Famílias e Sociedades “A família é uma instituição presente em todas as sociedades i d d hhumanas. Em contrapartida, id as fformas que ela l reveste e as funções que ela preenche são extremamente variáveis no tempo e, para uma mesma época, de uma sociedade para ooutra. tra A família é portanto um fenómeno essencialmente cultural.” Famílias e Sociedades: a di ersidade das formas familiares diversidade Roberto Murdock (etnólogo) 1949 – Definição de FAMÍLIA Suficientemente ampla p ppara englobar a maior parte das formas familiares que existiram na história das sociedades. “é um grupo caracterizado pela residência comum e pela cooperação de adultos dos dois sexos e dos filhos que eles l geraram ou adoptaram”. Assim sendo: 1. A família supõe a união de adultos de sexos diferentes. 1.1. DOIS tipos p de casamento: 1.1.1. Poligamia: todas as formas de união que impliquem mais do que 2 cônjuges. 1.1.2. 1 1 2 Monogamia: designa uma situação em que um homem só pode desposar uma única mulher e viceversa. Poligamia g Poligenia Poliandria Um homem desposa várias mulheres Uma mulher desposa Vários homens Fenómeno bastante corrente nas sociedades africanas e muçulmanas. Fenómeno Raro. encontra-se no Tibete e em certas tribos de esquimós. q E il D Emile Durkheim kh i M Monogamia i 11. Encontra-se E t b t t dif bastante difundida did em certas t sociedades primitivas por razões económicas. 2. Monogamia de direito: corresponde à situação dos países ocidentais contemporâneos, segundo o qual é juridicamente interdito casar-se simultaneamente com várias pessoas. Formas de Família Diferenciam-se em função do número das gerações presentes sob o mesmo tecto. Família extensa: inclui diversas gerações (ascendentes, descendentes e colaterais). Família restrita: designada também por família conjugal. Apenas compreende os pais e os seus filhos não casados. Segundo Durkheim, a família tem tendência para se contrair à medida que a divisão social do trabalho se desenvolve: a família extensa tende pois a deixar o seu lugar à família conjugal. Parsons – anos 50 A tese da nuclearização da família O desenvolvimento da sociedade industrial supõe a generalização do modelo da família nuclear caracterizado pelo domicílio separado e pela ruptura entre os filhos casados e o conjunto familiar. O desenvolvimento da família nuclear responderia d i assim i ààs exigências i ê i dde mobilidade geográfica e profissional requeridas pelas sociedades industriais. Dois tipos de críticas Peter Laslett crítica Parsons Família nuclear Filhos casados Æ longe de suprimir elos com os pais pais. Norte da Europa, anterior ao século XVIII Ajudas financeiras, guarda dos bebés. Família Nuclear Å Æ Desenv. Industrial Correlação imprópria imprópria. A tese dde P Parsons não ã é entretanto ddesprovida id dde todo o interesse: a autonomia da família nuclear em relação ao conjunto familiar é hoje mais vincada do que ontem, ainda que não se possa falar por esse facto facto, de uma ruptura de gerações gerações. De facto, numerosos serviços prestados pela família de origem g ao jovem j casal ppermitem-lhe reforçar a sua independência. A manutenção das relações familiares não é pois incompatível com a “nuclearização” da família. A transformação das FUNÇÕES da Família Três Grandes Funções Económicas Função Patrimonial Perdeu a sua importância nas sociedades modernas: a) os grandes patrimónios sofreram a erosão da inflação (lenta valorização). b) transmissão de património tornou-se pouco vital para se estabelecer na visa Æ esperança média de vida vida. c) Capital Cultural elevado (Teoria do Capital Humano) Æ + importante p ppara o sucesso profissional. Função De Produção Até ao início dos anos 60 Æ a família era uma unidade de produção base. a) empresários agrícolas; b) profissões fi õ iindependentes d d t (artesãos e comerciantes). desenvolvimento da indústria Æ diminuição das profissões independentes Æ aumento do salariado (regime económico de retribuição ç do trabalho através de salário) Assalariado - trabalhador que recebe salário Função De Consumo Mantém um lugar preeminente! As principais decisões neste domínio, como a compra de uma viatura i t ou dde bbens dde equipamento doméstico, são geralmente objecto de uma decisão conjunta dos dois esposos. A família exerce igualmente funções sociais importantes Æ socialização dos filhos Æ copartilhada com a escola. A família Æ lugar da solidariedade entre gerações Æ RUPTURA Æ desenvolvimento dos sistemas de protecção social e a criação de estruturas de acolhimento colectivas para a terceira e quarta idades. A família de hoje, uma instituição em crise? i ? • Aumento do número de divórcios divórcios. • Índice sintético de fecundidade. • Baixo índice de renovação de gerações. • Diferentes formas de conjugalidade. Esta evolução é o produto de um feixe de causas que interagem umas sobre as outras: • Aumento da actividade feminina Æ independência da mulher face ao marido marido. • Liberalização dos costumes Æ desenvolvimento de prática contraceptivas. • Alterações e discussões no plano jurídico-normativo: – Interrupção voluntária da gravidez. – Legalização do concubinato concubinato. – Divórcio. Família instituída vs. Família instituidora P Perspectiva i D Durkheimiana kh i i Normas Sociais Exteriores ao indivíduo Relativamente Estáveis. Não podem Nã d ser Modificadas ao Sabor das circunstâncias Restritivas ii Prescrevem um certo Número de Comportamentos Socialmente sancionados A família tradicional Æ estabilidade do elo conjugal / divisão hierárquica das funções Æ adaptava-se a este quadro preestabelecido. Família Instituída Æ Família Instituidora: respeita regras criadas livremente por si e pode modificá-las por livre acordo entre os seus membros. A emergência g de novos modelos familiares A) Conjugalidades de facto (uniões de facto) 1989 Æ França Æ 1 400 000 uniões sem casamento. O concubinato Æ disseminado no meio operário do século XIX Motivações: - Evitar formalidades administrativas consideradas como inúteis ou pagar menos impostos. - Vontade em não se comprometer prematuramente. - Real hostilidade face à instituição matrimonial. B) Famílias monoparentais Sociologia francesa em 1975 Æ designar a situação em que um adulto sem cônjuge e não ã coabitando, bi d vive i com um filh filho pelo l menos a seu cargo, não ã sendo d este casado d e não tendo filhos. França Æ 1968 Æ Famílias F F íli monoparentais t i Æ Composição: C i ã 56% mulheres lh viúvas; iú 35% divorciadas; 9% celibatárias. França Æ 1988 Æ Famílias monoparentais Æ Composição: 58% divorciadas; 22% viúvas; 20% celibatárias. Actividade: Ler último parágrafo da página 170 sobre “Famílias Famílias monoparentais” monoparentais . C) Famílias recompostas Família recomposta ou reconstituída Æ a família que compreende um pai, os filhos que ele teve de uma precedente união e um novo cônjuge com quem é casado e coabita. Século passado Æ normalidade Æ viuvez seguida de por um segundo casamento. Hoje em dia Æ “novidade” Æ reposição familiar ser seguida pelo divórcio, podendo dar lugar ao nascimento de novas crianças. Dois Modelos Diferentes de Relações Æ Modelo da Substituição / Modelo de Perenidade. O 2º casamento dará lugar à consituição de uma nova família, que substitui a anterior anterior. (Predominância nas classes Populares) Justaposição da família antiga e da recentemente constituída. (Predominância nas classes intelectuais superiores) Família Multiparental O ddesenvolvimento l i t dde ffamílias íli recompostas t evidenciou id i problemas bl específicos ífi a este t género é dde famílias: • Experimenta, p , ggeralmente,, uma situação ç de anomia ((ausência de lei)) – – – Carência de regras Carência de modelos de conduta: os direitos e deveres de cada membro (ex. padrasto e enteado) t d ) não ã estão tã jjuridicamente idi t codificados. difi d Os membros da família não dispõem de nomes para se designar. • Ex.: Como vai o filho chamar o novo marido da mãe? (risco de confusão com o pai biológico). p g ) • Família recomposta Æ “família de risco” Æ fronteiras entre gerações pouco definidas. • A família recomposta é uma estrutura frequentemente considerada pouco segura para o filho que se encontra oscilante entre vários lares e diversos pais cuja autoridade se encontra, de facto, diluída. Sociologia da Família: Dois M d l dde A Modelos Análise áli O Modelo M d l com O Orientação i t ã ormativa ti Æ (dominante) (d i ) A família conjugal constitui a norma e as outras formas familiares são analisadas como outros tantos desvios em relação ao modelo padrão. O Modelo de “Mobilização dos Recursos” Æ As diferentes formas familiares estão situadas numa base de igualdade: elas constituem respostas diferenciadas aos problemas encontrados por novos actores que gerem da melhor forma os seus recursos económicos, culturais e simbólicos i bóli a fi fim dde se adaptarem d aos constrangimentos i do seu meio ambiente. Sociologia da Família: Dois M d l dde A Modelos Análise áli Longe de se oporem, as diferentes modalidades de família tendem a suceder-se no tempo de forma sequencial: - coabitação juvenil precede geralmente a casamento; - o divórcio faz nascer a família monoparental. - o segundo g casamento conduz à constituição de famílias recompostas.