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ABORTO PROVOCADO: CONSEQUÊNCIAS FÍSICAS, PSICOLÓGICAS E AS IMPLICAÇÕES PARA A
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM.
Thays Barbosa Ribeiro¹
Marieli Basso Bolpato²
RESUMO: A palavra aborto vem do latim abortus que passa a ideia de privação do nascimento. O abortamento pode
ser classificado em espontâneo e provocado, que pode acarretar complicações físicas ou psicológicas. Nesse sentido o
estudo objetivou-se em ampliar o conhecimento dos profissionais de enfermagem que estão envolvidos no atendimento
a essas mulheres, visando uma melhoria na assistência, contribuindo na redução das possíveis complicações físicas ou
psicológicas. O aborto provocado é um sério problema de saúde pública, responsável por altas taxas de mortalidade
materna devida sua magnitude de ocorrência e severidade das complicações físicas e psicológicas. O profissional
enfermeiro que tem conhecimento científico poderá então realizar uma assistência de enfermagem com qualidade.
PALAVRAS-CHAVE: aborto; consequências físicas e psicológicas; orientação de enfermagem.
ABSTRACT: The word comes from the Latin abortion abortus passing the idea of deprivation from birth. The
abortion can be classified as spontaneous or induced, which can cause physical or psychological complications. In this
sense the study aimed to broaden the knowledge of nursing professionals who are involved in caring for these women,
aiming to improve care, contributing to the reduction of physical or psychological complications. Induced abortion is a
serious public health problem, responsible for high rates of maternal mortality due magnitude of occurrence and
severity of physical and psychological complications. The professional nurse who has scientific knowledge can then
perform a quality nursing care.
KEY - WORDS: abortion; physical and psychological consequences; nursing orientation.
1
2
Acadêmica do Curso de Enfermagem/2012/UNIVAR – e-mail: [email protected]
Enfermeira Mestre, docente nas Faculdades Unidas do Vale do Araguaia/UNIVAR.
1. INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas, o movimento feminista
organizou uma grande luta pela democratização de
saúde, principalmente a saúde reprodutiva com a
finalidade de romper o modelo focado somente com
cuidados relativos à gestação, parto e puerpério. Em
1983 obtiveram uma importante conquista, o
surgimento do programa de assistência integral a saúde
da mulher (PAISM), voltada para seus interesses
objetivando alcançar uma assistência interdisciplinar e
multidisciplinar com equidade e universalidade. Nesse
sentido o aborto se relaciona com a saúde sexual e
reprodutiva da mulher (SILVA, 2007).
A palavra aborto vem do latim abortus que
passa a ideia de privação do nascimento, a definição
obstétrica do abortamento é a interrupção voluntária ou
não da gestação, antes que o embrião ou feto tenha
capacidade de vida independente da mãe. Deve ser
considerado quando ocorre uma interrupção da
gestação até a vigésima semana ou com um concepto
pesando menos de 500 gramas. Pode-se classificar em
dois grupos, que são eles: espontâneo ou natural, e
provocado ou induzido, sendo que no aborto
espontâneo o próprio organismo da mulher interrompe
a gestação independentemente de sua vontade, no
entanto o aborto provocado é aquele realizado
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voluntariamente, ou seja, sobre a vontade da própria
mãe (PINTO e TOCCI, 2003).
Independentemente de suas classificações o
aborto é antes de tudo um procedimento físico,
podendo acarretar graves consequências a sua saúde
física e psicológica da mulher.
No Brasil, o aborto provocado é um sério
problema de saúde pública, responsável por altas taxas
de mortalidade materna, devido sua magnitude de
ocorrência e severidade das complicações á saúde.
Relaciona-se com a saúde reprodutiva da mulher, o que
inclui nas políticas públicas de saúde e nos programas
de atenção a saúde da mulher, para o atendimento no
sistema único de saúde (SUS). A formação de equipe
multidisciplinar da área de saúde, em especial da
medicina e enfermagem também se relaciona com a
saúde da mulher (AQUINO et al., 2012; BENUTE et
al., 2O12).
O abortamento, afeta com maior frequência,
as mulheres de baixa renda, sendo que as demais
pagam por serviços qualificados oferecidos por clínicas
clandestinas O maior risco de mortalidade está
associado com as práticas realizadas em precárias
condições de higiene, por pessoas não qualificadas ou
ainda auto provocado (SILVA, 2007).
Nesse sentido a ilegalidade do aborto
contribui para uma prática clandestina, favorecendo
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para um déficit na qualidade da assistência por
profissionais da saúde e, por esse motivo, apresenta
complicações decorrentes da mesma.
Gesteira, Diniz e Oliveira (2008), ressaltam
que as curetagens é o segundo procedimento obstétrico
mais realizado nos serviços de saúde nas unidades
públicas.
Mesmo que o aborto seja provocado, o
profissional enfermeiro deve prestar uma assistência
humanizada, sem julgar, censurar ou reprovar,
considerando assim o ato como crime (SOARES et al.,
2012).
Nesse sentido, o presente estudo objetiva em
ampliar o conhecimento dos profissionais de
enfermagem que estão envolvidos no atendimento as
mulheres que cometeram o aborto, visando uma
melhoria na assistência, contribuindo na redução das
possíveis complicações físicas ou psicológicas que a
mesma está submetida, com o intuito de diminuição da
mortalidade materna.
2. METODOLOGIA
Trata-se de um estudo do tipo descritivo e
bibliográfico. Realizado através de toda a bibliografia
já publicada, em forma de livros, revistas e imprensa
escrita. Sua finalidade é colocar o pesquisador frente a
tudo aquilo que foi escrito mediante o determinado
assunto proposto a discutir, permitindo ao cientista o
reforço paralelo na análise de suas pesquisas ou
manipulação de suas informações (TRUJILLO Apud
LAKATOS, 2011).
A pesquisa bibliográfica é aquela que se
realiza a partir de registros disponíveis, decorrentes de
pesquisas anteriores e documentos impressos como
livros e artigos. Utiliza-se de dados ou de categorias
teóricas já trabalhadas por outros pesquisadores e
devidamente registradas. Os textos tornam-se fontes
dos temas a serem pesquisados. O pesquisador trabalha
a partir das contribuições dos autores e estudos
analíticos constantes dos textos (SEVERINO, 2007).
Assim o estudo inicia-se a partir da escolha do tema e
definição do período em que a pesquisa acontecerá.
A busca dos artigos foi desenvolvida através
dos bancos de dados: Scientific Electronic Library
Online – Scielo, com os seguintes uni termos como
Aborto Provocado: Consequências físicas, psicológicas
e a importância da orientação de enfermagem as
mulheres.
Os dados foram obtidos através de um
levantamento bibliográfico na língua portuguesa. Após
o levantamento bibliográfico iniciou-se uma leitura
sistemática na integra de todos os artigos,
estabelecendo um critério de análise.
Dentro dos critérios estabelecidos e
selecionados realizou-se uma análise da bibliografia,
categorizando e fichando as principais ideias
encontradas, por meio de um comparativo de como
está sendo ofertada a assistência de enfermagem ao
paciente que prática o aborto provocado.
Mediante o término da leitura e realização dos
fichamentos, iniciou-se a confecção do artigo
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estabelecendo um diálogo entre os autores e as ideias
no qual se propôs a discutir.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1. Breve Revisão da Anatomia Feminina Interna
O sistema genital feminino, engloba os órgãos
que produzem, transportam e armazenam as células
germinativas, que são os responsáveis por dar origem
aos gametas, e são os gametas que ao se unirem,
formam um novo individuo que será abrigado em um
órgão durante seu desenvolvimento (SOBOTTA,
2008).
No sistema reprodutor feminino incluem-se os
órgãos interno e externo, sendo que o órgão interno é
constituído por ovários, tubos uterinos ou ovidutos,
útero, vagina e vulva, estão localizados no interior da
cavidade pélvica. Nos órgãos esternos inclui grandes
lábios, pequenos lábios e clitóris (TOTORA e
GRABOWSKI, 2008).
Os ovários são duas glândulas situadas uma
em cada lado o útero abaixo das trompas. São
responsáveis por produzir gametas ou óvulos, também
por produzir hormônios sexuais femininos (estrogênio
e progesterona). O estrogênio e progesterona controlam
o ciclo menstrual e provocam o crescimento do
endométrio (MAIER, 2006).
As tubas uterinas ou ovidutos são formações
tubulares que transportam óvulos em direção ou útero.
Cada tuba estende-se desde o polo distal do ovário,
através da borda superior do ligamento largo ate a
borda supre lateral do útero. A tuba uterina dividisse
anatomicamente em quatro regiões que são elas,
infundíbula, ampola, estimo e intramural. É nas tubas
que os espermatozoides unem-se aos óvulos e ocorre a
fecundação para então se fixar no útero (SPENCE,
1991).
O útero é um órgão ímpar, oco situado na
cavidade pélvica, atrás da bexiga e anterior ao retro, de
parede muscular espessa (miométrio) e com formato de
pera invertida. E revertido interiormente por um tecido
vascularizado rico em glândulas (endométrio). O útero
é responsável por alojar o embrião e mantê-lo durante
todo o seu desenvolvimento até o nascimento
(SOBOTTA, 2008).
A vagina é um canal de oito a dez centímetros
de comprimento, de paredes elásticas, que liga o colo
do útero aos genitais esternos. A entrada da vagina é
protegida por uma membrana- o hímen- que fecha
parcialmente o orifício vulva- vaginal geralmente essa
membrana se rompe nas primeiras relações sexuais. A
vagina é o local onde são depositados os
espermatozoides durante a relação sexual, possibilita a
expulsão do fluxo menstrual, e do bebê na hora do
parto (SPENCE, 1991).
3.2. Tipos de Aborto Provocado
Para Sarrientino (2001) o aborto pode ser
classificado como precoce ou tardio, sendo precoce é
ate a decima semana e tardio da decima terceira ate a
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vigésima semana. Numa classificação mais rigorosa
pode definir o abortamento como ovular ate seis
semana, embrionária de sete a onze semana, e fetal de
doze semana adiante.
Segundo Brasil (2011) são varias as
classificações do abortamento, entre elas estão: ameaça
de abortamento; abortamento completo; abortamento
inevitável/incompleto;
abortamento
retido;
abortamento infectado; abortamento habitual.
Nesse sentido o autor supracitado considera á
ameaça de abortamento quando ocorre em pequena e
moderada intensidade o sangramento genital, podendo
haver presença de dores e cólicas com pouca
intensidade. O colo do útero permanece fechado, com o
volume uterino compatível e esperado para idade
gestacional, sem presença de infecções é ao exame de
ultrassom o embrião ou feto permanece vivo e normal,
podendo encontrar pequenas áreas de descolamento
ovular.
No abortamento completo ocorre uma
expulsão total do conteúdo uterino, acontecendo
geralmente em gestações menores de oito semanas. O
colo uterino é menor que o esperado para idade
gestacional. (OMS, 2005)
Ainda assim, o autor supracitado considera o
abortamento inevitável/incompleto quando ha presença
de sangramento em grande quantidade que só diminui
com a saída de coágulos ou restos ovulares no qual
ocorrem dores com maior intensidade, e o colo uterino
encontra-se aberto. Nesse caso indica-se aspiração
manual intrauterina (AMIU), por ser mais seguro e
permitir um esvaziamento rápido. Só realizar a
curetagem* uterina quando não for possível empregar
essa técnica.
O abortamento retido ocorre a morte do
embrião ou feto e o mesmo permanece dentro da
cavidade uterina. A regressão deste abortamento ocorre
com os sintomas e sinais de gestações, o colo do útero
encontra se fechado e não há perca de sangue. Caso
haja suspeita de restos ovular ou placentária, deve ser
realizada a curetagem uterina (BRASIL, 2010).
Abortamento infectado trata-se de um aborto
com um grande índice de frequência que é realizado
em geral sobre técnicas inadequadas e inseguras de
abortamento provocado. Geralmente são as bactérias
flora vaginal e anaeróbios que causam estas infecções,
são graves e deve ser tratadas (DIAS et al, 2010).
_______________A curetagem
uterina é
um
procedimento médico executado
em unidade
hospitalar, sob anestesia geral ou locorregional, que
objetiva retirar material placentário ou endometrial
da cavidade
uterina por
um
instrumento
denominado cureta.
Abortamento habitual é quando ocorre perda
espontânea ou excessiva de três ou mais vezes. Deve
ser realizada uma anamnese detalhada para poder
encontrar as possíveis causas associadas. As causas
associadas são: malformações uterinas, insuficiência
istmo cervical, fatores genéticos dentre outros
(BRASIL, 2011).
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No Brasil, o aborto permanece sendo
implemente utilizada pelas mulheres como recurso
frente a gestação não planejada e indesejada,
especialmente em contexto que dificulta o acesso
contraceptivos eficazes. Sendo a curetam pós aborto
um dos procedimentos obstétricos mais realizados na
rede publica. (GESTEIRA; DINIZ e OLIVEIRA ,
2008).
3.3. Consequências Físicas e Suas Complicações
O aborto provocado tem como causador o
agente externo, com a utilização de medicamentos
abortivos, plantas toxicas, e alguns casos a utilização
de objetos perfuro cortantes, que são introduzidos via
vaginal, no intuito de interromper a gestação. O aborto
provocado submete a mulher em vários riscos e
complicações severas, conforme as circunstancias que
foi realizado. Devido à realização de abortamento mal
feito pode levar a mulher à morte. (BARROS, LIMA e
MARGALHÃES, 2010).
Para Hardy e Alves (1992), as incidências de
complicações de aborto estão relacionadas à forma que
ele foi realizado. Nesse sentido a realização de aborto
em boa circunstancia torna as complicações pequenas.
Em um estudo realizado por Pereira et al.
(2006), foi observado que o método mais utilizado para
tratamento do abortamento incompleto é o
esvaziamento uterino por meio de curetagem, e que os
riscos deste procedimento cirúrgico e anestésico,
submete expor pacientes/clientes a infecção por
permanência nos hospitais, podendo contribuir para a
morbidade materna.
As complicações mais frequentes resultantes
dos abortos são hemorragia, retenção de resto de
placenta seguido de infecção, perfuração do útero e
com menos frequência são peritonite, tétano,
septicemia, inclui-se também esterilidade (PINTO e
TOCCE, 2003).
As complicações dos abortamentos tais como
hemorragias e infecções, ocupam o terceiro lugar entre
as causas de mortalidade materna. Sendo que a
hemorragia é a perda maciça de sangue,
consequentemente do rompimento dos vasos
sanguíneos. As infecções provocam elevação da
temperatura, sangramento genital com odor fétido
acompanhado de dores abdominais ou eliminação de
secção purulenta atrás do colo uterino (SOARES et al.,
2012; NERY et al., 2006;).
A perfuração do útero geralmente acontece
quando é realizada a curetagem ou a aspiração,
causando lesões traumáticas como feridas das alças
intestinais, infarto do útero, e quando ocorre a infecção
e obstrução das trompas provoca esterilidade da mulher
(CORREIA et al 2011).
O tétano é transmitido pela a bactéria grampositivo Clostridium tetani, presente em poeiras e
objetos enferrujados, causando rigidez, dores
musculares cervical, afetando a musculatura
abdominal. O sistema único de saúde disponibiliza a
vacina contra o tétano (DANTAS et al., 2010).
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É necessário que a população tenha um
conhecimento
esclarecido
das
complicações
supracitadas, para que possa ocorrer uma melhora na
prevenção das complicações sexuais e reprodutivas da
mulher.
3.4. Consequências Psicológicas
De
acordo
com
alguns
estudiosos
psiquiátricos, acredita-se que o aborto representa um
grande risco para saúde mental, devendo ser proibido,
porém, por outro lado, existem estudiosos que afirmam
que as reações psicológicas adversas ocorridas pelo
aborto provocado, é menos graves comparado ao
nascimento de uma criança indesejada (PINTO e
TOCC, 2006).
Nesse ponto de vista, na ocorrência do aborto,
algumas mulheres se apresentam tristes e preocupadas,
com profundo sentimento de perda, enquanto outras se
mostram diferentes e ate aliviadas. Seguindo esse
ponto de vista o aborto pode ou não acarretar
consequências psicológicas voltadas para transtornos
mentais.
Rebouça e Dutra (2011) salienta que são
varias as razões que a mulher se submete a realizar o
aborto, tais como a situação socioeconômica, incluindo
a pobreza, falta de suporte do parceiro e desemprego,
preferencias de constituição familiar, como postergar a
maternidade ou deixar um espaço saudável entre as
gestações, problemas de relacionamento com o pai da
criança.
Estão
classificadas
como
possíveis
consequências psicológicas: culpa, depressão, tristeza,
arrependimento, ansiedade, pensamentos suicidas,
perda, angustia, vazio, alivio e libertação.
A culpa se manifesta quando a mulher
apresenta sentimentos inaceitáveis perante elas
mesmas. À medida que a culpa e angustia é projetada,
a mesma acaba experimentando emoções cheias de
conflitos, desencadeando assim, a ansiedade, e
dependendo da sua circunstância e intensidade tornase patológica, ocorrendo problemas psicológicos
(BENUTE et al, 2009).
A depressão geralmente é causada por algum
distúrbio emocional, sendo diferente da tristeza, por ser
mais intenso e duradouro, podendo acarretar o
isolamento social e os distúrbios nos sentimentos,
raciocínio e comportamentos, pois o sentimento de
culpa leva-a a ter pensamentos suicidas (LAFER et
al.,2000).
Nesse sentido o aborto provocado traz uma
experiência de sofrimento e mal – estar chegando a
apresentar um sentimento de perda.
Desta forma Nery et al. (2006) afirmam que a
mulher vivencia uma situação muito delicada e
complexa na sua vida, que vão desde certeza e
incerteza, conflitos e contradições. As sequelas no
período pós-aborto vão desde a morte da mulher, ate
um arrependimento muito grande, acarretando assim
problemas psicológicos.
3.5. Atuação do Enfermeiro Frente Às Orientaçoes
e Cuidados com as Mulheres
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O cuidar é uma ação integral, que compreende
a saúde, e presta uma assistência respeitando seus
limites. O conhecimento científico possibilita uma
interação efetiva com o cliente, uma vez que a
experiência e o saber se constituem como formas de se
aproximar do outro, que precisa de cuidado.
Segundo aponta Andrade, Silva e Silva (2004)
o enfermeiro precisa atuar de forma mais intensa, para
complementar sua abordagem, atuando assim por meio
de uma orientação juntamente com as mulheres
grávidas, evitando que o aborto provocado possa vim a
ocorrer, agindo dentro do seu alcance profissional.
A primeira ação do profissional de
enfermagem, juntamente com sua equipe, seria a
prevenção do aborto, através de educação sexual básica
para a população, orientação dos usos corretos de
métodos contraceptivos, pois o uso inadequado pode
ocorrer uma gravidez indesejada, com objetivo de
promover cuidado de ensino (CORREIA et al., 2011).
Mediante
a
realização
da
pesquisa
bibliográfica, os profissionais necessitam proporcionar
palestras, com o intuito de orientar e informar aos
casais e indivíduos, incluindo mulheres e adolescentes
sobre as consequências que podem vim acarretar, assim
demostrando como prevenir uma gravidez não
desejada. Para evitar tais ocorrências o treinamento
profissional é indispensável, sendo este uma parte
fundamental dentro da prevenção, cabe aos enfermeiros
buscar um preparo e habilidade para proporcionar uma
assistência
qualificada
(BARROS,
LIMA
e
MAGALHÃES, 2007).
Muitas mulheres que realizarão o aborto
apresentam
complicações
necessitando
ser
hospitalizada, sendo assim, os profissionais que
prestam assistência, em especial a enfermagem, precisa
ter o conhecimento das possíveis alterações físicas e
emocionais, para poderem auxiliar durante o período
de hospitalização. É importante que a equipe de
enfermagem realize uma assistência com qualidade,
tanto em situações de aborto espontâneo ou induzido,
pois o processo abortivo é uma experiência
traumatizante para a mulher (NERY et al, 2006).
A proposta do SUS para assistência integral
das mulheres com complicações do abortamento, esta
baseado em um atendimento, evitando o julgamento e
preconceitos (BENUTE et al, 2012).
No caso de abortamento o enfermeiro tem que
respeitar a fala da mulher, priorizando um atendimento
de acordo com suas necessidades, identificando e
avaliando os riscos e agravos, oferecendo soluções
possíveis priorizando o bem estar, garantindo a
privacidade no atendimento e confidencialidade das
informações, realizando procedimentos técnicos de
forma humanizada, informando as mulheres sobre as
intervenções necessárias, tendo o cuidado para evitar
complicações pós-abortamento (BRASIL, 2011).
Verifique-se então que o profissional de
enfermagem deve e empáticos, tornando o paciente
mais seguros para demostrar sua dor no momento,
estando preparado para atendê-la em suas necessidades
físicas e emocionais, respeitando suas ideais e
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decisões. O enfermeiro também deve atuar na
prevenção de futuros abortos, através de educação
sexual, planejamento familiar e usos de métodos
contraceptivos.
CORREIA, D. S. et al. Adolescente estudantes:
conhecimento das complicações do aborto provocado.
Rev. Gaúcha Enferm, Porto Alegre v.3, p.465-71,
2011.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Assim, considerando que o Aborto provocado
representa um sério problema na saúde pública no
Brasil, torna-se evidente a necessidade da intervenção
de um profissional de enfermagem para apoiar suas
pacientes de forma positiva, uma vez que, o aborto
acarreta complicações físicas e psicológicas, o que
resulta nas altas taxas de mortalidade materna.
Então, podemos concluir que existem dois
tipos de classificações, sendo elas aborto espontâneo e
provocado, mas o MS trazem outras classificações,
como ameaça de abortamento, abortamento completo,
abortamento
inevitável/incompleto,
abortamento
retido, abortamento infectado e abortamento habitual,
nesse sentido faz-se necessário que o profissional da
saúde esteja capacitado com base em conhecimentos
científicos para que possa oferecer uma assistência de
qualidade a essas mulheres.
Portanto, o enfermeiro tem como papel
principal identificar os problemas que as mulheres
passam quando sofrem o aborto, podendo assim,
desenvolver uma estratégia de intervenções
individualizadas e humanizadas, acolhendo e buscando
proporcionar o maior conforto possível para essas
pacientes.
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