e promover medidas de difusão dos seus resultados pela economia contribuindo para o lançamento de novos produtos desejados pelos mercados. Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 68 Relatório da Competitividade 2007 Indicador: Despesas Públicas em Investigação e Desenvolvimento Definição: Despesas em Investigação e Desenvolvimento (I&D) financiadas pelas administrações públicas em percentagem das despesas totais em I&D. Enquadramento: De acordo com os dados disponíveis, a Polónia assim como Portugal continuam a ser os países em que o financiamento público assume maior importância no total das despesas em I&D. Entre 1999 e 2005, o peso das despesas em I&D financiadas pelas administrações públicas tem-se mantido constante na UE 27. Despesas em I&D financiadas pelas Administrações Públicas - 2005 Em percentagem das despesas totais em I&D 70 60 50 40 30 20 10 EUA*** UE 15** UE 27** Eslovénia Rep.Checa Hungria Eslováquia Polónia Finlândia* Dinamarca* Alemanha* Reino Unido* Irlanda*** Países Baixos* França* Espanha* Grécia* Portugal* 0 Fonte: Eurostat, Indicadores Estruturais, Outubro 2007 (*) 2003-Portugal, Grécia, Países Baixos, Dinamarca, EUA (*) 2004-Espanha, França, Reino Unido, Alemanha, Finlândia (**) Valores estimados (***) Valores provisórios Objectivos: Aumentar as despesas públicas em I&D para níveis que, conjugados com um maior investimento do sector privado, conduzam ao objectivo de crescimento significativo das despesas totais em I&D à disseminação dos seus resultados pela economia, contribuindo para o lançamento de novos produtos desejados pelos mercados. Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 69 Relatório da Competitividade 2007 Indicador: Despesas Privadas em Investigação e Desenvolvimento (Indústria) Definição: Despesas em Investigação e Desenvolvimento (I&D) financiadas pelo sector privado (indústria) em percentagem das despesas totais em I&D. Enquadramento: Do conjunto dos países considerados, Portugal continua a manter uma posição relativamente baixa, apenas superior à Grécia. A participação das empresas portuguesas em actividades de I&D continua a não ser suficiente para alcançar a média da UE 27. De acordo com os dados disponíveis, os EUA mantêm um nível de despesa privada no total das despesas de I&D superior ao da UE 27, devido a diferenças na estrutura empresarial e à dimensão da indústria de alta tecnologia. Despesas em I&D financiadas pelo Sector Privado (Indústria) - 2005 Em percentagem das despesas totais em I&D 80 70 60 50 40 30 20 10 UE 27** UE 15** EUA*** Polónia Eslováquia Hungria Rep.Checa Eslovénia*** Grécia* Portugal* Reino Unido* Espanha* Países Baixos* França* Irlanda*** Dinamarca* Alemanha* Finlândia* 0 Fonte: Eurostat, Indicadores Estruturais, Outubro 2007 (*) 2003- Dinamarca, Países Baixos, Portugal, Grécia (*) 2004- Finlândia, Alemanha, França, Espanha, Reino Unido, EUA (**) Valores estimados (***) Valores provisórios Objectivos: Promover e incentivar um aumento significativo do investimento privado em I&D de modo a atingir a meta de 0.8% do PIB em 2010, definida pelo Plano Tecnológico. Para tal são necessárias estratégias empresariais com maior incidência na concepção e criação de novos processos e produtos, que devem ser conjugadas com medidas de estímulo ao aumento das competências técnicas e científicas dos seus recursos humanos. Deve ainda dar-se forte ênfase à captação de investimento estrangeiro em áreas de actividade com maior incorporação de I&D, bem como à fixação de centros de investigação e desenvolvimento de empresas em Portugal. Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 70 Relatório da Competitividade 2007 Indicador: Investimento em Capital de Risco (Semente e Start-up) Definição: Participação no capital de empresas como capital de risco, em percentagem do PIB, na óptica de capital de semente e financiamento de start-up’s. O capital de semente visa financiar a pesquisa e o desenvolvimento de uma ideia de negócio antes que esta atinja a fase de start-up. O financiamento de start-up’s visa o lançamento e promoção de novos produtos e serviços e a sua produção e comercialização na fase de arranque. Desde 2003 que este indicador se refere ao investimento em capital de risco efectuado num dado país independentemente da nacionalidade da entidade financiadora. Enquadramento: Em Portugal, o investimento em capital de risco de semente e start-up atingiu em média 0.03% do PIB, no período 2003-2006. Trata-se de um valor relativamente elevado face ao conjunto dos países considerados e idêntico ao registado na UE 15. De notar que os valores do investimento em capital de risco em períodos curtos podem ser influenciados por operações isoladas de elevado montante. A utilização de valores médios minora este problema mas não elimina totalmente a volatilidade própria destes valores. Investimento em Capital de Risco (Semente e Start-up) Média anual no período 2003-2006 (% do PIB) 0,10 0,09 0,08 0,07 0,06 0,05 0,04 0,03 0,02 0,01 EUA* UE 15** Rep.Checa Polónia Hungria Eslováquia* Itália Grécia Países Baixos Alemanha Espanha Irlanda França Portugal Finlândia Dinamarca Reino Unido 0,00 Fonte: Eurostat, Indicadores Estruturais, Outubro 2007 (*) Média anual no período 2003-2005 (**) Valores estimados (***) Valores provisórios Objectivos: Desenvolver acções de sensibilização e de incentivo do lado da procura e da oferta de capital de risco, face ao seu importante papel no lançamento de projectos inovadores e que, dada a sua natureza, normalmente sentem dificuldades na obtenção de fundos nas fontes de financiamento clássicas. Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 71 Relatório da Competitividade 2007 Indicador: Investimento em Capital de Risco (Expansão e Substituição) Definição: Participação no capital de empresas como capital de risco, em percentagem do PIB, para financiar o crescimento e expansão da actividade da empresa (aumento da capacidade produtiva, desenvolvimento de novos produtos ou acesso a novos mercados); ou a aquisição de participações sociais que outras entidades detenham na empresa. Estão excluídas as aquisições de capital decorrentes de operações de “management buyout”, “management buyin” e de aquisição de acções cotadas em bolsa. Desde 2003 que este indicador se refere ao investimento em capital de risco efectuado num dado país independentemente da nacionalidade da entidade financiadora. Enquadramento: No período 2003-2006, o investimento em capital de risco de expansão e substituição em Portugal registou um valor em média equivalente a 0.07% do PIB. Na UE destacam-se o Reino Unido (0.28%), a Suécia (0.19%) e a Dinamarca (0.13%). Note-se que os valores do investimento em capital de risco em períodos curtos podem ser influenciados por operações isoladas de elevado montante. A utilização de valores médios minora este problema mas não elimina totalmente a volatilidade própria destes valores. Investimento em Capital de Risco (Expansão e Substituição) Média anual no período 2003-2006 (% do PIB) 0,30 0,25 0,20 0,15 0,10 0,05 UE 15 EUA* Rep. Checa Eslováquia* Polónia Hungria Grécia Alemanha Irlanda Itália Portugal França Finlândia Países Baixos Espanha Dinamarca Reino Unido 0,00 Fonte: Eurostat, Indicadores Estruturais, Outubro 2007 (*) Média anual no período 2003-2005 (**) Valores estimados (***) Valores provisórios Objectivos: Incentivar uma maior diversificação da procura e da oferta de capital de risco, ao qual deverá caber um papel mais significativo no redimensionamento e reestruturação empresarial, bem como no financiamento das fases de crescimento de muitas empresas. Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 72 Relatório da Competitividade 2007 Indicador: Marcas Comunitárias Registadas Definição: Número de marcas registadas na Office for Harmonisation in the Internal Market (OHIM), Agência Comunitária responsável pelo registo de marcas com validade em todos os países da União Europeia. Enquadramento: O número de marcas comunitárias anualmente registadas por entidades residentes em Portugal mais do que duplicou entre 2001 e 2006, o maior crescimento entre os países da UE 15. Ainda assim, em 2006 o número de registos por milhão de habitantes era de 48 em Portugal, cerca de metade da média da UE 15 (98.8) e um dos valores mais baixos entre os países da UE 15 considerados. Trata-se, no entanto, de um valor muito próximo do objectivo fixado para 2010 pelo Plano Tecnológico. Marcas comunitárias registadas - 2006 (Por milhão de habitantes) 160 140 120 100 80 60 40 20 UE 27 UE 15 Eslováquia Polónia Hungria Rep.Checa Eslovénia Grécia Portugal França Finlândia Itália Reino Unido Irlanda Espanha Países Baixos Alemanha Dinamarca 0 Fonte: OHIM - Office for Harmonisation in the Internal Market, Outubro 2007 Objectivos: Desenvolver acções de sensibilização para a importância dos direitos de propriedade industrial ao nível das estratégias empresariais. No caso concreto das marcas comunitárias, atendendo ao seu interesse em termos comerciais, manter nos próximos anos os significativos ritmos de crescimento do número de marcas registadas verificados nos anos mais recentes. Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 73 Relatório da Competitividade 2007 Indicadores de Output • PIB • Emprego • Desemprego • Produtividade • Grau de Abertura da Economia Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 74 Relatório da Competitividade 2007 Indicador: Produto Interno Bruto per capita Definição: Produto Interno Bruto (PIB) por habitante, avaliado em paridades de poder de compra, relativamente à média da União Europeia a 15 (UE 15=100). Enquadramento: O PIB per capita em Portugal, medido em paridades de poder de compra, corresponde em 2006 a 67% da média da UE 15. Trata-se do valor mais baixo da UE 15 e inferior ao registado em quatro dos novos Estados-Membro: Eslovénia (78%), República Checa (71%), Chipre (83%) e Malta (68%). Portugal não tem conseguido assegurar a convergência do PIB per capita em relação à média da UE 15, apresentando em 2006 um valor igual ao de 1998 e próximo do verificado em 1995 (65%). São de destacar os progressos conseguidos no período 1995-2006 não apenas pelos restantes países da Coesão, Irlanda (+40 p.p.), Espanha (+12 p.p.) e Grécia (+14 p.p.), mas também pelos Países Baixos (+11 p.p.), Finlândia (+11 p.p.) e Reino Unido (+9 p.p.), entre os países da UE 15 em análise. PIB per capita em Paridades de Poder de Compra - 2006 (UE 15=100) 160 140 120 100 80 60 40 20 UE 27 EUA* Polónia Eslováquia Hungria Rep.Checa* Eslovénia Portugal* Grécia* Espanha Itália Alemanha França Finlândia Reino Unido Dinamarca Países Baixos Irlanda* 0 Fonte: Eurostat, National Accounts database (actualizado em 18 Agosto 2007) (*) Previsões Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 75 Relatório da Competitividade 2007 Indicador: Produto Interno Bruto, variação em volume Definição: Taxa média anual da variação, em volume, do Produto Interno Bruto (PIB). Enquadramento: Portugal registou, no período 1995-2006, uma taxa de crescimento média anual em volume idêntica à média da UE 15 (2.3%) e claramente inferior à dos restantes países da Coesão – Irlanda (7.3%), Grécia (4.0%) e Espanha (3.7%). Este desempenho não foi uniforme ao longo do período considerado. Entre 1995 e 1999 a economia portuguesa cresceu a uma taxa média anual (4.1%) bastante acima da média da UE 15 (2.5%), da Grécia (3.2%) e da Espanha (3.9%). A partir de 2000 a economia portuguesa passou a registar taxas de crescimento modestas, abaixo dos restantes países da Coesão e, desde 2002, abaixo da média da UE. Entre 2000 e 2006, Portugal apresentou o crescimento médio anual (1.3%) mais baixo entre os países considerados, a par da Itália e Alemanha. Variação média anual do PIB nos períodos 1995-2006 e 2000-2006 (Variação em volume, em %) 8 7 6 5 4 3 2 1 1995-2006 UE 15 UE 27 EUA Coreia* Rep. Checa Eslovénia Hungria Eslováquia Polónia Itália Alemanha França Dinamarca Portugal Países Baixos Reino Unido Espanha Finlândia Grécia Irlanda 0 2000-2006 Fonte: Eurostat, National Accounts database (actualizado em 18 Agosto 2007) (*) OCDE, Economic Outlook, Junho 2006 Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 76 Relatório da Competitividade 2007 Indicador: Taxa de Emprego Definição: Relação, em percentagem, entre o número de pessoas empregadas com idade entre os 15 e os 64 anos e a população total no mesmo escalão etário. Enquadramento: Portugal apresenta uma taxa de emprego elevada entre os países considerados (67.9% em 2006), acima d média da UE (66% na UE 15 e 64.4% na UE 27) e do objectivo fixado para 2005 na “Estratégia de Lisboa” (67%). Note-se que para 2010 o objectivo estabelecido é de 70%. Entre os países em análise, a Dinamarca, os Países Baixos e o Reino Unido ultrapassam pelo menos desde 1998 o objectivo fixado para 2010. Em sentido oposto, a Itália (58.4%) e Grécia (61%) ficam bastante aquém da meta para 2005 (67%). A taxa de emprego nos EUA (72%) é significativamente superior à taxa média da UE. Taxa de Emprego - 2006 (%) 90 80 70 60 50 40 30 20 10 UE 27* UE 15* Coreia** EUA Polónia Hungria Eslováquia Rep. Checa Eslovénia Itália Grécia França* Espanha Alemanha* Portugal Irlanda Finlândia Reino Unido Países Baixos Dinamarca 0 Fonte: Eurostat, Indicadores Estruturais, Agosto 2007 (*) Previsões (**) OCDE, Economic Outlook, Junho 2007 Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 77 Relatório da Competitividade 2007 Indicador: Criação de Emprego Definição: Variação média anual da população empregada. Enquadramento: No período 1995-2006 a população empregada em Portugal cresceu a um ritmo médio anual de 0.9%, valor ligeiramente inferior à média da UE. Este crescimento não foi homogéneo ao longo de todo o período, sendo mais acentuado entre 1995 e 2000 (crescimento médio anual de 1.4%), seguido um período de abrandamento (crescimento médio anual de 0.7% entre 2000 e 2006). A Irlanda (4.4%) e a Espanha (4.1%) destacam-se entre os países considerados, pelo bom desempenho em termos de criação de emprego neste período. Variação média anual do Emprego nos períodos 1995-2006 e 2000-2006 (%) 5 4 3 2 1 0 1995-2006 UE 27* UE 15* Polónia** Rep. Checa** Eslováquia** Eslovénia* Hungria* Alemanha Reino Unido Denamarca Portugal França Itália Grécia Finlândia Países Baixos Espanha Irlanda -1 2000-2006 Fonte: Eurostat, Labour survey database, Agosto 2007 (*) 1997-2006 (**) 1998-2006 Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 78 Relatório da Competitividade 2007 Indicador: Taxa de Desemprego Definição: Relação entre a população desempregada e a população activa (população com 15 ou mais anos disponível para trabalhar). Enquadramento: A taxa de desemprego em Portugal em 2006 foi de 7.7%, um agravamento de +0.1 p.p. face ao ano anterior e +3.7 p.p. em relação a 2001 (valor mínimo dos últimos anos). Esta trajectória de agravamento é contrária ao verificado na generalidade dos países considerados (com excepção da Hungria e Países Baixos) e na média da UE. Em 2006, Portugal ultrapassava já a taxa de desemprego média da UE 15 (7.4%) e aproxima-se da média da UE 27 (7.9%). Entre os países considerados destacam-se, pelas elevadas taxas de desemprego, a Polónia e a Eslováquia que, juntamente com a França, Grécia, Espanha e Alemanha registam taxas de desemprego superiores a Portugal e à média da UE. Note-se que, com excepção da França, todos estes países reduziram as suas taxas de desemprego nos últimos três anos, com especial significado na Polónia (-5.2 p.p.) e na Eslováquia (-4.8 p.p.). A taxa de desemprego nos EUA (4.6%) mantém-se substancialmente inferior à média da UE (7.9%). Taxa de Desemprego - 2006 (%) 16 14 12 10 8 6 4 2 Coreia* EUA UE 15 UE 27 Eslovénia Rep.Checa Hungria Eslováquia Polónia Países Baixos Dinamarca Irlanda Reino Unido Itália Portugal Finlândia Alemanha Espanha Grécia França 0 Fonte: Eurostat, Indicadores Estruturais, Agosto 2007 (*) OCDE, Economic Outlook, Junho 2007 Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 79 Relatório da Competitividade 2007 Indicador: Produtividade por Pessoa Empregada Definição: Produto Interno Bruto (PIB), em paridades de poder de compra, por pessoa empregada, comparativamente com a média da UE 25 (UE 25=100). Enquadramento: Em 2006, o nível de produtividade por pessoa empregada em Portugal, medido em paridades de poder de compra, correspondia a 65.4% da média da UE 25. Trata-se do valor mais baixo dos países da UE 15 e apenas superior ao registado pela Polónia, entre os países da UE considerados. Ao longo da última década, os progressos em matéria de convergência da produtividade do trabalho para a média da UE 25 foram praticamente nulos em Portugal, ao contrário do verificado nos 5 novos Estados-Membro considerados. Estes países, que em 1996 apresentavam uma produtividade por empregado idêntica ou inferior à portuguesa (em paridades de poder de compra), conseguiram nos últimos 10 anos ganhos de produtividade em relação à média da UE 25 superiores a 10 p.p.. Os EUA continuam a apresentar uma produtividade por empregado claramente superior à média da União Europeia (40% acima da média da UE 27, 35% acima da média da UE 25 e 27% acima da média da UE 15). Produtividade por Pessoa Empregada - 2006 (UE 25=100) 160 140 120 100 80 60 40 20 UE 27 UE 15 EUA* Polónia** Eslováquia Rep. Checa* Hungria Eslovénia Portugal* Espanha Alemanha Grécia* Dinamarca Itália Reino Unido Finlândia Países Baixos França Irlanda* 0 Fonte: Eurostat, National Accounts database (actualizado em 18 Agosto 2007) (*) Previsões (**) Estimativa Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 80 Relatório da Competitividade 2007 Indicador: Variação da Produtividade do Trabalho Definição: Taxa média anual de variação do Produto Interno Bruto (PIB) por pessoa empregada, no total da economia, a preços constantes de 2000. Enquadramento: No período 1995-2006, a produtividade do trabalho em Portugal cresceu a um ritmo médio anual de 1.5%. Este valor resulta de um comportamento não uniforme ao longo desses anos, distinguindose dois períodos: 1995-1999, com um crescimento médio anual de 2.7%, um dos mais elevados da UE 15, e o período 2000-2006, com um crescimento médio anual de apenas 0.6%, um dos mais baixos da UE 27. Tratam-se de valores modestos, para uma economia que tem como objectivo a convergência real com a média da UE. De notar os elevados crescimentos registados na Irlanda e na Grécia e nos novos Estados-Membro considerados. O ritmo de crescimento da produtividade do trabalho nos EUA supera significativamente a média da UE ao longo de todo o período considerado. Variação da Produtividade do Trabalho - Total da Economia Média anual nos períodos 1995-2006 e 2000-2006 (%) 5,0 4,5 4,0 3,5 3,0 2,5 2,0 1,5 1,0 0,5 1995-2006 UE 15 UE 27* EUA Coreia** Rep. Checa* Hungria Eslovénia* Eslováquia Polónia Espanha Itália Países Baixos França Portugal Dinamarca Reino Unido Alemanha Finlândia Grécia Irlanda 0,0 2000-2006 Fonte: CE, Previsões de Primavera, Maio de 2007 (*) 1996-2006 Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 81 Relatório da Competitividade 2007 Indicador: Grau de Abertura da Economia Definição: Média simples entre o peso das exportações e o peso das importações de bens e serviços no PIB, a preços correntes. Enquadramento: O grau de abertura da economia portuguesa (35% em 2006) é relativamente baixo, tratando-se de uma pequena economia aberta. Tipicamente, as economias de maior dimensão tendem a ter valores baixos neste indicador. Entre 1998 e 2006 este indicador apresentou oscilações não superiores a 2 p.p. em valor absoluto. Até 2005, esta oscilação foi essencialmente devido a alterações do peso das importações, mantendo-se o peso das exportações estável em torno dos 29%. No entanto, em 2006 o peso das exportações no PIB registou um impulso significativo (+2.6 p.p.) pela primeira vez em vários anos, responsável em larga medida pelo o aumento de cerca de 2 p.p. do grau de abertura nesse ano. Grau de Abertura da Economia - 2006 (% do PIB) 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 EUA UE 15* UE 27* Polónia Eslovénia Rep.Checa Hungria Eslováquia Grécia França Itália Espanha Reino Unido Portugal Finlândia Alemanha Dinamarca Países Baixos Irlanda 0 Fonte: CE, Previsões de Primavera, Maio de 2007 (*) Exclui as trocas intra-comunitárias Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 82 Relatório da Competitividade 2007 ANEXO Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 83 Relatório da Competitividade 2007 Indicadores de Enquadramento Macroeconómico • Inflação • Evolução Cambial • Taxa de Juro de Longo Prazo Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 84 Relatório da Competitividade 2007 Indicador: Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) Definição: Mede a variação no tempo dos preços de um cabaz de bens e serviços representativo da estrutura de consumo, numa base comparável entre todos os Estados-Membro da União Europeia. Para a Coreia e EUA utiliza-se o Índice de Preços no Consumidor desses países, cujo cabaz de bens e serviços é representativo da respectiva estrutura de consumo. Enquadramento: Em 2006, a taxa de inflação em Portugal, medida pelo IHPC, foi de 3.0%, um agravamento de +0.9 p.p. em relação a 2005. Este agravamento colocou Portugal entre os países da Área Euro com taxa de inflação mais elevada (juntamente com a Espanha, Grécia e Irlanda) e bastante acima da média da Área Euro (2.2%). Nesse ano, e contrariamente ao que se vinha observando em anos anteriores, o ritmo de subida dos preços dos bens em Portugal (3.2%) suplantou o dos serviços (2.7%), o mesmo acontecendo na Área Euro (2.3% no bens e 2.0% nos serviços). Entre os países da Área Euro, Portugal foi o que registou maior agravamento da inflação entre 2005 e 2006 (+0.9 p.p.), seguindo-se a Irlanda (+0.6 p.p.) e a Finlândia (+0.5 p.p.), tendo-se mantido inalterada no conjunto da Área Euro. A taxa de inflação nos EUA em 2006 (3.2%) foi superior à UE 25 em +1.0 p.p.. Índice Harmonizado de Preços no Consumidor - 2006 (variação em relação ao ano anterior, em %) 5 4 4 3 3 2 2 1 1 UE 15 Área Euro Coreia* UE 27 EUA* Polónia Rep. Checa Eslovénia Hungria Eslováquia Finlândia Países Baixos Dinamarca Alemanha França Itália Reino Unido Irlanda Portugal Grécia Espanha 0 Fonte: Eurostat, Prices database, Setembro 2007 Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 85 Relatório da Competitividade 2007 Indicador: Taxa de Câmbio Nominal Efectiva / Índice Cambial Ponderado Definição: Para cada país (ou zona económica), a taxa de câmbio nominal efectiva resulta da média ponderada das taxas de câmbio com um grupo de países seus concorrentes, nos mercados doméstico e internacional. Utiliza-se como grupo de países concorrentes 36 países industrializados: os 27 membros da UE, EUA, Canadá, Japão, Suíça, Noruega, Austrália, Nova Zelândia, México e Turquia. Para os países da Área Euro, por não existirem taxas de câmbio entre eles, não se pode falar de taxa de câmbio efectiva, mas apenas de índice cambial ponderado, cujo conceito e fórmula de cálculo se mantêm idênticos a uma taxa de câmbio efectiva. Quando superior a 100, significa uma apreciação da moeda desse país, ou seja, uma deterioração da sua posição competitiva pela via cambial em relação aos 36 países de referência, entre o ano de 1999 (ano de base) e o segundo trimestre de 2007. Enquadramento: Entre 1999 e o 2º trimestre de 2007, a posição competitiva de Portugal em relação ao grupo de países concorrentes deteriorou-se pela via cambial, pois o seu índice cambial ponderado apreciouse em +4.4%. Entre os países da UE 27 considerados, apenas a Eslovénia registou uma melhoria de posição competitiva relativa neste período. No seu conjunto, a UE 27 e a Área Euro registaram uma forte deterioração da sua posição competitiva relativa pela via cambial neste período, contrariamente ao verificado nos EUA e Japão. Taxa de Câmbio Nominal Efectiva / Índice Cambial Ponderado - 2ºtrimestre - 2007 (1999=1000) 140 130 120 110 100 90 Japão EUA Área Euro UE 27 Eslovénia Hungria Polónia Eslováquia Rep. Checa Portugal Países Baixos Dinamarca Reino Unido Espanha Grécia França Alemanha Finlândia Itália Irlanda 80 Fonte: Eurostat, Price and Costs Competitiveness, 2º trimestre 2007 Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 86 Relatório da Competitividade 2007 Indicador: Taxas de Juro de Longo Prazo Definição: Taxas de juro média anual dos títulos da dívida pública do Governo Central a 10 anos, excepto para a Coreia (5 anos). Enquadramento: Os países da Área Euro apresentaram em 2006 taxas de juro de longo prazo bastante idênticas, em torno dos 4%, com uma diferença máxima entre elas de 33 pontos base. Entre 2005 e 2006 as taxas de longo prazo aumentaram em todos os países considerados, excepto no Reino Unido. Entre os países da Área Euro as subidas rondaram os 40 pontos base. Entre os novos Estados-Membro considerados as subidas foram bastante mais significativas na Eslováquia (+90 p.b.), e na Hungria (+51 p.b.), tendo sido inferiores a 10 p.b. na Eslovénia e Polónia. Nos EUA, a taxa de juro de longo prazo foi superior à do Reino Unido (+42 pontos base) e bastante acima da média da Área Euro (+95 pontos base). Estes diferenciais ampliaram-se em relação aos verificadas em 2005, pois a subida da taxa de juro de longo prazo nos EUA (+51 p.b.). Taxas de Juro de Longo Prazo - 2006 (%) 8,0 7,0 6,0 5,0 4,0 3,0 2,0 1,0 Área Euro UE 15** EUA Coreia* Rep. Checa** Eslovénia Eslováquia Polónia Hungria Irlanda Alemanha Finlândia Países Baixos Espanha França Dinamarca Portugal Itália Grécia Reino Unido 0,0 Fonte: Eurostat Database, Setembro 2007 (*)OCDE, Economic Outlook, Junho 2007 (**) CE, Previsões de Primavera, Maio 2007 Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 87 Relatório da Competitividade 2007 Indicador: Saldo das Contas das Administrações Públicas Definição: Saldo das contas das Administrações Públicas em percentagem do Produto Interno Bruto (PIB). Enquadramento: Em 2006, Portugal (-3.9%) e a Itália (-4.4%) foram os únicos países da Área Euro que ultrapassaram o valor de referência de -3% para o saldo das contas das Administrações Públicas estabelecido pelo Pacto de Estabilidade. Nesse ano, o saldo das contas públicas apresentou uma melhoria na generalidade dos países da Área Euro (excepto na Itália), com especial significado na Grécia (+2.6 p.p.), em Portugal (+2.2 p.p.), na Alemanha (+1.8 p.p.) e na Irlanda (+1.7 p.p.). Dos países considerados, a Dinamarca (+4.6%), a Finlândia (+3.8%), a Irlanda (2.9%), a Espanha (1.8%) e os Países Baixos (0.6%) registaram saldos positivos em 2006. Saldo das Contas das Administrações Públicas - 2006 (% do PIB) 7,0 5,0 3,0 1,0 -1,0 -3,0 -5,0 -7,0 -9,0 EUA* Área Euro UE 27 Coreia* Hungria Polónia Eslováquia Rep. Checa Eslovénia Itália Portugal Reino Unido Grécia França Alemanha Países Baixos Espanha Irlanda Finlândia Dinamarca -11,0 Fonte: Eurostat. News Release 142/2007, 22 Outubro 2007 (*) OCDE, Economic Outlook nº81, Junho 2007 Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial 88