Anais do XX Congresso Brasileiro de Automática Belo Horizonte, MG, 20 a 24 de Setembro de 2014 DESENVOLVIMENTO DE UMA CÉLULA BRAILLE DE BAIXO CUSTO USANDO ARDUINO MAURÍCIO, LIMA, S. Universidade Federal Rural do Semi-Árido - UFERSA Av. Francisco Mota, 572, Bairro Costa e Silva, Mossoró - RN E-mails:[email protected] LEONARDO, CASILLO A. DANIELLE, CASILLO S. S. Laboratório de Arquitetura de Computadores e Sistemas Embarcados - LAACOSTE, Universidade Federal Rural do Semi-Árido- UFERSA Av. Francisco Mota, 572, Bairro Costa e Silva, Mossoró - RN E-mails:[email protected], [email protected] Abstract This paper aims to develop a low-cost solution to assist in alphabetization of visually impaired people through tactile reading in Braille. The hardware proposed consists of a prototyping platform Arduino Mega 2560, a print head for dot matrix printer that is the basis for the assembly of the Braille cell and an SD memory card. The text is available on a memory card, the microcontroller receives the data, interprets and sends commands to the Braille cell and, through a preprogramed time, the user reads letter to letter in high relief that can form words and sentences. The tests performed and the results confirmed the faithful reading of Braille system proving that the cell prototype Braille helps the visually impaired suitably. Keywords Braille Cell, Arduino, Print Head, Memory Card, Low Cost. Resumo Este trabalho tem por objetivo desenvolver uma solução de baixo custo para auxiliar na alfabetização de pessoas com deficiência visual através da leitura táctil em Braille. O Hardware proposto é composto por uma plataforma de prototipagem Arduino Mega 2560, uma cabeça de impressão de impressora matricial que é a base para a montagem da célula Braille e um cartão de memória SD. O texto é disponibilizado em um cartão de memória, o microcontrolador recebe os dados, interpreta e envia os comandos para a célula Braille e, através de um tempo pré-programado, o usuário faz a leitura letra a letra em alto relevo podendo formar palavras e frases. Os testes realizados e os resultados obtidos comprovaram a leitura fiel ao sistema Braille comprovando que o protótipo da célula Braille assiste aos deficientes visuais adequadamente. Palavras-chave Célula Braille, Arduíno, Cabeça de Impressão, Cartão de Memória, Baixo Custo. 1 conjunto matricial formado por 6 pontos, distribuídos entre duas colunas. Diferentemente da leitura visual, que capta palavras inteiras e informações quase que instantaneamente, podendo o texto ser percorrido com agilidade seguindo uma linha sem esforço, o deficiente visual lê essencialmente um caractere por vez. De forma geral, um dedo principal, geralmente o indicador, é utilizado para a leitura. Esse mesmo dedo tem que se movimentar por cima das “celas” ou células, lendoas uma a uma de forma linear, e não em paralelo, diferentemente da visão (Saturno, et al. 2013). Existem diversas pesquisas na área de Interface Homem Computador (IHC) com o objetivo de possibilitar a utilização de equipamentos eletrônicos pela população em geral. A IHC é uma área da Engenharia/Informática que busca oferecer eficientes meios de comunicação entre computadores e seres humanos. Para essa comunicação, os projetistas de interfaces procuram explorar os diversos sentidos humanos, com a finalidade de prover uma comunicação eficaz e prazerosa para os usuários. Em programas de computadores e aplicativos eletrônicos é comum o uso de imagens e mensagens sonoras. O problema Introdução Na sociedade informatizada em que vivemos, tecnologias intelectuais tornam-se de forma indiscutível um caminho com diversas possibilidades educacionais e, dentro desta, uma crescente e necessária utilização de ferramentas no processo educacional de crianças e adolescentes com deficiências visuais. Tais ferramentas devem possuir recursos específicos para auxiliar no aprendizado de pessoas com necessidades especiais, visando à independência. Os deficientes visuais possuem uma forma assistida de comunicação escrita, o Braille, um sistema utilizado universalmente na leitura e na escrita por pessoas cegas inventado na França por Louis Braille1, um jovem cego, no ano de 1825 (Canejo, 2005). O sistema Braille é uma escrita em relevo, constituído por 63 sinais codificados por pontos, a partir do 1 Louis Braille nasceu em 04 de janeiro 1809/1852, na cidade de Coupvray, situada a cerca de 45km de Paris. Devido a um acidente ao brincar na oficina de seu pai, feriu o olho esquerdo, houve hemorragia e o quadro se agravou até ele perder a visão totalmente aos 5 anos de idade. 3986 Anais do XX Congresso Brasileiro de Automática Belo Horizonte, MG, 20 a 24 de Setembro de 2014 desses “paradigmas” de projeto de interfaces é que estes não consideram em primeira instância os usuários portadores de necessidades especiais (Da Rocha; Baranauskas, 2003). Com relação ao alfabeto Braille, existem displays disponibilizados no mercado que possuem dimensões que comportam desde uma única célula até linhas de 80 células. A maioria comporta entre doze e vinte células por linha. Esse equipamento é pouco usado no Brasil, principalmente devido ao seu alto custo, sendo que os mais simples chegam a custar cerca de cinco mil dólares (Queiroz, 2014). Além disso, em um display Braille de vinte células, enquanto um deficiente visual está lendo um caractere, os outros dezenove estão ociosos, pois não estão sendo lidos com os outros dedos. É sabido da dificuldade em se obter livros em Braille, principalmente em regiões mais carentes e em escolas públicas. Assim, o objetivo deste trabalho é criar uma solução de baixo custo para possibilitar a leitura em Braille e auxiliar na alfabetização e educação de crianças e adultos com deficiência visual. Diante do exposto, este trabalho propõe um dispositivo, conhecido como “Célula Braille”, para apresentação em alto relevo de textos em Braille. Este equipamento foi desenvolvido artesanalmente utilizando uma cabeça de impressão de impressora matricial, uma plataforma de prototipagem Arduino e um leitor de carão de memória tipo SD2 (Secure Digital). A Célula Braille projetada visa a inclusão de pessoas cegas, oferecendo um amplo uso por meio do projeto e construção de um leitor de baixo custo utilizando materiais reutilizados. Desta forma, este trabalho busca fazer com que uma pessoa com deficiência visual possa praticar a leitura sem a necessidade de impressões em papel, (redução de custos) possibilitando uma leitura táctil em que o usuário poderá identificar letra a letra e assim formar palavras e frases. tantes de volta ao ambiente por meio do acionamento de atuadores. Os projetos open sources são aqueles criados para o domínio público, ou seja, que podem ser modificados e aprimorados por outras pessoas conforme suas necessidades, de modo que outros usuários possam usufruir dessas mudanças em seus próprios projetos (Ferreira, 2005). Isto propicia uma variedade de modelos de Arduino, que se diferenciam com relação a quantidade de memória SRAM, EEPROM ou Flash disponível, número de pinos de E/S digitais e analógicos, frequência do processador, consumo energético ou funcionalidades exclusivas (como por exemplo modelos que contém interfaces de rede ou interface para comunicação com sistemas de computação como dispositivos móveis). Para este trabalho, foi escolhido o Arduino Mega 2560, visualizado na Figura 1, no qual é portado de um microcontrolador ATMega2560, fabricado pela ATMEL, 54 pinos de E/S digitais, 16 entradas analógicas, 4 UARTS (portas seriais de hardware), 256 KB memória Flash, 8 KB SRAM, um oscilador de cristal de 16 MHz, pinos de alimentação (5 V, 3,3 V e Terra), porta USB para conexão com o computador e conector jack para alimentação externa (de 7 à 12 V), além de um conversor A/D de 10 bits para tratamento dos valores provenientes das entradas analógicas. Este modelo contém a quantidade de pinos e memória suficientes para a implantação do dispositivo proposto. 2 Plataforma Arduino Figura 1. Arduino Mega 2560 A programação do Arduino é feita por meio de uma linguagem de programação própria, baseada em Wiring, que é um sub-conjunto das linguagens C e C++. Esta linguagem é implementada em um ambiente de desenvolvimento (IDE) próprio, baseado em Processing, utilizado em sistemas operacionais Windows, Mac e Linux (Gioppo et al., 2009). É possível inserir funcionalidades extras conectando-se placas adicionais ao Arduino chamadas Shields, cuja finalidade é expandir sua capacidade. Como exemplo, podem ser utilizadas Shields para prover comunicação Ethernet, Bluetooth, Wi-Fi e controladores para GPS. No entanto, é possível criar e desenvolver placas de circuito impresso que propiciam estas novas funcionalidades sem a necessidade de adquirir tais componentes. Arduino é uma plataforma de prototipagem eletrônica livre de baixo custo baseado em hardware e software livres, flexíveis e fáceis de usar. É destinado a estudantes, projetistas, designers e demais pessoas interessadas em criar projetos ou ambientes interativos (Banzi, 2011). A prototipagem rápida de projetos simplifica o processo de criação, testes e utilização de placas de circuito impresso e reduz complexidades de programação e eletrônica. A placa Arduino pode interagir com o ambiente externo recebendo em suas entradas sinais provenientes de sensores, como temperatura, pressão, umidade, dentre outros, processar dados (recebidos) em um microcontrolador e disponibilizar os valores resul2 SD é o acrônimo de Secure Digital e descreve os dispositivos compatíveis com as normas SD para cartões de memória não volátil. 3987 Anais do XX Congresso Brasileiro de Automática Belo Horizonte, MG, 20 a 24 de Setembro de 2014 Frente a outros modelos de microcontroladores e microprocessadores, como por exemplo, PIC, 8051, DSP’s e CLP’s, o Arduino apresenta-se como uma solução de baixo custo, voltado para aplicações dedicadas que não necessitam de um alto poder de processamento, como é o caso deste projeto, além de ser um dispositivo que oferece uma facilidade de integração com sensores, atuadores e demais dispositivos mecânicos, analógicos e digitais. quais o seu uso é necessário. Como citado anteriormente, para apresentação da letra “a” é necessário que somente o primeiro pino de impressão (c1) seja ativado, enquanto que a letra “h” necessita que os pinos c1, c2 e c5 sejam ativados ao mesmo tempo. Dessa forma, utilizou-se um esquema de linhas contendo determinados caracteres associados às células de impressão para identificação das letras, como mostra o Quadro1. “abcdefghklmnopqruvxyz” “bfghijlpqrstvw” “klmnopqrstuvxyz” “cdfgijmnpqstwxy” “deghjnoqrtwyz” “uvwxyz” 3 Metodologia Com o objetivo de mediar a leitura Braille, principalmente por pessoas com deficiência visual, buscou-se desenvolver uma estrutura mecânica que fosse capaz de formar caracteres em alto relevo, como uma célula Braille, baseando-se na reutilização de materiais considerados lixo eletrônico. Tal célula é composta por seis pinos, em relevo, dispostos em duas colunas de três pontos. As letras são formadas por meio de diferentes combinações destes pontos. A Figura 2 mostra um exemplo de duas destas combinações: o ponto 1 de forma isolada representa a letra “a”, já os pontos 1, 2 e 5 juntos representam a letra “h” (Canejo, 2005). //in c1 //in c2 //in c3 //in c4 //in c5 //in c6 Quadro 1. Correspondência entre caracteres e pinos Seguindo este esquema de decodificação, nota-se que a letra “a” está presente apenas na linha 1 (//in c1), assim para esta letra é acionado pino de saída do Arduino conectado a c1. Já a letra “b” está presente nas linhas 1 e 2, resultando na ativação dos pinos correspondentes à c1 e c2. Cada pino da cabeça de impressão foi associado a uma porta digital de saída do Arduino, de acordo com a sequência apresentada no Quadro 2. Cada porta digital pode receber os valores HIGH (5 V) ou LOW (0 V). Pino 1 = c1 porta 31 Pino 2 = c2 porta 33 Pino 3 = c3 porta 35 Pino 4 = c4 porta 37 Pino 5 = c5 porta 39 Pino 6 = c6 porta 41 Figura 2. Exemplo de representação de letras em Braille A identificação do texto pelo Arduino é realizada letra a letra. Para cada caractere recebido, o microcontrolador processa a informação e seleciona quais pinos da célula de impressão deve acionar. O sistema contém 6 pinos de impressão, nomeadas de c1 a c6, dispostos como ilustra a Figura 3. Quadro 2. Correspondência entre pinos e portas do Arduino Quando uma letra é identificada, dependendo de qual linha esta se encontra, o Arduino ativa a porta de saída a qual esta ligado o pino referente a esta linha enviando um sinal de 5 V e desativa as linhas restantes enviando 0 V. O funcionamento da célula Braille ocorre da seguinte forma: cada pino da célula funciona com o auxílio de um dispositivo eletromagnético. Para acionar um pino, é necessário enviar um valor de tensão para a bobina, fazendo com que esta gere um campo eletromagnético. Este campo eletromagnético atrai uma pequena haste de metal, e esta haste de metal por sua vez, eleva um pino da célula Braille. A Figura 4 apresenta este dispositivo. Figura 3. Células de impressão De forma análoga a um decodificador de um display de 7 segmentos, cada célula é associada às letras das 3988 Anais do XX Congresso Brasileiro de Automática Belo Horizonte, MG, 20 a 24 de Setembro de 2014 Figura 6. Bobina que aciona pino da célula Braille Uma característica deste equipamento eletromecânico é que o seu funcionamento necessita de uma corrente elétrica elevada se comparada ao Arduino. Assim este, sozinho, não é capaz de ativar as bobinas, pois suas portas possuem máximo de 40 mA, sendo necessário mais que 1000 mA. Desse modo, foi necessário utilizar um circuito eletrônico auxiliar que é ativado por meio do sinal elétrico do Arduino. Como apresentado na Figura 7, este circuito elétrico é formado por 6 transistores TIP 41 e 6 resistores de 100 Ohm, onde cada par transistor / resistor é responsável por acionar um único pino. Figura 4. Célula Braille Diante do alto custo em se adquirir uma célula Braille, esta foi produzida de forma artesanal a partir de outro hardware, neste caso uma cabeça de impressão de impressora matricial. Sua estrutura interna é composta por 9 (nove) bobinas magnéticas onde, destas, 6 (seis) foram utilizadas. Para a confecção dos pinos e da guia para os pinos, foi utilizado um material plástico denominado tecnil, visto que o mesmo possui alta durabilidade e resistência. A Figura 5 esboça uma visão lateral da célula Braille. Figura 5. Célula Braille Figura 7. Circuito eletrônico auxiliar. Foram utilizadas seis agulhas de metal, nas quais fixaram-se pinos de tecnil com 1,6 mm de diâmetro. Quando ativada, a agulha eleva-se 0,8 mm em relação a uma guia de tecnil (uma peça com furos que delimita as distâncias entre cada pino). Na construção da célula objetivou-se atender às especificações de dimensões e distâncias padrões entre pinos (GESTA, 2012). A Figura 6 esboça o esquema de uma das bobinas de elevação. Neste projeto foi utilizada uma protoboard para acomodar os componentes do circuito desenvolvido que interliga as portas digitais do Arduino à Célula Braille. No entanto, tal circuito pode ser impresso em uma placa de forma artesanal. A Figura 8 apresenta uma possível configuração para a confecção de uma placa de circuito impresso para tal finalidade. 3989 Anais do XX Congresso Brasileiro de Automática Belo Horizonte, MG, 20 a 24 de Setembro de 2014 Os Arduinos baseados no chip Atmega2560, como o Arduino MEGA, implementam o protocolo SPI nos pinos 50 (MISO), 51 (MOSI), 52 (SCK) e 53 (SS). Para operações de leitura, são utilizados 7 pinos na conexão entre memória e Arduino, sendo os 4 primeiros citados acima juntamente com os pinos de alimentação (5 V) e terra (GND). Também são necessários resistores para atuarem como divisores de tensão, visto que os cartões SD trabalham com 3,3 V de tensão. A Figura 10 apresenta o esquema elétrico entre o Arduino e o cartão SD (Trentin, 2011). Figura 8. Esquema eletrônico para impressão em placa O processo de obtenção dos textos pelo sistema se inicia a partir da leitura de um arquivo de texto no formato text.txt, contido em um cartão de memória do tipo SD. Para o uso de um cartão SD, existem duas alternativas: (1) adquirir um módulo Shield SD ou (2) compor o circuito por meio de uma placa de circuito impresso ou protoboard para as conexões entre o Arduino e o cartão. Para este trabalho, foi utilizada a segunda alternativa, em virtude da redução de custos. Neste procedimento, faz-se necessários alguns conhecimentos sobre o funcionamento do dispositivo, como a tensão de alimentação em 3,3 V, e o diagrama esquemático contendo a pinagem do cartão SD3. A figura 9 mostra o dispositivo de leitura de cartão SD. Figura 10. Integração entre o Arduino e o cartão SD O protótipo completo da Célula Braille, chamado “Conversor Braille”, é apresentado na Figura 11. Figura 11. Protótipo completo do conversor Braille Figura 9. Dispositivo de leitura de cartão SD Os cartões SD comunicam-se através de uma Interface Periférica Serial (SPI – Serial Peripheral Interface), um protocolo síncrono que permite a um dispositivo mestre iniciar a comunicação com um dispositivo escravo. O Arduino nomeia os pinos de entrada e saída como MOSI (Master Out Slave In) e MISO (Master In Slave Out). Para prover o sincronismo, o sinal de clock (pino SCK) pode ser gerado somente pelo mestre, e este sinal controla quando os dados podem mudar e quando são válidos para leitura. Por permitir vários escravos, o SPI precisa controlar qual deles está sendo acessado, e o faz com um sinal SS (Slave Select), configurado como saída no Arduino para que este atue como mestre. Para a alimentação do dispositivo como um todo, foram utilizadas duas baterias de 3,6 V, que podem ser substituídas por uma fonte de tensão correspondente à soma das duas baterias interligadas em série. Não é recomendado utilizar a alimentação elétrica a partir da porta USB de um PC ou notebook devido a baixa amperagem gerada pela USB, que influencia no funcionamento dos demais componentes do circuito, além da dependência desnecessária do computador. Outro dispositivo presente no conversor é um display cujo objetivo é permitir a verificação de alguns aspectos do funcionamento do sistema. Neste são apresentadas informações relacionadas à inicialização do sistema, bem como o caractere correntemente lido e a ser apresentado na célula Braille, possibilitando, 3 SD-ARDUINO: http://www.paulotrentin.com.br/eletronica/datalogger-sdmmc-com-arduino/ 3990 Anais do XX Congresso Brasileiro de Automática Belo Horizonte, MG, 20 a 24 de Setembro de 2014 por exemplo, a um professor de Braille verificar se as letras são correspondentes. dades do sistema, com a integração de mais caracteres e dispositivos de áudio-descrição. 4 Resultados Referências Bibliográficas Para a realização de testes, foram utilizadas 26 letras minúsculas do alfabeto. No entanto, com a Célula Braille de 6 (seis) pinos é possível formar até 63 informações, sejam sinalizadores, letras maiúsculas ou minúsculas, números ou pontuações. Por meio da execução do sistema pôde-se verificar que o Conversor Braille desempenhou as funções esperadas, que são: leitura de informações textuais a partir de uma memória, conversão em sinais analógicos e apresentação das informações na Célula desenvolvida em forma de caracteres Braille. Além disso, constatou-se também que o tempo de apresentação ocorre de forma instantânea. No teste realizado, em especifico, quando encontrado algum caractere diferente das 26 letras utilizadas, todos os pinos da célula são desativados. Todavia, mais caracteres podem ser traduzidos, bem como, uma configuração de pinos pode ser definida para sinalizar um caractere desconhecido. A leitura e impressão de cada letra na Célula Braille pode ser realizada de forma manual, a partir do acionamento de um botão, ou automática definindo-se um intervalo de tempo entre cada letra na programação do Arduino. Para os testes realizados, foi utilizado um intervalo de 2 segundos. Desta forma, quando houver uma pausa de 4 segundos para a leitura da próxima letra, significa que foi encontrado um espaço em branco ou uma quebra de página. Canejo, E. (2005). Introdução ao Sistema Braille. Fundação de Apoio à Esola Técnica. Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação. Governo do Estado do Rio de Janeiro. Saturno, C. E., Schmidt, M. B., Farhat, M., Piucco, E. C., Ramirez, A. R. G. (2013). Duas soluções para auxiliar na comunicação de pessoas com deficiência. V Congresso Brasileiro de Comunicação Alternativa. Gramado – RS. Da Rocha, H. V e Baranauskas, M. C. C. (2003). Design e Avaliação de Interfaces HumanoComputador. Campinas NIED/UNICAMP. Queiroz, M. A. (2008). Display Braille. Acessibilidade Legal. Disponível em: <http://acessibilidadelegal.com/33displaybraille.php> Acesso em: 05 mar. 2014. Banzi, Massimo (2011). Getting Started with Arduino. 2ª Edição. Maker Media Inc. 128 páginas. Ferreira, A. J. L. (2005). Open Source Software. 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Este trabalho buscou prover acessibilidade a pessoas com deficiência visual por meio do desenvolvimento de um sistema que provê a apresentação de textos digitais em alfabeto Braille. O dispositivo denominado Célula Braille possui características como baixo custo de aquisição, integração com dispositivos e facilidade de utilização, frente a outros modelos mais robustos mas que possuem um custo muito elevado. O dispositivo foi projetado a partir de peças consideradas atualmente lixo eletrônico, como cabeças de impressora matriciais, placas de circuito impresso artesanais e plataformas de prototipagem de baixo custo e fácil programação. Como trabalhos futuros, sugerem-se a validação do Conversor Braille com pessoas que possuam deficiência visual, bem como o acréscimo de funcionali- 3991