Bioestatística Ângela Tavares Paes UNIFESP/EPM Dep. Medicina Preventiva Disciplina de Bioestatística Apresentação Pessoal / Profissional Formação Acadêmica • Graduação em Estatística (1994) – IME – USP • Mestrado em Estatística (1999) – IME – USP • Doutorado em Estatística – IME – USP (término em 2006) Experiência Profissional • Quest Análises para Planejamento de Marketing ( 1994-1996) • Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia ( 1996-2003 ) • Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) ( desde 2004 ) • Consultoria/Assessoria em Estatística ( desde 1993 ) A Estatística na Saúde • “Explosão” do uso de métodos estatísticos na área da saúde nos últimos 25 anos. • Aparecimento de novas revistas e publicação de livros especializados. • Muitas mudanças – Dissertações de mestrado, teses de doutorado e publicações científicas – Métodos empregados – Atitudes dos profissionais de ambas as áreas Revisão da literatura (exemplo) 27 Só análise descritiva 11 44 Teste t 39 27 Tabelas de contingência 30 12 Correlação de Pearson 17 1978-1979 1990 11 Teste não paramétricos 25 Análise de sobrevivência ou Regressão Logística 11 32 8 ANOVA 14 3 Outros métodos 19 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 % de artigos publicados na New England Journal of Medicine Fonte: Altman DG. Statistics in Medical Journals: Developments in the 1980s. Statistics in Medicine, 10, 1897-1913 (1991). Motivos e conseqüências do “fenômeno” • Facilidades computacionais – Maior acesso aos computadores e aos programas estatísticos. – Qualidade dos dados (informatização) • Exigência das pessoas que julgam os trabalhos – Revistas, congressos, teses, orgãos que supervisionam as pesquisas • Maior número de estatísticos trabalhando em pesquisas médicas. – Valorização do profissional. Conseqüências negativas do “fenômeno” • A indústria dos valores de p • Mau uso da estatística (banalização dos métodos) • Qualificação dos referees • Inúmeros erros • • Exemplo: estudo para avaliar as características de pacientes antes e 2 anos após cirurgia (jejuno-ileal bypass). Algumas variáveis: peso, altura e idade. Andersen, B. Methodological Errors in Medical Research, Blackwell, Oxford,1990. Erros Comuns • Falhas no planejamento – seleção de pacientes (amostragem) • Apresentação dos resultados – Exemplo: Média DP • Comparações múltiplas – teste t para comparar 3 ou mais grupos • Categorização de variáveis contínuas • Análise de subgrupos – comparação de níveis descritivos • Teste t para duas amostras independentes no lugar de t-pareado • Altman DG. Statistical Reviewing for Medical Journals. Statistics in Medicine, 17, 2661-2674 (1998). Cuidados com a “Cultura” Estatística • Significância estatística x relevância clínica • Exemplo: Medicina baseada em evidências – Meta-análise e Revisão sistemática 1000 900 910 Número de artigos 800 700 670 600 500 699 511 456 451 400 376 300 283 200 313 215 100 6 3 10 15 15 20 20 44 78 116 148 0 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 O profissional • VANTAGENS • Oportunidade de atuar em diversas áreas (grande versatilidade) • Assuntos e metodologias diferentes (não existe rotina) • Atuar em ambiente acadêmico, comercial ou ambos (Atualização - métodos estatísticos) • Grande demanda (poucos profissionais emuita procura) • Papel do estatístico: transferência de tecnologia • Diminuir o tempo entre o desenvolvimento da teoria e a aplicação. Métodos freqüentemente utilizados • Dimensionamento de amostras • Teste t de Student, tabelas de contingência (teste 2), testes não paramétricos • Análise de Variância (ANOVA) • Regressão Logística • Coeficiente de correlação e regressão linear • Testes diagnósticos (sensibilidade, especificidade, curvas ROC) • Análise de Sobrevivência (curvas de Kaplan Meier, teste log-rank, regressão de Cox) • Modelos Lineares Generalizados (GLM) • Análise de perfis (dados longitudinais), modelos de efeitos aleatórios • Estudos de Bioequivalência Novas tendências • Árvores de classificação e regressão (CART) • Bootstrap (e outros métodos computacionais numéricos) • Modelos aditivos (generalized additive models) • Modelos para dados longitudinais - Equações de estimação (generalized estimating equations - GEE) • Redes neurais • Modelos hierárquicos (Modelos multi-níveis) • Modelos de fragilidade (Frailty) • Métodos bayesianos (Gibbs Sample, MCMC) • Estatística em Genética O profissional • DESVANTAGENS • Salário • (porém, muitas oportunidades no “mercado informal”) • Dificuldades na comunicação com profissionais da saúde – falta de conhecimento da estatística – pouco tempo para a análise – falta de clareza e objetividade do pesquisador – falta de reconhecimento (trabalho técnico) Onde trabalhar? • Empresas de consultoria em pesquisa na área médica/biológica • Laboratórios farmacêuticos • Universidades privadas • Universidades públicas (com mestrado e/ou doutorado) • Negócio próprio / free lancer Considerações Finais • É a área CERTA para quem – quer sempre usar o que aprendeu na faculdade – gosta de estudar/pesquisar – tem motivação para aprender coisas novas e interagir com profissionais de outras áreas • É a área ERRADA para quem – quer ganhar muito dinheiro – almeja cargos altos, mesmo que seja necessário assumir funções administrativas não relacionadas com Estatística