Há dias, num transporte público, uma pessoa dizia para outra:
“Estamos aqui, estamos no Natal”.
Quem o disse, não se enganou.
Não estava, de facto, a referir-se à Páscoa que se aproxima, mas à
voracidade do tempo que passa vertiginosamente, deixando-nos, por
vezes, com uma profunda sensação de vazio e de fragilidade.
Há, certamente, muitas maneiras possíveis de reagir às interpelações
que este facto traz consigo.
Mas a Quaresma que estamos a viver pode ser tempo propício para
pensarmos, um pouco que seja, na melhor maneira de
enfrentarmos esta voragem do tempo que engole os dias, os meses e
os anos, quase sem darmos conta
disso.
E talvez descubramos como é
importante aproveitar com
serenidade e o melhor possível os
minutos e os dias, o tempo
concreto que nos é dado viver.
Só há, na verdade, um tempo para vivermos neste mundo.
4/abril/2014
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Há dias, num transporte público, uma pessoa dizia para outra