1. Revisão Matemática Sequências de Escalares • Uma sequência {xk } diz-se uma sequência de Cauchy se para qualquer ε >0 ∃ algum K (dependente de ε ) tal que : x k − xm < ε para todo k≥K e m≥K • Uma sequência {xk } diz-se ser limitada superiormente (inferiormente) se ∃ algum escalar b tal que : x k ≤ b (x k ≥ b ) para ∀k Diz-se limitada se é limitada superiormente e inferiormente . Prof. João Sentieiro – ISR 1 º Semestre 2003 / 04 1. Revisão Matemática Sequências de Escalares • Uma sequência {xk } diz-se xk +1 ≤ xk (xk +1 ≥ xk ) , ∀k xk ↓ x ser (x não-crescente k (não-decrescente) se ↑ x) PROPOSIÇÃO 17.1: Qualquer sequência não-crescente ou não-decrescente de escalares converge para um número possivelmente infinito. Se a sequência é tambem limitada então converge para um número real finito. Prof. João Sentieiro – ISR 1 º Semestre 2003 / 04 1. Revisão Matemática Sequências de Escalares • O supremo de um conjunto (de escalares) não vazio A , denominado de supA, é definido como o menor escalar x tal que x ≥ y para ∀y∈ A NOTA: Se um tal escalar não existir, diz-se que o supremo de A é ∞ . • O ínfimo é definido de modo semelhante como o maior escalar x tal que x ≤ y para ∀y∈ A NOTA: Se um tal escalar não existir, diz-se que o ínfimo de A é − ∞ . Prof. João Sentieiro – ISR 1 º Semestre 2003 / 04 1. Revisão Matemática Sequências de Escalares • Dada uma sequência {xk } , o supremo da sequência designado por supk xk é definido por sup xk k = 1,2 ,... . (O ínfimo da sequência é definido de modo semelhante). • Dada uma sequência {xk } seja: y m = sup{ x k k ≥ m } e z m = inf{ x k k ≥ m } A sequências {ym } e {zm} são, respectivamente, não-crescentes e não-decrescentes, e portanto têm limite (possivelmente infinito) (Proposição 17.1) O limite de y m é designado por lim sup x m e o limite de zm por lim inf x m . m→∞ Prof. João Sentieiro – ISR m →∞ 1 º Semestre 2003 / 04 1. Revisão Matemática Sequências de Escalares PROPOSIÇÃO 18.1: Seja {xk } uma sequência de escalares. (a) Verifica-se inf x k ≤ lim inf x k ≤ lim sup x k ≤ sup x k k →∞ k k →∞ k (b) {x k } converge sse lim inf x k = lim sup x k e, nesse caso, aquelas quantidade s são k →∞ ambas iguais ao limite de {x k }. (c) Se x ≤ y k k k →∞ lim inf x k ≤ lim inf y k k →∞ k →∞ lim sup x k ≤ lim sup y k Prof. João Sentieiro – ISR k →∞ k →∞ 1 º Semestre 2003 / 04 1. Revisão Matemática Sequências de Vectores • Uma sequência {xk } de vectores em ℜ n diz-se convergir para x ∈ℜ n se a coordenada i de xk convergir para coordenada i de x para qualquer i . xk → x ou lim x k = x k →∞ • {xk } diz-se limitada (ou uma sequência de Cauchy) se cada uma das correspondentes sequências de coordenadas for limitada (ou uma sequência de Cauchy respectivamente). DEFINIÇÃO 5.1: Diz-se que um vector x ∈ℜ n é um ponto limite de uma sequência {xk } em ℜ n se existe uma subsequência de {xk } que converge para x. Seja A um subconjunto de ℜ n . Diz-se que x ∈ℜ n é um ponto limite de A se existe uma sequência {xk } consistindo de elementos de A, que converge para x. Prof. João Sentieiro – ISR 1 º Semestre 2003 / 04 1. Revisão Matemática Sequências de Vectores PROPOSIÇÃO 19.1: (a) Uma sequência limitada de vectores em ℜ n converge sse tem um único ponto limite. (b) Uma sequência em ℜ n converge sse é uma sequência de Cauchy. (c) Qualquer sequência limitada em ℜ n tem pelo menos um ponto limite. (d) Seja {xk } uma sequência de escalares. Se lim sup x k ( lim inf x k ) é finito então k →∞ k →∞ é o maior (menor) ponto limite de {xk }. NOTA: Se p é um inteiro positivo e h : ℜn → ℜm , então diz-se que h(x ) = 0 x sse lim h(x k ) xk → 0 xk p =0 para todas as sequências {xk } , com xk ≠ 0 para todo o k, que convergem para 0 . Prof. João Sentieiro – ISR p 1 º Semestre 2003 / 04 1. Revisão Matemática Conjuntos Fechados e Abertos DEFINIÇÃO 6.1: (a) Um conjunto A ⊂ ℜ n diz-se fechado se contem todos os seus pontos limite. Diz-se aberto se o seu complemento (o conjunto x x ∉A ) é fechado. (b) Diz-se limitado se ∃ algum c ∈ℜ n tal que a amplitude de qualquer coordenada de qualquer elemento de A é menor do que c . (c) Diz-se compacto se qualquer sequência de elementos de A tem uma subsequência que converge para um elemento de A. (d) A vizinhança de um vector x é um conjunto aberto contendo x. (e) Se A ⊂ ℜ n e, diz-se que x é um ponto interior de A se existe uma vizinhança de x que está contida em A. (f) Um vector x ∈ A que não é um ponto interior de A diz-se ser um ponto de fronteira de A. Prof. João Sentieiro – ISR 1 º Semestre 2003 / 04 1. Revisão Matemática Conjuntos Fechados e Abertos PROPOSIÇÃO 20.1: (a) A união de um número finito de conjuntos fechados é fechada. (b) A intersecção de conjuntos fechados é fechada. (c) A união de conjuntos abertos é aberta. (d) A intersecção de um número finito de conjuntos abertos é aberta. (e) Um conjunto é aberto sse todos os seus elementos são pontos interiores. (f) Qualquer subespaço de ℜ n é fechado (g) Um subconjunto de ℜ n é compacto sse é fechado e limitado Prof. João Sentieiro – ISR 1 º Semestre 2003 / 04 1. Revisão Matemática Continuidade Seja A ⊂ ℜ n e f : A → ℜn . Seja x um ponto limite de A. - Se a sequência f x k tem um limite comum z para qualquer sequência {xk } de elementos de A tal que lim x k = x , então podemos escrever que : k →∞ lim f (y ) = z y →x A notação lim y ↑ x f (y ) significa limite de f x k onde {xk } é uma subsequência de elementos de A convergindo para x e satisfazendo xk ≤ x . Prof. João Sentieiro – ISR 1 º Semestre 2003 / 04 1. Revisão Matemática Continuidade DEFINIÇÃO 7.1: Seja A ⊂ ℜ m (a) Uma função f : A → ℜn diz-se continua num ponto x ∈ A se lim f (y ) = f (x ). y →x Diz-se continua em A se é continua em qualquer x ∈ A . (b) Uma função real f : A → ℜ diz-se semi-contínua superior num vector x ∈ A se f (x ) ≥ lim sup f ( x k ) k →∞ para qualquer sequência {xk } de elementos de A convergindo para x . Prof. João Sentieiro – ISR 1 º Semestre 2003 / 04 1. Revisão Matemática Continuidade (c) Uma função real f : A → ℜ diz-se coerciva se lim f (x k ) = ∞ para qualquer k → ∞ sequência {xk } de elementos de A tal que xk → ∞ para alguma norma • . (d) Seja A ⊂ ℜ . Uma função f : A → ℜn diz-se contínua à direita, num ponto x ∈ A se lim y ↓x f (y ) = f (x ) NOTA : É fácil de ver que quando A ⊂ ℜ , uma função não-decrescente e contínua à direita f : A → ℜ é semi-contínua superior. Prof. João Sentieiro – ISR 1 º Semestre 2003 / 04 1. Revisão Matemática Continuidade PROPOSIÇÃO 21.1: (a) A composição de duas funções contínuas é contínua. (b) Qualquer norma do vector ℜ n é uma função contínua . (c) Seja f : ℜm → ℜn contínua, e seja A ⊂ ℜn aberto (fechado). Então o conjunto x ∈ℜm f (x )∈ A é aberto (fechado). Prof. João Sentieiro – ISR 1 º Semestre 2003 / 04 1. Revisão Matemática Conjuntos Fechados e Abertos PROPOSIÇÃO 22.1: (Teorema de Weierstrass) Seja A um subconjunto não vazio de ℜ n e seja f : A → ℜ uma função semi-contínua inferior em todos os pontos de A. Assuma que uma das seguintes condições se verifica : (1) A é compacto (2) A é fechado e f é coerciva (3) Existe um escalar γ tal que o conjunto x ∈ A f (x ) ≤ γ é não vazio e compacto. Então, existe um vector x∈ A tal que f ( x ) = inf f ( z) z∈A Prof. João Sentieiro – ISR x = arg min f ( z) z∈A 1 º Semestre 2003 / 04 1. Revisão Matemática Conjuntos Fechados e Abertos PROPOSIÇÃO 23.1: (Propriedade de equivalência de normas): Para quaisquer duas normas • e • ′ em ℜ n , existe alguma constante positiva c ∈ℜ tal que x ≤ c x ′ ∀x ∈ ℜ n NOTA : Se uma sequência converge com respeito a uma norma, então converge com respeito a todas as outras normas PROPOSIÇÃO 24.1: Se um subconjunto de ℜ n é aberto (fechado, limitado, ou compacto) para alguma norma, então é aberto (fechado, limitado, ou compacto) para todas as outras normas. Prof. João Sentieiro – ISR 1 º Semestre 2003 / 04 2. Análise Convexa Conjuntos e Funções Convexas DEFINIÇÃO 1.2: Seja C um subconjunto de ℜ n . Diz-se que C é convexo se α x + (1 − α )y ∈ C ∀x , y ∈ C , ∀α ∈ [0 ,1] (D1.2) DEFINIÇÃO 2.2: Seja C um subconjunto convexo de ℜ n . A função f : C → ℜ diz-se convexa se f (αx + (1 − α )y ) ≤ α f (x ) + (1 − α ) f (y ) OBS: ∀x , y ∈ C , ∀α ∈ [0 ,1] (D2.2) (a) f diz-se côncava se –f é convexa (b) f diz-se estrictamente convexa se a desigualdade em (D2.2) for estricta para todos os x , y ∈C com x ≠ y e ∀ α ∈ 0,1 . Prof. João Sentieiro – ISR 1 º Semestre 2003 / 04 2. Análise Convexa Conjuntos e Funções Convexas PROPOSIÇÃO 1.2: (a) Para qualquer colecção Ci i ∈I de conjuntos convexos, o conjunto de intersecção ∩i ∈ I Ci é convexo. (b) A soma vectorial x1 + x2 x1 ∈C1 , x2 ∈C2 de dois conjuntos convexos C1 e C2 é convexo. (c) A imagem de um conjunto sob uma transformação linear é convexa. (d) Se C é um conjunto convexo e f : C → ℜ é uma função convexa, os conjuntos { x ∈C f (x) ≤ α } e { x ∈C f (x) < α } são convexos para todos os escalares α . Prof. João Sentieiro – ISR 1 º Semestre 2003 / 04 2. Análise Convexa Conjuntos e Funções Convexas PROPOSIÇÃO 2.2: (a) Uma funçaõ linear é convexa. (b) Qualquer norma de um vector é convexa. (c) A soma pesada de funções convexas, (com pesos positivos), é convexa. (d) Se I é um conjunto de índices, C ⊂ ℜn é um conjunto, e f i : C → ℜn é convexo para cada i ∈ I , então a função h :C → (− ∞,+∞] definida por : h(x ) = sup f i (x ) é também convexa. i∈I Prof. João Sentieiro – ISR 1 º Semestre 2003 / 04 2. Análise Convexa Caracterização de Funções Convexas Diferenciáveis PROPOSIÇÃO 3.2: Seja C ⊂ ℜn um conjunto convexo e seja f : ℜn → ℜ diferenciável em C. (a) A função f é convexa em sse. f ( z) ≥ f ( x ) + ( z − x )′∇f ( x ) ∀x , z ∈ C . (b) Se a desigualdade anterior for estrita sempre que x ≠ z , então f é estritamente convexa em C. Prof. João Sentieiro – ISR 1 º Semestre 2003 / 04 2. Análise Convexa Caracterização de Funções Convexas Diferenciáveis PROPOSIÇÃO 4.2: Seja C ⊂ ℜn um conjunto convexo e seja f : ℜn → ℜ dupla e continuamente diferenciável em C, e seja Q uma matriz real simétrica n× n . (a) Se ∇2 f (x ) é positiva semidefinida para todo x∈C , então f é convexa em C . (b) Se ∇2 f (x ) é positiva definida para qualquer x∈C , então f é estritamente convexa em C . (c) Se C = ℜn e f é convexa, então ∇2 f (x ) é positiva semidefinida para todo x∈C . (d) A função quadrática f (x) = x′Qx , onde Q é uma matriz simétrica. É convexa sse Q é positiva semidefinida. Para além disso, f é estritamente convexa sse Q é positiva definida. OBS: (c) também se verifica quando se assume que C tem um interior não vazio (em vez de ser igual a ℜ n ). Prof. João Sentieiro – ISR 1 º Semestre 2003 / 04