Implementação de melhores soluções para o controle microbiano em processos petrolíferos Geert M. van der Kraan 1, Diana Jocksch 2, Monica Canalizo-Hernandez1, Bei Yin1, Terry Williams 1 & Philip A. Keene 3 Este artigo técnico foi preparado para apresentação na Rio Oil & Gas Expo and Conference 2012, realizada entre 17-20 de setembro de 2012, no Rio de Janeiro. Este artigo técnico foi selecionado para apresentação pelo Comitê Técnico do evento, de acordo com as informações contidas no documento final submetido pelo(s) autor(es). Os organizadores não devem traduzir ou corrigir os trabalhos submetidos. O material, como é apresentado, não representa necessariamente a opinião do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis, ou a de seus Membros ou Representantes. Os autores consentem com a publicação deste Artigo Técnico nos Anais da Rio Oil & Gas Expo and Conference 2012. Resumo Novas soluções para o controle microbiano, como parte do gerenciamento do ciclo de água industrial na indústria petrolífera, são propostas através de 2 estudos de caso. Cada estudo de caso aborda as diferentes fases do desenvolvimento de melhores soluções para o controle microbiano dentro desta gestão da água. Abordada no primeiro estudo de caso é a aplicação de métodos microbiológicos tradicionais e técnicas de biologia molecular (isto é, qPCR e piro-sequenciamento do 16S rDNA). Foi realizada uma inspeção de uma unidade de produção de petróleo e de uma instalação de separação de óleo-água e, posteriormente, um mapa detalhado foi produzido mostrando os problemas microbiológicos detectados no sistema. Foi demonstrado que as principais unidades das instalações encontram-se severamente contaminadas por redutores de sulfato, compreendendo, em vários locais testados, até 60% da população total. Foram identificados locais de elevada preocupação, contendo, por exemplo, números de células 1000x maiores do que a água produzida nos poços. Com base nessas análises, foi proposto um regime de dosagem otimizada de biocidas. O segundo estudo de caso aborda o desenvolvimento de uma mistura de biocidas feita sob medida, especificamente desenvolvida para áreas de exploração de gás de folhelho nos EUA. Os primeiros organismos foram enriquecidos a partir de áreas de exploração específicas. Novas misturas de THPS foram formuladas e otimizadas com base na sua eficácia contra essas cepas isoladas. As misturas também foram otimizadas para garantir uma boa estabilidade térmica e uma boa compatibilidade com outras substâncias usadas pelo cliente. As novas misturas mostraram uma melhor eficácia de ingredientes ativos em concentrações inferiores, tornando esta solução feita sob medida mais sustentável do ponto de vista ambiental. 1. Introdução Nossa sociedade atual, por sua própria essência, é fortemente dependente de combustíveis fósseis. Como exemplo, 40% da demanda energética global é derivada de petróleo somente e 90% de todos os produtos químicos produzidos são derivados de recursos fósseis (Bakas & Creemers, 2007). Como se torna cada vez mais difícil obter recursos fósseis do subsolo, a indústria petrolífera está aplicando as técnicas artificial e terciária de recuperação de petróleo, predominantemente inundação de água (do mar) para forçar mais óleo para o reservatório (em média 10 -15% a mais de óleo). Com a introdução de água, problemas substanciais com o crescimento indesejado de microorganismos são introduzidos (Pedersen, 2000). São frequentemente encontrados os microorganismos redutores de sulfato e seus efeitos prejudiciais, como a acidificação do reservatório e a corrosão influenciada por microorganismos (MIC) (Papa et al, 1991), causada por sua produção de H2S como produto final de seu metabolismo (Muzyer & Stams, 2008) (Nilsen et al, 1996). Mas efeitos adversos, como a obstrução de filtros e o entupimento do reservatório, podem ser causados pelo acúmulo indesejável de microorganismos que crescem nas superfícies (biofilmes) (Steward & Fogler, 2002) (Khazipov et al., 1993). Todos estes processos são abordados sob o termo 'incrustação biológica.' Os campos petrolíferos inundados de água e os ecossistemas artificiais associados fornecem ambientes adequados para os redutores de sulfato prosperarem; são ambientes redutores (pobres em oxigênio) com muito sulfato introduzido através da água do mar, e uma fonte abundante de carbono orgânico na forma de hidrocarbonetos. Os problemas com o crescimento indesejado na ______________________________ 1 Especialista Sr. em P&D, - The Dow Chemical Company 2 Técnico de P&D, - The Dow Chemical Company 3 Líder de Aplicação do Cliente, -The Dow Chemical Company água não estão limitados aos campos de petróleo, mas ocorrem também na recuperação de gás de folhelho, onde vastas quantidades de água são aplicadas, especialmente no fraturamento efetivo de um poço (Kerr, 2010). Problemas com o crescimento de microorganismos nestes sistemas também são frequentemente relatados. Com o boom do gás de folhelho acontecendo quase que da noite para o dia nos EUA, a aplicação crescente de inundação de água para a recuperação artificial de petróleo e a regulamentação mais rigorosa no uso e descarte de água industrial, há uma necessidade crescente na indústria petrolífera de uma gestão do ciclo de água e de um controle microbiano aprimorados. A incrustação biológica da água industrial é um elemento-chave que precisa ser abordado na gestão do ciclo de água. É prática comum na indústria do petróleo realizar testes de rotina em várias fontes de água, como a água produzida, a água de injeção, a água derivada de tanques de armazenamento, etc. Isso geralmente ocorre por meio de métodos baseados em cultura (MBC) tradicionais, indicando que uma pequena quantidade de água é adicionada a um caldo rico em nutrientes, específico para o grupo de microorganismos de interesse. O crescimento observado é uma indicação da presença de microorganismos. Durante esses testes tradicionais, também chamados de 'incubações', séries de diluições e contagens de placas são feitas com frequência, fornecendo um certo nível de quantificação do número de microorganismos presentes. Em muitos casos, esta também é a maneira como as soluções de controle microbiano são testadas. Existem dois protocolos principais que são reconhecidos e aplicados internacionalmente (Padrão NACE TM0194-2004-21224). A eficácia dos tratamentos com biocidas é avaliada em diferentes intervalos de concentração dos ativos e através de diluições em série e contagens das placas. Tipicamente, os tratamentos são testados em uma combinação padronizada predefinida de organismos, geralmente cepas de laboratório. Os métodos baseados em cultura, embora forneçam informações sobre o quão severamente um ecossistema projetado encontra-se incrustado biologicamente, possui limitações. Apenas uma fração dos microorganismos (0,1-1%) pode ser cultivada em ambientes de laboratório (Staley & Konopka, 1985) e, frequentemente, o caldo de enriquecimento aplicado nas culturas seleciona quais microorganismos irão se desenvolver; assim, os resultados dos testes baseados em cultura de laboratório podem não prever com precisão o desempenho dos tratamentos no ecossistema de campo. Com o surgimento de ferramentas de biologia molecular na indústria do petróleo (técnicas para caracterizar o conteúdo genético de células, isto é, DNA & RNA), uma nova caixa de ferramentas está à nossa disposição para sermos capazes de determinar melhor quais microorganismos estão crescendo em sistemas industriais e para melhor avaliarmos os efeitos prejudiciais destes micróbios (Singh et al, 2009). Essa compreensão mais profunda também auxilia no desenvolvimento de novos tratamentos de controle microbiano, uma vez que eles podem ser testados em espécies relevantes no ecossistema ou contra equivalentes laboratoriais mais importantes. Esses métodos também permitem uma avaliação de campo de novas soluções para o controle microbiano, quando são aplicadas em sistemas industriais reais. Ter o monitoramento de processos biológicos ('biomonitoramento') incluído na análise tradicional de um sistema industrial como um primeiro passo, permite uma melhor compreensão do sucesso dos microorganismos no sistema e identifica as áreas do sistema com alta prioridade para os tratamentos de controle microbiano. Isto permite, posteriormente, a aplicação de um tratamento e de uma dosagem melhores. O desenvolvimento da melhor solução para o controle microbiano, feita sob medida para as condições do local e necessidades do usuário final, é a segunda etapa. Isso inclui o teste e o desenvolvimento de vários tratamentos com biocidas, incluindo combinações de biocidas, relevantes para o ecossistema. Geralmente, isto requer programas ampliados de triagem de biocidas. Este artigo discute através de 2 métodos de estudo de caso que visam melhorar as soluções utilizadas para o controle microbiano. O estudo de caso 1 discute um estudo completo de todos os fluxos de água diferentes, pertencentes a um campo de petróleo costeiro e sua respectiva instalação de separação de água/óleo. Incluiu uma análise geoquímica e a utilização de ferramentas tradicionais e de biologia molecular. O estudo de caso 2 discute o desenvolvimento de uma nova patente pendente de misturas de THPS para uma área de exploração de gás de folhelho nos Estados Unidos. Observou-se um crescimento indesejado de micróbios. Um exame completo foi realizado para preparar uma solução feita sob medida. Além disso, microorganismos de vários fluxos de água foram isolados. A eficácia das misturas feitas sob medida foi, em seguida, testada nestas cepas isoladas do tipo selvagem. Foi feita uma análise semelhante da 'diversidade', como no estudo de caso 1, mas não será discutida neste artigo. 2. Estudo de caso 1 - Materiais & Métodos Unidades de produção-S1 Linhas de entradaS2 Poços de injeção -S6 Separador de água/óleoS4 Tanque de armazenamento de óleo Oleoduto de retroalimenta ção-S3 Tanque de armazenamento de água Bacia-S5 Figura 1: Impressão do artista - Visão geral do local no estudo de caso 1. 2.1 Descrição das unidades de produção e da instalação de injeção & separação de óleo/água. O petróleo é produzido em diferentes locais a várias distâncias de uma unidade de separação. Poços de produção e injeção são colocados ao longo dos locais. Nenhuma acidificação foi observada nos poços produzidos. A emulsão óleo produzido-água tem um corte de água alto (90%) e é transportada para uma unidade de separação óleo-água através de oleodutos. Aqui, a maior parte da fase óleo é separada em um separador e o óleo é transportado para um tanque de armazenamento de óleo. A fase água é bombeada para um tanque de armazenamento de água que, a partir daí, fornece água para as bombas injetoras. Existe um ciclo de retroalimentação entre o tanque de armazenamento de água e uma bacia de água. Um pouco de água restante é bombeada do tanque de armazenamento de óleo de volta para o separador. Esta quantidade de água é baixa e este oleoduto está em operação por 2 horas por dia. Detalhes podem ser encontrados na Figura 1. 2.2 Procedimento de amostragem & preparação (descrição dos pontos de amostra). A água produzida foi primeiramente coletada de vários locais em um recipiente para combustível de 10 litros. Para a análise baseada em cultura tradicional, uma quantidades de 1 ml de água foi adicionada a três diferentes tipos de meio (9 ml). Dois tipos de meio selecionados para o enriquecimento de Bactérias Redutoras de Sulfato, um tipo de meio selecionado para Bactérias Produtoras de Ácido (APB). Para a análise de biologia molecular, a água foi filtrada em filtros estéreis que capturam as células de diferentes ambientes. Após a filtração da água, os filtros retendo as células foram colocados em tubos e transportados a 0 ˚C para o laboratório, onde foram submetidos à extração de DNA e análise posterior. 2.3 Análise Geoquímica As temperaturas das águas foram determinadas através de um termômetro digital. O pH foi determinado por meio de tiras de teste padrão. Kits de teste padrão foram usados para determinar os níveis de sulfeto e íons ferrosos livres (Fe 2+) nas diferentes águas, de acordo com as instruções do fabricante. 2.4 Métodos Baseados em Cultura (MBC). Os frascos anaeróbicos inoculados com os diferentes meios foram enviados em gelo para o laboratório. Os frascos foram incubados anaerobicamente por 5 dias a 25 ˚C. Foi realizada uma observação ao longo do tempo sobre a turbidez (como uma verificação de presença/ausência). 2.5 Extração de DNA & verificação da qualidade do DNA extraído das células. O DNA das células foi obtido aplicando-se o kit PowerWater ™ de isolamento Pro DNA (Laboratórios MO BIO), de acordo com as instruções do fabricante. (Filtração – seção 2.2). Para verificar a presença e a quantidade de DNA genômico, aplicaram-se 2 métodos: eletroforese em gel de agarose e quantificação usando espectroscopia de absorção (através de um espectrômetro NanoDrop). Foram colocados 5 µl das soluções que contêm o DNA genômico purificado em um gel de agarose a 1,5% (p/v) e foram corridos por 30 minutos a 90 Volts. O gel foi colocado em um tampão TAE 1X durante a corrida e posteriormente corado com corante de DNA. Colocou-se 1 µl do DNA genômico em um espectrofotômetro Nanodrop. A absorção foi verificada a 230, 260 e 280 nm. As relações dos comprimentos de onda indicam a quantidade e a qualidade do DNA. 2.6. Programa de quantificação relativa por qPCR & sequenciamento por piro tag do 16S rDNA Para verificar se o DNA poderia ser usado para o sequenciamento por piro tag do 16S rDNA e para obter-se uma estimativa aproximada das quantidades relativas de células nas diferentes águas, foram realizados ensaios de quantificação relativa por qPCR. O par de primer usado para esta amplificação foi o 341f/907rM e teve como alvo o gene 16S rDNA de bactérias. A amplificação foi feita em uma máquina da Biorad, modelo Icycler IQ5 para rt-PCR. A mistura continha 10,0 µl da mistura IQ Sybrgreen Supermix (BIO-RAD), 9,1 μl de água livre de DNA-RNA (Qiagen), 0,16 μl de BSA, 0,15 μl de cada primer (Bac341F, 50 μM / Bac907rM(rA+rC) (Schäfer & Muyzer, 2001), concentração estoque de 50 μM e 0,4 μl de template. Após esta verificação, o DNA genômico foi enviado para os Laboratórios de Testes & Pesquisa (Texas, EUA), para o sequenciamento por piro tag do 16S rDNA. O gene 16S rDNA é amplamente utilizado em ecologia microbiana para caracterizar a dinâmica e as estruturas das comunidades. Três mil sequências foram analisadas por ambiente aplicando-se o pacote de software PyroTagger (Kunin & Hugenholtz, 2010). Todos os resultados de sequenciamento obtidos foram cortados em um comprimento utilizável de alta qualidade de 250 pares de bases. Esta triagem não incluiu Archaea neste momento. 3 Estudo de caso 2 - Materiais & Métodos 3.1 Amostragem & métodos baseados em cultura Águas de diversas fontes foram tiradas de uma área de exploração de gás de folhelho norte-americana usando-se frascos estéreis de 1 L. Para a análise baseada em cultura tradicional, foi adicionada uma quantidade de 1 ml de água a dois tipos de meios diferentes (9 ml) para o enriquecimento de Bactérias Redutoras de Sulfato e Bactérias Produtoras de Ácido (APB). A amostra de água do lago foi tomada logo abaixo da superfície, a cerca de meio metro da borda. A lama de perfuração foi amostrada a partir dos dispositivos de abertura para os fluxos laterais, coletando-se amostras em frascos semelhantes. Os detalhes são encontrados na tabela 1. Foi realizada uma avaliação do conteúdo microbiológico em todas as amostras de água. Estas incubações foram aplicadas para se estimar o número de células. Além disso, foi realizada uma análise de ATP de todas as amostras. Frascos de incubação comerciais de 12 ml (contendo 9 ml de meio) foram comprados de fornecedores padrão locais. Após a inoculação com 1 ml de água, os frascos foram incubados a 30 ˚C. As contagens de células (log10 ml-1) foram registradas para as SRBs e para as APBs após 28 dias de incubação. Este longo período de 28 dias foi devido a problemas logísticos no transporte da amostra. Tabela 1: Locais das amostras e as respectivas temperaturas da água. Local Temperatura 1) Água do lago (T < 40 ˚C) 2) Água do fosso (T = 40 ˚C) 3) Água Misturada (contém água do lago/ água do fosso & água produzida) (T = 40 ˚C) 4) Água misturada tratada* (T = 40 ˚C) 5) Água de refluxo (retorna após injeção inicial) (T = 70 ˚C) 6) Água produzida (T = 70 ˚C) 7) Lama de perfuração (T = 60 ˚C) 8) Lama de perfuração à base de óleo * Esta água foi tratada durante testes de laboratório e, portanto, analisada como tal. Análise de ATP de todos os fluxos de água Uma análise de ATP foi realizada nas águas listadas aplicando-se o método e o kit utilizados da LuminUltra Technologies, Ltd., usando-se os chamados kits Quench-Gone™ Aqueous, de acordo com as instruções dos fabricantes. Em resumo, amostras de 10 ml foram passadas por um filtro e os organismos capturados sofreram lise para liberar o ATP celular. Os níveis de ATP presente foram medidos usando-se um ensaio de luciferina-luciferase com um luminômetro Kikkoman C-110 Lumitester™. Os níveis de ATP foram determinados a partir de uma curva de doseresposta calibrada internamente com um padrão de ATP recente. Os valores foram registrados como picogramas de ATP por ml de amostra. (A quantidade de ATP presente pode ser usada para comparar os ambientes relativos) Verificação da quantificação relativa de endósporos Um protocolo de coloração de esporos por verde de malaquita foi aplicado em combinação com contagens microscópicas para verificar a presença de Endósporos nas águas. O Kit de Coloração de Esporos Schaeffer and Fulton (Fluka) foi usado para coloração de esporos, seguindo-se as instruções do fabricante. Um microscópio Olympus BX51 com capacidade de fluorescência foi utilizado para observação visual dos esporos e avaliação relativa da presença de esporos. Programa de teste de eficácia de biocidas Os enriquecimentos das amostras ambientais foram feitos a fim de se testar diferentes programas de controle microbiano. Uma redução nas contagens de células para menos de 102 células ml -1 foi definida como critério para um bom controle microbiano. A eficácia do biocida foi testada em ambos os grupos. Uma concentração total de biocida ativo de 150 ppm. p/v foi aplicada em todos os casos. Os biocidas foram testados isoladamente e em combinações sinérgicas. Nos testes de biocida em separado, foram aplicadas 200 ppm. p/v de ativo e utilizou-se um critério de aprovação 'mais suave', indicando que níveis mais elevados de células eram aceitáveis. Os biocidas testados incluíam glutaraldeído, compostos de amônio quaternário, dazomet e THPS (Sulfato Tetrakis Hidroximetil fosfônico). 4. Estudo de caso 1 -Resultados 4.1 Composição química das diferentes águas A água produzida difere por poço quanto à salinidade, mas de maneira geral, é qualificada como salobra. A temperatura média da água no fundo do poço varia entre 65 e 85 ˚C. Nas várias unidades de produção, foram medidos os níveis de ferro e sulfeto nas águas, bem como os pHs das mesmas. A água que chega na unidade de separação de óleo-água exibe diferenças quanto à água produzida. Ambas as linhas têm diferentes temperaturas (quentes e frias) de 41 ˚C e 10 ˚C. Esta diferença é causada pela distância variada a partir da unidade de separação. A linha de entrada 'fria' passa por um permutador de calor para aumentar a temperatura um pouco acima de 40 ˚C. O pH ainda estava neutro, mas havia uma assinatura distinta de sulfeto na água, em torno de 3 mg L -1. A água no separador de óleo-água encontra-se a cerca de 43 ˚C, mas ligeiramente mais ácida do que a água de entrada, mantendo um pH de cerca de 6 a 6,5; não houve detecção de sulfeto. Ao contrário das águas de entrada e produzida, foi detectado um pouco de Fe2+ livre. A água do fundo do tanque de armazenamento de óleo e do oleoduto de retroalimentação tem outra assinatura, mantendo uma temperatura de 37 ˚C e um nível de ferro livre de cerca de 10 mg L -1; o pH voltou para neutro. A água aeróbica na bacia manteve uma temperatura de 32 ˚C e um pH ligeiramente ácido de 5,8. Nenhum sulfeto ou ferro livre foram detectados. A água de injeção manteve uma temperatura de 24,8 ˚C e um pH de 6,5; foi detectado um nível de sulfeto de mais de 10 g L -1. Para uma visão geral detalhada, consulte a Tabela 2. 4.2 Resultados dos métodos baseados em cultura tradicionais As incubações de SRB & APB (MBC) foram feitas a partir das diferentes fontes de água no sistema. Foi demonstrado que a água de muitos dos locais mostrou crescimento de microorganismos (turbidez). indicando que o número de células na água é elevado (Tabela 2). Mostra-se claramente que, em todos os ambientes testados, os microorganismos estão prosperando, algumas diferenças entre os resultados indicam o quão sensíveis são esses métodos em relação à composição dos meios e detecção dos microorganismos. Tabela 2: Resultados dos métodos baseados em cultura e das análises geoquímicas realizadas Descrição da localização nr∧ SRB (i) SRB (com.) APB (com.) T (˚C) H 2S Fe2 pH + Crescimento Detectado Água produzida (5 anos) S1 Sim 44 0 3 7 Linha de entrada S2 Sim 43,6 2 0 7 Tanque de S3 Sim Sim Sim 37,5 0 10 7 armazenamento de óleo Tanque separador de S4 Sim Sim 43 0 3 6,5 O/A Água da bacia S5 Sim 32,3 0 0 5,8 Água de injeção S6 Sim Sim 24,8 10 0 6,5-7 Linha de tanque de * Sim Sim 47,7 0 0 7 decantação subsequente Água produzida (35 * Sim 24,3 / / / anos) ^ = Número da amostra tomado para análise de biologia molecular; * = Nenhuma água foi filtrada – nenhuma análise de biologia molecular - Indica ausência de turbidez nas incubações; / indica dados não disponíveis. (com. = fonte comercial) 4.3 Qualidade do DNA & resultados da quantificação relativa por qPCR. Para avaliar a qualidade e as quantidades de DNA extraído, foram aplicados 2 métodos diferentes. 1) O DNA de alta massa molecular (HMW) foi colocado em um gel de agarose, 2) o DNA foi colocado em um espectrômetro NanoDrop. Um qPCR foi realizado, fornecendo os números relativos de células. Nas reações de qPCR, diluições de 1/10 foram usadas para avaliar se realmente não havia discrepâncias entre as diluições (dados não mostrados). Obteve-se um sinal positivo de PCR de todos os ambientes, indicando que todas as amostras estavam aptas para o piro-sequenciamento. Foi demonstrado que, entre os fatores de diluição de 1 a 10, encontrou-se uma diferença de 3 a 4 ciclos, indicando uma qualidade aceitável de DNA e das condições de PCR. A partir dos resultados de quantificação relativa por q-PCR, pôdese fazer uma comparação relativa das quantidades de DNA, proporcionando uma estimativa aproximada da multiplicidade de quantidades de células, tomando-se como ponto de referência a menor quantidade (S1-S6). Os resultados encontram-se na Tabela 3. Diferenças entre as quantidades de água filtrada foram levadas em consideração para o cálculo de comparação relativa. Pode-se ver claramente que o sistema enriquece o número de microorganismos conforme a fase água migra através dos oleodutos. Especialmente o oleoduto de retroalimentação, onde os níveis de células são elevados (S3), desde a fase água do tanque de armazenamento de óleo de volta para o separador de óleoágua. A água de entrada dos poços de produção e a água de saída que chega nos poços de injeção são semelhantes quanto aos níveis de células. A água produzida do poço jovem e da bacia exibe níveis inferiores, quando comparada ao sistema de separação óleo-água. A amostra S1 foi escolhida como ambiente comparativo, já que os números de células aumentam a partir desse ponto, indicando que o sistema enriquece as bactérias, quando comparado à água produzida que aflora. Tabela 3: resultados da quantificação relativa por qPCR Nome da amostra S1 S2 S3 S4 S5 S6 Valores de Ct (limiar do ciclo) (1/10) 27/20 16/20 16/19 16/20 21/25 16/20 Ciclos com menos de S1 (A produzida) 11 11 11 6 11 Diferença de fator Mais do que S1 Diferença de fator Mais do que S2 1 102 103 102 1 102 0,01 1 10 1 0,1 1 4.4 Estruturas de comunidades (piro-sequenciamento do 16S rDNA) Apresentar todos os resultados de piro-sequenciamento está além do escopo deste trabalho, já que mais de 17000 agrupamentos diferentes foram identificados nos 6 ambientes estudados. Em vez disso, um resumo dos ambientes importantes é fornecido na Tabela 4, que mostra a distribuição das espécies mais dominantes e as principais descobertas. Os dados são apresentados em porcentagem da população total. Um resumo das descobertas mais importantes encontra-se listado abaixo. A partir da Tabela 4, podem ser feitas observações interessantes. A água de produção, que aflora do poço de produção jovem, é dominada por espécies que não podem ser encontradas em qualquer lugar no resto do sistema, e parecem desempenhar um papel insignificante (coluna cinza claro de S1). As linhas de entrada quentes enriquecem uma espécie específica de Desulfocaldus (Duncan et al, 2010) que também é enriquecida no oleoduto de injeção; no tanque, esta espécie também está presente, mas em um nível inferior em relação à comunidade total (linha cinzenta-Desulfocaldus). A água na bacia exibe proteobactérias gama, o que não é incomum para águas aeróbicas ligeiramente salinas. Nas seções a seguir, serão dados mais detalhes para os diferentes ambientes. Como um exemplo do nível de detalhe que o piro-sequenciamento pode proporcionar, os resultados da água de entrada são fornecidos na Figura 2. Tabela 4: Sequências mais abundantes (% das sequências totais) presentes nas amostras. Nome do parente mais próximo Bacillus sp. cepa LAMI 010 Desulfocaldus sp. cepa Hobo Desulfovibrio desulfuricans cepa G20 Similar à Proteobactéria Gama Desulfotomaculum S1 44,56 S2 S3 S4 S5 S6 42,08 2,68 64,2 0,53 0,01 46,73 0,04 0,06 0,1 52,86 0,14 0,05 Identidade 100% 100% 100% 100% 100% solfataricum cepa V21 Similar á Clostridium Desulfovibrio sp. cepa M1 Desulfacinum subterraneum cepa 101 Similar à Desulfotomaculum Similar à Carboxydibranchium Bacteroides sp. cepa SA-7 Cepa isolada 52651 Pseudomonas balearica cepa101 4,7 33,99 0,01 0,09 0,07 0,22 8,86 0,15 12,88 18,6 0,14 0,12 0,07 99,56% 100% 0,17 100% 100% 100% 0,01 0,74 11,59 0,01 0,08 0,05 0,66 0,09 0,05 10,7 100% 100% 98,23% 0,07 4.5. Uma descrição detalhada das comunidades encontradas nas diferentes fontes de água. Na água produzida (S1) de um dos poços foi encontrado que 2 espécies compreendem quase que 80% da comunidade, Desulfotomaculum solfataricum e uma espécie não cultivada. A primeira espécie é descrita na literatura como um microorganismo em forma de bastão que pode formar esporos, os quais podem usar uma grande variedade de fontes de carbono. Ela usa sulfato, tiossulfato e sulfito como aceitadores de elétrons (Goorissen et al, 2003). O crescimento ideal do organismo é 60 ˚C, com um limite superior de 65 ˚C. A faixa de pH deste organismo é de 6,4-7,9. Ele pode crescer em água com uma salinidade máxima de 1,5 g L -1. Isso se encaixa com a descrição do ecossistema (Tabela 2). A água de entrada (S2) das linhas de produção na unidade de separação atingiu, até então, uma temperatura de 41 ˚C, e mostra uma modificação na comunidade bacteriana, quando comparada à comunidade da água de produção. A água que chega na unidade de separação agora é dominada por um membro de Desulfocaldus que perfaz mais de 40% da comunidade. A quantidade de células subiu aproximadamente 10 vezes, quando comparada à água produzida no poço. Além disso, traços de sulfeto foram detectados, indicando uma população que produz H 2S ativamente. Está claro que a espécie de Desulfocaldus está desempenhando um papel dominante na acidificação do sistema. Esta espécie de Desulfocaldus também foi detectada em separadores das instalações petrolíferas da Encosta Norte do Alasca (Alaskan North Slope) (T = 50 ˚C). O oleoduto de retroalimentação (S3) encontra-se em operação somente por 2 horas por dia e serve para bombear de volta o restante da água da fase óleo separada de volta para o tanque separador. Ele mantém uma temperatura de 37,5 ˚C. Da comparação relativa das quantidades de células em amostras ambientais diretas, ele apresentou a maior quantidade de células. Também verificou-se que a comunidade do fundo do tanque de armazenamento de óleo é mais diversa, indicando uma alta atividade microbiana. O pH é de cerca de 7 e foi detectada uma quantidade substancial de Fe2+ livre, indicando um processo de CIM que potencialmente também explica a baixa quantidade de H 2S. Curiosamente, a espécie de Desulfocaldus, que é detectada na água de entrada em níveis baixos, prevalece aqui. Está claro que muitas sequências detectadas têm os parentes mais próximos associados à degradação do óleo e às águas associadas ao enxofre. A água extraída do tanque separador de água-óleo (S4) é uma combinação de todas as águas de vários locais de produção. A temperatura média é de 43 ˚C. A água é semelhante à água da linha de entrada quente, com relação às espécies. Encontra-se uma grande dominância da mesma espécie de Desulfocaldus, compreendendo quase 65% da comunidade. Surpreendentemente nenhum sulfeto foi detectado na água; no entanto, a presença de Fe2+ livre pode explicar esta ausência. A água na bacia (S5) encontra-se totalmente exposta ao ar exterior e, portanto, é completamente aeróbica e representa um ecossistema diferente. A temperatura da bacia é menor do que no sistema (32 ˚C quando medida), mas isso pode ser propenso a mudanças sazonais. A comunidade possui espécies típicas de água salobra aeróbica e é menos relevante. A água que chega aos poços injetores (S6) exibe muita semelhança com a água que chega das linhas de entrada. Sob uma perspectiva de ecossistema, são de fato semelhantes. No final do oleoduto, a temperatura caiu para 25 ˚C e cai gradualmente ao se afastar cada vez mais do tanque de água. A água de injeção enriquece novamente a espécie de Desulfocaldus encontrada, a qual compreende cerca de 50% da comunidade. Os níveis de sulfeto detectados foram elevados, como os que foram encontrados na linha de entrada fria, com valores superiores a 10 mg L-1. A presença de níveis tão elevados de sulfeto na água injetada pode ser um problema para o reservatório. Figura 2: Resultados do piro-sequenciamento da água de entrada (estrutura da comunidade) 5. Estudo de caso 2 –Resultados 5.1 Análise de microbiologia das fontes de água (Incubação e observações de SRB/APB) Todas as águas apresentaram uma contaminação significativa em todos os enriquecimentos. As contagens de células foram de 104 a 107 células ml-1, tanto para bactérias SRB como para APB. Foi também demonstrado que as águas do lago e do fosso continham níveis significativos de leveduras e fungos (dados não mostrados). As contagens de endósporos, especialmente na água de refluxo e na água produzida foram elevadas, quando comparadas às outras fontes de água. A água de refluxo e a água produzida mostraram a mais alta tolerância à temperatura pelos microorganismos nas vários amostras testadas. Isso é esperado, já que esses ambientes de fundo de poço estão sujeitos a maiores variações de temperatura in situ. Detalhes são encontrados na Tabela 5. 5.2 Análise de ATP de todas as fontes de água A partir da análise de ATP, ficou claro que a água de fosso exibiu a maior quantidade de ATP, de 7000 pg ml -1, seguida do lago e das águas misturadas e de refluxo (cada uma com cerca de 2000-2500 pg ml-1). Uma observação clara foi a de que o conteúdo de ATP da água tratada (laboratório) foi significativamente menor, por exemplo, aproximadamente 70 pg ml-1, após 6 horas de tratamento. A análise de ATP das lamas de perfuração não pôde ser obtida devido à interferência da lama com a medição de ATP. Isto pode ser visto na Tabela 5 . 5.3 Triagem e combinações de biocidas para um desempenho otimizado A fim de fornecer uma solução sustentável para o problema de bioincrustação, diferentes triagens e combinações de biocidas foram testadas em cepas ambientais enriquecidas, isoladas da área de exploração de gás de folhelho. De particular interesse são as avaliações de tratamento da água de refluxo e da água produzida. Como mostrado na Tabela 6, pode-se constatar que as combinações de biocidas recentemente propostas forneceram um melhor controle do que os biocidas usados tradicionalmente, durante um período mais longo de tempo. Neste caso, o critério de aprovação foi definido como uma redução das contagens viáveis para menos de 102 células ml-1. Na triagem, o nível combinado de ativos aplicado foi de 150 ppm. p/v. Em comparação com as combinações testadas, a aplicação de biocidas em separado, mesmo quando administrados em altas concentrações, isto é, 200 p.p.m. de ativos e com um critério de aprovação mais tolerante (redução de 3 log por ml nas contagens de células) não forneceu um controle tão bom. Detalhes podem ser encontrados na Tabela 7. Tabela 5: Número de células e análise de ATP das diferentes fontes de água Fonte Água do lago Água do fosso Água misturada Água misturada (tratada) Água de refluxo Água produzida Lama de perfuração Lama de perfuração à base de óleo Contagem de células (a potência de 10) ATP médio picograma ml-1 Endósporos baixo baixo baixo baixo * SRB 3 6,5 5,5 3 APB 5 6,5 7 3,5 4 3,5 4 5 3 7 2200 7000 2600 (70 (6 horas) – 15 (24 horas) 2300 200 * 5 7 * alto alto * Tabela 6 *: Exame de combinação de biocidas realizado nos enriquecimentos de isolados de água de refluxo Combinações aplicadas Glutaraldeído/ Sal de amônio quaternário** Dazomet/ Sal de amônio quaternário** Glutaraldeido/Ativo novo 1 THPS/ Ativo novo 1 Glutaraldeído/Ativo novo 2 THPS /Ativo novo 2 24 horas de eficácia SRB APB 48 horas de eficácia SRB APB 7 dias de eficácia SRB APB × × × × × × × × × × × × * Um × indica: não passou os critérios definidos de contagens de células abaixo de 102 células ml-1, um indica: passou este critério. ** O quat aplicado neste caso é de propriedade do operador da área de exploração e, portanto, não pode ser divulgado. Tabela 7 *: Triagem de biocidas (em separado) realizada nos enriquecimentos de isolados de água de refluxo. Biocidas aplicados Glutaraldeído Dazomet THPS 24 horas de eficácia SRB APB 48 horas de eficácia SRB APB 7 dias de eficácia SRB APB × × × × × × × × × × × × × × × × * Um × indica: não passou os critérios definidos de redução de 3 log de células ml -1, um indica: passou este critério. 6. Discussão A realização de um estudo detalhado de biologia molecular além de um teste tradicional baseado em cultura, proporcionou informações que são fundamentais na aplicação do conceito de 'biomonitoramento'. As informações adquiridas não poderiam ter sido obtidas usando-se somente os testes tradicionais. Uma observação científica interessante é que, de fato, as espécie se relacionam às propriedades do ecossistema obtidas por uma simples análise geoquímica (salinidade, T, pH, níveis de ferro ferroso e sulfeto). A água de produção que aflora contém espécies associadas com o ecossistema do poço e verificou-se que elas não desempenham nenhum papel significativo no restante do sistema. Posteriormente (para o Estudo de caso 1), a espécie para a qual o oleoduto quente enriquece é uma cepa de Desulfocaldus que parece ser dominante em todo o sistema. A linha de entrada quente e a tubulação da água de injeção são semelhantes a esse ponto; especialmente porque a água de injeção exibe níveis elevados de sulfeto, indicando uma alta atividade microbiana. O maior ponto de preocupação é a água de refluxo do oleoduto, entre o separador de óleoágua e o tanque de armazenamento de óleo; esta água continha o mais alto nível microbiano e diversidade. A análise biológica molecular mostrou que esta área é a provável fonte de infecção para todo o sistema industrial. A Figura 3 resume os resultados de biologia molecular. Com base na análise, um nível de preocupação foi atribuído a cada um dos ambientes testados. As recomendações foram elaboradas para melhorar a gestão do ciclo de água. Um novo ponto de adição de biocidas no tanque de água foi proposto, uma vez que a água de injeção representava uma preocupação significativa devido aos níveis elevados de H2S. Propôs-se um destino alternativo para a água do fundo do tanque de armazenamento de óleo. A situação atual é que, em uma condição rotineira (diariamente), a água do fundo é transferida do tanque de óleo para o tanque de decantação. Os dados gerados a partir das análises mostram que esta água não tratada contém tanto as SRBs como as APBs. O tanque de óleo pode ser considerado uma fonte contínua de infecção para o sistema e o tanque de decantação. A água transferida e/ou a água do fundo do tanque precisam ser tratadas para eliminar esta importante fonte de contaminação não tratada no sistema. Alternativamente, foi proposto alimentar a água diretamente para a água da bacia, onde condições aeróbicas dominam, assim os níveis de SRBs e APBs seriam muito reduzidos no sistema. Com essas mudanças, podemos ajustar o tratamento e monitorar a água de injeção para reduzir os níveis presumidos de H2S biótico e de SRB/APB. A eficácia destas medidas pode ser determinada através do monitorando rotineiro do sistema, aplicando-se as mesmas metodologias de triagem. Desulfocaldus, altos níveis de H2S (T = 24,8 ˚C, pH 6,5, H2S, 30 mg L1 ) Este oleoduto é de elevada preocupação. Comunidade diversa & altos níveis celulares. Este oleoduto é uma fonte de infecção para o sistema e é de grande preocupação. (T = 37,5 ˚C, pH 7, 10 mg L -1 Fe2+) Tanto a água produzida quanto a água na bacia são de pouca preocupação em relação aos números de espécies e de células. A área em torno do separador de O/A é de certa preocupação (T = 43 ˚C, pH 6,5-7; 3 mg L-1 Fe2+) Figura 2: Mostrando as áreas de preocupação: o verde indica baixa, o vermelho indica alta A seleção correta de biocidas para a área de exploração específica e para o fluxo de água é uma etapa fundamental, mas representa um desafio em cada ambiente diferente. No estudo da área de exploração de gás de folhelho dos EUA, verificou-se que as águas do fundo do poço também estavam fortemente contaminadas por microorganismos. As combinações de biocida selecionadas têm um desempenho potencialmente melhor do que o atual programa de controle microbiano utilizado. Verificou-se que estas águas contêm microorganismos termófilos, incluindo níveis elevados de formadores de esporos. Tratamento aqui é essencial para reduzir e inibir a germinação de endósporos. Esta pesquisa indica que o tratamento atual é ineficaz e que um tratamento eficaz de fluidos de perfuração com produtos de controle microbiano alterados é necessário. Além disso, o baixo volume de fluidos minimiza o conservante necessário. Para o fluido de injeção, as condições são diferentes. Neste caso, uma temperatura estável e a aplicação de um controle microbiano duradouro devem ser aplicadas, já que a água irá permanecer na formação por um período prolongado de tempo. A partir dos dados de monitoramento de campo, que não incluem um programa de tratamento por biocidas, detectou-se uma forte contaminação microbiana (níveis de SRB & APB significativamente acima dos critérios de 10 2 células ml-1). Os estudos de laboratório forneceram várias soluções para manter o sistema sob controle novamente. Essas soluções incluíram combinações de biocidas inovadoras e sustentáveis que oferecem um controle eficaz em concentrações mais baixas de ativos. As combinações de biocidas propostas ainda podem ser otimizadas ainda mais com relação aos regimes de dosagem e proporção. Uma análise de qPCR será realizada para se observar melhor o número total de células, com relação ao grupo. Um teste de campo será realizado quando os parâmetros acima forem otimizados. Os programas de biomonitoramento (não mostrados) indicaram quais das fontes de água necessitavam do tratamento mais robusto. 7. Conclusões Os resultados apresentados no estudo de caso 1 fornecem uma prova de conceito para como a caixa de ferramentas de biologia molecular pode ser aplicada para o desenvolvimento do gestão do ciclo de água na indústria petrolífera. Ela permite uma compreensão mais profunda da dinâmica da comunidade e dos processos metabólicos em sistemas industriais e pode ajudar na identificação dos locais de elevada preocupação, e alterações podem ser feitas no local e no tipo de adição de biocidas para melhorar o controle microbiano. Além disso, a biologia molecular também pode ajudar na rápida identificação de problemas potenciais, permitindo uma estratégia proativa de solução para o controle microbiano. Geralmente, quando os problemas estão em fase inicial, menos biocida é necessário para recuperar o controle efetivo, possibilitando programas de tratamento ainda mais sustentáveis. Em ambos os cenários, as soluções para o controle microbiano são aplicadas mais eficazmente. No segundo caso, é necessário um monitoramento rotineiro do sistema. Os resultados apresentados no estudo de caso 2 mostram que o desenvolvimento de combinações específicas de biocidas sob medida para o ecossistema é um próximo passo valioso, o qual requer um protocolo de triagem extenso, que leve em consideração vários parâmetros, que tenha uma eficácia e compatibilidade com a água e outros produtos químicos adicionados àquela água como parâmetros-chave. No segundo estudo de caso, novas combinações de biocidas, baseadas em THPS como o principal ativo, foram desenvolvidas especificamente para áreas de exploração de gás de folhelho na área dos EUA. Este estudo de caso mostrou claramente que um programa integrado de gestão do ciclo de vida da água deve incluir um programa de controle microbiano especializado, baseado em parâmetros ambientais individuais da área de exploração de gás de folhelho. A triagem microbiológica requer um laboratório especializado que possa reproduzir as condições ambientais específicas do cliente. Isto é essencial para desenvolver uma solução sustentável e eficaz para o controle microbiano. Os dois estudos de caso demonstram que um bom programa de monitoramento de unidades industriais em combinação com o desenvolvimento de tratamentos com biocidas feitos sob medida, específicos para o local e as condições do usuário final, pode, em um futuro próximo, levar ao desenvolvimento de um programa de controle microbiano mais eficaz e sustentável. 8. Referências BAKAS, A., CREEMERS, R. Leven zonder olie. Scriptum ISBN 978 90 5594 5665, 2007 DUNCAN, K. E., GIEG, L.M., PARISI, V.A., TANNER, S.R., SUFLITA, J.M., GREEN, S., BRISTOW, J. Biocorrosive Thermophilic Microbial Communities in Alaskan North Slope Oil Facilities, Environmental Science & Technology, 43, 7977-7984, 2010 GOORISSEN, H.P., BOSCHKER, H.T., STAMS, A.J., HANSEN, T.A. Isolation of thermophilic Desulfotomaculum strains with methanol and sulfite from solfataric mud pools, and characterization of Desulfotomaculum solfataricum sp. nov. 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