Boletim Técnico pH Análises de Óleo INFORMATIVO TÉCNICO DIRIGIDO AOS CLIENTES DA PH O No 08 /01 O CONTROLE DO TAN DE LUBRIFICANTES TAN (Total Acid Number) é uma característica bastante importante no controle da vida útil de alguns lubrificantes, bem como é um indicador de grande utilidade na prevenção de falhas mecânicas (Manutenção Preditiva) em alguns equipamentos. Quimicamente, o TAN representa a quantidade de substância alcalina (expressa em mgKOH/g) necessária para neutralizar os ácidos presentes no óleo, provenientes da oxidação ocorrida na operação do equipamento ou decorrentes de contaminação. Os óleos lubrificantes minerais puros (sem aditivos), de boa qualidade, possuem um TAN próximo de zero (geralmente = 0,01 e nunca atingindo 0,05). Em algumas aplicações específicas (compressores de refrigeração e ar condicionado, transformadores, etc.), o fabricante exige um TAN inicial zero ou 0,01 e recomenda a troca do óleo quando seu TAN atinge 0,1. Esse rigor se justifica pelo risco dos ácidos contidos no lubrificante provocarem uma corrosão tal que possa queimar o motor elétrico do compressor de refrigeração, pela remoção do verniz isolante dos fios do enrolamento. Nos sistemas hidráulicos, os lubrificantes do tipo AW (com aditivação antidesgaste) já possuem um TAN inicial por volta de 0,65, devido à natureza do aditivo (geralmente à base de zinco). Entretanto, esse valor não representa risco de corrosão e vai reduzindo, na medida que o aditivo é consumido, até atingir TAN = 0. Daí em d i a n t e , o TA N v o l t a a c r e s c e r, representando o teor de ácidos corrosivos presentes no óleo, resultantes de oxidação ou contaminação, até atingir limites perigosos, quando o óleo deve ser www.phanalisesdeoleo.com.br substituído. Esse limite, que pode variar conforme o sistema e o fabricante, está, geralmente entre 1,8 e 2,0. Portanto, quando analisamos o TAN de um óleo hidráulico AW pela primeira vez e encontramos, por exemplo, “0,5”, não sabemos se o óleo está novo e com bastante aditivo (ponto “A” da figura abaixo) ou se já está sem aditivo antidesgaste e caminha perigosamente para um estágio de corrosão no sistema (ponto “B” da figura abaixo). Somente uma segunda análise nos dirá se o TAN está crescendo (”B”) ou decrescendo (”A”). TAN 0,65 A (0,5) 0 B (0,5) TEMPO Vários fatores contribuem para a formação de ácidos no óleo lubrificante. Entre eles, os mais relevantes são a operação em temperaturas elevadas, as variações frequentes de temperatura, a presença de ar, água ou umidade, a presença de metais de desgaste, como o cobre, que catalisam a oxidação, etc. Em motores diesel, a presença de enxofre no combustível favorece a formação de ácido sulfúrico, que desce para o cárter e contamina o lubrificante. Em compressores de refrigeração, o lubrificante se mistura ao gás refrigerante (clorado/fluorado) que, em presença de ar e umidade, reage produzindo ácido clorídrico e fluorídrico. Como a oxidação do óleo é um fenômeno auto-catalisado, sua velocidade é bastante acelerada quando o TAN ultrapassa 1,0. Fone: 55 11 4351-3104