A INFRAESTRUTURA DEFICIENTE
Recentemente uma grande confusão partidária aconteceu devido à
privatização de três aeroportos brasileiros. A hoje oposição se divertiu, em face
de atitude do Governo mais que necessária para o desenvolvimento do País,
ainda que tardia.
Como viajante constante, é impossível não comparar os “aeroporcos”
brasileiros com outros espalhados pelo mundo. Conversando com uma
integrante da tripulação de um voo nacional, ela dizia que se não arrumar outro
emprego até a Copa do Mundo em 2.014, vai pedir demissão.
Vamos a exemplos: O de Confins, na grande Belo Horizonte, até simpático
esteticamente e passando por reforma, mas na realidade, nem a polícia federal
considera-o Internacional. Em voo para o exterior, a empresa aérea recomenda
chegar com 3 horas de antecedência, mas como não há espaço para receber
os passageiros, a sala de embarque só abre uma hora antes e o passageiro
fica perambulando em um calor insuportável até adentrar na aeronave.
O de Manaus é outro pesadelo. Imagino o turista do exterior desembarcando
para ver a maior atração natural do planeta e se deparar com um “corredor”
que possui umas poucas lojinhas e lanchonetes e um restaurante sofrível,
também num calor insuportável. Os próprios funcionários que trabalham lá
reclamam das condições insalubres.
No de São Paulo, em Guarulhos, antes chamado de Cumbica, agora ganhou o
apelido de “Cumplica”, tamanha é a confusão. Se o passageiro descer no
terminal ou “finger” pode jogar na loteria que está com sorte, pois geralmente
vai ter que pegar um ônibus apertado para chegar ao desembarque em si. As
malas demoram uma eternidade para chegar e quando são jogadas nas
esteiras, normalmente, com mais um outro voo junto.
Esse retrato é tenebroso em todo o País, mas destacamos outros dois –
Congonhas, agora apelidado de “Vergonhas” e Galeão, também chamado de
“Galinhão”.
Recentemente a “bandeirinha” e comentarista Ana Paula Oliveira, postou na
rede social do facebook que o banheiro de Viracopos em Campinas estava em
“petição de miséria”.
Perdemos para todos os países de primeiro mundo e vários aqui vizinhos,
como o de Montevidéu – Uruguai, onde os aeroportos são modernos, pé direito
alto, totalmente com ar condicionado, amplo, claro, com iluminação natural
durante todo o dia, sustentabilidade, muito verde, agradável, locais para se
sentar, televisores e telas com as informações dos voos disponíveis em várias
localidades, com lojas, lanchonetes e restaurantes excelentes, além de
freeshop com muita variedade de mercadorias, preços menores que os do
Brasil, conforto e segurança. As filas para embarque e desembarque são
minimizadas, pois quando ficam maiores, novos profissionais abrem novos
guichês, organizados, com um grande apoio de estacionamento, trem, ônibus,
taxi, metrô, hotéis próximos de todos os estilos, etc.. e tal...
Vamos passar uma grande vergonha. Os turistas vão enterrar o turismo no
Brasil. E vamos ter que pagar uma enorme conta das obras que dizem que
farão e, certamente, muitas são só “reformas” ou adaptações para minimizar os
transtornos, mas serão facilmente neutralizados pelo excesso de pessoas e a
comparação inevitável.
Que pena!
Sérgio Cintra
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