A Fototerapia é um fator de risco para Íleo em neonatos de alto risco? Is phototherapy a risk factor for ileus in high-risk neonates? The Journal of Maternal-Fetal and Neonate Medicine, August 2005; 18(2): 129-131 Cássio Lemos Jovem Gustavo Lessa Batista Coordenação: Paulo R. Margotto www.paulomargotto.com.br Internato – Pediatria – Medicina - ESCS • A Perda de água nas fezes devido aumento da secreção intestinal, alteração potencial elétrico transepitelial e mal absorção de lactose bem documentada em neonatos submetidos a fototerapia convencional (FTC). • Observação clínica sugere que a manifestação de Íleo são mais comuns em pré-termos especialmente naqueles de extremo baixo peso que iniciam o uso de FTC. – Nestas situações o íleo ocorre frequentemente na ausência de fatores de risco (nutrição enteral, distúrbio hidreletrolítico sepse, uso de medicamentos) • Comparar a incidência de íleo e os fatores de risco relacionados em neonatos de extremo baixo peso que receberam ou não tratamento com fototerapia • Análise retrospectiva detalhada • Foram usados registros consecutivos de 52 admissões de neonatos de extremo baixo peso que ocorreram no período de 1997 a 1999. • Foi incluído na analise: características demográficas e fatores de risco comum para íleo como RCIU, patência do ducto arterioso, terapia com indometacina, aminofilina, morfina, pancurônio, policitemia, distúrbio hidroeletrolítico, cateter umbilical, sepse e nutrição enteral. • Íleo presença de distensão abdominal e aspiração do conteúdo biliar com ou sem dilatação de alças intestinais ao Raio-X. • Resultados foram comparados entre: – Pacientes que receberam FTC e desenvolveram Íleo – Pacientes que receberam FTC e não desenvolveram Íleo – Pacientes que não receberam FTC • Análise estatística Teste do qui-quadrado(X2) e Teste de Mann-Whitney (Teste U) • Uma significante proporção dos neonatos que receberam FTC desenvolveram íleo (63,4% 26/41) quando comparados com aqueles que não receberam FTC (9,1 % 1/11) p=0,001. • Não houve diferença significante entre idade gestacional e peso ao nascer entre os 2 grupos. • A freqüência o uso de esteróides pré-natal, presença de RCIU, o tipo de parto, a necessidade de ressuscitarão o Apgar, gênero e todos fatores de risco estudados não foram significantemente diferentes entre os grupos que fizeram ou não uso de FTC.(todas p>0,05) • Naqueles que desenvolveram Íleo sobre uso de FTC a média do inicio do uso de FTC e apresentação do quadro de íleo foi de 1,9 dias (+- 2,4) e 5,1 dias (+- 2,4) respectivamente. • A média da concentração sérica de bilirrubina ao início da FTC foi de 91mmol/l (+- 34) • Achados indicam que FTC em si pode ser um fator de risco para Íleo em Neonatos de Extremo Baixo Peso. • Esta hipótese é suportada por experimentos em animais na qual se observa relaxamento da musculatura lisa durante FTC. – Óxido Nítrico – Fotorelaxamento • A isquemia mesentérica supostamente poderia contribuir para a instalação do Íleo em Neonatos que fazem uso de FTC por mudanças no fluxo sangüíneo e debito cardíaco Observações e estudos sobre o fluxo sangüíneo na A. Mesentérica mostraram o contrário. • Os achados indicam que a FTC pode ser um fator de risco independente para Íleo em neonatos de extremo baixo peso. • A importância clínica deste achado precisa ser melhor estudada e comprovada. Referências do artigo: Ddo Gustavo Lessa Ddo Cássio Jovem