Nº
237 OUT/NOV/DEZ - 2013
www.pastoraloperaria.org.br
Comunicação a serviço da classe trabalhadora urbana
Jesus renasceu nos jovens
que caminharam nas ruas
Alguns caminharam pelo senso comum
Por um grito preso na garganta
Outros por derrubar um inimigo comum:
O sistema de morte que se agiganta
Mas não amedronta !
Muitos caminharam com bandeiras na mão
E desse jeito, sabem o que querem
E com suas bandeiras sabem quem são
Têm sonhos na cabeça e pés no chão
E só vão sossegar, quando o dia chegar
Em que todos e todas sem distinção
Comerem juntos na mesma mesa
E partilharem o mesmo pão
É gente de todo canto, dessa
terra, nosso país
É um povo que tem certeza, que luta pra ser feliz
Que luta por vida digna, por
trabalho, terra e pão
Luta por casa e saúde, por lazer
e educação
Jesus renasceu nos trabalhadores e trabalhadoras em greve
Em nossa bela história, dos escravos aos operários
Há direitos alcançados pelos trabalhadores rurais e urbanos
E apesar da violência e repressão usadas para calar
Há espaços conquistados que duram
por muitos anos
O povo organizado
acaba com latifúndio,
derruba exploração
Porque semeia o novo,
com mística e com cultura
Semeia no ventre da terra,
a semente da união
E forja, no forno ardente, a
ferramenta da transformação
O povo organizado gera no trabalho agrário
Ou pelas mãos do operário,
O Brasil que todos queremos
O povo politizado gera na labuta agrária
Ou pelas mãos da operária,
O Brasil que todas merecemos.
Informes de PO
ENCONTRO
NACIONAL DA
PASTORAL OPERÁRIA
Esse pessoal que aparece aí na foto esteve
reunido nos dias 5 e 6 de outubro para lançar as
bases da Assembleia Nacional da Pastoral Operária que vai se realizar em março de 2014. O encontro foi em Utinga, diocese de Santo André/SP, na
Sede Regional do MTC
(Movimento dos Trabalhadores Cristãos). Lá foi discutida a questão de
Metodologia e Linguagem - Rumo à 18ª
Assembleia Nacional.
Missa em Memória dos Mártires
Aconteceu no dia 27 de outubro, a Missa dos Mártires na Paróquia Bom Jesus, representando a Área
Cariacica/Viana, a missa em memória dos Mártires, presidida pelo pároco Alexandre Firmino Barbosa e ao
som do tambor, fizemos presente no poema do Sr. José Machado, a memória daqueles que deram a vida
pela construção do Reino de Deus aqui na terra.
Cerca de 200 pessoas iluminaram as ruas numa procissão regada ao canto de São João Batista: “É por
causa do meu povo machucado” que tomou a igreja, alimentada pela Palavra de Deus, que foi possível
partilhar o pão e sentir renovados e motivados a continuar a caminhada.
“São tantos Josés e Marias nestes rostos sofridos, nesse sangue latino...
... é o rosto de Gabriel, do Santo, do Alexandre, da Irmã Doroty e de tantos outros mártires que nos
convidam a não desanimar e continuar acreditando que... “Santo, a luta vai continuar”!
Pastoral Operária - Arquidiocese de Vitória
PO ESTADUAL DE
SÃO PAULO REALIZA
ENCONTRO
Nos dia 16 e 17 de novembro São Paulo se encontrou na Igreja Nossa Senhora dos Ferroviários
para refletir sobre OS NOVOS SINAIS DA CLASSE TRABALHADORA HOJE. Com a ajuda de
Waldemar Rossi e Dom Antônio Celso Queiroz fizeram uma análise de conjuntura eclesial, política e
econômica. No domingo, fizeram um levantamento
de como está a PO em todo o estado de São Paulo.
Em seguida fizeram o planejamento de 2014 onde
foram tirados dois encontros de formação: um para
fevereiro em preparação da 18ª. assembleia nacional da PO e outro para novembro.
Conjuntura
“Tem que acabar com o
ceticismo e insistir em que
não adianta subir na cabeça dos outros para ficar rico,
mas sim lutar junto com outro/a, para que não sejam
mais pobres”.
Esta foi uma das frases
que nos disse o Gabriel, do
Movimento Passe Livre que
nos assessorou na análise
de conjuntura. A conversa foi longa e interessante
e está na íntegra no relatório do encontro (se não
recebeu, peça ao Secretariado Nacional).
Preocupações
Foi apresentado o quadro das dioceses que tem
PO no Brasil: quantos grupos de base existem e suas
atividades. Na análise sobre a conjuntura da PO foram destacadas as seguintes preocupações:
- Temos que deixar a visão corporativista e pensar na PO como um só grupo, deixando a visão de
que uma região possa ser melhor que a outra.
- É preocupante que algumas falas de hoje se remetem às décadas de 1970, 1980... A PO está acompanhando as mudanças na classe trabalhadora?
- Em algumas cidades não está se renovando o
quadro;
- Nossos militantes tem menos apoio dos bispos e
muitos se envolveram na política ficando menos na PO.
Ações
As reflexões definiram que é muito importante
continuarmos realizando atividades bem específicas
nossas como: as místicas; a forma de comparar a
palavra de Deus com a vida da classe trabalhadora; as acolhidas com cafés; nossa forma peculiar
de fazer formação com leitura política e eclesial; e
as romarias.
A discussão de metodologia e linguagem baseouse na pergunta: Se fôssemos criar a PO hoje, qual
seria a nossa prioridade, metodologia e linguagem? Na resposta, apareceram elementos para serem agregados à nossas práticas.
Metodologia - rever caminhada; realizar eventos
(Café e chá); fazer reflexão nos bairros; montar novas parcerias; participar dos conselhos da igreja.
Linguagem - utilizar mais poesia, frases, música, audiovisual, teatro, Facebook e demais
simbologias.
“O TRABALHO E A JUVENTUDE NA
ATUALIDADE”
Este foi o tema do encontro dos dias 19 e 20 de outubro, que
acontece anualmente e reúne oito dioceses do Estado de São
Paulo, para refletir e planejar ações conjuntas
As oito dioceses do Sub Regional São Paulo 2 – o SP2 definiram ações a serem realizadas no ano de
2014. Entre elas, destacam-se as seguintes:
- Ir para as ruas com os jovens.
- Convidar jovens para nos assessorar em nossos momentos de Formação.
- Levar formação às paróquias (trabalho e juventude) e dialogar com os padres, sempre utilizando nossa
metodologia de comparar a Palavra de Deus com a vida da classe trabalhadora.
- Levar nossos materiais aos jovens já organizados (materiais impressos, vídeos ...).
- Realizar com a ajuda da juventude, Eventos com mística, atividades culturais e partilha de alimentos.
VISITA AO GRUPO DE ITAPIPOCA/CE
No dia 17 de novembro a PO nacional através de Mônica Fidelis, a Lucila (PO de Maracanaú) e
Célia (PO de Maracanaú) visitou o grupo de Itapipoca. O que ouvimos é que a PO de Itapipoca esta
resistindo mesmo diante das dificuldades e que o curso de formação promovido pela PO no estado tem
dado um novo folego “o grupo esta renovado, isso nos anima para que 2014 seja muito mais ativo que
esse ano.” Diz dona Juranda. “O
importante é levar a mensagem
de paz, força, perseverança e
esperança para a classe trabalhadora que sofrem no mundo do
trabalho, isso é nosso trabalho de
PO” Mônica. Muitos desses novos membros são filhos de membros antigos da PO e outros novos que trazem toda a família junta: Esposas, maridos e filhos.
Desafio para 2014: Reerguer e
fortalecer o grupo de PO de
Itapipoca. Celebramos essa visita com um almoço delicioso na
casa de dona Juranda.
2 - Boletim CONQUISTAR da Pastoral Operária Nacional - Comunicação a serviço da classe trabalhadora urbana
O trabalho é divino?
Trabalho é uma dimensão constitutiva do ser humano como
tal, na raiz de seu jeito de ser. Trabalhar é o jeito humano de ser
e viver no universo.
No trabalho o universo se torna humano e o ser humano se
torna universal, planetário. Ele cresce segundo as dimensões do
próprio universo. O espírito invade o universo, mistura-se com a
matéria e encharca a criação.
Mantidos em estado de pobreza os trabalhadores não têm acesso
às formas de cultura, nem de arte reconhecida socialmente. Isto
coloca o trabalho radicalmente no dinamismo de produção da
dignidade específica do ser humano. O homem dignifica o trabalho – corporal, escravo, manual, físico – porque assim torna evidente a dimensão espiritual do trabalho. Mas, além disso, o trabalho, seja ele qual for, constroi e dignifica o ser humano. Porque é
trabalhando que o ser humano se torna humano, se humaniza. E
é na opressão e alienação que o trabalho pode, ao invés disso,
brutalizar as pessoas. Essa brutalização vem das relações de domínio, de opressão.
A dignidade do trabalho está em que ele constroi
no ser humano esta qualidade radical de ser
humano. Nele se torna concreta a liberdade do ser
criado para ser criador.
No trabalho, o espírito humano entra em contato íntimo com a
realidade material e encontra neste confronto, o seu aperfeiçoamento. A profundidade teológica desse dinamismo extrapola os limites
de ambos e dá ao trabalho uma inesperada dimensão divina.
Este jogo de confrontar-se e desenvolver-se solda o ser humano
e a natureza num único vínculo vital, crescente e às vezes doloroso
e desafiante. O ser humano, trabalhando, se faz espírito e consciência da matéria e a matéria se faz sangue do espírito. O ser humano explora, cultiva, transforma, transporta, intercambia e usa do
universo em dias dimensões bem claras e entrelaçadas. Num primeiro passo, ele se sujeita às leis do “Império da Necessidade” de
se alimentar e se abrigar. Imediatamente, ele supera este nível e
age impulsionado pelo desejo de ser sempre mais e melhor; sempre mais livre, mais belo e forte; de avançar sempre em direção a
um ideal. Entra no reino da liberdade, das decisões tomadas pela
força do desejo, não da necessidade estrita.
No trabalho, o universo se torna humano, como um organismo
feito de articulações através das quais cada membro transmite aos
outros a energia com que contribui para a restauração de tudo em
Cristo, cabeça da criatura (veja Efésios 4,15).
Fonte: “Espiritualidade e teologia do trabalho”,
Rogério Ignácio de Almeida Cunha – págs.64 e 65
Mística da PO
Articulação Norte/Nordeste
Espiritualidade
Encontro de Formação
e Articulação NO/NE
Nos dias 21 a 24 de novembro em Fortaleza/CE , houve o
Encontro de Formação e Articulação da Pastoral Operária Norte/
Nordeste. Com os temas Participação Política e Meio Ambiente. Na quinta a formação teve como facilitador Cícero Cavalcante (Formado em Filosofia, com Pós-Graduação em Economia Política e Filosofia) com o tema Participação Política Popular,
Cícero falou sobre a importância das pessoas como sujeitas do
processo democrático e fez um resgate da participação popular
na história desde os anos 70, 80, 90, 2000 até os dias de hoje.
Na sexta pela manhã houve o debate com Igor representante do
MPL (Movimento Passe Livre) de Fortaleza e Advogado, Igor
falou sobre o MPL, as últimas manifestações pelo Brasil e em
especial as de Fortaleza tendo como foco principal a Copa e luta
por moradia. A tarde Francisca Sena (Mestra em Políticas Públicas e Sociedade. Cáritas Regional Ceará) foi à facilitadora do
Tema Meio Ambiente e Sustentabilidade, Sena expos alguns aspectos referente as questões como: Exploração dos recursos
ambientais e de mulheres e homens; latifúndio; agronegócio;
monocultura; uso de agrotóxicos e transgênicos e suas características que favorece elites locais, nacionais e internacionais; amplo
apoio dos governantes; relação desigual de poder e capitalismo.
No sábado e domingo foi direcionado para os repasses dos trabalhos nas dioceses e o planejamento para 2014. Todas as noites foi realizada a “Mostra Audiovisual da Pastoral Operária”,
sendo exibidas curtas documentários relacionadas com os temas
do encontro. Na Noite Cultural aconteceu o lançamento do livro
“ Pensamentos Puros” do companheiro da PO de Itapipoca Marcos Moura. Além de coco de roda, ciranda, poesias e muito forró.
Foram momentos ricos de formação, celebração, animação e
partilha de experiências.
Como trabalhar com os jovens
Neste ano de 2013, a PO debruçou-se sobre a reflexão de ‘como trabalhar com os jovens’. Nos encontros realizados em São Paulo, certas
respostas foram encontradas. Destacamos algumas:
· Uma grande descoberta foi ver que muito do que já fazemos é que devemos continuar fazendo, como realizar a formação com
questionamentos, como costumamos fazer: formação com perguntas e valorizando o que as pessoas falam.
· Também é importante dar responsabilidades e tarefas aos jovens. Pedir serviço a eles. Ouví-los bastante, mas também contar história
forte de luta, porque a história apaixona.
· Os jovens têm pressa, querem respostas rápidas (computadores trazem sempre respostas prontas e rápidas e por isso agradam...).
Temos que ter algo de rápido para oferecer aos jovens, mas ver uma forma de manter a reflexão (com questionamentos intrigantes).
· Um dos fatos mais importantes porém, é a prática (já iniciada) de chamar jovens para nos assessorar em nossos encontros de formação.
Tudo isto é mística pura!!
Comunicação a serviço da classe trabalhadora urbana - Boletim CONQUISTAR da Pastoral Operária Nacional - 3
Santo e abençoado feriadão
Foi bonito.
Foi bonito ver milhares de militantes, crentes, lideranças no 9º Encontro Nacional Fé e Política, na
Universidade Católica de Brasília, refletindo, cantando, dançando, celebrando a vida e o Bem Viver em
pleno feriadão da República.
Foi bonito ver a pastora e professora Graciela
Chamorro falando da dor e do sofrimento dos kaiowáguaranis, e fazendo todos os presentes cantar em
guarani: Che MboguahuArára - O filho do tempoespaço me faz cantar; Itymbyonhemogo’iva’ekue A semente se esticar e murmurar sua palavra.
Foi bonito ver lideranças sociais e políticas lançando o Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político brasileiro, a realizar-se de 1º a 7 de setembro de 2014, junto com o
Grito dos Excluídos.
Foi bonito ouvir Daniel Seidel, Coordenador Geral
Local do 9º Encontro, dizer que “o povo precisa
partilhar o poder, o povo quer partilhar o poder, queremos a cultura do Bem Viver”.
Foi bonito ver a pastora luterana Romi Bencke,
do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC),
proclamar na mística de abertura do Encontro que
“nossa esperança é de um novo céu e uma nova
terra, sem dor, sem luto, sem grito, porque Deus
está conosco”.
Foi bonito relembrar com Cláudio Vereza, deputado e fundador do Movimento Fé e Política que,
nos anos 1980, “as lideranças políticas vindas das
Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) que se
engajaram no movimento partidário e se elegeram
ficaram sem espaço para refletirem e alimentarem
a sua própria fé. O Movimento é esse espaço”.
Foi bonito refletir com Pedro Oliveira, da Coordenação Nacional do Fé e Política, que “somos por
uma economia solidária, de partilha, do dom, da
pobreza e não abundância. Precisamos tirar da nossa cabeça que seremos felizes quando formos ricos. No planeta, não cabem sete bilhões de ricos.
Os povos indígenas ensinam a ser felizes com pouco. A Europa e os EUA, não.”
Foi bonito ver o ministro Gilberto Carvalho dançando alegre com os participantes, tirando fotos e
dizendo que “é uma alegria vir aqui buscar energia
para continuar na luta. Somos herdeiros da corrente
que vem de Jesus e que passa pelo papa Francisco
e por tantos profetas da história, dos que resistiram, dos que foram perseguidos”.
Foi bonito exaltar D. Tomás Balduíno, Chico Mendes, D. Pedro Casaldáliga, D. José Maria Pires, D.
Waldir Calheiros, Sepé Tiaraju, pastores e pastoras
evangélicas/os, líderes afro-brasileiros, e muitos mais,
fazendo a memória de lideranças e pastores históricos da caminhada.
Foi bonito ver Terezinha Toledo, da Coordenação Nacional do Movimento Fé e Política, entregando, como gesto de agradecimento, livros e mantas para quem voluntariamente se entregou por
meses, doou seu tempo, militantemente, para preparar o encontro.
Foi bonito ver o guarda da Universidade dizer
para o Reitor Afonso Galvão que ali não se podia
estacionar o carro – ‘ordens superiores’ - e o Reitor,
tranquilamente, entrar no carro e levá-lo ao estacionamento, seguindo a orientação do guarda.
Foi bonito ouvir o professor Ricardo Spíndola dizer, no Fórum Temático ‘Mobilização Social, Educação Popular e Cidadania’, que “há três grandes cam-
pos de atuação: o
trabalho de base;
o trabalho na rua
–
pressão,
mobilização, redes
sociais/internet; a
ocupação de postos de poder - e
que não se pode
deixar ninguém sozinho -, porque a
participação é mola
essencial, é um
princípio - juntos somos melhores - e a educação
popular é um ato de amor à humanidade”.
Foi bonito saber que famílias de Taguatinga e de
outras cidades de Brasília, assim como deputados
federais, abriram suas casas e apartamentos para
acolher de forma solidária os romeiros vindos de
todo Brasil.
Foi bonito, e duro, ouvir Frei Betto dizendo que
‘cristão significa ser discípulo de Cristo. E como é
que Jesus morreu? Como Wladimir Herzog morreu?
Wladimir foi preso, torturado pelos militares do DOICODI e assassinado. Jesus também foi preso, torturado e assassinado por decisão de dois poderes
políticos, o Sinédrio e o ocupante romano representado pelo governador Pôncio Pilatos. Somos todos e
todas filhos e filhas de um prisioneiro político”.
Foi bonito ouvir o Pe. Jaime Crowe anunciar “Bemaventurados os que procuram o Bem Viver”.
Foi bonito olhar e sentir os ipês floridos decorando o ambiente do Encontro.
Foi bonito participar do lançamento da nova edição da Agenda Latino-americana.
Foi bonito ver a presença e participação de deputados, vereadores, prefeitos, vices, Secretários,
dirigentes partidários, lideranças de movimentos sociais, alimentando sua ação política na fé e levando
a fé à ação concreta e militante.
Foi bonito ouvir Carlos Mesters falar dos cativeiros dos tempos bíblicos – de Babilônia, Império romano, Monarquia, do faraó do Egito -, dos cativeiros dos tempos atuais – o neoliberalismo - e vê-lo
proclamar os sete passos da cultura do Bem Viver
para sair do cativeiro: uma nova visão sobre a natureza; redescobrir a força da palavra; redescobrir
o amor eterno de Deus; uma nova experiência de
Deus, uma nova imagem de Deus; Deus não escreveu um livro, escreveu dois livros, a Bíblia e o
livro da vida, dos fatos, dos acontecimentos;
redescobrir a missão; descobrir uma nova pastoral,
uma nova maneira de anunciar a Boa Nova.
Foi bonito benzer a água, o ar, a terra e o fogo,
e sentir sua energia nas celebrações cheias de alegria, leveza, encanto, força e espiritualidade.
Foi bonito plantar nove ipês, planta típica do Cerrado, no final do encontro e receber nove sementes de ipê de várias cores para plantá-las em todo
Brasil, e delas cuidar, e regá-las, e vê-las crescer, e
vê-las florir.
Foi bonito ver as pessoas, cantando, chorando,
rindo, dançando, celebrando a vida, o Bem Viver.
Não há deserto. Há esperança. Não há vazio e
descrença. Há fé e política convivendo na base popular. Há fé e política na busca do Bem Viver, na
construção do Reino.
Foi bonito, muito bonito.
SelvinoHeck
Membro da Coordenação nacional do Movimento Fé e Política
4 - Boletim CONQUISTAR da Pastoral Operária Nacional - Comunicação a serviço da classe trabalhadora urbana
INFOMES sobre
SEMANA SANTO
DIAS 2013
23/10/2013 – Encontro: Tema:
Os mártires na Bíblia – 20:00 horas.
Local: Igreja Santa Terezinha
do Menino Jesus - Av. Bosque da
Saúde, 803 – Bosque da Saúde.
24/10/2013 – Encontro: Tema:
A Paz é Fruto da Justiça – 15:00 horas.
Local: Capela Maria Imaculada
– Rua Guaripé, 163 – Travessa da
Av. Miguel Stefano na altura do
número 900.
26/10/2013 – Encontro: Tema:
Os mártires dos Trabalhadores –
14:00 horas.
Local: Casa da Solidariedade do
Ipiranga – Rua Gravi, 60 – Metrô
Praça da Árvore.
27/10/2013 – Missa dos Mártires – 10 horas – Presidida por D.
Antonio Celso Queiroz.
Local: Igreja Santa Terezinha
do Menino Jesus - Av. Bosque da
Saúde, 803 – Bosque da Saúde.
30/10/2013 – Ato em frente ao
terreno onde era a fábrica
Sylvania (local do assassinato de
Santo Dias) e em seguida caminhada até o cemitério do Barro
Branco para a celebração de missa
sobre o tumulo de Santo Dias.
Maracanaú,
Mossoró,
Guarabira, Manaus, João Pessoa,
Campina Grande. Realizaram celebração lembrando a morte de
Santo Dias.
Campina Grande - No dia realizou uma homenagem a Santo
Dias e o companheiro Erivam.
João Pessoa – Realizou uma
conversa com o grupo da comunidade sobre quem foi Santo Dias.
Manaus – Também realizou o
tríduo nas casas de algumas companheiras.
CHEGA DE MORTES: DEMARCAÇÃO
DE TERRAS JÁ!
BERNARDINO, PRESENTE!
SOMOS TODOS GUARANI!
Mesmo que a história oficial omita que o processo de colonização do oeste do Paraná deu-se a partir do derramamento de sangue indígena, este
fato concreto ocorreu desde o momento das reduções jesuíticas, e se intensificou nas fases posteriores.
Para além da história que não nos é contada, somente nos últimos dez anos ocorreram 560 assassinatos e 206 casos de suicídio de indígenas no
Brasil (dados do Conselho Indigenista Missionário– CIMI). Apesar dos índices serem alarmantes, estes dados refletem apenas parte da triste
realidade vivenciada cotidianamente pelos povos indígenas na sua luta pelas condições de sobrevivência.
Atualmente, a maior reivindicação nacional dos povos indígenas é a demarcação das terras tradicionais, sendo que para eles o território assume
uma conotação cosmológica, que garante tanto a reprodução material, bem como a simbólica. Ou seja, não existe cultura e vida indígena sem a
garantia da territorialidade.
Porém, isso tem sido dificultado principalmente pelo projeto agroexportador, que incentiva a produção desenfreada em busca de lucro, tratando a
terra como um mero negócio, sem se preocupar com a natureza e com os povos que dependem dela para coexistir.
Para piorar, o Governo Federal, representado pela Ministra Gleisi Hoffmann (PT), suspendeu o processo de demarcação de terras e desenvolve
uma política de enfraquecimento da FUNAI, além de buscar fortalecer as posições de órgãos claramente comprometidos com o agronegócio e os
ruralistas.
Dado esse impasse, na região oeste do Paraná tem sido realizada uma campanha de disseminação de ódio e mobilização contrária aos povos
indígenas, incentivada pelos defensores das oligarquias locais e as organizações ruralistas. Inclusive boa parte dos deputados da região já se
colocaram contrários à demarcação de terras.
Como resultado desses conflitos e a perda de territórios, a taxa de suicídio entre os guaranis é 34 vezes maior que a média nacional. E na região
oeste do Paraná isso é acompanhado pelos casos de suicídio ocorridos em Guaíra. O que mais assusta é que, durante uma campanha de
conscientização sobre as causas indígenas que realizamos neste ano, deparamo-nos até com crianças nas escolas falando que “índio bom é índio
morto”.
E, na semana passada, o guarani Bernardino Dávalo Goularte foi assassinado. Na volta de um jogo de futebol que ocorria em outra aldeia, um
carro prata com três pessoas dentro passou disparando várias vezes, atingindo Bernardino com três tiros, além de uma das crianças que o
acompanhava ter sido atingida de raspão na cabeça, no braço e na perna. Esse fato ocorreu no centro da cidade. Em visita às aldeias TekoháY’Hovy
e Tekohá Mirim, as lideranças nos informaram que várias ameaças já ocorreram desde o início do ano como forma de intimidar os indígenas.
No entanto, a mídia local fez pouco caso da situação e a trata como se fosse resultado de uma briga de bar. Para nós, esse não é um caso isolado
e merece uma profunda investigação. Não podemos descartar a possibilidade de ter ocorrido em função do conflito anunciado na região.
Diante desta atrocidade cometida contra a vida Guarani, vimos manifestar nosso repúdio e prestar nossa solidariedade. Os povos Guarani, que
sempre estiveram presentes na região do Guairá (margens do Rio Paraná), resistindo às atrocidades cometidas pelo “homem civilizado”, mantém
firmes a sua luta. E nós pretendemos fortalecer esse movimento.
Solicitamos publicamente uma rápida investigação para encontrar os assassinos e os possíveis mandantes do crime e a subseqüente punição.
Para resolução do conflito, é necessária a retomada dos estudos para a demarcação. É preciso defender a vida acima do lucro!
GLEISI HOFFMANN, NÃO SE PERMITA SUJAR AS MÃOS COM O SANGUE DOS INOCENTES QUE BUSCAM VIVER EM HARMONIA COM A
NATUREZA!
SOMOS TODOS GUARANI!
BERNARDINO, PRESENTE!
BASTA ÀS MORTES DE INDÍGENAS:
PELA DEMARCAÇÃO DAS TERRAS TRADICIONAIS!
27 de novembro de 2013
MOVIMENTO EM DEFESA DOS POVOS INDÍGENAS - OESTE PR
1. APP de Luta e Pela Base – Oposição Alternativa
2. APP Sindicato – Núcleo Sindical de Foz do Iguaçu
3. Assembleia Nacional de Estudantes – Livre ANEL
4. Associação dos Estudantes de São Pedro do Iguaçu – AESPI
5. Associação dos Geógrafos Brasileiros AGB - Seção Local de Marechal Cândido Rondon
6. Casa da América Latina – Foz do Iguaçu
7. Central Sindical e Popular CSP – Conlutas
8. Centro Acadêmico de Biologia – Universidade Federal do Paraná/Palotina
9. Centro Acadêmico de Ciências Sociais – Toledo
10. Centro Acadêmico de Geografia – Marechal Cândido Rondon
11. Centro Acadêmico de Geografia - Universidade Estadual de Londrina
12. Centro Acadêmico de História – Marechal Cândido Rondon
13. Centro Acadêmico de Serviço Social – Toledo
14. Centro de Direitos Humanos CDH - Foz do Iguaçu
15. Coletivo Movimente-se UEM – Universidade Estadual de Maringá
16. Coletivo Resistência Socialista – CRS Toledo
17. Diretório Central dos Estudantes da Unioeste – Foz do Iguaçu
18. Diretório Central dos Estudantes da Unioeste – Marechal Cândido Rondon
19. Diretório Central dos Estudantes da Unioeste – Toledo
20. Diretório Central dos Estudantes da Universidade Estadual de Londrina
21. Geografia das Lutas no Campo e na Cidade GEOLUTAS – Marechal Candido Rondon
22. Grupo de Estudos em Bioética GEB - UFPR Palotina
23. Grupo de Estudos Marxianos Latino-Americano - Toledo
24. Grupo Tortura Nunca Mais – Foz do Iguaçu
25. INTERSINDICAL
26. Levante Popular da Juventude
27. Movimento Fronteira Zero – Foz do Iguaçu
28. Movimento Juventude Consciente – Toledo
29. Movimento Mulheres em Luta – MML
30. Movimento Universidade Popular – Foz do Iguaçu
31. Núcleo de Estudos sobre a Via Campesina e a Agroecologia NUEVA – Universidade da
Integração Latino-Americana UNILA
32. Partido Comunista Brasileiro – PCB
33. Partido Socialismo e Liberdade – PSOL
34. Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado – PSTU
35. Pastoral Operária Nacional
36. Rede Megafone
37. Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná SINDJOR - Subseção Foz do Iguaçu e
Região
38. União da Juventude Comunista - UJC
Comunicação a serviço da classe trabalhadora urbana - Boletim CONQUISTAR da Pastoral Operária Nacional - 5
Economia Popular Solidária
BANCO COMUNITÁRIO ESMERALDA – UMA
JOIA EM MINAS GERAIS
No Distrito de Melo Viana, município de Esmeraldas na Grande BH existe uma joia. Um banco comunitário chamado ESMERALDA. Este banco comunitário começou a dar seus passos em 2012, e já está
dando resultados. Quinze dos vinte e quatro comerciantes locais já aceitam a moeda Esmeralda (moeda
comunitária do banco) que tem o mesmo valor do real, ou seja 1 esmeralda = 1 real. Para quem compra com
Esmeraldas há descontos de 4 a 10%. Também a empréstimos realizados pelo banco que tem duas linhas de
crédito: a produtiva (para os grupos de EPS) e o de consumo para pessoas. Para realizar os empréstimos a
uma carta de princípios que regem a política de crédito. Tudo baseado nos princípios da EPS. Para conseguir
os recursos há pessoas da própria comunidade que depositam R$ 12,00 por mês no banco. O retorno dos
empréstimos também contribuem com a chegada dos recursos. O Banco Central já reconhece o banco
Esmeralda.
Por dentro dos locais de trabalho
Itaquerão: Mais dois mortos na conta da construção civil. Vai, Brasil!
“Os empresários da construção civil estão com sorrisos de orelha a orelha. Copa do Mundo, Olimpíadas, Programa de Aceleração
do Crescimento, ‘Minha Casa, Minha Vida’. Governo injetando bilhões para financiamento, mas produzir em quantidade e
rapidamente tem, por vezes, significado passar por cima da dignidade do trabalhador”, afirma o jornalista Leonardo Sakamoto em
artigo no seu blog, 27-11-2013.
Eis o artigo.
Um desabamento matou dois trabalhadores no
canteiro de obras do novo estádio do Corinthians, em
São Paulo, onde ocorrerá a abertura da Copa do
Mundo. A culpa, como ficará provado, é do repórter
da Folha, que cobria o fato e acabou por ser vítima
da fúria de funcionários do Corinthians e
da Odebrecht.
Em abril deste ano, um protesto envolvendo milhares de trabalhadores da construção civil parou ruas
do Centro da capital paulista. Reclamavam dos altos
índices de acidentes fatais em canteiros de obras e
cobravam mais investimentos em segurança por parte
dos empregadores e mais estrutura para a fiscalização trabalhista pelo governo federal.
Daí, nove operários morreram no desabamento
de um prédio em construção, em São Mateus, Zona
Leste de São Paulo, em agosto.
A capivara da construção civil é imensa. Já discuti aqui a história de um jovem de 16 anos que morreu soterrado em uma obra no Cambuci, no Centro
de São Paulo. Ou de outros nove operários que morreram em um canteiro de obras, em Salvador, quando o elevador em que estavam despencou de uma
altura de 65 metros. E como esquecer do operário
que perdeu a vida esmagado nas obras do novo estádio do meu Palmeiras?
Os empresários da construção civil estão com
sorrisos de orelha a orelha. Copa do
Mundo, Olimpíadas, Programa de Aceleração do
Crescimento, ”Minha Casa, Minha Vida”. Governo injetando bilhões para financiamento. É claro
que tudo isso significa mais geração de empregos
em um setor que já contrata milhões. Mas produzir
em quantidade e rapidamente tem, por vezes, significado passar por cima da dignidade do trabalhador.
Isso me lembra que, anos atrás, o partido que está
à frente da administração federal reclamou do excesso de fiscalização, que trava as obras e faz com
que o Brasil cresça mais devagar, momento em que
foi aplaudido por parte do empresariado. Esquece-se
(ou ignora-se) que o ritmo de crescimento não deve
ultrapassar a capacidade de garantir segurança para
quem faz o país crescer. Ou ir além da capacidade
física e psicológica desse pessoal. Ou dos equipamentos utilizados. Ou do terreno.
Dilma dá uma migalha aqui, outra ali, quando abre
pequenos concursos para repor os fiscais do trabalho que se aposentam ou pedem demissão. Mas
o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do
Trabalho afirma que para repor o que havia na década de 90, o Brasil precisaria mais que dobrar a
quantidade de pessoas verificando condições de trabalho. Sabe quando isso vai acontecer? No momento em que marreta criar asas.
Quando uma cratera abriu, tragando sete vidas,
onde hoje fica a estação Pinheiros de metrô, em
São Paulo, em 2007, os envolvidos chegaram a culpar a natureza, o terreno, as chuvas, rochas gigantes, o imponderável, enfim, grandes forças malignas
do universo contra as quais He-Man e She-Ha lutavam, pela tragédia. Até porque não existe uma ciência que estude a Terra. Nem uma que ensine projetar construções.
Nesse contexto, entende-se a razão do governo
federal estar apoiando o projeto de lei 4330, do deputado federal Sandro Mabel, que amplia a
terceirização legal no país. O que agrada, e muito, o setor da construção civil. Mas dificulta o combate à superexploração do trabalho e do trabalho
escravo ao tirar a possibilidade de punir grandes
empresas tomadoras de serviço que terceirizam outras que, por sua vez, contratam operários.
Aliás, o problema em milhares de obras espalhadas pelo Brasil, em boa parte dos casos, tem a mesma raiz: a terceirização tresloucada que torna a dignidade responsabilidade de ninguém. Mais ou menos
assim: Um consórcio contrata o Tio Patinhas para
tocar um serviço, que subcontrata a Maga Patalógica,
que subcontrata o Donald, que deixa tudo na mão de
três pequenas empreiteiras do Zezinho, do Huguinho
e do Luizinho. Às vezes, o Zezinho não tem as mínimas condições de assumir turmas de trabalhadores,
mas toca o barco mesmo assim. Aí, sob pressão de
prazo e custos, aparecem bizarrices. Depois, quando tudo acontece, Donald, Patalógica, Tio Patinhas e
o consórcio dizem que o problema não é com eles. E
aí, ninguém quer pagar o pato – literalmente. Ficam
os trabalhadores a ver navios, como Patetas.
Quando o quiprocó se instalou no canteiro de obras
da usina hidrelétrica de Jirau, em Rondônia, causado pela revolta de trabalhadores que protestavam
contra as péssimas condições de serviço em março
6 - Boletim CONQUISTAR da Pastoral Operária Nacional - Comunicação a serviço da classe trabalhadora urbana
de 2011, o governo, que teme por (mais) atrasos nos
cronogramas das obras ficou em polvorosa. Na época, a solução apontada pelo Planalto veio na forma
de um pacto com empresas e sindicatos para evitar
novos conflitos. Disse o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto
Carvalho: “a ideia do pacto é exatamente prevenir
para que não haja, em relação as obras da Copa,
eventuais atrasos”.
Na construção da usina hidrelétrica de Belo
Monte, trabalhadores chegaram a declarar greve
após um acidente matar um operador de motosserra
no ano passado. A morte não teria sido o motivo da
greve e sim uma série de reclamações sobre remuneração e condições de trabalho, mas funcionou
como estopim. “Nós não temos segurança nenhuma lá. Falta EPI [equipamento de proteção individual], sinalização e principalmente gente pra fiscalizar”, afirmou um trabalhador ouvido
pelo Movimento Xingu Vivo. O Consórcio responsável pela obra disse, através de sua assessoria
de imprensa, que o trabalhador era contratado de
uma empresa terceirizada e atuava no processo de
terraplanagem e “supressão vegetal”. Sempre uma
terceirizada.
Quando alguém passa desta para a melhor soterrado pelo cimento, temos um comportamento bizarro, de crítica quase que envergonhada. A reflexão não pode durar muito porque, afinal de contas, a
vida segue. Comprei meu apartamento e ele deve
ser entregue, o estádio do meu time tem que ficar
pronto, a estrada deve ser asfaltada e o metrô entregue, preciso de energia para a minha indústria e
ano que vem é ano de eleição. Alguém tem que arcar com essas demandas e com a falta de recursos
para tanto. Então, que se tome mais uma cachacinha,
encha a boca de arroz com feijão e pau na máquina.
Amanhã todo mundo já esqueceu.
Enquanto isso, um ingresso VIP para os jogos da
Copa custou R$ 1.200,00. Quase dois salários mínimos.
Fonte: Site do Instituto Humanitas Unisinos
Cotinuando o processo da 18ª Assembleia Nacional da Pastoral Operária
A data da nossa assembleia foi alterada. A data antes proposta era na Semana Santa, acreditamos que neste período nossos membros
estarão nas suas comunidades e terão dificuldades de participar da assembleia, mudamos a data para 01 a 04 de 03/2014. Abaixo
mais um texto para continuar nossa reflexão das dimensões do trabalho da PO. Dimensões internas da Igreja.
Olhando para dentro da Igreja
Nos últimos jornais Conquistar estamos trazendo textos que
nos ajudem a refletir sobre as dimensões da Planta da PO, para
que possamos ir nos preparando para a 18º Assembleia. Neste
Conquistar vamos falar de um pedaço muito importante da nossa
planta: os trabalhos nas dimensões internas da Igreja.
Estamos falando de nossos trabalhos junto as Pastorais Sociais, a
outras pastorais e movimentos, junto a CEBs e as outras comunidades. Estes trabalhos são tão importantes como os das outras
dimensões mais externas que estamos refletindo. É neste espaço
que vamos trazer os anseios, angústias e aspirações da classe trabalhadora, para que juntos com toda a Igreja possamos refletir,
rezar e agir para tornar nosso mundo cada dia mais com os valores capitalistas, num mundo mais próximo do Reino de Deus. É ai
que vamos recarregar nossas energias, fortalecer nossa fé,
aprofundar nossa espiritualidade... Mas como estamos trabalhando estas dimensões? Estamos conseguindo levar as questões do
trabalho para o seio da nossa Igreja? Em nossas reuniões como
estamos tratando a espiritualidade? É só um adereço, enfeite ou é
um momento forte de ligação fé e vida?
Somos chamados a sempre trabalhar em conjunto com as outras pastorais sociais. Em nível nacional estamos buscando cada
vez mais fortalecer estas parcerias. Isto mostra a unidade de nossa
Igreja e soma forças para enfrentar os desafios que nos foram
colocados. Mas em nossas dioceses e grupos buscamos a parceria
com outras pastorais sociais? Se temos estas parcerias, buscamos
faze-la de forma que todos tenham voz e vez? Ou nos deixamos
contaminar pelo fermento do capitalismo onde uns tem que aparecer mais que outros? Uns tem que ganhar mais que outros? Como
fazemos para superar estas práticas quando elas existem? São perguntas que levam a nossa prática no dia a dia. Refleti-las nos ajudam a rever nossas ações e melhora-las.
Outros espaço de articulação, muitas vezes mais difíceis são com
outras pastorais e movimentos que não trabalham diretamente o
social. O desafio é maior, porém também tem que ser enfrentado.
Por mais difícil que pareça. Será que nossa linguagem se adapta ao
“novo público”? Ou será que fazemos o mesmo discurso que quando estamos nos sindicatos e fóruns de EPS? Como deixar-se
evangelizar por estes grupos sem perder nossa identidade?
A articulação com as CEBs sempre foi uma parceria frutífera e
importante. Como vocês estão trabalhando está relação? Que ações
podem ser realizadas para fortalecer a PO e a CEBs? Como estamos
presentes nas comunidades?
Também em nossa história sempre estivemos presentes em outras comunidades que não eram CEBs. Apesar do fechamento da
Igreja para as questões sociais é muito importante estar presente
nestes espaços, para fortalecer nossa fé e contribuir na reflexão
sobre o trabalho a partir da bíblia. Estamos conseguindo fazer esta
tarefa? Estamos presentes nas comunidades e paróquias? Se
estamos, como se dá está presença? Ela fortalece a PO? Fortalece a
Comunidade? O que podemos fazer para melhorar esta relação?
INFORMAÇÕES SOBRE A 18º ASSEMBLEIA NACIONAL DA PO
LEMA: EIS QUE FAÇO NOVA TODAS AS COISAS
Ap.21,5
- Data da Assembleia: 01 a 04/03/2014 - Local: Ribeirão Pires / SP
- Hospedagem completa: R$ 2.000,00 - Alimentação e cozinheira por nossa conta - (Caixa Comum e Doações), Transporte (buscando projetos), Assessoria e Materiais.
- Caixa Comum: R$ 100,00 por delegado/a
Levar roupa de cama, caneca, papel e caneta
- Convocados: 1 Delegado/a por diocese e Colegiado Nacional.
- Convidados: - Pastoral Obrera do Chile, Pastoral dos
Trabajadores da Colômbia e Venezuela. - MTC, JOC, PMM, SPM,
CESEEP, Povo de Rua, Saúde, e outras Pastorais Sociais, Comissão
Episcopal para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz. - Bispos.
- Objetivos da Assembleia: Animar nossas bases; Rever e atualizar nossa metodologia e linguagem; Definir metas e ações; Definir
liberação nacional; Definir sustentabilidade.
PAUTA DA ASSEMBLEIA: 1ª Dia - Mudanças, 2ª Dia – Comparativo PO – Mudanças, 3ª Dia – O que fazer – Pistas de ações, 4ª
Dia – Liberação, Finanças e Celebração.
Liberação Nacional: duas representações para articular a PO do
Brasil, eleitos pela assembleia nacional. uma indicação pelo Norte/
Nordeste e uma indicação pelo Sul/Sudeste.
Indicação Norte/Nordeste: José de Sá Barreto
Indicação Sul/Sudeste: RS, SC, PR e ES – Sem indicação, SP –
Indica Filinha (Ipatinga /MG), MG - Indica Filinha (Ipatinga /MG), RJ –
Definindo.
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Comunicação a serviço da classe trabalhadora urbana - Boletim CONQUISTAR da Pastoral Operária Nacional - 7
Mulher
Mundo Urgente
Leilões do petróleo
(Trechos da entrevista de Emanuel Cancella, secretário geral do
SindiPetro/RJ e diretor da Federação Nacional dos Petroleiros publicada
no Jornal “A Verdade” – outubro de 2013)
Emanuel Cancella afirma que “nenhum país desenvolvido faz leilão de petróleo. EUA, China, Rússia guardam
suas reservas petrolíferas e vão comprar petróleo principalmente no mercado árabe. Deveríamos tratar essas
reservas de forma estratégica e produzir à medida de nossas necessidades”. Lembra que “o Brasil já é
autossuficiente na produção de petróleo” e que essas reservas não se renovam. Conta que “Libra é o maior
campo de petróleo descoberto pela Petrobrás e um dos maiores do mundo.”
Cancella declara que “a Petrobrás desenvolveu tecnologia existente no mundo, que permitiu a descoberta do
pré-sal”. Segundo ele, “ essa tecnologia é só nossa. Temos uma carência de engenheiros, geólogos, técnicos na
área de petróleo. E também a indústria nacional não dá conta hoje das necessidades para suprir o mercado de
equipamentos e ferramentas. Então, o Brasil deve tratar esse petróleo de forma estratégica, criar novas universidades e escolas técnicas para recompor a mão de obra necessária, dar apoio à indústria nacional para atender à
demanda. O petróleo está guardado há milhões de anos e, se ficar mais algumas décadas não vai acontecer
nenhuma perda. Por isso, Dilma foi feliz quando disse que o pré-sal é nosso passaporte para o futuro e infeliz
quando mandou leiloar e exportar nosso petróleo
ÊTA, juventude corajosa !!!
Nesse dia 21 de outubro, data em que ocorreu o leilão do maior campo
de petróleo descoberto pela Petrobrás e um dos maiores do mundo, o
campo de Libra, muitos protestos contrários a esse leilão, ocorreram
pelo Brasil. Um deles porém , chamou-me especialmente a atenção.
Relembrando a cena: de um lado, uma barreira grande de soldados (mil e cem deles, segundo a TV) com
roupas escuras e armas ameaçadoras; no outro lado, uma barreira de jovens com coloridas bandeiras, protegidos
por improvisado escudo de placas de metal (em número de cem, segundo a TV).
A imagem emocionou-me. Emocionou-me como gente. Emocionou-me como mãe. Emocionou-me como brasileira.
Aqueles poucos jovens diante de tantos soldados não nos desencoraja; pelo contrário, só nos encoraja. Lembramos de Jesus, que mesmo na Cruz, machucado, pregado, sem movimentos, mudou a história com seu exemplo.
Deixou ao mundo, a mensagem de que o povo, ainda que explorado, excluído, e mesmo em reduzido número pode
sim, enfrentar os poderes.
Aqueles jovens não nos envergonham; pelo contrário só nos orgulham. Não tiveram medo da forte barreira
escura com armas ameaçadoras. Nós é que nos envergonhamos de não estar lá com eles. Aqueles jovens ficaram
próximos ao local, até o último momento, quando já não se podia impedir o leilão. Eles e elas lá, defendendo a
soberania do Brasil e nós seguindo com nossas tarefas, como se nada estivesse acontecendo...
Por que estavam ali? Certamente não para curtir “sexo, drogas e rock and roll”, pois não vi nada disso ali.
Vi ali: coragem, que muitos sindicalistas e políticos “machões” não tem.
preocupação com Pátria, que o próprio governo não tem
politização, que os arrogantes de bolsos cheios e discursos vazios, não tem.
Aqueles jovens e aquelas jovens, disseram a nós que: em grandes massas ou em pequenos grupos, “Um filho
teu não foge à luta”... e para não ser conivente com o machismo: “Uma filha tua não foge à luta”.
25 de novembro
também é dia das
mulheres
O ano de 2013 tem sido marcado
pelo crescimento dos índices de violência contra as mulheres em todo país,
sobretudo às mulheres negras e pobres. As notícias sobre o tema abriram
novas fontes de discussão e no dia 25
de novembro, quando se relembra a
luta internacional pelo enfrentamento à
violência contra a mulher, percebeu-se
que há muito o que fazer: são muitos
os assassinatos, agressões, estupros,
polêmicas na mídia etc...
Não houve avanços na política prometida pelo governo federal para construção de creches, importante instrumento para garantir condições de independência econômica das mulheres, impedidas de trabalhar por não terem com
quem deixar os filhos.
Não houve aumento significativo do
número de Delegacias da Mulher nem
de casas-abrigos. Segundo o Ministério
da Justiça, até agosto de 2012, havia
475 Delegacias ou Postos Especializados
de Atendimento à Mulher em funcionamento no Brasil, para um total de 5,5
mil municípios que existem no país.
Afinal, o que fazer para combater a
violência, a cultura machista, violenta e
sexista?
Primeiramente, é importante não se
calar, e sim denunciar ! Depois, se unir
e lutar contra a causa desta e de outras violências: o sistema capitalista,
que coloca o lucro acima de tudo e no
caso das mulheres, quer transformálas em objetos sexuais e mercadorias.
Por fim, lembremos em todos os anos,
que o dia 25 de novembro é o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da
Violência contra a Mulher!!
Fonte: Jornal “A Verdade” – Novembro 2013
Antonia Carrara – PO Santo André/SP
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Calendário de Luta
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Dias 08 e 09 de fevereiro de 2014
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Reunião do Colegiado Nacional - São Paulo/SP.
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Dia 15 de fevereiro de 2014
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Reunião
da Coordenação da Romaria dos Trabalhadores Sudeste
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São
Paulo/SP.
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Dia 22 de fevereiro de 2014
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- Encontro Estadual da PO SP - São Paulo/SP.
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De 01 a 04 de março de 2014
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18ª
Assembleia Nacional da PO - Ribeirão Pires/SP.
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De 28 a 30 de março de 2014
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- Articulação Norte/Nordeste - João Pessoa/PB.
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EXPEDIENTE:
EQUIPE DE COMUNICAÇÃO.
Jornalista: Antonia Carrara/MTB 13746-SP • Revisão: André Langer, João Pedro Baresi
Diagramação: Maria do Amparo • Colaboradores: Eduardo Paludette, Monica Helena Fidelis
APOIO: Associação Irmã Dorothy
SECRETARIA NACIONAL DA PASTORAL OPERÁRIA
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