A PRÁTICA PEDAGÓGICA DE ALFABETIZAÇÃO NO COTIDIANO ESCOLAR.
Área Temática: Formação de educadores.
Adriana de Almeida*
Pedagogia – DEPED.
Universidade Estadual do Centro Oeste – UNICENTRO.
Resumo
O tema proposto reflete os estudos realizados em uma, dentre tantas,
escolas públicas que contam com uma realidade caracterizada por dificuldades de
natureza social e econômica. O objeto de estudo da pesquisa caracteriza-se por
conhecer os saberes docentes construídos em práticas pedagógico-metodológicas
de alfabetização, compreendendo o processo histórico de alfabetização e
letramento, destacando as dificuldades e práticas bem sucedidas dos professores
alfabetizadores. A observação e a reflexão do cotidiano escolar têm demonstrado
alguns dilemas na prática pedagógica e na formação continuada dos professores.
Desse modo, é importante priorizar a ação docente centrada na reflexão sobre a
ação pedagógica executada na área de alfabetização, de modo a reconhecer na
relação professor-aluno, um contexto muito favorável à construção de saberes.
Nesse sentido, é preciso que o professor alfabetizador reflita sobre o significado e
a importância de formação nessa direção, dialogando com os saberes construídos
nos cotidianos das práticas pedagógicas alfabetizadoras e considerando que os
alunos são sujeitos sociais, portanto sujeitos históricos. Sendo assim, por meio da
reflexão na ação presente na pesquisa, pode viabilizar-se a (re)significação do ato
pedagógico, para além das questões metodológicas e didáticas, direcionando o
olhar para questões de natureza ética, política, econômica, cultural e social
presentes na ação de alfabetizar crianças das escolas populares brasileiras. Tais
questões, constituindo eixos, nortearão o diálogo entre o professor-pesquisadorreflexivo e o cotidiano das práticas pedagógicas. A metodologia utilizada para o
desenvolvimento da pesquisa é a abordagem qualitativa e a pesquisa etnográfica
devido a abranger profundamente o tema idealizado, compreendendo-o na
amplitude de sua complexidade.
Palavras-chave: saberes docentes, alfabetização, prática pedagógica.
1 Saberes docentes e o cotidiano escolar.
A observação e a reflexão do cotidiano escolar têm demonstrado alguns
*
Graduanda do curso de Pedagogia da Universidade Estadual do Centro Oeste, UNICENTRO, Campus de
Guarapuava. E-mail: [email protected]
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dilemas na prática pedagógica e na formação continuada dos professores. Desse
modo, é importante priorizar a ação docente centrada na reflexão sobre a ação
pedagógica executada na área de alfabetização, de modo a reconhecer na relação
professor-aluno, um contexto muito favorável à construção de saberes.
Nesse sentido, Freire (2002, p.33) indica que: “ensinar exige respeito aos
saberes dos educandos”.
Para esse autor, o professor, e, especificamente as escolas, têm o dever
de respeitar os saberes com que os educandos, sobretudo das classes populares,
chegam ao ambiente escolar, visto que esses saberes são construídos na
prática comunitária. Esta afirmativa permeia o desafio de pensar a formação
docente e o professor como um intelectual transformador, capaz de repensar e
reestruturar a ação docente, pois, na prática pedagógica, diferentes saberes são
utilizados: multifacetados, plurais e heterogêneos.
Estas questões conduzem-me a referenciar Alarcão (2003) enfatizando a
formação do professor reflexivo, permeada pela discussão de alguns elementos
essenciais para a prática docente. A autora menciona ser necessário descobrir o
que somos como professores e como nos sentimos nesta profissão.
Face a estas constatações, Alarcão (2003) afirma que a noção de
professor reflexivo baseia-se na consciência da capacidade de pensamento e
reflexão que caracteriza o ser humano como criativo e não como mero reprodutor
de idéias e práticas que lhe são exteriores.
Aprofundando as questões sobre a formação do professor alfabetizador,
Garcia
(1998) destaca a função do profissional docente enquanto professor-
pesquisador, evidenciando que:
A professora no exercício da prática docente é portadora de uma teoria adquirida
em seu curso de formação inicial, teoria atualizada a cada dia, em sua relação com
as crianças em sala de aula e com suas colegas professoras nas reuniões
pedagógicas, nas experiências que vive dentro e fora da escolas, nas leituras que
faz, nos cursos de que participa, nas reflexões que produz. (GARCIA, 1998, p. 21)
Ao se tornar pesquisadora, essa professora vai se tornando capaz de
encontrar e construir novas explicações para os problemas que enfrenta em seu
cotidiano.
Nesse sentido, Perez (2003, p. 21) afirma:
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As professoras, como sujeitos históricos que são, constroem significados sobre o
viver-fazer da profissão a partir de suas experiências de vida e em situações de
interação com os outros, tais significações estão em permanente processo de
negociação e revisão.
Para a compreensão dos rumos determinados pelo processo histórico e os
desdobramentos das metodologias de alfabetização adotadas pelas instituições é
importante destacar os estudos de Mortatti (2000), que realiza uma retrospectiva
histórica da alfabetização no Brasil, do período republicano à modernidade, com
análise minuciosa dos fatos, retratando as políticas educacionais adotadas perante
o contexto social vigente. Para a pesquisadora os documentos e estudos
realizados revelam muitas possibilidades de desdobramentos e aprofundamento,
sendo caminhos a serem trilhados à busca de soluções, com vistas ao ensino de
língua e literatura no Brasil, e, em particular, no que se refere à alfabetização.
Em função das pesquisas realizadas por diversos autores alargando
o conceito de alfabetização, onde os sujeitos devem apropriar-se da leitura e
da escrita,
sabendo
utilizar estas duas habilidades e conhecimentos visando a
transformação social, é imprescindível destacar o conceito de letramento.
Nesta perspectiva, Soares (2003) aborda o conceito das palavras
letramento e alfabetização, dialogando sobre a urgência de apreensão do termo
letramento no processo de alfabetização, isto é, aprender a ler e a escrever,
significa adquirir uma tecnologia, a de codificar a língua escrita e a de decodificar a
língua escrita, mas é necessário que o aluno se aproprie da escrita, torne própria a
escrita, assumindo-a como sua propriedade.
Assim, teríamos alfabetizar e letrar como duas ações distintas, mas não
inseparáveis, ao contrário: o ideal seria alfabetizar letrando, ou seja: ensinar a ler e
a escrever no contexto das práticas sociais da leitura e da escrita, de modo que o
indivíduo se tornasse ao mesmo tempo, alfabetizado e letrado. (SOARES, 2003, p.
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Ainda nesta direção, focalizando a linguagem escrita, Vygotsky (1991)
esclarece que a escrita ocupou durante muito tempo um lugar estreito na prática
escolar,
em
relação
ao
papel
fundamental
que
ela
desempenha
no
desenvolvimento cultural da criança. A primeira tarefa de uma investigação
científica é revelar a pré-história da linguagem escrita; mostrando o que motiva as
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crianças a escrever, demonstrando os pontos relevantes pelos quais passa o
desenvolvimento pré-histórico e qual é a sua relação com o aprendizado escolar. O
autor enfatiza a prioridade do ensino ser organizado de tal forma, que a leitura e a
escrita se tornem necessárias às crianças.
[...] a escrita deve ter significado para as crianças, de que uma necessidade
intrínseca deve ser despertada nelas e a escrita deve ser incorporada a uma tarefa
necessária e relevante para a vida. Só então poderemos estar certos de que ela se
desenvolverá não como hábito de mão e dedos, mas como uma forma nova e
complexa de linguagem [...] o que se deve fazer é ensinar às crianças a linguagem
escrita, e não apenas a escrita de letras. (VYGOTSKY, 1991, p. 133-134)
Nesse sentido, é preciso que o professor alfabetizador reflita sobre o
significado e a importância de formação nessa direção, dialogando com os saberes
construídos
nos
cotidianos
das
práticas
pedagógicas
alfabetizadoras
e
considerando que os alunos são sujeitos sociais, portanto sujeitos históricos.
2 Práticas Pedagógicas construídas em sala de aula.
As crianças estão em contato com a linguagem escrita através de livros,
jornais, embalagens, cartazes, placa de ônibus, estando imersas no conhecimento
de materiais gráficos, aprendendo a partir do intercâmbio social e segundo as suas
próprias ações, elaborando assim hipóteses sobre a escrita.
Dependendo da
importância que tem a escrita no meio em que as crianças vivem e as suas
interações com objetos de conhecimento, essas hipóteses da escrita podem evoluir
lentamente ou rapidamente.
O papel de um ambiente alfabetizador para as crianças das classes de
educação popular no Brasil, é introduzir a re-significação do aprender a ler e a
escrever, priorizando o universo que a criança está inserida, pois o ambiente
escolar pode favorecer a construção de sujeitos históricos que confiam em sua
capacidade de criar, de inovar, de interferir e de mudar os rumos da história do
país.
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Ao apresentar as falas e reflexões dos professores, como forma de
preservar a identidade de cada uma delas, optei por classificá-las com a letra P e
números.
Para as professoras alfabetizadoras entrevistadas o ambiente propício para
a alfabetização consiste em:
Um ambiente próprio onde possam acontecer os momentos sistemáticos, e,
principalmente vontade de aprender o novo, por parte da criança, se ela não tiver
vontade é preciso despertá-la, do contrário o trabalho ficará comprometido. (P1).
Enfatizando, as etapas percorridas pelos alunos durante o processo de
alfabetização, foi relevante contextualizar a afetividade e o relacionamento
professor/aluno, num envolvimento que ocorre individualmente.
“O ambiente favorável deve ser mediado no humor e no afeto, estes fazem
prodígios no processo de alfabetização. As etapas devem ser consideradas como
uma educação de base, levando a criança a tomar consciência do corpo, da
lateralidade, situar-se no espaço, a dominar o tempo, adquirir a coordenação de
seus gestos e movimentos.” (P2).
“Fazer das atividades um processo de interações sociais de comunicação
adulto/criança, oferecendo a criança, oportunidades de desenvolvimento global. O
ambiente deve ser: uma sala de aula acolhedora e um ambiente de material variado
e alfabetizador. “(P3).
Para as professoras entrevistadas é importante destacar que o processo
de alfabetização inicia desde os primeiros anos de vida do ser humano:
“O processo de alfabetização inicia quando a criança nasce, desde então recebe
muitos estímulos do mundo a sua volta, que são indispensáveis neste processo. O
sujeito (aprendiz) observa, estabelece relações, organiza, interioriza conceitos,
duvida deles, reelabora até chegar ao código alfabético usado pelos adultos.” (P4).
“A aprendizagem está ligada diretamente à parte afetiva da criança. Não se pode
separar aprendizagem de afeto. É importante que o professor conheça cada um de
seus alunos e esteja atento as dificuldades de cada um, para que estas não se
transformem num problema.” (P2).
Neste contexto, entende-se que a criança escreve o que ela já lê do
mundo, o que ela busca conhecer. É da leitura dos símbolos que mais tarde ela
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chega à leitura do signo da palavra. Sendo assim, o espaço escolar tem por
objetivo
educar para que a criança seja atuante e governante, levando-a a
planejar, executar e avaliar seu próprio projeto, conscientizando-se de que é capaz
com valores e talentos individuais. Para tanto, é necessário dar sentido às
atividades, sabendo que cada atividade traz a possibilidade de novas
aprendizagens e provoca novos desenvolvimentos.
A aprendizagem da leitura e da escrita são indispensáveis para que as
crianças ampliem suas possibilidades de inserção e de participação nas diversas
práticas sociais. O trabalho com a linguagem define a formação do sujeito para a
interação com as pessoas, estimulando a orientação de ações, construção do
conhecimento e desenvolvimento do pensamento. É necessário esclarecer que a
educação deveria promover experiências significativas da aprendizagem, pois a
aquisição da linguagem oral e escrita é o acesso ao mundo letrado.
A ampliação das capacidades de comunicação e expressão estão
relacionadas com o desenvolvimento gradativo destas capacidades associadas às
competências lingüísticas básicas: falar, escutar, ler e escrever.
Para que o aprender a ler e a escrever aconteça a criança precisa construir
o conhecimento de natureza conceitual, compreendendo não apenas o que a
escrita representa, mas a forma que ela representa graficamente a linguagem,
afirmando que a alfabetização não significa o desenvolvimento de capacidades tais
como: percepção, memorização e treino de um conjunto de habilidades sensóriomotoras. Antes, a alfabetização é um processo pelo qual as crianças precisam
resolver problemas de natureza lógica até atingirem um estágio de compreensão
de que forma a escrita alfabética em português representa a linguagem e poderem
escrever e ler por si mesmas.
Nesse processo, a criança adquire consciência de sua própria fala, de seu
pensamento, da estrutura da língua, da função e do ato de escrever. A
aprendizagem da leitura e da escrita dá ao desenvolvimento infantil um novo ritmo,
pois a superação das necessidades postas por essa aprendizagem e a
incorporação dos novos instrumentos por ela proporcionados definem sua atividade
mental. O domínio da escrita representa a possibilita de a criança se inserir numa
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nova rede de comunicação social e significa uma nova condição para sua atividade
interna.
A proposta curricular além de proporcionar as crianças que se alfabetizem,
deve oferecer subsídios para que estas compreendam para que serve a escrita e o
seu modo de construção interna, garantindo a oportunidade de se tornarem leitores
e escritores conscientes de seu espaço na sociedade.
A alfabetização deve estar na intencionalidade de ensino contudo em outro
contexto, refletindo que ler não é decifrar código alfabético e sim extrair significado
das palavras e textos. O importante é a modalidade e diversidade de atividades e
não atividades prontas e acabadas, pois o ambiente das estratégias de ensinoaprendizagem é aquele da criação do professor e alunos.
A intenção educativa deveria assumir é aquela que deriva da constatação
que as crianças já escrevem, porém escrevem uma outra escrita, construída de
forma diferenciada da nossa, mas o propósito comunicativo é o mesmo, cada
criança tem a sua escrita que deve ser respeitada e valorizada. Num outro plano, o
professor
interagindo
pedagogicamente
na
produção
escrita,
consegue
transformar atividades em atos reais de escrita. Desse modo, a alfabetização é
resultado do processo de interação sujeito/mundo.
No que concerne aos saberes docentes construídos em sala de aula os
professores enfatizam a necessidade da reflexão e da pesquisa na sua prática
metodológico-pedagógica.
“Criativo, dinâmico, flexível, aberto...o alfabetizador irá ajudar a criança concretizar
o saber, dar forma (conhecimento da escrita convencional) a tudo aquilo que ela já
conhece e expressa verbalmente ou pictoricamente.” (PP1)
“O perfil do professor alfabetizador consiste em organizar e estimular situações de
aprendizagem. Envolver os alunos em suas aprendizagens e em seu trabalho.
Saber trabalhar em equipe. “(PP2).
“Deve ser um professor com responsabilidade, compromisso, ser pesquisador,
dinâmico, criativo, aberto a mudanças.” (PP3).
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Esse questionamento constante revela que cada uma possui um saberfazer, construído a partir da teoria a que se teve acesso e da ação cotidiana, dentro
e fora da escola.
Revivendo e reavaliando as diversas realidades presenciadas em cada
sala de aula, o corpo docente pode perceber a possibilidade de construção de
novos conhecimentos, superando os conhecimentos já elaborados e mantidos
como verdades absolutas nas metodologias e práticas realizadas.
Neste contexto, é importante enfatizar a vontade de superação através da
pesquisa, para garantir um espaço escolar significativo. Superar algumas vezes
implica negação, no entanto, tem um sentido positivo. Não é simplesmente
desconsiderar o que cada um sabe, mas é a sinalização de que o conhecimento
vai sempre além do limite já alcançado, estabelecendo novos objetivos.
Ao refletir sobre as dificuldades e práticas bem sucedidas na alfabetização
a professora alfabetizadora, PP2, afirma:
“Um dos atendimentos bem sucedidos realizados, foi com um estudante que estava
cursando a 2ª etapa do 1ª ciclo e ainda não estava alfabetizado. Foi muito
estimulado para criar novos hábitos, potencializado para perceber sua capacidade
de ler e escrever. Recursos usados mostram que ele é capaz e que progredir é
possível. O educador deve acreditar em milagres...”
Essa perspectiva vem reforçar a relevância de um processo de formação
permanente dos professores, pois quanto mais matizes do processo de
aprendizagem/desenvolvimento vivido pelos alunos puderem ser percebidos pelos
professores, melhor poderá ser a qualidade da intervenção docente.
Portanto, o diálogo é o eixo do processo ensino/aprendizagem. Pois,
Legitimar a palavras do outro significa legitimar sua cultura, conhecimento, sua
forma de interpretar a vida e se inserir no mundo.
Propiciar um espaço para o diálogo, consiste em uma tarefa educativa,
que garante que as diversas formas de expressão sejam ditas e ouvidas,
proporcionando reflexão e mudança, confronto e recriação.
Os dados desta pesquisa reafirmam e visam re-significar a importância da
professora alfabetizadora e os saberes docentes construídos, no processo de
aprendizagem/desenvolvimento de seus alunos.
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Ainda nesta perspectiva, procurar conhecer o movimento de cada um, na
sua construção individual de conhecimentos, reconhecendo suas possibilidades e
limites, procurando proporcionar uma expectativa cada vez mais favorável em
relação a eles, pois essa expectativa perpassa sua intervenção docente.
A ação docente tem um papel relevante nas expectativas criadas sobre as
crianças num âmbito intra e extra-escolar. Nesse sentido, é preciso que a
professora encontre meios e estabeleça metas, para trabalhar com seus alunos e
para dialogar com as famílias, expondo o trabalho que realiza e o processo
desenvolvido pelas crianças em sala de aula.
Para que ocorram novas possibilidades de conhecimentos, é preciso o
confronto de conhecimentos e um processo compartilhado de construção do novo .
Desse modo, é possível superar os limites já alcançados.
Todo o movimento vivido e trabalho realizado nos pequenos momentos em
sala de aula, evidenciam a existência de um processo de mudança, que muitas
vezes não é percebido.
Muitas vezes as discussões ficam na superfície e, mais que isto, os temas
são trabalhados, muitas vezes, equivocadamente porque faltam conhecimentos
específicos
sobre
os
assuntos
discutidos
e
terminamos
por
reproduzir
aprendizagens alheias as realidades encontradas na escola, sendo assim
aprendidas acriticamente.
O próprio processo vivido pelo grupo de professoras durante o
desenvolvimento da pesquisa permite-nos exemplicar que o diálogo, a interação e
a reflexão sobre os procedimentos metodológicos e pedagógicos concretizados
nas práticas em sala de aula, permite um novo nível de consciência da ação e
essa reflexão coletiva sobre a ação poderá redirecioná-la de um modo mais eficaz.
Em busca de síntese, podemos entender que os diversos conhecimentos
confrontados, negados e rearticulados, geram novos conhecimentos.
Diante desse desafio, o professor alfabetizador poderá trabalhar a partir do
saber dos educandos, problematizá-lo e confrontá-lo com os saberes da
experiência
e
científicos.
Esses
confrontos,
possibilitarão
em
termos
epistemológicos, o diálogo que permeia todos os instantes do processo dialético de
produção do conhecimento. Nesse sentido, o aluno, sujeito de aprendizagem
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pertencente a uma determinada cultura e portador de uma certa subjetividade,
precisa ser provocado a construir a sua reflexão, a sua forma de pensar a ação e
como agir de forma autônoma e responsável com ele e com o Mundo.
Referências
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a prática pedagógica de alfabetização no cotidiano escolar