Tumores do Esôfago UNIC – Clinica Cirúrgica 2° sem 2011 Lauzamar Roge Salomão Junior Tumores Benignos Raros 0,5 a 0,8 % neoplasia esofagianas 60% Leiomiomas 20% cistos 5% pólipos Leiomiomas 20-50 anos Múltiplos em 3-10% 80% ocorrem 1/3 médio e inferior Raro cervical Características Semelhante a musculatura lisa Não infiltrativos Preserva mucosa cKit negativo Clínica Sinais e Sintomas Incidental de necropsia e assintomático Tu > 5cm Disfagia Pressão retroesternal Odinofagia Diagnóstico Imagem Esofagografia Massa localizada, lisa, não circunferencial e bem definida Endoscopia Mucosa intacta e massa extrínseca estreitando o lúmen, mas permeável Ultra-sonografia Endoscópica Confirma o diagnóstico Lesão hipoecóica de submucosa ou muscular própria Esofagografia Tratamento Observação Assintomáticos e pequenos Excisão sintomáticos e > 5 cm Toracotomia D 1/3 médio e alto Toracotomia E 1/3 distal Ressecção esofágica Leiomiomas gigantes cárdia Leiomiomatose esofagiana difusa Obs” crescimento lento e baixo risco de degeneração maligna Toracoscopia Pólipos Disfagia Regurgitados pela Laringe = asfixia Tratamento Esofagomiotomia cervical lateral Endoscopia e ressecção c/ alça diatérmica Câncer de Esôfago 6° causa mais comum 4% casos novos EUA Estimativa Brasil 2010 10630 novos casos 7,81 casos/100.000 hab MT Maior Incidência RS 21,27 casos/100.000 hab Casos avançados (T3 ou N1) Câncer Esôfago Tipos Histológicos Carcinoma Epidermóide Adenocarcinomas Sarcoma (GIST) Linfomas Características Epidermóide Origem Localização China área endêmica Adenocarcinoma Origem Localização Secundária Macroscopia / Microscopia Aspectos Vegetante / Ulcerado Infiltrativo / Polipóide In situ / infiltrativo Tamanho / prognóstico Menor 5 cm 40% localizados 25% invasão estruturas 35% metástaticos Maior 5 cm 10% localizados 15% invasão estruturas 75% metástaticos Fatores Riscos ♂ 4:1 ♀ Tabagismo 5x 25 a 100x Etilismo 5x DRGE + esôfago Barret – 8-15% Nitrosaminas Deficiência Vitamínicos Anemia Higiene oral precária Alimentos e bebidas quentes Operações gástricas prévias Lesões Precursoras Acalasia Esofagite de Refluxo Esofagite actínica Queimaduras cáusticas Leucoplasias Divertículos esofágicos Sd Plummer Vison Mucosa gástrica ectópica Comportamento Agressivo Infiltrativo Disseminação linfonodal precoce Drenagem linfática extensa = 75% gg (+) Metástase via hematogênica Consideração: Ausência de serosa. Sinais / Sintomas Habitual/ insidioso Dor retroesternal inespecífica Espasmo Contrações proximais a lesão Infiltração tumoral Disfagia progressiva 80-90% Perda de peso Tosse ou Cornagem Vômitos ou regurgitação Microaspirações repetição = Pneumonia Diagnóstico Endoscopia Digestiva Alta / Ecoendoscopia Digestiva Alta Biopsia (Histologia) 85% Escovado (Citologia) 83% Raio x Simples / Baritado Tomografia Tórax 97% Rx simples / Baritado Anormal 50% Nível hidroaereo mediastino posterior Esôfago dilatado Alargamento mediastino Desvio de Traquéia Obstrução ao contraste Fistula Extensão da lesão Características da lesão Ulcerada Estreitamento luminar Estenose com termino abrupto Estadiamento Definir opção terapêutica Sistema proposto AJCC T = grau de invasão progressiva do tumor na parede do esôfago N = envolvimento linfonodal M = metástases Estadiamento (T) Estadiamento (N) Rede extensa pescoço ao abdômen Fluxo Bidirecional Tx gânglios positivos TNM Vide Livro – Sabiston Esôfago torácico inferior M1a Metástase em linfonodos celíacos. M1b Outra metástase à distância. Esôfago torácico superior M1a Metástase em linfonodos cervicais. M1b Outra metástase à distância. Esôfago torácico médio M1a Não aplicável M1b Metástase em linfonodo não regional ou outra metástase à distância. Obs”: Estadiamento completo dos linfonodos deverá ser > ou = 6. Estágios Estádio 0 Tis N0 M0 N0 M0 N0 N0 M0 M0 N1 N1 M0 M0 Estádio I T1 Estádio IIA T2 T3 Estádio IIB T1 T2 Estádio III T3 T4 N1 M0 Qualquer N M0 Estádio IV Qualquer T Qualquer N M1 Estádio IVA Qualquer T Qualquer N M1a Estádio IVB Qualquer T Qualquer N M1b Sobrevida Estádio Skinner et al, 1986 I 55% 50,8% IIA 15% IIB III IV Ellis et Roder et al, 1993 al, 1994 Killinger et al, 1996 Ellis et al, 1997 Hagen et al, 1997 Altorki et al,2002 18% 50% 50,3% 94% 88% 37,5% 14% 38% 22,5% 65% 84% 27% 16,2% 6% 22,5% 65% 6% 13,6% 4% 16,7% 23% 54% 0% 2% 0% 27% 25% 10% Sobrevida Global = 5% – 12% / 5 anos Extensão extra-esofagiana = 3% / 5 anos N 0 = 42% / 5 anos Técnicas de Estadiamento Tomografia de tórax e abdome superior Ultra-sonografia endoscópica Ressonância Magnética Tomografia por Emissão de Pósitrons Toracoscopia ou Laparoscopia Broncoscopia Tomografia Espessura esofágica Invasão mediastinal direta (T) Acurácia 57% Adenopatia próxima / distância (N) Acurácia 74% Metástase (M) Acurácia 90% Pulmonar / Hepática / Adrenal Tomografia Considerações Adenopatia adjacente ao tumor, não exclui esofagectomia Linfonodos tronco celíaco (M1a), sobrevida semelhante a linfonodos locais Baixa Acurácia Irressecáveis a CT se tornam ressecáveis durante cirurgia Doença metastática a distância e documentada histológica/ contra-indica esofagectomia Sobrevida 6-12 meses Ultra-sonografia endoscópica Melhor avaliação doença loco regional (T) acurácia 92% Profundidade Extensão Grau de estenose Envolvimento estruturas adjacentes Superior a CT e MRI referente ao T e N Gastroenterology 96:1478, 1989 Ultra-sonografia endoscópica Ultra-sonografia endoscópica Ultra-sonografia endoscópica (N) acurácia 88% Caracteriza gânglio positivo Homogêneo e hiperecóica Bordas precisas Formato arredondado Maior que 10 mm Favorece BAF (biopsia agulha fina) Gânglios suspeitos Massas até 5 cm do esôfago Falso positivo PET scan Identifica metástases a distância Metabolismo aumentado de glicose Sem detalhes anatômicos Imagem em 3D corpo inteiro (N) acurácia 76% (M) acurácia 91% Hiperestadia 20% (M) x Estadiamento convencional Falso positivo em áreas de inflamação PET scan / PET CT PET CT Precisão anatômica O PET-TC é mais sensível que a TC para a avaliação do estádio N. Cancer 94:921, 2002 Detecta doença metastática não revelada por outros métodos. J Clin Oncol 18:3202, 2000; J Clin Oncol 21:428, 2003; Cancer103:148, 2005 Captação elevada de FDG (standardized uptake value > 3 a 5) está correlacionada a pior prognóstico. Cancer 94:921, 2002; J Nucl Med 46:2029, 2005 O PET-TC é um bom marcador de resposta ao tratamento com QT e RxT. Ann Oncol 13:361, 2002; J Clin Oncol 21:428, 2003; J Nucl Med 46:2029, 2005 Ressonância Magnética Estudo adicionais Sítios metastáticos (T) acurácia 96% Hiperestadia T e N (N) acurácia 74% Toracoscopia + Laparoscopia Método invasivo = precisão (N) acurácia 94% Avalia Extensão local Detecta metástases Superfície peritoneal / hepática Junção gastroesofágica Tratamento Considerações Localização anatômica / Estadiamento Modalidade superior ? 85-95% (N) positivo na cirurgia Menos 10% (N) positivo sobrevivem 5 anos Tipos Paliativo Curativo Tratamento Esôfago superior (ou cervical) 20 – 27 cm ADS Estádios I, IIA, IIB, III, IVA Tratamento definitivo com RxT e QT 5.040 cGy em 5 semanas+ cisplatina, 75 mg/m² D1, semana 1 e 5 + 5-FU, 1.000 mg/m²/dia D1-4, semana1 a 5 EV. cisplatina, 30 mg/m² EV, seguida de irinotecano, 65 mg/m² EV, ambos no D1, D8, D22 e D29, combinados à RxT Tratamento Esôfago Médio 27-34 cm ADS Estádio I Ressecção cirúrgica modalidade curativa Nos pacientes que declinam ou não são candidatos à esofagectomia: tratamento combinado definitivo de RxT e QT. Estádios IIA, IIB e III Tratamento combinado QTe RxT, seguido por cirurgia. Se adenocarcinoma considerar QT neo-adjuvante, sem RxT. QT e RxT exclusivo nos pacientes sem condição cirúrgica. Tratamento Esôfago Distal 34-40 cm ADS Estádio I A ressecção cirúrgica como modalidade curativa. Não há um consenso sobre a melhor técnica operatória. Estádios IIA, IIB, III e IVA Tratamento combinado QT e RxT neo-adjuvante ou definitiva para CEC, ou QT neo-adjuvante seguido de cirurgia para adenocarcinoma. QT e RxT exclusivas aos pacientes sem condição cirúrgica. Tratamento Esôfago Estádio IVb Quimioterapia sistêmica Cisplatina e 5-FU Cisplatina e Irinotecano Oxaliplatina e Capecitabina Paclitaxel performance status ruim. Paliativo Considerações: Assegurar capacidade de deglutição Dignidade e 9-12 meses Prover nutrição / aliviar disfagia / limitar hospitalização. Tumores irressecáveis Obstrução parcial ou completa Desnutrição Técnicas Dilatação / endoprótese Terapia Fotodinâmica Terapia com Laser Radioterapia c/ ou s/ quimioterapia Derivação cirúrgica Endoprótese Alto custo Autoexpansivas Favorece deglutição Oclusão de fistulas Fotodinâmica Fotossensibilizador EV Retido pelo tumor 24-72h Via EDA, um laser de baixa potencia é liberado sobre o tumor Reservado Estágio inicial = pacientes debilitados Estágios avançados = alivio dos sintomas Usado em conjunto com QT Repetida indefinidamente Radioterapia externa Dose total 6000 a 6400 cGy Dose diária 180-200 cGy em 33 frações Campos 5 cm do tumor Estações linfonodais Paliação Cirúrgica Considerações: Procedimento realizado antes das próteses e radioterapia Técnica interposição Estômago / cólon Mortalidade operatória proibitiva Gastrostomia e/ou jejunostomia Curativo Considerações 50% elegíveis cirurgia Drenagem linfática extensa Disseminação longitudinal = multicêntricidade 10% Recorrência tumoral com margem cirúrgica 68cm. Tipos: Transiatal Transtorácica Em Bloco Video-assistidas Curativa Considerações Nenhuma com vantagem quanto a sobrevida relativa Objetivo ressecção (R0) Controvérsia Extensão e tipo acesso cirúrgico Linfadenectomia em 2 ou 3 campos Tx sobrevida 5 anos, aumentando Sobrevida global. Transiatal Desenvolvida para diminuir complicações pulmonares Técnica sem toracotomia Reconstrução Tubo gástrico anastomosado em esôfago cervical Piloromiotomia Jejunostomia alimentar Transiatal Transiatal Tubo gástrico Esofagectomia Transiatal (ETH) Complicações Fistula cervical Pneumotórax Estenose esofágica Retardo no esvaziamento gástrico ISC Rouquidão Refluxo alcalino Toracotomia Esquerda Toracotomia Direita Esofagectomia Transtorácica (ETT) Linfadenectomia Visualização direta Morbidade peroperatória Tumores 1/3 médio e alto Desvantagens Anastomose intratorácica Curto tempo de alivio da disfagia ETH x ETT ETH x ETT Mortalidade global Intra-hospitalar Mortalidade operatória Tx deiscência Anastomótica Sobrevida global 3-5 anos 5,7% 9,2% 2% 8% 5% 7,9% p=0 p=o Esofagectomia em Bloco Ressecção em bloco de tecido normal Baço / linfonodo celíaco Pericárdio posterior / veia ázigos Ducto torácico Diafragma adjacente Técnica agressiva Mortalidade 5,1-11% Esofagectomia em Bloco Esofagectomia Toracoscópica Diversa formas cirúrgicas Mobilização esofágica e após gástrica Mortalidade operatória 0-13,5% Morbidade 27-55% Tempo internação e complicações Procedimento não validado total/ Video torocospica Reconstruções Tubo gástrico Cólon Jejuno microcirurgico Obs: Estudo completo do cólon, qdo gastrectomizado Reconstruções Transposição de cólon Algoritimo Bibliografia Townsend, Beauchamp, Evers, Mattox. Sabiston Tratado de Cirurgia. 17° edição. Vol 1, 39, 1115-1142.